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    A POLITIZAÇÃO “EXPLOSIVA” DO GÁS DE XISTO: contribuições críticas para o estudo do Fracking

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    O controverso método de fracking para a extração de gás de xisto e seus impactos socioambientais têm colocado em evidência as disputas acirradas em torno das decisões políticas e do estado capitalista. Diante da relevância do tema e do incipiente número de estudos no Brasil, neste artigo, analisamos como as decisões sobre o frackingvêm sendo abordadas nas perspectivas funcionalista e crítica. Desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica e descritiva, apoiados principalmente na literatura internacional. Embora as duas perspectivas ofereçam importantes contribuições, são as críticas que melhor capturam as relações de poder em jogo nas decisões sobre o frackinge fomentam o engajamento contra novas injustiças. Mais estudos serão necessários no País dada a complexidade do tema e da vigência de projetos pró-fracking que poderão ganhar força no atual contexto de desregulamentação neoliberal.Palavras-chave: Fracking. Gás de xisto. Decisão política. Política ambiental. Estado.“EXPLOSIVE” POLITIZATION OF SHALE GAS DECISIONS: critical contributions to fracking studyAbstractThe controversial fracking method for shale gas extraction and its socio-environmental impacts has brought to light disputes over political decisions and capitalist state. Given the theme's relevance and the incipient number of studies in Brazil, this article analyzes how decisions about fracking have been approached from functionalist and critical perspectives. We developed a bibliographic and descriptive research, supported mainly by international literature. While both perspectives make important contributions, critiques' ones can best capture the power relations at stake in decisions about fracking andfoster engagement against new injustices. Further studies will be needed in Brazil due to the theme complexity, the continuity of pro-fracking projects and the current intensification of neoliberal deregulation of environmental policies.Keywords: Fracking. Shale gas. Political decision. Environmental policy. State

    Cooperação intermunicipal e preservação ambiental: algumas resultantes por laços em redes num consórcio interfronteiriçoIntermunicipal cooperation and environmental preservation: some resulting from social netowork ties in an inter-border consortium

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    Ainda pouco disseminadas, experiências de cooperação intermunicipal de cunho ambiental continuam a despertar interesse de acadêmicos e gestores. Criado em 1995, o Consórcio Intermunicipal para Conservação do Remanescente do Rio Paraná e Áreas de Influência (CORIPA) está sediado na região noroeste do estado do Paraná e é integrado por sete municípios de pequeno porte, cujos territórios compreendem a área do Parque Nacional de Ilha Grande e suas adjacências. Após um período de crise no início dos anos 2000, o CORIPA é reestruturado e fortalecido, fato que contou com a articulação de diversos atores organizacionais. Procurando compreender melhor essa experiência, neste artigo analisamos a cooperação intermunicipal na perspectiva de laços fortes e fracos da Teoria de Redes. Adotamos uma abordagem exploratória predominantemente qualitativa apoiada, principalmente, em entrevistas, documentos oficiais e com a contribuição de indicadores sociométricos. O trabalho aborda a relevância da ampliação da rede de cooperação vertical e horizontal do CORIPA e dos laços fortes e fracos para, ao mesmo tempo apresentar resultantes com a natureza desses laços

    Os gastos ambientais dos estados brasileiros: uma análise exploratória

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    Diante do incipiente número de trabalhos que utilizam os gastos públicos para analisar as políticas ambientais brasileiras, neste artigo, lançando mão da base de dados da Secretaria do Tesouro Nacional, apresentamos alguns aspectos e tendências dos gastos ambientais realizados pelos estados brasileiros entre 2002 e 2012, com o objetivo de ilustrar e discutir o potencial desses dados para o estudo da política ambiental. O trabalho tem caráter exploratório e descritivo e utiliza dados quantitativos, especificamente os gastos registrados na função gestão ambiental, na forma de valores absolutos atualizados e proporcionais aos gastos totais dos estados. O estudo constata a heterogeneidade, a baixa participação orçamentária e o declínio dos gastos ambientais dos estados brasileiros no período estudado. Ao final, comentamos alguns desses aspectos com o intuito de sugerir temas e abordagens para futuras pesquisas que utilizem os gastos ambientais como fonte alternativa e complementar de dados.Revista do Serviço Público - RSP, v. 68, n. 4, p. 807-833Contabilidade AmbientalEconomia do Setor PúblicoGestão PúblicaISSN eletrônico: 2357-8017 ISSN impresso: 0034-924

    CREDIBILIDADE EMPRESARIAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DOS CONCEITOS E DAS METODOLOGIAS DE PESQUISA

