Crise tireotóxica: revisão da literatura / Thyrotoxic crisis: review of the literature

A crise tireotóxica também pode ser conhecida como tempestade tireoidiana. Trata-se de uma complicação grave do excesso de hormônios tireoidianos circulantes com manifestação clínica, secundário ou não ao hipertireoidismo. A doença de Graves é a causa mais comum associada à crise tireotóxica. O objetivo desse estudo é revisar sobre a crise tireotóxica, compreendendo epidemiologia, fisiopatologia, manifestações clinicas, diagnóstico e tratamento. Os bancos de dados Pubmed, Diretrizes e UpToDate foram pesquisados eletronicamente utilizando os descritores doença de Graves; crise tireotóxica; hipertireoidismo nos idiomas inglês e português. O diagnóstico é clínico, podendo ser acompanhado de exames complementares como função tireoidiana, glicemia, hemograma, eletrólitos, avaliação hepática e eletrocardiograma. O tratamento é pautado tanto com medicamentos usuais para hipertireoidismo em dosagem mais alta e em maior frequência, como também em medicamentos adicionais como glicocorticoides e solução de iodo. Além da terapia específica direcionada contra a tireoide, a terapia de suporte em uma unidade de terapia intensiva (UTI). A cirurgia é uma opção, especialmente para pacientes com hipertireoidismo com manifestações cardiovasculares como é o caso da paciente do caso relatado

INFLUÊNCIA DA PANDEMIA DE COVID-19 NA COBERTURA DE MAMOGRAFIA EM GOIÁS, BRASIL: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE 2015 A 2020

Introdução: O câncer de mama é o câncer mais incidente em mulheres no mundo e a mamografia é o único exame cuja aplicação em programas de rastreamento apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade por câncer de mama. No entanto, o cenário pandêmico da Covid-19 causou uma acentuada diminuição na procura dos pacientes para a realização mamografia. Objetivo: Analisar os reflexos da pandemia do COVID-19 na cobertura do exame de mamografias realizadas em Goiás, comparando os resultados encontrados com o apuramento dos anos entre 2015 a 2020. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo em que foram analisados dados acerca de pacientes com faixa etária entre 40 anos ou mais, que realizaram mamografias no estado de Goiás no período de 2015 a 2020 através do DATASUS, TABNET. Resultados: Em 2015, foram realizados um total de 68.681. Em 2016, obteve-se um aumento de 7.321 exames de mamografia anuais. No ano 2017 notou-se diminuição no total de exames anuais de mamografias realizadas. Em 2018 o número total de mamografias feitas anuais voltou a crescer, porém, se manteve abaixo do limiar alcançado em 2016. Em 2019 um total de 89.572 mamografias foram executadas. Em 2020 47.320 mamografias foram realizadas. Discussão: 2020 foi o ano em que ocorreu o maior percentual de decréscimo na cobertura do exame de mamografia em Goiás, Brasil. Diante desse cenário desencorajador à busca por realização de mamografias aliado ao medo de infecção pelo Sars-CoV-2 em ambiente hospitalar, cerca de 4.000 casos de câncer de mama provavelmente não foram diagnosticados em 2020. Conclusão: Após o início da pandemia houve uma queda significativa na quantidade de rastreios realizados no estado de Goiás. Faz-se necessário, portanto, observar como a diminuição da quantidade de mamografias pode afetar negativamente a incidência do câncer de mama

Immunological mechanisms involved in macrophage activation and polarization in schistosomiasis

Human schistosomiasis is caused by helminths of the genus Schistosoma. Macrophages play a crucial role in the immune regulation of this disease. These cells acquire different phenotypes depending on the type of stimulus they receive. M1 macrophages can be ‘classically activated’ and can display a proinflammatory phenotype. M2 or ‘alternatively activated’ macrophages are considered anti-inflammatory cells. Despite the relevance of macrophages in controlling infections, the role of the functional types of these cells in schistosomiasis is unclear. This review highlights different molecules and/or macrophage activation and polarization pathways during Schistosoma mansoni and Schistosoma japonicum infection. This review is based on original and review articles obtained through searches in major databases, including Scopus, Google Scholar, ACS, PubMed, Wiley, Scielo, Web of Science, LILACS and ScienceDirect. Our findings emphasize the importance of S. mansoni and S. japonicum antigens in macrophage polarization, as they exert immunomodulatory effects in different stages of the disease and are therefore important as therapeutic targets for schistosomiasis and in vaccine development. A combination of different antigens can provide greater protection, as it possibly stimulates an adequate immune response for an M1 or M2 profile and leads to host resistance; however, this warrants in vitro and in vivo studies

