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“Elas têm um outro jeito de ser, de resistir”: a narrativa de mulheres sobre o feminismo e a sua militância durante a ditadura civil-militar brasileira.
KREUZ, Débora Strieder. “Elas têm um outro jeito de ser, de resistir”: a narrativa de mulheres sobre o feminismo e a sua militância contra a ditadura civil-militar brasileira. 2015. 139f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
This dissertation addresses the clandestine militant women against Brazilian civilmilitary dictatorship, in order to understand how their actions influence the formation of the national women's movement. We discussed, from gender and memory concepts, the main aspects that make up its narrative about the period, emphasizing the perception Second Wave of feminism as a social movement that initially was being articulated. Likewise, we analyzed the importance of the women membership in the articulation of the national women's movement. Based on the propositions listed in the Oral History, we interviewed seven women who fought against the Brazilian dictatorship in order to investigate how and if there are evidences that gender permeate in their narratives. In order to complement the main source of research, we used some documents and periodicals of clandestine organizations from that time to visualize if the feminist slant demands were addressed in those spaces. Analyzing these sources we realized that women's participation in the resistance groups had a huge importance for the perception hitherto prevalent, which the socialist revolution would solve the problems arising from the gender, were left out, considering that in the relations between fellow militants, the social roles determined men and women were, most often, maintained. After the decimation of leftist groups many activists began to act in the feminist movement and timidly creating a new form of militancy. We recognized an intrinsic relationship between the memorials rearrangements on feminism and its demands and the subsequent advocacy or research related to it. Thus, we concluded that the militancy against the dictatorship was essential to form the national women's movement in that context
freedom‟s restriction.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESA presente dissertação aborda a militância clandestina de mulheres contra ditadura civil-militar brasileira, de maneira a compreender como sua atuação influenciou a formação do movimento feminista nacional. Discutimos, a partir dos conceitos de gênero e memória, os principais aspectos que compõe a sua narrativa sobre o período, enfatizando a percepção sobre o feminismo de Segunda Onda enquanto movimento social que inicialmente se articulava. Da mesma forma, analisamos a importância da militância de tais mulheres para a articulação do movimento feminista nacional. Partindo das proposições elencadas pela História Oral, foram realizadas sete entrevistas com mulheres que lutaram contra a ditadura brasileira, de maneira a investigar como, e se, elementos que constituem o gênero perpassam as suas narrativas. De maneira a complementar a fonte de pesquisa principal foram utilizados alguns documentos e periódicos das organizações clandestinas, de maneira a visualizar se demandas de cunho feminista eram pauta de tais espaços. A partir da análise das fontes percebemos que a participação das mulheres nos grupos de resistência foi de suma importância para que a percepção até então predominante, de que a revolução socialista resolveria os problemas advindos do gênero, fosse deixada de lado, tendo em vista que nas relações entre companheiros de militância, os papéis sociais determinados a homens e mulheres eram, na maioria das vezes, mantidos. Após a dizimação dos grupos de esquerda, muitas militantes passaram a atuar no movimento feminista, de maneira que o mesmo, ainda que de forma tímida, passasse a ser uma nova forma de militância. Percebemos assim uma intrínseca relação entre os rearranjos memoriais sobre o feminismo e suas demandas e a posterior militância ou pesquisas a ele relacionadas. Dessa forma concluímos que a militância contra a ditadura foi fundamental para que o movimento feminista nacional se formasse naquele contexto de cerceamento de liberdades.
