35 research outputs found

    Polyphonic Memories of the Revolution

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    UID/HIS/04666/2013In the early 2010s, most Portuguese had to manage to keep their heads above the waters of a serious financial crisis, aggravated by the austerity measures imposed by the Troika in 2011. The Troika representatives left Portugal in 2014, after the bailout agreement had formally finished. There was a new horizon of economic prosperity, with prospects of improvement in the standards of living of the Portuguese. In the meantime, Portugal celebrated the 40th anniversary of the Carnation Revolution. O verdadeiro ator (2011) and O Coro dos Defuntos (2015) are two novels whose narratives use fantasy to represent the persistence of the late years of the New State and the Carnation Revolution as phantasmagoria in the collective memory. These narratives confirm that the legacy of the post-revolutionary discourse (Cardoso Pires and Lídia Jorge, among others) can shed light on the political, social and cultural tensions experienced in the 2010s, re-defining the Portuguese as the metaphor of the collectively-driven subject to overcome conflict. Ultimately, the memory of the Revolution in the 21st century shows that these are melancholic times, burdened by the lack of utopia, aggravated by the tensions between depoliticized collective memory policies and efforts to ignite hope to reverse melancholia.authorsversionpublishe

    Ladeira, A. (2020). Montanha Distante. Onyva, 159 pp. ISBN 978-9895301904.

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    UIDB/04666/2020 UIDP/04666/2020publishersversionpublishe

    UMA QUESTÃO DE TIMING: ASPECTOS DA CONSAGRAÇÃO DE JOSÉ SARAMAGO NO BRASIL

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    O PRESENTE ARTIGO IDENTIFICA OS TRÊS FACTORES FUNDAMENTAIS QUE DETERMINARAM O SUCESSO EDITORIAL DE JOSÉ SARAMAGO NO BRASIL: A ESCOLHA DO MOMENTO CERTO DA PUBLICAÇÃO DE CADA UM A DAS OBRAS, DE ACORDO COM A EVOLUÇÃO DO CONTEXTO POLITICO, SOCIAL E CULTURAL; A CONSTRUÇÃO DA SUA BIOGRAFIA ORIENTADA; E A IMPORTÂNCIA DAS EDITORAS QUE PUBLICARAM A SUA OBRA. O AUTOR BENEFICIOU DAS RELAÇÕES DOS AGENTES DE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO LITERÁRIAS QUE REFORÇARAM A VISIBILIDADE NO CAMPO LITERÁRIO, COMBINANDO O PRESTÍGIO LITERÁRIO E O SUCESSO COMERCIAL

    utopia num diálogo entre amigos sobre a revolução

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    UID/HIS/04666/2013 UIDB/04666/2020 UIDP/04666/2020Em 2012, Joana Barra Vaz realizou Meu Caro Amigo Chico, um documentário musical estruturado como resposta a Tanto Mar (1975, 1978) de Chico Buarque. Com a participação de vários músicos portugueses que cresceram a partir da década de 70, Meu Caro Amigo Chico é um filme que pensa Portugal, o país construído após a Revolução dos Cravos e imerso numa crise socioeconómica no fim da primeira década do Século XXI. O presente artigo defende que, neste filme e num contexto de pós-memória, o 25 de Abril, que despoletou uma onda de esperança a partir de 1974, representa a utopia partilhada em língua portuguesa em 2012, opondo-se a uma memória essencialmente despolitizada, incentivada pelo Neoliberalismo vigente e resultante de uma diagnose coletiva (Gil, 2004). Esta utopia não deixa de refletir a existência de um espaço atlântico que persiste latente no imaginário luso (Lourenço 2015), e que emerge como forma de ultrapassar a condição semiperiférica portuguesa (Santos, 2011).publishersversionpublishe

