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Vinculação, relações interpessoais e esquemas precoces desadaptativos
3.º Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Alfândega do Porto, 28 Setembro a 1 Outubro 2016 (Poster).Este trabalho incide sobre o estudo de padrões de vinculação em indivíduos numa relação de intimidade. Nos casos de vinculação insegura, procurou-se compreender a presença de problemas interpessoais e esquemas desadaptativos precoces. Considerando a atenção que a investigação tem vindo a dedicar aos padrões de vinculação e ao desenvolvimento de diferentes modelos de funcionamento interpessoal, entende-se que explorar a relação entre estas variáveis representará um contributo para compreender melhor as dinâmicas disfuncionais e, também, orientar a intervenção psicoterapêutica.
O estudo contou com 100 casais heterossexuais, com idades entre os 20 e os 70 anos. Os padrões de vinculação foram analisados com recurso à Escala de Vinculação do Adulto, os esquemas desadaptativos precoces através do Questionário de Esquemas de Young e os problemas interpessoais a partir do Inventário de Problemas Interpessoais.
Os resultados indicaram maior proporção de indivíduos com padrão de vinculação seguro (82%) do que inseguro (18%), repartindo-se este pelos padrões desligado (9%), preocupado (6%) e amedrontado (3%). Indicaram, ainda, que o padrão amedrontado colhe a manifestação mais forte de problemas interpessoais, com incidência na falta de assertividade e na inibição social. O padrão amedrontado também se distingue dos restantes no respeitante aos esquemas desadaptativos precoces, designadamente nos esquemas abandono e padrão rígido.
Em síntese, o padrão amedrontado parece adotar mais estilos interpessoais suscetíveis de ameaçar a qualidade do relacionamento íntimo. Em termos de intervenção psicoterapêutica, a identificação destes estilos, suportados em crenças inflexíveis provenientes de défices específicos ao nível das relações precocemente estabelecidas, faculta orientação substantiva sobre a necessidade de reestruturação cognitiva, emocional e comportamental.N/
Comparação de deslocamentos e tensões normais de um grupo de paredes de um edifício em alvenaria estrutural: método dos elementos finitos versus elementos de pórtico espacial
A alvenaria estrutural tem como vantagens a economia de fôrmas, a redução significativa de revestimentos, a redução nos desperdícios de material e mão-de-obra, a redução do número de especialidades e a flexibilidade na execução da obra. O painel de contraventamento é o elemento resistente aos esforços de flexão, sendo definido pela área do grupo estrutural na direção do plano de atuação do momento fletor e abas perpendiculares, sem avaliar se estão na direção dos eixos principais de inércia. Foram comparados os modelos espaciais de Grupos Isolados de Paredes, em que os grupos de paredes são tomados independentes entre si, o de Grupos de Paredes com Interação, em que os lintéis que ligam as paredes são modelados como vigas, e a modelagem em elementos finitos (MEF) de casca. Utilizou-se da dependência generalizada entre deslocamentos para simular o comportamento de diafragma rígido da laje e excentricidades dos lintéis. Após a obtenção dos resultados, observou-se que o deslocamento da estrutura no modelo de MEF e no de Grupos Isolados na direção X diferiu de 10,85%, e na direção Z, 7,94%. Isso se deve a modelagem em elementos finitos apenas do grupo G1, semelhante ao que ocorre no modelo de Grupos Isolados. Quanto às tensões, como as diferenças chegaram a 17,28%, entre os modelos de MEF e Grupos Isolados, recomenda-se calcular um grupo com geometria complexa, como abordado neste trabalho, pelo método dos elementos finitos
Visitation of Social Wasps in Arabica Coffee Crop (Coffea Arabica L.) Intercropped with Different Tree Species
Brazil stands out for its coffee plantations for which the 2015 harvest yielded a revenue of over 600 million dollars. Its production is closely related to biotic and abiotic factors, and insect pests are noted for reducing this production. However, those insects are highly influenced by biological control agents such as predator wasps. This study aimed to survey the wasps visiting intercropping coffee cultivation with different tree species. Four plots of coffee intercropped with different tree species and coffee in full sun (control) were sampled for comparison. Tree species were: Teak (Tectona grandis L.f), Australian redcedar (Toona ciliata M. Roem.), Mangium (Acacia mangium Willd.) and Avocado (Persea americana Mill.). Six hundred and thirty-nine individuals of social wasps were collected, with 20 species and 7 genera, and an overall diversity index of 1.14. The plot with Avocado had the highest Shannon diversity index (H ‘) 1.23 and the lowest dominance according to the Index Berger-Paker (DPB) 0.54