This dissertation addresses the clandestine militant women against Brazilian civil-military dictatorship, in order to understand how their actions influence the formation of the national women's movement. We discussed, from gender and memory concepts, the main aspects that make up its narrative about the period, emphasizing the perception Second Wave of feminism as a social movement that initially was being articulated. Likewise, we analyzed the importance of the women membership in the articulation of the national women's movement. Based on the propositions listed in the Oral History, we interviewed seven women who fought against the Brazilian dictatorship in order to investigate how and if there are evidences that gender permeate in their narratives. In order to complement the main source of research, we used some documents and periodicals of clandestine organizations from that time to visualize if the feminist slant demands were addressed in those spaces. Analyzing these sources we realized that women's participation in the resistance groups had a huge importance for the perception hitherto prevalent, which the socialist revolution would solve the problems arising from the gender, were left out, considering that in the relations between fellow militants, the social roles determined men and women were, most often, maintained. After the decimation of leftist groups many activists began to act in the feminist movement and timidly creating a new form of militancy. We recognized an intrinsic relationship between the memorials rearrangements on feminism and its demands and the subsequent advocacy or research related to it. Thus, we concluded that the militancy against the dictatorship was essential to form the national women's movement in that context freedom?s restriction
O cinema como recurso pedagógico: relato de uma pibidiana e sua experiência
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID foi criado com o intuito de fomentar os estudantes dos cursos de licenciatura a permanecerem na carreira docente. O presente trabalho é fruto da experiência enquanto pibidiana do curso de História da Universidade Federal de Pelotas. Busca-se apresentar e analisar as principais percepções enquanto estudante sobre o trabalho docente na mencionada disciplina bem como tecer comentários sobre o uso do cinema como ferramenta pedagógica – projeto de inserção dos pibidianos nas escolas da rede pública de Pelotas. Foram realizadas sessões de cinema com prévia e posterior discussão com os alunos, para que estes demonstrassem suas percepções acerca do texto fílmico. Sabe-se que o uso de tal recurso não é novidade nas aulas de História, contudo, buscou-se, por meio de estudos e posterior prática, oferecer uma nova perspectiva, mais aprofundada, sobre o tema em questão. Como metodologia do trabalho será utilizada a descrição da experiência e seus resultados, pontos favoráveis e desfavoráveis serão problematizados teoricamente, de forma a colaborar com a formação dos professores que se utilizarão de tal ferramenta como meio didático para que as aulas de História sejam mais palpáveis a partir da perspectivados estudantes
Ser exilada na Argélia: reflexões a partir das memórias de três mulheres brasileiras (1969-1979)
O artigo buscará analisar a trajetória no exílio de três mulheres brasileiras que passaram pela Argélia entre os anos de 1969 e 1979: Ana Angélica Lins de Albuquerque Melo, Carmen Helena Barbosa do Vale e Yara Regina Gouvêa. Buscaremos compreender, a partir de narrativas orais, como as mesmas rememoram o período: desde as estratégias para a saída do Brasil, viver em um país sobremaneira diferente, bem como as formas de resistência elaboradas a partir de então e o processo de retorno. Atentaremos, sobretudo, para a forma com que o gênero é articulado no seu processo de rememoração. Assim, espera-se contribuir para o debate sobre o exílio e suas múltiplas possibilidades de análise, tendo em vista que, só recentemente, o mesmo tem ganhado espaço na historiografia brasileira
Da “meca da revolução” a “um país vazio” : o exílio brasileiro na Argélia (1965-1979)
A partir das premissas da segurança nacional, a ditadura brasileira, vigente entre 1964 e 1985, fez com que saíssem do país milhares de brasileiros: foram os exilados. Um dos países que os acolheu foi a Argélia. Independente da França em 1962, adotou uma política de não-alinhamento às duas potências que emergiram da Segunda Guerra, trazendo para o debate a ideia de solidariedade entre o Terceiro Mundo. Assim, a presente tese busca compreender o processo de exílio nesse país, desde as formas de saída do Brasil, as relações que lá se estabeleceram e a forma com que a ditadura brasileira monitorou os mesmos, a partir do prisma do inimigo interno. Por fim, busco analisar como que se desenrolaram as relações entre os estados brasileiro e argelino. Para a realização da proposta utilizei principalmente três tipos de fontes: memórias de exilados que em algum momento passaram pela Argélia (orais e escritas); documentos dos órgãos de informação da ditadura que se encontram no Arquivo Nacional e a documentação diplomática trocada entre a Embaixada do Brasil em Argel e Ministério das Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty. Concluí que o país africano recebeu brasileiros em momentos distintos, com destaque para o intervalo entre 1965 e 1974, quando o fluxo de exilados ocorreu de maneira mais intensa. Foi possível identificar dois grupos: o primeiro vinculado ao governador deposto de Pernambuco, Miguel Arraes, que chegou ao país em 1965 e, a partir de então aglutinou pessoas sobretudo vinculadas ao seu governo; o segundo, identificado com a luta armada, e que utilizou a Argélia como um espaço para a obtenção de documentos e rearticulação política, com o objetivo central de retornar ao Brasil. Assim, compreendi a Argélia como um destino de exílio possível em distintos momentos e em cujo território os exilados encontraram um espaço seguro para se estabelecer. Diferentemente do que ocorreu em outros territórios, em que o aparato de vigilância brasileiro se estabeleceu de maneira ostensiva