25 research outputs found

    A NAÇÃO E O FEMININO em Jorge Amado

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    Esse trabalho visa a delinear o imaginário da nação, presente na obra Gabriela, cravo e canela de Jorge Amado. Tal imaginário, preso a um ideário da expansão européia, do século XVI, foi reeditado à exautão, ao longo dos séculos, sendo inclusive encontrado ainda hoje em folders turísticos, quando destacam ao atrativos da nação colonizada. Quase sempre essas estratégias sinalizam o exotismo e a visão paradisíaca da permissividade como algo constante em países periféricos como o Brasil

    INCURSÕES PELO GÊNERO E ESTADO DE DIREITO NO ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA

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    Visa-se, neste texto, mais especificamente, no romance XV ou Das Cismas de Chica da Silva constante do Romanceiro da Inconfidência (1953) de Cecília Meireles, a identificação de voz de ator social no feminino, que esteve no cenário da derrama e que acrescenta versões aos acontecimentos, envolvendo o ciclo do ouro e a extração de diamantes na Vila Rica e suas adjacências. Através do uso da linguagem, esse ser reivindicativo, por seu turno, responde pelo cognitivo (razão), avaliativo (querer) e o afetivo (psíquico) do corpo em sintonia com contexto alusivo a tempo/espaço pragmático do a posteriori, das ações vinculadas a meios e fins. Embasamo-nos, em teorias que buscam a possibilidade de equalização entre o que acontece individualmente e a moral, instituída na esfera pública, cuja ética, calcada no priori do mesmo, vai muito além dos interesses da alteridade. Desta sorte, problematiza-se a coordenada: ontologia-epistemologia-ética-estética, que elegeu um determinado sujeito de conhecimento, na atribuição do certo/errado, justo/injusto e do belo/feio; sem levar em conta o rosto desejante do outro em suas demandas, assente ao privado. DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v8i2.195

    Da página à tela: transmutações em a vida como ela é...

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    A partir da análise da adaptação para a televisão do livro A vida como ela é..., de Nelson Rodrigues, tratamos sobre o intercâmbio entre os suportes literário e televisivo, mostrando a importância significativa destes dois suportes – o livro e a televisão -, assim como as diferenças entre estes

    PAIXÃO, SUBVERSÃO E RASURA HISTÓRICA NO ROMANCE NO PAÍS DAS SOMBRAS (1979), DE AGUINALDO SILVA

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    Nossa proposta visa a promover rasuras ao caráter heteronormativo da historiografia tradicional, utilizando o romance No país das sombras (1979), do escritor pernambucano Aguinaldo Silva. Aqui, lançamos olhares que reflitam acerca do ato ficcional, com desfecho (trágico) devido a um relacionamento amoroso entre dois soldados “del-rey”, condenados por conspiração contra a Coroa portuguesa. Buscamos identificar como o escritor traça paralelos entre esse caso ocorrido em Pernambuco, no século XVII, e a repressão sexual e política durante a ditadura hétero-civil-militar no Brasil (1964-1988). No romance em destaque, analisamos como ocorre a articulação entre as representações não aceitas pela moral vigente, tanto no passado mais remoto, quanto nos acontecimentos do século XX; cujas pulsões envolvem uma paixão fora do paradigma heteronormativo e conspiração política, quando entram em cena narrativas fundantes da construção da masculinidade, amparadas no militarismo, em defesa da pretensa moralidade da família brasileira. Dessa maneira, convocamos ao palco de nossa análise literária a identificação de fissuras aos mitos do passado, cujas sombras ainda se encontram projetadas no cenário nacional contemporâneo. Delineamos, no romance, a presença de um agenciamento, que se materializa por meio do ato subversivo da personagem Tália (uma cortesã), na articulação entre luxúria e solidariedade, colocando em evidência o questionamento de certa concepção de natureza (entendida como conjunto de regras “divinas” e inflexíveis: um produto acabado), ao encarnar personificação da natureza como “força” (processo não acabado, gerando possibilidades), tal como ocorre na paixão entre Antônio Bentes de Oliveira e Pedro Ramalho de Sá