Os avatares Maria e João: tutores virtuais na plataforma e-learning da Universidade Aberta
Este artigo apresenta reflexões seminais acerca da utilização de tutores virtuais no sistema de e-learning da Universidade Aberta. O tutor virtual é uma analogia do tutor humano, adota uma interface antropomórfica com características emocionais, comumente denominado de avatar, que integra inteligência artificial e pode constituir uma abordagem interessante, tanto para o professor como para os estudantes, se se perspetivar o futuro dos ambientes típicos de ensino e educação a distância online e em rede e a crescente massificação da individualização do acompanhamento do estudante. Embora atraente de muitas formas, especialmente quando se leva em linha de conta a redução da carga da interação e do apoio que um professor (humano) deve fornecer nesses ambientes, várias questões se colocam visando a plena e efetiva integração de avatares como artefactos de mediação da tutoria virtual. Este artigo fornece um conjunto de perspetivas iniciais sobre este desafio, introduzindo o estado da arte no campo, enquanto apresenta alguns desenvolvimentos recentes e em experimentação na Universidade Aberta pela instanciação de dois avatares – a Maria e o João.This article presents seminal reflections on the use of virtual tutors in the Aberta University
e-learning system. The virtual tutor is an analogy of the human tutor, adopting an anthropomorphic
interface with emotional characteristics, commonly called an avatar, which integrates artificial
intelligence, and can be an interesting approach for both the teacher and the students, if the
future of environments typical of online and networked distance learning and education, and
the increasing massification of the individualization of student follow-up. Although attractive in
many ways, especially when one takes into account the reduction of the interaction load and the
support that a (human) teacher must provide in these environments, several questions are posed
for the full and effective integration of avatars as mediation artifacts of virtual tutoring. This article
provides a set of initial perspectives on this challenge, introducing the state of the art in the field,
while presenting some recent developments and experimentation at the Aberta University by the
instantiation of two avatars - Mary and John.Projeto "Tutoria Virtual" foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia através do contrato número PTDC/IVC-PEC/3963/2014.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
O papel dos ostensivos na representação de variáveis estatísticas qualitativas
A essência da Estatística está na possibilidade de extração de informações relevantes a partir de dados coletados sobre aspectos da realidade. Para isso, os dados são transformados em tabelas, gráficos e medidas resumo. A compreensão dessas transformações pelo estudante é crucial para a aprendizagem. Neste artigo tecem-se reflexões teóricas sobre as ações de estudantes e o papel do material concreto manipulável como ostensivos na gestão e na representação de variáveis estatísticas qualitativas que sofrem transformações em diferentes registros semióticos. Para isso, utilizaram-se a teoria dos registros de representação semiótica e a Teoria Antropológica do Didático, essa última limitada à sua perspectiva de objetos ostensivos e não ostensivos. As reflexões indicam que a utilização dos ostensivos é motivadora no âmbito de ensino e aprendizagem. Assim, espera-se que as reflexões tecidas aqui contribuam para melhor compreensão e ensino de conceitos estatísticos, bem como para realização de novas pesquisas
Contribuições das variáveis estatísticas na contextualização da função afim