    Abril Desconstruído em Olhares Cinematográficos

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    UIDB/04666/2020 UIDP/04666/2020Os anos de transição da primeira para a segunda décadas do século XXI constituíram um período de severa crise económico-financeira com consequências sociais desastrosas. Simultaneamente, aproximavam-se as celebrações do quadragésimo aniversário da Revolução dos Cravos. As crises constituem oportunidades para momentos de inquirições, sobretudo, por quem o 25 de abril constitui o ano zero da democracia portuguesa. A presente comunicação discute alguns filmes de realizadores nascidos após a revolução, como as curtas-metragens O voo da papoila, de Nuno Portugal (2011), Caça-Revoluções, de Margarida Rêgo (2013) e as longas-metragens Águas Mil, de Ivo Ferreira (2011) e Linha Vermelha, de José Filipe Costa (2012), defendendo que neles o olhar do realizador é um olhar inquiridor sobre o passado e descrente em certezas e memórias oficiais. As interrogações partem de fotografias, cartas, documentos e narrações sobre a revolução, sendo que o fio exegético que une as imagens desenrola-se, desconstruindo certezas e, sobretudo, as tensões que o conceito absoluto de “verdade oficial” produz em termos políticos e sociais conforme, de resto, demonstrado na investigação académica de Loff, Piedade e Soutelo (2015) e Godinho (2014), entre outros. A presente comunicação reflete igualmente como o olhar desconstrutor presente nos filmes realizados nestes anos acompanha exercícios semelhantes, presentes em romances publicados nesta altura, como O verdadeiro ator, de Jacinto Lucas Pires (2011), sugerindo uma conformidade de disposições e de olhares que, não obstante serem predominantemente de uma mesma geração, a ela não se limita.publishersversionpublishe

    Masculinities on the Wall: An Approach to Mural Representations of the Carnation Revolution in Lisbon

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    In 2014, several Portuguese muralists painted murals about the Carnation Revolution in order to celebrate its 40th anniversary. The initiative aimed at reviving the memory of the murals and graffiti painted in Portugal during the 1970s. These murals represent the memory of struggles in which the figure of the hero lends substance to the narrativity of the popular revolution that overthrew the New State dictatorship in 1974. This article argues that when analyzing those murals, they show that the memory of the Revolution generated a discursiveness represented by hegemonic masculinity, which also conforms to the gendered discourse of the neoliberal agenda. Feminism and negritude were hardly ever empowered as alternative forms of masculinity for representing the revolutionaries and were relegated to (quasi-)invisibility. The figures represented in those male-authored murals located in the center of Lisbon convey hegemonic masculinity and most have already been washed off. Those representing negritude and feminism, as alternative forms of masculinity, emerge - though not exclusively - in the urban periphery. In the periphery, they resist time and convey an interventive discourse of memory of resistance, showing what the prevailing memory discursiveness has not considered central in the Revolution

    Alunagem, Novo Espaço-Fronteira e Falência do Corpo em “Efemérides” (1999) e de “A síndroma de Abraão” (2009) de João Barreiros

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    UIDB/04666/2020 UIDP/04666/2020Quando J.F. Kennedy declarou “escolhemos ir à Lua”, na Universidade Rice, Houston, em 1962, o Presidente norte-americano elevou o programa Apollo da NASA, patrocinado pelo seu governo, a um desígnio nacional, indo ao encontro do imaginário norte-americano e centrando-se no espírito pioneiro e no cruzamento de novas fronteiras. Na sequência da alunagem da primeira nave espacial tripulada a 20 de julho de 1969, apenas cinco outras missões espaciais se seguiram, tendo a última, Apollo 17, ocorrido em 1972. Não obstante esta interrupção, a exploração do espaço e a colonização da Lua e de novos planetas têm ocupado uma posição central na ciência espacial e na temática de ficção científica. No século XX, alguns pensadores, escritores e cientistas, tal como Carl Sagan (1934-96), viram no espaço sideral uma alternativa para a progressiva destruição do planeta Terra, aliviando os males humanos, não obstante ser igualmente o século em que muitos anunciaram o “fim das utopias”. O presente artigo enquadra os pequenos contos “Efemérides” (1999) e “A síndroma de Abraão” (2009) de João Barreiros, reunidos na sua coletânea Se acordar antes de morrer (2010), na perspetiva de uma crise do imaginário utópico, argumentando que a colonização da Lua não constitui um espaço de configuração de utopia. Nos contos, a distopia desenha-se quando a utopia sai da órbita terrestre. A apropriação do espaço extraterrestre constitui o princípio da falência da configuração do corpo humano ao mesmo tempo que no espaço terrestre, se desenha a configuração do Outro alienígena quando o humano depende incondicionalmente da máquina.authorsversionpublishe

