10 research outputs found
As “Minorias” nos Espaços de (Re) Existência / The “Minorities” in the Spaces of (Re) Existence
Este texto é fruto das análises das informações obtidas durante a pesquisa-ação realizada durante o Movimento Ocupa ocorrido entre os meses de outubro a dezembro de 2016. Trazemos para o momento atual o debate sobre o movimento estudantil Ocupa, para refletirmos sobre as situações de opressão vividas pelos jovens que participaram do movimento em um período conhecido como “Primavera Estudantil”. Como percurso metodológico trilhamos os procedimentos da pesquisa-ação referenciada por Thiollent 2000), o envolvimento participativo deu-se nas diversas atividades no/do Movimento, ao mesmo tempo que resolvíamos questões políticas e de relações interpessoais íamos (re) planejando as próximas ações. O público participante foi constituído por estudantes considerados ‘excluídos’ da elite acadêmica apelidados como indisciplinados, problemáticos, rebeldes, partidários a causas anarquistas. Articulados em coletivos chegaram com a pauta das opressões históricas sofrida, reivindicaram seus conteúdos de afirmação como cidadãos, estabeleceram novos parâmetros de convivência social sustentado na democracia participativa e exigiram da universidade o respeito as suas identidades. Ao final do movimento e da pesquisa concluímos que os Coletivos das minorias, devem continuar a produzir espaços de resistência criativa, espaços de vivências educacional, político e social, resultando em uma alternativa verdadeira para o campo da representativa
As (não) relações curriculares entre a epistemologia quilombola e a educação escolar
O presente trabalho debruça-se sobre a organização da resistência quilombola da comunidade do Fojo em Itacaré - Bahia e os processos educativos nela vivenciados. Objetiva compreender como esses processos educativos contribuíram e contribuem para as vivências cotidianas dos elementos constitutivos da epistemologia quilombola, seus saberes e conhecimentos. Subsidiado teoricamente nos referenciais da educação popular, especialmente nas obras de Paulo Freire, cultura popular e epistemologia, como abordada por Enrique Dussel e Boaventura de Souza Santos. Orientadas pelos aportes da pesquisa colaborativa, a inserção na comunidade foi realizada na perspectiva etnográfica. Os dados coletados durante a inserção, registrados em diário de campo, foram extraídos das falas, dos gestos, dos cenários, da reunião da Associação, a sala da casa, da cozinha, do quintal, do terreiro - frente e lateral da casa, do ramal de acesso às residências, da sala de aula, da área em frente à escola, da beira do rio, também realizamos seis entrevistas. Três grupos de análise dos processos educativos oriundos do campo da epistemologia quilombola são categorizados: o domicilio existencial; a epistemologia da natureza e o território comunitário, em seguida analisamos os processos educativos da memória e da identidade quilombola do Fojo. Além de apresentar e discutir tais processos, estabelecemos diálogos possíveis entre os processos educativos da comunidade e o da escola local, entendendo que homens e mulheres quilombolas tenham na escola um espaço de fortalecimento de seus territórios identitários
A Interface do Mestrado Profissional em Educação com a Formação de Professores da Educação Básica
O presente artigo apresenta o Programa de Pós Graduação em Formação de Professores – UESC -, e suas interfaces com a Educação Básica. Problematiza os processos formativos a partir das experiências vividas no cotidiano das práticas na docência e/ou na gestão. De natureza intervencionista a pesquisa desenvolvida nos projetos encaminha a formação do professor-pesquisador para a troca de experiências colaborativas, principalmente, no campo da educação infantil e da alfabetização. A integração do Programa com as escolas da Educação Básica tem proporcionado à Universidade pensar-se como debatedora das políticas públicas educacionais, comprometendo-se enquanto formadora de professores capazes de enfrentar problemas reais do processo educativo nas diversas atividades da educação dos municípios. Por fim, apresenta depoimentos dos egressos que colaboram para o entendimento da base teórico-metodológica da estrutura curricular e do rigor técnico-científico da formação
A leitura do lugar nas aulas de geografia do 6º ano como possibilidade para compreensão da realidade / Reading the place in the 6th year geography classes as a possibility for understanding reality
O lugar é um dos conceitos básicos da Geografia e assume papel imprescindível, visto que através da análise do mesmo é possível entender como as sociedades se apropriam e interagem no espaço vivido. Assim, o presente artigo discute acerca da leitura do lugar como possibilidade para a compreensão da realidade. Isto por acreditar que um trabalho nessa perspectiva proporcionará ao aluno maior entendimento dos fenômenos que ocorrem nas escalas local, regional, nacional e global, além de contribuir para o desenvolvimento de reflexões que promovam a criticidade e maior autonomia na construção do saber geográfico. Para tanto, buscou-se analisar se o conceito de lugar está sendo trabalhado pelos professores que ministram aulas de Geografia no 6º ano e identificar como eles trabalham esse conceito. Além disso, analisar o entendimento dos mesmos acerca do conceito de lugar, bem como averiguar a percepção deles acerca do lugar enquanto espaço de vivência. A metodologia proposta baseou-se em pesquisa bibliográfica, desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos científicos, PCN de Geografia, entrevista com professores e questionário aplicado aos alunos. Com base na análise dos dados, constatou-se que os professores negligenciam o conceito de lugar, visto que o trabalham de forma superficial e desarticulado das demais escalas, dificultando assim, o entendimento do aluno quanto a esse conceito
Cala boca menino! O menino não cala, resiste