    O Antes, o Depois e as Principais Conquistas Femininas

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    O presente artigo analisa a condição feminina no século XIX assim como suas principais conquistas e rupturas para ter uma condição de vida melhor. Durante o século XIX a mulher era submissa e vivia confinada à esfera doméstica podendo sair somente se fosse acompanhada por um homem não tendo ao menos a liberdade de escolher seu marido. Este era selecionado pelo pai tendo como critério de escolha seus interesses financeiros. Na atualidade observa-se uma ruptura feminina com os padrões do passado demonstrando as várias faces da mulher como mãe, esposa, dona-de-casa, ativa no mercado de trabalho, etc. seu papel não se resume mais a procriação e nem aos afazeres domésticos, passando a ser um sujeito ativo na sociedade em defesa de sua nova postur

    A construção discursiva do corpo feminino na representação literária de donzela-guerreira

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    This article aims to analyze the discursive construction of the female body in the literary representation of warrior-maiden, and how this confirms the denaturalization of sex and the disruption of gender patterns. Thus, we observe the presence of the maiden in the Western tradition, from the Brazilian literature until his appearance in the novels Luzia-Homem (1903), by Domingos Olímpio; Dona Guidinha do Poço (1965), by Manuel Paiva, Grande Sertão: Veredas (1956), by Guimarães Rosa and Memorial de Maria Moura (1992), by Raquel de Queiroz. The maiden-warrior integrates literature, civilizations, cultures, history and mythology. Thus, the representation of women marks the imagery of diverse cultures and enables us to rethink the roles of women in different historical moments. We seek to understand the Maiden‟s body as a performative element for the construction of female identity that speaks to the male, assimilating its hegemonic discourse to circumvent it. The understanding of performativity adopted here is brought by Butler (2008). Thus, the contributions of Butler (2008) are relevant, since it considers that the male and female categories are not held beforehand, but produce effects by performing specific actions.O presente artigo tem como objetivo analisar a construção discursiva do corpo feminino na representação literária de donzela-guerreira, e como esse corrobora para a desnaturalização do sexo e para a ruptura dos padrões de gênero. Dessa maneira, observamos a presença da donzela na tradição ocidental, passando pela literatura brasileira até sua aparição nos romances Luzia-Homem (1903), de Domingos Olímpio; Dona Guidinha do Poço (1965), de Manuel Paiva, Grande Sertão: Veredas (1956), de Guimarães Rosa e Memorial de Maria Moura, de 1992, de Raquel de Queiroz. A donzela-guerreira integra a literatura, as civilizações, as culturas, a história e a mitologia. Desse modo, a representação dessa mulher marca o imaginário de diversificadas culturas e possibilita repensamos os papéis da mulher em distintos momentos históricos. Buscamos compreender o corpo da donzela como elemento performativo para a construção de uma identidade feminina que dialoga com o masculino, assimilando seu discurso hegemônico para burlá-lo. A compreensão de performatividade aqui adotada é trazida por Butler (2008). Assim, as contribuições da autora são pertinentes, já que considera que o masculino e feminino não são categorias possuídas de antemão, mas efeitos que produzimos por meio da realização de ações específicas

    Sou o sonho de humanidade que vocês esquecem: uma análise interseccional das opressões, a partir da poesia de Ana Mendes

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    O presente artigo trata da necessária revisão do cânone literário sob uma perspectiva interseccional, a partir da realização de rasuras no campo da representação. Defende-se o feminismo contemporâneo como um movimento de agência, apontando a intervenção política como uma de suas principais dimensões, a partir do lugar de fala. Promove-se, assim, a autorrepresentação das mulheres lésbicas escritoras, que por muito tempo foram relegadas ao lugar da não representação. Como corpus literário, elege-se o poema sem título de Ana Mendes, mulher sul-americana e lésbica, através do qual se intenta analisar a pertinência de se compreender os atravessamentos, nas representações do presente, dos seres subalternizados e, portanto, desviantes da norma na dinâmica da sociedade branca cisheteropatriarcal. Para tanto, utiliza-se como arcabouço teórico: Butler (20170, Schmidt (2017), Spivak (2010), Berth (2017), Ribeiro (2018), entre outros