    Uma Leitura de O meu amante de domingo (2014) de Alexandra Lucas Coelho

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    UIDB/04666/2020 UIDP/04666/2020Defendo neste artigo que em O meu amante de domingo de Alexandra Lucas Coelho, o exercício social dos afetos é exercício de não conformismo perante a subalternização e invisibilização da mulher, conferindo-lhe existência particular. Por outro lado, defendo que esta escrita é um exercício antropofágico, partindo da escrita que a faz “outra” para criar uma voz própria e individual. A linguagem desta narradora, senhora da sua própria história, é dura e desbragada, mas é na afirmação da sua fala e no absoluto controlo da sexualidade do seu corpo que assegura a sua pulsão de vida. In this article, I will argue that in this novel the exercise of passion corresponds to the exercise of non-conformism against women’s subalternization and invisibility, empowering them. Furthermore, I will also argue that writing becomes an anthropophagic exercise that builds an individual voice upon the writing that domesticates women’s othering. The narrator is the master of her own story and her language is crude but it is her locus of enunciation and her absolute control of her own body that preserves her life drive.publishersversionpublishe

    Escrita Reparativa em Três Histórias de Esquecimento.

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    UIDB/00417/2020 UIDP/00417/2020 PTDC/LLT-LES/0858/2021Três Histórias de Esquecimento (2021) é uma coletânea de narrativas que reúne os já publicados A Visão das Plantas (2019) e Maremoto (2021) pela mesma editora, Relógio d’Água, e o inédito Bruma. Sendo uma coletânea que surge por iniciativa da sua autora, Djaimilia Pereira de Almeida, Três Histórias de Esquecimento centra-se nos percursos de vida de três homens que, conforme a apresentação da sua editora, são “encarnações do desespero perante perguntas a que a História não responde”: um antigo traficante de escravizados regressado a casa para morrer, um ex-combatente angolano das guerras de libertação na Guiné-Bissau que é arrumador de carros em Lisboa e um velho escudeiro negro que lia histórias à criança que foi Eça de Queiroz rememoram as suas vidas. Argumenta-se que esta coletânea se configura enquanto um projeto literário de Almeida que centraliza as vozes de figuras que fazem parte da importantes momentos que moldaram a história de Portugal e que a historiografia rasurou ou não relevou, atos que tiveram a cumplicidade da literatura portuguesa porque se esta nunca as explorou, muito menos as suas subjetividades foram consideradas. Partindo de frases breves de Os Pescadores, de Raul Brandão e da correspondência de Eça de Queiroz e da ainda não suficientemente explorada história da participação dos combatentes negros nos contingentes portugueses, Almeida inscreve-as num processo de historização contra-hegemónico, cabendo ao leitor questionar-se sobre os limites éticos do esquecimento no presente. Três Histórias de Esquecimento apresenta-se, deste modo, como uma escrita literária reparativa da memória rasurada em tempos pós-coloniais.publishersversionpublishe

    Uma Leitura Decolonial de “Eu empresto-te a Mariá” (2020) de Luísa Semedo e Um Fado Atlântico (2022) de Manuella Bezerra de Melo

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    UIDB/04666/2020 UIDP/04666/2020Embora o imaginário europeu pós-colonial descreva sociedades europeias multiculturais, este traço foi construído à custa de mão-de-obra barata amiúde considerada como facilmente assimilável e integrável (Jerónimo & Monteiro 2020). Porém, como defende Víctor Pereira (2015) sobre o caso português, os emigrantes nunca foram ouvidos. O artigo discute “Eu empresto-te a Mariá” e Um Fado Atlântico, protagonizados por subalternas imigradas, argumentando que estas narrativas questionam o pensamento classista e patriarcal subjacente ao poder neocolonial sobre o Outro, neste caso, a mulher imigrante. A representação narrativa humanizada da imigrante é uma forma de resistência que desconstrói o mito pós-colonial e capitalista sobre integração. Although the postcolonial European imaginary describes multicultural Europeansocieties, this trait was built at the expense of cheap workforce, often considered easilyassimilated and integrated (Jerónimo & Monteiro 2020). As Víctor Pereira (2015) argues onthe Portuguese case, emigrants were never heard. This article discusses “Eu empresto-tea Mariá” and Um Fado Atlântico whose protagonists are immigrant women servants, andargues that these narratives question the patriarchal and classist mindset underlying theneocolonial power over the Other, the immigrant woman in this case. The humanizingnarrative representation of the immigrant woman is an act of resistance that deconstructsthe postcolonial and capitalist myth of integration.publishersversionpublishe
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