Ametropias em pacientes diagnosticados com infecção congênita por uma das TORCH

 Existem doenças que cursam com alterações oftalmológicas devidos doenças de transmissão vertical. Elas são conhecidas pelo acrônimo TORCH (Toxoplasmose, Outros, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes) e seu rastreio está indicado em todas as gestantes que acompanham o pré-natal regularmente, pelo risco de infecção e, subsequentemente, ação teratogênica que impacta no crescimento fetal. Dessa forma, a detecção precoce das TORCH é de extrema relevância na população pediátrica, pois quando há o rastreamento no início da doença, é possível traçar medidas de intervenção que possibilitam acomodação da visão e maior qualidade de vida.  Dado o exposto, o objetivo do presente estudo é descrever, por meio de revisão de literatura, as alterações refracionais decorrentes de infecção congênita por uma das TORCH (toxoplasmose. rubéola, citomegalovírus, herpes, zika e sífilis)

A influência da síndrome de ovários policísticos e síndrome metabólica na escolha do tipo de parto: revisão de literatura

Introduction: Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) and Metabolic Syndrome (MS) are interconnected through various physiological pathways, and their coexistence may have significant implications, especially during pregnancy and the childbirth process. During pregnancy, women with PCOS and MS may face an increased risk of obstetric complications. Regarding the impact on childbirth, PCOS and MS can influence the choice of the type of delivery. Methodology: This work constitutes a literature review, following the systematization with the five pillars described below. 1) Problem statement: "What is the influence of PCOS and MS on the choice of the type of delivery?". 2) Relevant studies were identified using the PUBMED platform with the descriptors "Metabolic Syndrome, Polycystic Ovary Syndrome, Parturition, Pregnancy," PUBMED all in accordance with MESH. 3) Initially, 11 studies were selected; 4 were discarded after a thorough reading as they did not contribute to the problem statement. 4) Data extraction was performed using a text editing program. 5) Experts were consulted. Results: The studies revealed that PCOS and MS are associated with a clinically significant increase in the risk of complications during pregnancy compared to control groups. Additionally, there is a 3 to 4 times higher likelihood of developing pregnancy-induced hypertension and preeclampsia, a threefold increase in the risk of gestational diabetes, and a twofold likelihood of premature birth. The elevated obstetric risk for women with PCOS is reflected in a higher rate of spontaneous abortion. Moreover, it was observed that, compared to the general population, PCOS and MS are more associated with cesarean delivery. Conclusion: Cesarean delivery is predominant in patients with PCOS and MS. Furthermore, there is a higher risk of developing pregnancy-induced hypertension, preeclampsia, and premature birth.Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a síndrome metabólica (SM) estão interligadas por várias vias físicas, e sua coexistência pode ter implicações significativas, especialmente durante a gravidez e no processo de parto. Durante a gravidez, as mulheres SOP e SM podem enfrentar um risco aumentado de complicações obstétricas. Quanto ao impacto no parto, a SOP e a SM podem influenciar a escolha do tipo de parto Metodologia: Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura, de acordo com a sistematização com os 5 pilares descritos a seguir. 1) Questão problema: “Qual a influência da SOP e SM na escolha do tipo de parto?”. 2) Estudos relevantes foram identificados utilizando na plataforma PUBMED os descritores “Metabolic Syndrome, Polycystic Ovary Syndrome, Parturition, Pregnancy”, na PUBMED, todos de acordo com MESH. 3) 11 estudos foram selecionados inicialmente, 4 foram descartados mediante leitura completa por não contribuir com a questão problema. 4) A extração de dados foi realizada em um programa de edição de texto. 5) Especialistas foram consultados.  Resultado: Os estudos revelaram que a SOP e SM estão associadas a um aumento clinicamente significativo no risco de complicações durante a gravidez, em comparação com os grupos de controle. Além disso, há uma probabilidade de 3 a 4 vezes maior de desenvolver hipertensão causada pela gravidez e pré-eclâmpsia, um aumento de 3 vezes sem risco de diabetes gestacional e uma probabilidade duas vezes maior de parto prematuro. O risco obstétrico elevado para mulheres com SOP se reflete em uma maior taxa de aborto espontâneo. Diante disso, observou-se que em relação a população em geral, SOP e SM associam-se mais com o parto cesariano. Conclusão: O parto cesariano é predominante em pacientes com SOP e SM. Além disso, há maior risco de desenvolver hipertensão causada pela gravidez, pré-eclâmpsia e parto prematuro