    PROFISSÃO DE FÉ E DOM DE ILUDIR: INVISIBILIDADE AO DIREITO DE FALA

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    O presente artigo tem por objetivo analisar, problematizar e estabelecer um cotejo entre o poema Profissão de Fé, de Olavo Bilac (1888) e a letra de música Dom de Iludir (1986) de Caetano Veloso. Nesta ordem de ideias, busca-se evidenciar em que medida o texto literário defende o que está no cânone literário, preso ao valor estético, com a defesa da forma e o desprezo do uso da língua como ato social. Nesse sentido, os recursos estilísticos utilizados pelo poeta vinculam-se ao locus enunciativo, cujo discurso responde por determinado contexto histórico-sócio-cultural. Para tanto, a referida investigação baseia-se em um estudo de caso de caráter bibliográfico de tipologia qualitativa, contando como teóricos, entre outros: Bakhtin (1992; 2003), Brait (1997), Orlandi (1997) e Reis (1992). A abordagem aponta para o uso da linguagem como produtora de sentido, em uso, em torno de processos dialógicos. Por isso, mesmo que o poema de Olavo Bilac queira silenciar as circunstâncias de sua enunciação, esta não está imune às condições de produção, das quais fazem parte tempo e lugar de uso.  Por outro lado, a composição de Caetano Veloso já evidencia uma relação com a alteridade, confirmando a dimensão pragmático-discursiva do uso da língua, quando tematiza a mulher empoderada de direitos, rasurando a dimensão, supostamente, atemporal e universal do estético

    Histórias entrelaçadas: a dimensão da resistência em Vidas secas e Abril despedaçado

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    Esse artigo faz uma abordagem comparativa entre o romance Vidas secas (1938) de Graciliano e o filme Abril despedaçado (2001), de Walter Salles, cujo objetivo foi refletir sobre a dimensão da resistência das personagens femininas, bem como, de outras personagens, que, embora, vivendo numa condição de subjugação, e, situadas em um contexto falocêntrico, desenvolvem ao seu turno estratégias de resistência, abrem fissuras na ordem instituída e desestabilizam a hierarquia patriarcal. O referencial teórico está ancorado na teoria de Badinter; Judith Butler; Perrot; Richard; Derrida; Hutcheon; Stearns, entre outros, que se utilizam do pós-estruturalismo para construir as suas formulações. Da mesma forma, buscamos a contribuição de alguns autores cujos pontos de vista versam sobre as narrativas de ficção, sejam literárias ou audiovisuais, como: Coutinho; Cunha; Johnson; Munsterberg; Neitzel; Resende e Xavier

    Sou o sonho de humanidade que vocês esquecem: uma análise interseccional das opressões, a partir da poesia de Ana Mendes

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    O presente artigo trata da necessária revisão do cânone literário sob uma perspectiva interseccional, a partir da realização de rasuras no campo da representação. Defende-se o feminismo contemporâneo como um movimento de agência, apontando a intervenção política como uma de suas principais dimensões, a partir do lugar de fala. Promove-se, assim, a autorrepresentação das mulheres lésbicas escritoras, que por muito tempo foram relegadas ao lugar da não representação. Como corpus literário, elege-se o poema sem título de Ana Mendes, mulher sul-americana e lésbica, através do qual se intenta analisar a pertinência de se compreender os atravessamentos, nas representações do presente, dos seres subalternizados e, portanto, desviantes da norma na dinâmica da sociedade branca cisheteropatriarcal. Para tanto, utiliza-se como arcabouço teórico: Butler (20170, Schmidt (2017), Spivak (2010), Berth (2017), Ribeiro (2018), entre outros
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