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    O presente trabalho analisa contribuições científicas sobre o tema credibilidade empresarial, abordando os conceitos, as dimensões e as metodologias privilegiadas nelas. Apesar da crescente importância desse tema, associado a assuntos como o comportamento do consumidor, a responsabilidade socioambiental e o consumo sustentável, ele ainda é pouco discutido e estudado no Brasil. Baseado em uma revisão bibliográfica, o estudo utiliza principalmente fontes da literatura internacional. Verificou-se que as dimensões que compõem a credibilidade baseiam-se em dois modelos: o modelo da atratividade da fonte, referindo-se à atratividade física do comunicador de uma mensagem; e o modelo de credibilidade, evidenciando a credibilidade composta pelas dimensões: competência e confiabilidade. Entre as metodologias encontradas, a abordagem quantitativa é majoritária, enfatizando a influência da credibilidade da empresa nas atitudes envolvendo a marca e a propaganda, bem como na intenção de compra. Destacam-se como variáveis de estudo: gênero, envolvimento com o produto, categoria de produto e nível socioeconômico; contexto no qual cada empresa atua encontra-se inserido; fatores cognitivos e afetivos; a percepção da organização; a percepção das questões que envolvem a organização e a percepção que os consumidores têm de si mesmos

    Economia Solidária e Estratégia: Entre Princípios e Pragmatismo

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    The contradictions of the contemporary world reach alarming levels, which endangers the planetary sustainability, both environmental, social , or economic, which requires rethinking the current economic - production model. The Solidarity Economy (SE ) is presented as an alternative to the current system , focused on the socio-economic inclusion , self-management, equity and solidarity. The present study sought to identify and analyze the strategies used by three developments of solidarity economy that have achieved a certain degree of consolidation and success on projects from all congeners in action in the region of Londrina - PR. The article sought through exploratory , descriptive and qualitative research via document analysis and interviews with leading executives from each of the projects, understand the choice of strategies and their performance in the market. It is perceived that conventional strategic models do not apply to most solidary enterprises considering its particularities and purposes. The question and the point of tension that emerge from these experiments is how to replace or combine the traditional logic of profit maximization with maximization of social inclusion and alternative sociability, fundamental elements of the Solidarity Economy.As contradições do mundo contemporâneo atingem níveis alarmantes o que coloca em risco a sustentabilidade planetária, tanto em termos ambientais e sociais como econômicos, o que obriga a repensar o atual modelo econômico-produtivo. A Economia Solidária (ES) apresenta-se como uma alternativa ao sistema vigente, com centralidade na inclusão socioeconômica, na autogestão, na equidade e na solidariedade. O estudo aqui apresentado procurou identificar e analisar as estratégias utilizadas por três empreendimentos de economia solidária que conseguiram atingir um certo grau de consolidação e êxito diante dos demais empreendimentos congêneres em atuação na região de Londrina-PR. O artigo buscou, por meio de pesquisa exploratória, descritiva e qualitativa, via análise documental e entrevistas semiestruturadas junto aos principais dirigentes de cada um dos empreendimentos, entender a escolha das estratégias e sua atuação no mercado. Percebe-se que os modelos estratégicos convencionais não se aplicam à maioria dos empreendimentos solidários, considerando suas particularidades e propósitos. A questão e o ponto de tensão que emergem dessas experiências são como substituir ou combinar a lógica tradicional de maximização de lucro com a maximização da inclusão social e a sociabilidade alternativa, elementos fundamentais da Economia Solidária. DOI:10.5585/riae.v12i4.203

    Regulação ambiental e consumo sustentável: uma discussão a partir da percepção dos consumidores de Londrina-PR

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    A utilização indiscriminada dos recursos naturais ao longo dos anos gerou um agravamento dos problemas ambientais. Em resposta a isso, diversas iniciativas de regulação ambiental têm surgido, entre elas, a pressão dos consumidores sobre as empresas. Neste estudo, baseado em um levantamento com amostra probabilística, procurou-se analisar em que medida o consumo sustentável pode ser entendido como um mecanismo relevante de regulação ambiental na percepção dos consumidores de Londrina - PR. Os resultados mostram que os londrinenses ainda dão pouca importância a esta questão na hora da compra. A pesquisa revela um papel mais ativo assumido pelo consumidor, que atribui tanto a culpa quanto a responsabilidade para a resolução dos problemas ambientais a si mesmo, como a baixa confiança dos mesmos no marketing ambiental das empresas. Os dados reforçam a tendência já largamente presente na literatura sobre a fragilidade dos mecanismos institucionais da atual configuração da regulação ambiental e a baixa credibilidade em seus atores centrais, os agentes do mercado e do Estado. O consumo sustentável vem crescendo em importância como mecanismo de regulação ambiental, mas encontra sérias restrições impostas pelo próprio contexto institucional que, em grande medida, impulsionou a sua expansão. A "irreponsabilidade organizada" do atual arranjo institucional de regulação ambiental é um dos principais entraves para enfrentar os riscos ambientais da sociedade contemporânea.The indiscriminate use of natural resources along the years has caused the deterioration of environmental problems. In order to solve this problem, several initiatives of environmental regulation have arisen, and among them, the consumers’ pressure on the companies. Thus, a new form of consumption related to reduction of damages to the environment as well as human health, has come into being. In this study, based on a survey with a probabilistic sample, it was intended to analyze to what extent the sustainable consumption can be understood as a relevant mechanism of environmental regulation in the perception of consumers from Londrina city (Brazil, state of Parana). Results suggest that people from Londrina have not yet given importance to the this issue when they are purchasing something. Research shows a more active role assumed by the consumer, who attributes not only guilty and responsibility to the resolution of environmental problems to himself/herself, but also their low trust in the environmental marketing of the companies. Data reinforce the trend that is present in literature about the fragility of institutional mechanisms of the current configuration of environmental regulation and the low credibility in its central actors, the market’s and the State’s agents. The sustainable consumption has increased in importance as a mechanism of environmental regulation, but it faces serious constraints imposed by the institutional context itself that, in great measure, has driven its expansion. The “organized irresponsibility” of the current institutional arrangement of environmental regulation is one of the main hindrances to face environmental risks of contemporary society