Este artigo tem como objetivo analisar as possíveis contribuições das variáveis estatísticas na contextualização da função afim. Construímos a sequência “Covariação estatística na função afim”, pautada nos princípios do Ciclo Investigativo e do Letramento Estatístico, e realizamos uma intervenção de ensino com 24 estudantes do 1º ano do ensino médio, do curso técnico em enfermagem, em seis encontros, com 12 horas aula. Os estudantes coletaram seus dados de variáveis antropométricas e os analisaram tanto de forma univariada, quanto das possíveis relações entre elas utilizando o diagrama de dispersão, escolheram dois pontos e encontraram a função afim correspondente, discutindo a razoabilidade de suas escolhas. Os estudantes conseguiram visualizar a distribuição dos dados, no contexto univariado e bivariado; todavia apresentaram dificuldades na formalização da função afim e a análise das relações entre as variáveis ainda estava influenciada pelas suas crenças e não pela evidência dos dados
A Incerteza da Medicina de Precisão
Medicina de precisão é definida como a personalização de predições e condutas, através da utilização de marcadores genéticos, moleculares ou sofisticados exames de imagem. Cientificamente “precisão” significa reprodutibilidade, porém neste caso o termo é usado com significado de acurácia ou exatidão. Muitos falam em medicina de precisão como a medicina da certeza, a medicina que define a conduta certa, na hora certa, para o paciente certo. Partindo desse principio, todo paciente irá se beneficiar de cada conduta, desaparecendo, assim, o número necessário ao tratar (NNT). É interessante, portanto, ser discutido o quanto incerto é este conceito e porque isto vai no sentido contrário ao paradigma científico contemporâneo. Além de ser uma ideia contrária à evolução do pensamento médico, proposta inicialmente por William Osler no século passado, o que abriu portas ao pensamento epidemiológico. Dessa forma, pretende-se explicar porque o conceito de medicina de precisão pode ter um efeito paradoxal em gerar involução do pensamento científico e médico.Revolução CientíficaA revolução científica se iniciou em torno do século XV, quando a humanidade percebeu que pouco sabia a respeito do universo. Antes disso, os sapiens achavam que sabiam de tudo, era só consultar a bíblia ou o corão e as leis no universo eram explicadas. A revolução científica se iniciou quando o homem reconheceu sua ignorância, sendo a partir deste momento que surgiu o interesse por explorar o universo, o interesse por descobrir como o mundo funciona. A revolução científica foi a revolução do reconhecimento da ignorância.O físico Isaac Newton é um dos pais da ciência moderna ou da ciência propriamente dita. Antes de homens como Newton, o esforço mental para entendimento do universo se dava por meio da filosofia, a arte de pensar sem experimentação. Esta é uma prática de grande valor para a evolução da humanidade, porém não se presta para explicar o funcionamento da natureza sob a ótica realista. Alternativamente, havia religião, que explica o universo de maneira fantasiosa, embora tenha grande valor espiritual para a humanidade.Newton iniciou a explicação do universo por meio da matemática, deduzindo fórmulas capazes de predizer o funcionamento da natureza. O sucesso científico (confirmação por experimentos) e prático (o homem chegar à lua) a partir dessas fórmulas foi imenso. Esta matemática de precisão está representada no recente filme “Hidden Figures” (Estrelas Além do Tempo), que conta a história de mulheres matemáticas chamadas de “computers”, que faziam os cálculos necessários para colocar o homem no espaço.1O grande sucesso da matemática de precisão gerou a expectativa nos cientistas de que era apenas uma questão de tempo para que tivéssemos um conjunto de fórmulas que explicariam todo o universo. Ou quem sabe, encontrar uma única fórmula que explique tudo, como até tenta o físico Stephen Hawking. Ele ainda não conseguiu e sob o paradigma científico atual, nunca conseguirá.Mas que paradigma científico atual é este que se distancia da precisão?O que aconteceu nos últimos 200 anos é que a expectativa dos cientistas foi frustrada. Eles perceberam que na medida em que os instrumentos de medição dos desfechos se tornavam mais acurados e precisos, ficava evidente que suas fórmulas eram menos acuradas e precisas na predição dos fenômenos. Em segundo lugar, à medida que migrávamos para sistemas mais complexos, as fórmulas funcionavam menos ainda.Que sistemas complexos são esses? O sistema biológico, por exemplo, é muito mais complexo e imprevisível do que uma nave que leva o homem à lua. E do ponto de vista micro, os movimentos das partículas atômicas ou subatômicas são muito mais imprevisíveis do que se pensava.Imprevisíveis no sentido de que fórmulas não conseguem determinar com certeza o que acontecerá