35 research outputs found
“CONTINUO PREOCUPADA”... (10 ANOS DEPOIS): ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DE MULHERES COM DUPLA JORNADA DE TRABALHO
Baseado em pesquisa realizada há 10 anos com as operárias do setor coureiro-calçadista da cidade de Franca, esta investigação propõe escutar o que de fato se alterou nas vidas de algumas daquelas mulheres, que relatavam naqueles idos tempos, uma série de sintomas e queixas basicamente de origem psicossomáticas, que se relacionavam à situação vivenciada por elas, e que se explicava pela sobrecarga de atividades e responsabilidades entre o mundo do trabalho, as atividades domésticas e os cuidados com os filhos. Decorrida uma década e localizadas seis das 14 entrevistadas, buscou-se saber o que de fato mudara em suas vidas no que diz respeito ao trabalho, quais as estratégias que utilizaram para a conciliação entre o espaço privado e o público, no que diz respeito às atividades e responsabilidades domésticas, o cuidado com os filhos, a continuidade e os desafios do trabalho remunerado e os cuidados que tomaram em relação à saúde e bem-estar. Buscar entender se continuavam com as mesmas queixas e sintomas, além de conhecer suas estratégias de conciliação – o que em última instância representa uma saída criativa para o não adoecimento psíquico, foi o intuito deste estudo longitudinal com as operárias, utilizando-se a mesma metodologia e localizando-as no mesmo lócus inicial – as fábricas e indústrias do parque operário de Franca. PALAVRAS-CHAVE: Sofrimento psíquico; Trabalho; Saúde; Subjetividade
Percepções, expectativas e conhecimentos sobre o parto normal: relatos de experiência de parturientes e dos profissionais de saúde
O presente estudo objetivou conhecer as percepções, as expectativas e os conhecimentos de puérperas em relação à experiência do parto normal, assim como os procedimentos utilizados pelos profissionais da saúde para a humanização do parto. Foram entrevistadas 31 puérperas que passaram pela parturição normal, na maternidade de um Hospital Público do município de Franca. Foi aplicado ainda um questionário a 20 profissionais de saúde que atuavam no centro obstétrico da referida maternidade. O método de análise dos dados seguiu as diretrizes da Análise do Discurso. A experiência da parturição foi percebida pela maioria das mulheres como extremamente dolorosa e sofrida, compensada, no entanto, pela atenção, apoio e carinho recebidos de alguns profissionais e acompanhantes, que contribuíram para uma visão satisfatória do parto normal. Entre os profissionais evidenciou-se dificuldade em conceituar sobre a temática da humanização do parto. Constatou-se a importância de enfocar, sobretudo o aspecto relacional, base para uma verdadeira prática humanizada
Práticas de educação popular em saúde na atenção primária: uma revisão integrativa
Objetivo: analisar práticas e ações de educação popular em saúde desenvolvidas no âmbito da atenção primária à saúde brasileira e de que forma estas práticas se coadunam com os princípios e eixos estratégicos propostos pela Política Nacional de Educação Popular em Saúde. Método: trata-se de uma revisão integrativa, sobre práticas e ações de educação popular em saúde no âmbito da atenção primária e como estas se coadunam com os princípios propostos pela Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS). A busca foi realizada nas bases de dados da Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e da Scientific Electronic Library Online (SciELO). Foram selecionados 8 estudos. Resultados: a partir da análise do conteúdo, emergiram as categorias temáticas “Caracterização das práticas e ações de Educação Popular em Saúde na Atenção Primária”, “Estratégias e recursos adotados no desenvolvimento das práticas”, “As práticas de Educação Popular em Saúde e a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS)” e “Entraves e desafios à sistematização e ampliação das propostas de Educação Popular em Saúde”. Foram observados diferentes níveis de articulação das práticas e ações de educação popular em saúde, a partir dos princípios e eixos estratégicos da PNEPS, no que se refere à participação popular, aumento do controle sociale da gestão participativa. Considerações finais: conclui-se que, para que a PNEPS seja efetivamente implementada é necessário formar recursos humanos sob essa nova lógica, assim como avaliar as práticas que vem sendo desenvolvidas sob a metodologia da educação popular