Perspectivas atuais sobre o uso de psilocibina no manejo da depressão resistente: revisão sistemática

A depressão resistente ao tratamento é um desafio global, impactando negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, a psilocibina, um composto psicodélico presente em certos cogumelos, desperta interesse como possível intervenção terapêutica. Seu potencial para influenciar positivamente o humor e a cognição, através da ativação dos receptores de serotonina no cérebro, sugere uma nova abordagem no tratamento da depressão resistente. Este estudo busca analisar as perspectivas atuais sobre o uso da psilocibina nesse contexto, destacando a necessidade de mais pesquisas sobre seus efeitos e segurança para sua integração clínica. Este estudo, baseado em uma revisão sistemática da literatura científica, abrange o período de 2016 a 2024, utilizando as bases de dados PubMed (Medline), Cochrane Library e Scientific Electronic Library Online (SciELO). No primeiro estudo, os efeitos agudos da psilocibina foram detectáveis de 30 a 60 minutos após a administração, atingindo o pico em 2 a 3 horas e diminuindo após pelo menos 6 horas. A substância foi bem tolerada, com eventos adversos leves e transitórios. Houve uma redução significativa nos sintomas depressivos, ansiedade e anedonia após o tratamento com doses altas. O segundo estudo envolveu 233 participantes distribuídos em grupos de doses diferentes. Houve uma redução significativa nos sintomas depressivos após o tratamento, com doses mais altas apresentando uma diferença estatisticamente maior em comparação com a dose mais baixa e o grupo de controle. Eventos adversos, como dor de cabeça e náusea, foram comuns entre os participantes. O terceiro estudo abordou as perspectivas futuras para o tratamento com psilocibina para depressão resistente. Recomendações incluíram equilibrar o tempo dos pacientes e terapeutas, aumentar gradualmente a intensidade das sessões e integrar a terapia sustentada ao tratamento. O envolvimento de pacientes experientes e estudos naturalísticos adicionais foi destacado como importante para abordagens mais personalizadas. Em resumo, a psilocibina mostra potencial como tratamento para a depressão resistente, com redução significativa dos sintomas depressivos e boa tolerabilidade. No entanto, são necessárias mais pesquisas para confirmar sua eficácia e segurança, destacando a importância de estudos adicionais e ensaios clínicos controlados

Níveis disfuncionais de ansiedade relacionada ao Coronavírus em estudantes de medicina: Dysfunctional levels of Coronavirus-related anxiety in medical students

As preocupações com a saúde mental das pessoas afetadas pela pandemia de coronavírus não foram abordadas adequadamente. Isso é surpreendente, uma vez que tragédias em massa, particularmente aquelas que envolvem doenças infecciosas, muitas vezes desencadeiam ondas de medo e ansiedade elevados que são conhecidos por causar perturbações maciças no comportamento e no bem-estar psicológico de muitos na população. Assim, o objetivo desse trabalho é demonstrar os níveis disfuncionais de ansiedade relacionada ao coronavírus em estudantes de medicina. Para isso, foi realizado uma revisão sistemática sobre a temática

Pervasive gaps in Amazonian ecological research

Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear un derstanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5–7 vast areas of the tropics remain understudied.8–11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world’s most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepre sented in biodiversity databases.13–15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may elim inate pieces of the Amazon’s biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological com munities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple or ganism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region’s vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most ne glected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lostinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

Pervasive gaps in Amazonian ecological research

Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear understanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5,6,7 vast areas of the tropics remain understudied.8,9,10,11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world's most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepresented in biodiversity databases.13,14,15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may eliminate pieces of the Amazon's biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological communities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple organism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region's vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most neglected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lost