com um sistema vivo ou o que acontecerá com uma partícula subatômica na próxima subfração de segundo.Surge então uma mudança de paradigma. Esta mudança está descrita com precisão (trocadilho) no livro “O Ponto de Mutação”, em que o físico Fritjof Capra diz que “no modelo científico moderno, nunca podemos predizer quando e como um fenômeno vai acontecer, apenas podemos calcular sua probabilidade”.2Esta evolução de pensamento é a base da física quântica, uma grande representação do pensamento científico contemporâneo. Em certos sistemas não há como encontrar uma fórmula precisa para predizer fenômenos. O movimento das partículas subatômicas é randômico, caótico e o caminho para resolver essa questão é nos apoiarmos em matemática.Matemática de novo? Sim, mas agora uma matemática diferente. Desta vez, não mais à matemática de Newton, que é uma matemática da certeza. A matemática cientifica de hoje é a que reconhece a incerteza, é a matemática da probabilidade. A esta matemática da incerteza se dá o nome de estatística.Não se pode ter certeza do próximo movimento de uma partícula, mas é possível calcular a probabilidade para qual direção o movimento se destinará. A ciência hoje se baseia em estatística que (ao contrário dos que muitos pensam) é o humilde reconhecimento de nossas incertezas. É o reconhecimento da imprecisão de nossas afirmações.Einstein viveu esse momento de transição da física newtoniana para a física quântica. Do ponto de vista do macro universo, Einstein revolucionou o paradigma com a teoria da relatividade. Porém do ponto de vista micro, ele não se conformava em aceitar o acaso como regente do universo. Foi assim que ele proferiu “Deus não joga dados”. Hoje está provado experimentalmente que Einstein estava errado. A física quântica está comprovada cientificamente. E o que toda essa discussão de física tem a ver com nossa medicina?Essa discussão remete à frase mais genial da medicina moderna, proferida por William Osler: “Medicina é a ciência da incerteza e a arte da probabilidade”.Há quase um século atrás, este médico foi capaz de descrever a visão quântica da medicina. Enquanto ao longo do século XX foi desencadeada uma enorme revolução tecnológica médica, no século XXI a revolução será cognitiva, quando finalmente haverá a percepção do que Osler tentou explicar há tantas décadas atrás.A proposta da medicina de precisão é uma evidência de que muitos ainda estão relutantes em aceitar a incerteza, assim como Einstein estava relutante em aceitar que Deus joga dados. Esta proposta é uma evidência da imaturidade (no bom sentido) do pensamento médico vigente, representado por uma a teimosa procura da certeza de que nossas decisões estejam corretas.A procura desta “certeza platônica” confunde o pensamento médico, pois acaba se distanciando do pensamento probabilístico. Abominamos a incerteza e com isso abrimos a porta para um conjunto de vieses cognitivos, como o viés de segurança perceptível. Evidências sobre Medicina de PrecisãoEm cardiologia, por exemplo, evidências mostram falência sucessiva da tentativa de predições muito acuradas. Novos biomarcadores, bioquímicos e de imagem, são inventados todo dia. Porém poucos deles conseguem incrementar de forma clinicamente relevante nossas predições, no máximo promovem um incremento tênue.Isso ocorreu com o determinismo genético. Havia uma crença de que seria uma revolução o mapeamento do DNA. O que acabou não se comprovando. Por exemplo, genes não se mostraram capazes de incrementar a capacidade de predizer clinicamente o risco de um infarto. Marcadores genéticos não fazem parte de modelos probabilísticos prognósticos nas condições cardiológicas mais comuns.É claro que em certos casos particulares, as predições são mais acuradas. Esse é o caso daquele gene de Angelina Jolie, que representa quase uma garantia que ela desenvolveria câncer de mama ao longo da vida, se não morresse antes por outra causa. Por isso, ela fez mastectomia radical preventiva.No campo da oncologia, editorial recente na revista Nature reconhece que medicina de precisão representa exceções nos casos oncológicos.3 Na maioria das vezes, marcadores modelam uma probabilidade, continuam no paradigma quântico.Há três décadas o editor do New England of Medicine, Jerome Kassirer, publicou “Our stubborn quest for certainty”.4 No ano passado, o editorial foi de Arabella Simpkin, intitulado “Tolerating Uncertainty - The Next Medical Revolution?”