O presente ensaio teórico apresenta o debate sobre a resistência política educacional travada a partir do movimento que impôs a ocupação em diversas Universidades públicas e Escolas do Ensino Médio por todo país. O Ocupa entra no debate político educacional nacional como luta contrária as decisões anti populistas do atual governo pós-impeachment/2016, problematizando a experiência de jovens estudantes que lutam pela democracia no país e por uma educação pública que respeite a diversidade e seja construída com os grupos populares. No campo teórico discutimos a resistência tendo como base a educação conscientizadora de Freire (1992), a epistemologia do sul de Santos (2005 ) e a exteriorização de Dussel (1997). Orientado por uma interpretação de sociedade na sua fase pós-colonial, o texto situa o movimento Ocupa como estratégia de resistência que sofre situações de opressão através da violência física e ideológica, mas que não foi suficientemente forte para extinguir a esperança dos estudantes que continuam a demonstrarem para toda sociedade as propostas explicitadas de resistência: é na negociação e no conflito que o movimento Ocupa foi tomando forma e conteúdo político educacional
Resistência e seus processos educativos na comunidade negra rural Quilombola do Fojo - BA
This paper focuses on the practice of resistance of the maroon organization in the community of Fojo in Itacaré Bahia, and its educational processes. It aims at understanding how these educational processes have contributed to the daily experiences of the constituent elements of resistance in the black community, which are ancestry, memory and identity. This study is theoretically based on popular education authors, especially Paulo Freire, Ernani Maria Fiori and Petronilla Beatriz Gonçalves e Silva. It is also based on popular culture and epistemology as discussed by Enrique Dussel and Boaventura de Souza Santos, in order for us to understand the maroons in their epistemology of resistance. The ethnographic research method was supported by collaborative knowledge. The inclusion in the community took place on two different moments: from March to September 2011 and from April to May 2012. 33 people from eight families participated in the research. The data collected during the insertion period, recorded in a field diary, were taken from speeches, gestures, sceneries, Association meetings, the living-room, the kitchen, the backyard, the yard front and side of the house, the way of access to the houses, the classroom, the area in front of the school, the riverside. We also interviewed six locals. The data indicate that the families daily practices, the households organization, the relationship with nature, the meaning of women to the community and the extent of territory beyond the geographical borders reveal the existence of ancestral ethos and structure epistemological and historical strategies of resistance in the black community and their educational processes. The research points to three possible ways of analyzing the educational processes in relation to maroon resistance: the existential household, the epistemology of nature and the community territory. Besides presenting and discussing such processes, we also try to establish possible dialogues between the education processes of the community and those of the local school. We understand that men and women in the maroon community have the school as a place for the strengthening of their identity territories.O presente trabalho debruça-se sobre a prática de resistência da organização quilombola da comunidade do Fojo em Itacaré - Bahia e os processos educativos nela vivenciados. Objetiva compreender como esses processos educativos contribuíram e contribuem para as vivências cotidianas dos elementos constitutivos da resistência quilombola: a ancestralidade, a memória e a identidade. Subsidiado teoricamente nos referenciais da educação popular, especialmente nas obras de Paulo Freire, Ernani Maria Fiori e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva; e, cultura popular e epistemlogia, como abordada por Enrique Dussel e Boaventura de Souza Santos, buscamos entender o quilombo na sua epistemologia da resistência. A metodologia da pesquisa do tipo etnográfica foi subsidiada pelos aportes do conhecimento colaborativo, a inserção na comunidade aconteceu no período de março a setembro de 2011 e abril e maio de 2012. Participaram da pesquisa 33 pessoas de oito núcleos familiares. Os dados coletados durante a inserção, registrados em diário de campo, foram extraídos das falas, dos gestos, dos cenários, da reunião da Associação, a sala da casa, da cozinha, do quintal, do terreiro - frente e lateral da casa, do ramal de acesso às residências, da sala de aula, da área em frente à escola, da beira do rio, também realizamos seis entrevistas. Três grupos de análise dos processos educativos oriundos do campo da ancestralidade quilombola são categorizados: o domicilio existencial; a epistemologia da natureza e o território comunitário, em seguida analisamos os processos educativos da memória e da identidade quilombola do Fojo. Além de apresentar e discutir tais processos, estabelecemos diálogos possíveis entre os processos educativos da comunidade e o da escola local, entendendo que homens e mulheres quilombolas tenham na escola um espaço de fortalecimento de seus territórios identitários
Panorama sobre a diversidade sexual nas escolas: dizeres das/os professoras/es
Nos últimos anos, a diversidade sexual e o currículo escolar são tópicos das discussões mais evidenciadas na escola. Assim, é necessário estudo para analisar como o espaço escolar tem se colocado ante isso. Este artigo possui o objetivo de apresentar e discutir alguns resultados inerentes a um questionário aplicado na rede pública de ensino do município de Gandu-Bahia, para a dissertação no Mestrado Profissional em Educação Profissional, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), abordando questões acerca da educação, do currículo e da diversidade sexual no âmbito escolar. O método adotado é um estudo de caso do tipo participante, com abordagem metodológica qualitativa realizada a partir da aplicação dos questionários semiestruturados que fez parte do instrumento para coleta de dados. A análise dos resultados foi realizada a partir da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977). Com base na análise dos dados coletados, evidencia-se que a formação dos docentes acerca do assunto é um caminho a ser traçado para a compreensão sobre currículo, diversidade e as identidades sexuais, haja vista que na rede municipal de ensino de Gandu-Bahia não há políticas de formação continuada inerentes para o estudo acerca da temática que propicie saberes e possibilidades de fazeres na atuação docente