Estratégias de enfrentamento no luto
Nossa sociedade atual tem estabelecido culturalmente mecanismos implícitos de negação da morte, tornando-a um tema interdito. Como consequência, o luto passou a ser um processo mais complexo e que em alguns casos desdobra-se, tornando-se um problema de saúde. Nestes casos o luto ganha o nome de “luto complicado”. Em sua atividade profissional, médicos, enfermeiros, psicólogos e outros trabalhadores da saúde, lidam diretamente com a morte e com pessoas em situação de luto, mas nem sempre se vêm adequadamente preparados para atuarem nesta situação, inclusive porque desconsideram importantes elementos que podem servir no apoio para o enfrentamento no luto. A presente pesquisa é um estudo descritivo, com abordagem quantiqualitativa, que teve como objetivo compreender dentro de um grupo de pessoas em situação de luto, quais os elementos que puderam ser considerados como elementos de apoio no enfrentamento da perda, e, portanto, elementos promotores de saúde no processo do luto. A amostra foi composta por 29 pessoas em situação de luto com idades entre 23 e 73 anos, de ambos os sexos, e que são usuários do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), na região norte do município de Franca-SP, que foram submetidos a um questionário cuja finalidade era conhecer quais os elementos que o sujeito utilizou para o coping no luto. A família e a espiritualidade ganham destaque neste cenário e mostram-se fundamentais para evitar o luto complicado, todavia, tais elementos continuam negligenciados pelos profissionais da saúde.
Automedicação entre as trabalhadoras de enfermagem de um hospital de Uberaba ”“ MG
O objetivo deste trabalho foi conhecer o hábito automedicação entre trabalhadoras da área da enfermagem de um hospital de Uberaba (MG) e as principais queixas em relação à saúde. As 142 participantes responderam a um questionário que avaliava a relação entre o perfil destas e algumas variáveis que poderiam contribuir para este hábito. Para a discussão dos dados adotou-se a estatística descritiva e análise de conteúdo. Verificou-se neste estudo que 54% das auxiliares e técnicas de enfermagem e 66% das enfermeiras utilizavam de modo frequente ou esporádico, medicamentos sem recomendação médica. Observou-se que os transtornos psíquicos (depressão, estresse e ansiedade) apareceram em maior proporção entre as enfermeiras (36%) e as doenças osteomusculares foram mais frequentes entre as técnicas e auxiliares de enfermagem, (25% cada), representando os principais problemas de saúde e causas de afastamento do trabalho. A automedicação apareceu como uma prática comum entre as trabalhadoras, justificando-se pela oferta e a disponibilidade dos medicamentos encontrados por esta categoria profissional.
 
Oficinas de artes visuais: empoderamento e desenvolvimento de habilidades sociais para adolescentes em situação de risco social
Objetivo: desenvolver oficinas de artes visuais com adolescentes em situação de risco social, com ênfase na intervenção grupal, visando a criação de um espaço de troca de experiências, aproximação social e desenvolvimento de habilidades sociais, além de conhecer suas percepções sobre os trabalhos realizados nas oficinas. Método: estudo de natureza qualitativa, observacional e participante. Foram realizadas 30 oficinas uma vez por semana com um grupo de 18 adolescentes, de 11 a 15 anos, de ambos os sexos, assistidos por uma ONG. As atividades foram registradas em diário de campo, bem como os relatos, comentários, percepções e comportamento dos adolescentes, sobre as atividades realizadas e a impressão que estas lhes causavam. A transcrição destes relatos foi feita posteriormente, mantendo-se a fala original. Resultados: após a realização das oficinas, os adolescentes foram capazes de perceberem a si mesmos com mais assertividade, melhoraram sua autopercepção, foram capazes de identificar suas necessidades, seus limites e terem discernimento sobre o que podiam ou não fazer. Demonstraram maior interesse nos cuidados consigo e com sua aparência pessoal, além de terem modificado sua percepção em relação ao outro. Considerações finais: as oficinas proporcionaram melhora das habilidades sociais, no empoderamento, na autoestima, auxiliando-os a lidarem melhor com as situações do cotidiano. Trata-se de uma estratégia que está em consonância com os princípios da Promoção da Saúde, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde
Espiritualidade e religiosidade como estratégia de enfrentamento do câncer de mama: relato de um grupo de paciente
Este estudo teve a finalidade de conhecer o papel da espiritualidade no enfrentamento do tratamento de pacientes que sofreram mastectomia. A pesquisa foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia de uma universidade particular de um município paulista. Participaram da pesquisa cinco mulheres entre 48 e 79 anos que estavam em processo de reabilitação na clínica. As entrevistas tinham o intuito de conhecer o papel da religiosidade/espiritualidade no enfrentamento da enfermidade, com duas categorias centrais: reação inicial ao diagnóstico e enfrentamento da enfermidade; e a espiritualidade como recurso no enfrentamento da doença. Algumas participantes relataram ter recebido o diagnóstico de maneira tranquila e outras de maneira muito desfavorável, sendo que a espiritualidade em ambos o caso, foi imprescindível para o enfrentamento do adoecimento e para a recuperação da saúde. A maioria relatou ter uma religião antes do diagnóstico, mas que a participação na vida religiosa/espiritual, aumentou após o diagnóstico recebido. Elas disseram da importância de serem escutadas pelos profissionais, para sentirem ajudadas. Conclui-se que a espiritualidade teve um papel fundamental no processo de enfrentamento do adoecimento proporcionando às participantes a possibilidade de alcançar um bem-estar e a capacidade de continuar lutando contra a enfermidade e a favor da vida.
PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSAS PARTICIPANTES E NÃO PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA DA TERCEIRA IDADE DE CATANDUVA (SP)
Uma importante estratégia utilizada na promoção de saúde dos idosos são os grupos de convivência da terceira idade. Esses grupos podem proporcionar benefícios na saúde dos participantes e vem ganhando cada vez mais adeptos. O objetivo do presente estudo foi comparar a percepção de qualidade de vida de idosas participantes e não participantes de um grupo de convivência. Sessenta idosas participaram da pesquisa, divididas em dois grupos, sendo o primeiro integrado por idosas participantes do grupo (GP) de convivência e o segundo composto por idosas que nunca haviam participado de um grupo de convivência para mulheres da terceira idade, doravante denominado GNP. Foram aplicados os questionários WHOQOL-bref e WHOQOL-old com o intuito de aferir a percepção de qualidade de vida das idosas, além de um questionário com perguntas objetivas para traçar o perfil sociodemográfico dos grupos. As idosas do GNP apresentaram valores significativamente maiores em todos os domínios do WHOQOL-bref e nas facetas Funcionamento Sensório Motor, Atividades Passadas Presentes e Futuras, Participação Social e Intimidade - do WHOQOL-old. Acreditamos que a participação em um grupo de convivência para terceira idade seja o responsável pela melhor percepção da qualidade de vida, devido ao suporte social recebido no grupo, o que fortalece os vínculos afetivos atenuando o isolamento social das idosas e promovendo vínculos de amizade fora do contexto familiar.
Políticas de estágio e o contexto do serviço social
O presente artigo busca explorar o contexto do estágio supervisionado em Serviço Social tendo como ponto de partida as políticas de estágio brasileiras. É certo que a importância do estágio aumenta frente às profundas transformações no mundo do trabalho e ao constante desenvolvimento científico e tecnológico, provocando o acirramento das discussões sobre o tema e instigando a academia a repensar seu processo formador, notadamente o Serviço Social. O estágio tem como finalidade a vinculação da educação formal ao mundo do trabalho e a prática social. No Serviço Social, o estágio supervisionado constitui-se como elemento do processo formativo, sendo que nesse locus, o estagiário tem a possibilidade de decifrar as relações institucionais e elaborar novos conhecimentos a partir do conhecimento das expressões da questão social que constituem o objeto de intervenção profissional. Nesse sentido, o estágio prático tem como função preponderante contribuir para que o estagiário aproprie-se do significado social do Serviço Social e da construção de sua identidade profissional, individual e coletiva. O desafio posto, na contemporaneidade, é o de direcionar o estagiário à formação reflexiva e analítica, a fim de que as práticas do Serviço Social não incidam apenas na imediaticidade