.5 Estas são manifestações científicas contemporâneas. O problema é que às vezes o anticientífico é mais atraente. O atraente é como a história é contada, mais do que dizem as evidências.Mas porque tanto entusiasmo voltado para “medicina de precisão”? Primeiro esse é um nome genial, muitas vezes a forma convence mais do que evidências. Como disse Johnnie Cochran, advogado de OJ Simpson: “não importam as evidências, o que importa é como contamos a história”. E a história foi tão bem contada que OJ foi absolvido, a despeito das fortes evidências de seu crime. A mente sapiens é biologicamente crente, evoluímos com mais predisposição a acreditar do que duvidar. Por isso, uma história bem contada é suficiente.Segundo, existe uma aversão natural à incerteza, ela faz com que as pessoas se sintam vulneráveis. Há um viés cognitivo denominado zero-risk bias, que representa a procura incessante pelo platônico risco zero. O conforto cognitivo faz com que o mente humana se aproxima mais da medicina de precisão, do que da medicina da incerteza de Osler.Terceiro, há uma evidente imaturidade do senso comum em entender o sentido da ciência contemporânea. Muitos confundem cientistas como aquele ser presunçoso que conhece tudo. Este é pseudocientista. O verdadeiro cientista é aquele que tem as perguntas certas e não as respostas. Portanto, as pessoas ainda pensam que ao se evoluir cientificamente, haveria uma evolução no sentido da predição perfeita. Ainda não faz parte do senso comum que a ciência moderna é a ciência das probabilidades. Quarto há interesses na promoção da medicina de precisão, é claro. Ao inventar um novo biomarcador em potencial, este é patenteado. A partir daí isso vai gerar riqueza, o que é bom. A ciência deve ser transformada em tecnologia, em inovação. Porém neste afã, as patentes são supervalorizadas, muitos biomarcadores sem relevância clínica se tornam exames comercialmente disponíveis e muitos marcadores relevantes tem sua capacidade preditora superestimada.Sem dúvida a necessidade de inovação é uma mola propulsora para a evolução da ciência. Paradoxalmente, este "imperativo de inovação" pode tornar a ciência menos rigorosa nos seus testes de hipóteses. É este imperativo que faz surgir fenômenos como a fantasiosa “medicina de precisão”. Visão Pessimista ou Otimista?Este texto pode ter um tom niilista sugerindo que não temos mais o que evoluir. Pelo contrário, tenho grande expectativa de evolução, mas esta surgirá de acordo com o verdadeiro paradigma científico.Acredito que as predições ainda vão melhorar, novos biomarcadores incrementarão a acurácia de nossas predições, mas isto ocorrerá como uma melhora no cálculo das probabilidades e não como predições determinísticas. Se almejarmos o determinismo dificultaremos a evolução cognitiva do pensamento médico proposta pelos Oslers ou Kaplans.Precisamos evoluir da “medicina de precisão” para a medicina de predição probabilística. Novos marcadores aprimorarão as probabilidades e a mente médica ficará cada vez mais confortável em aceitar incertezas e raciocinar com probabilidades. Essa dupla será imbatível. Processos diagnósticos nada mais são do que modelagem da probabilidade de uma doença como a causa dos sintomas, predições prognósticas nada mais são do que a probabilidade de desfechos e um tratamento que não oferece garantia de benefício, todos tem o seu número necessário a tratar.A verdadeira forma de personalizar condutas médicas é individualizar probabilidades, tendo o cuidado de não cair na armadilha da platônica procura da certeza. Neste sentido, probabilidades advêm de evidências experimentais, o que está longe de uma visão determinística. Por fim, um essencial componente da personificação vai além de biomarcadores. É a consideração dos valores e desejos do cliente, os quais influenciam na efetividade global de uma conduta
The womens' perpetrated murder experience
This research focuses on the experience of the perpetration of a murder in a
population composed of four women. For this study, we used the qualitative
research method of Amedeo Giorgi. We focused the study analysis in the cognitive
processes, associated with the decision to commit the murder, and in the
context in which this phenomenon emerges. The results are consistent with the
perspective of murder as a multifactorial phenomenon. We have further found
that the resolution of the homicide not always precedes the practice thereof.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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