    Fracking and the “seven cheap things” in developing countries: an analysis from the case of Paraná-Brazil

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    In the capitalist mode of production, alternatives that make it possible to reduce costs and maintain production processes in times of crisis are essential. In this sense, there is an increasing search for cheap energy sources, such as the controversial leaf gas extracted by hydraulic fracturing (fracking). In Brazil, the possibility of implementing fracking occurred in 2013 with the 12th Bidding Round, which provided 240 exploration blocks available, of which 11 were located in the state of Paraná. In this state, the method has suffered one of the strongest resistance in the country, due to its high potential for environmental, social and economic impacts. In July 2019 the activity was definitively banned in Paraná. In this article, from the perspective of Cheap Nature by Patel and Moore (2018), we discuss general aspects of the conditions that involve the acceptance or not of fracking as a cheap energy option in developing countries, in the view of the global capitalist expansion that this technology materializes. We emphasize in the case of Paraná, based on exploratory and documentary research, the different positions and dynamics of public actors and civil society that (re) configured the relations of forces that culminated in the success of resistance to fracking. Capitalism seeks new frontiers for the exploration of nature and labor, conditions that present themselves in abundance in Brazil, making it a potential target of its need for expansion. However, the ban on fracking in Paraná, although subject to reversal in the future, shows that capitalist expansion through new technologies and cheap energy can find significant resistance in specific contexts. This, above all, when confronting and threatening, economically and environmentally, coalitions strongly rooted in the State and in regional civil society, therefore, representatives of traditional capitalist economic structures, such as, in  in the state, of agribusiness.No modo de produção capitalista, alternativas que possibilitem o barateamento de custos e manutenção dos processos de produção em momentos de crise são fundamentais. Nesse sentido, é crescente a busca por fontes de energia barata, a exemplo do controverso gás de folhelho extraído por fraturamento hidráulico (fracking). No Brasil, a possibilidade de se implantar o fracking se deu em 2013 com a 12ª Rodada de Licitações, que disponibilizou 240 blocos de exploração, dos quais 11 estavam localizados no estado do Paraná. Nesse estado, o método sofreu uma das mais fortes resistências do País, devido ao seu alto potencial de impactos ambientais, sociais e econômicos. Em julho de 2019 a atividade foi proibida definitivamente no Paraná. Neste artigo, partindo da perspectiva da Natureza Barata de Patel e Moore (2018), discutimos aspectos gerais das condições que envolvem a aceitação ou não do fracking como opção de energia barata em países em desenvolvimento, diante da expansão capitalista global que essa tecnologia materializa. Ressaltamos, no caso do Paraná, baseados em uma pesquisa exploratória e documental, as diferentes posições e dinâmicas dos atores públicos e da sociedade civil que (re)configuraram as relações de forças que culminaram no sucesso da resistência ao fracking. O capitalismo busca novas fronteiras para exploração da natureza e de mão de obra, condições que se apresentam em abundância no Brasil, tornando-o alvo em potencial de sua necessidade de expansão. Contudo, a proibição ao fracking no Paraná, ainda que sujeita a reversão no futuro, mostra que a expansão capitalista por meio de novas tecnologias e da energia barata pode encontrar, em contextos específicos, expressiva resistência. Essa, sobretudo, quando confronta e ameaça, econômica e ambientalmente, coalizões fortemente enraizadas no Estado e na sociedade civil regional, portanto, representantes de estruturas econômicas capitalistas tradicionais, como é o caso, no estado, do agronegócio
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