com o CIEx, na Argélia a embaixada era um espaço de atuação mais restrita contra a comunidade exilada, basicamente de monitoramento, embora as relações diplomáticas entre os países tivessem se mantido por todo o período em análise.The Brazilian dictatorship, in force between 1964 and 1985, based on the premises of national security, made thousands of Brazilians leave the country: they became the exiles. One of the countries that welcomed them was Algeria. Independent of France in 1962, Algeria started a policy of non-alignment with the two powers that emerged from World War II, opening to the debate an idea of solidarity between the Third World. Thus, the present thesis seeks to understand the process of exile in that country, from the ways of leaving Brazil, the relations that were established there and the way in which the Brazilian dictatorship monitored the exiles, from the perspective of the internal enemy. Finally, I seek to analyze how the relations between the Brazilian and Algerian states unfolded. For the realization of the proposal, I mainly used three types of sources: memories of the exiles (oral and written), who at some point passed through Algeria; documents from the dictatorship's media that were obtained in the National Archives and diplomatic documents exchanged between the Brazilian Embassy in Algeria and the Ministry of Foreign Affairs, known as Itamaraty. I concluded that Algeria received Brazilians at different times, especially between 1965 and 1974, when the flow of exiles occurred more intensely. It was possible to identify two groups: the first group, linked to the deposed governor of Pernambuco, Miguel Arraes, who arrived in the country in 1965 and, since then, brought together people linked to his government; the second, identified with the armed struggle, which used Algeria as a space for obtaining documents and political articulation, with the main objective of returning to Brazil. In this way, I understood Algeria as a possible exile destination at different times and a territory where the exiles found a safe space to settle. Unlike in other places where the Brazilian surveillance apparatus was ostensibly established with the CIEx, in Algeria the embassy was a more restricted area of action against the exiled community, basically of monitoring, although diplomatic relations between the two countries had remained throughout the period under review
O exílio brasileiro na Argélia (1964-1979): breves notas para o debate
The present work seeks to analyze some aspects of Brazilian exile in Algeria: the way in which some exiles remember the experience and the surveillance strategies maintained by the Brazilian dictatorial state over such community during the dictatorship. We will analyze narratives told by ex-militants and documents from the Centro de Informações do Exterior (CIEx), which was linked to the Ministério das Relações Exteriores. Algeria became independent of France in 1962 after a bloody war and it turned into a reference for receiving exiles from different parts of the world - Black Panthers from the United States, militants for independence in Asia and Africa and against dictatorships that proliferated in Latin America. Thus, the papper seeks to discuss these two fundamental aspects related to the exile experience: how the memory of individuals rearticulates the past moments lived from their later experience and the way Brazilian State continued its surveillance policy in relation to those people considered subversive.
El presente trabajo trata de analizar, de manera inicial, algunos aspectos del exilio brasileño en Argelia, a saber: la manera en que se recuerda la experiencia de algunos exiliados y las estrategias de vigilancia mantenidas por el Estado dictatorial brasileño sobre esta comunidad durante la dictadura. Para la realización de la propuesta se analizarán dos informes de ex-militantes recogidos por el autor y documentos del Centro de Información del Exterior (CIEx), que estaba vinculado al Ministerio de Relaciones Exteriores. Se sabe que Argelia, independiente de Francia en 1962 después de una sangrienta guerra de liberación, fue un país de referencia para la acogida de exiliados de diversas partes del mundo -Panteras Negras de los Estados Unidos, militantes por la independencia en Asia y África y contra las dictaduras que proliferaban en América Latina. Así, la obra busca comprender estos dos aspectos fundamentales relacionados con la experiencia del exilio: cómo la memoria de los individuos rearticula este momento a partir de su experiencia posterior y cómo el Estado brasileño continuó su política de vigilancia hacia los considerados subversivos.O presente trabalho busca analisar, de maneira inicial, alguns aspectos do exílio brasileiro na Argélia, a saber: a forma como ocorre a rememoração da experiência por alguns ex-exilados e as estratégias de vigilância mantidas pelo estado ditatorial brasileiro sobre tal comunidade, durante a ditadura. Para a realização da proposta serão analisados dois relatos de ex-militantes coletados pela autora e documentos do Centro de Informações do Exterior (CIEx), o qual estava vinculado ao Ministério das Relações Exteriores. Sabe-se que a Argélia, independente da França em 1962 após sangrenta guerra de libertação, foi um país de referência para a recepção de exilados de diversos locais do globo – Panteras Negras dos Estados Unidos, militantes pelas independências na Ásia e África e contra as ditaduras que se proliferavam na América Latina. Assim, o trabalho busca compreender esses dois aspectos fundamentais relacionados à experiência exilar: como a memória dos indivíduos rearticula esse momento a partir da sua experiência posterior e a forma como o Estado brasileiro continuou a política de vigilância em relação àqueles considerados subversivos
Os usos do passado no presente
Como o passado e a história são apropriados pelo público? Quais interações se produzem entre memória, patrimônio e história? Aqui se inserem debates a respeito dos usos no presente do passado pela sociedade em geral, fora dos círculos acadêmicos e historiográficos, para legitimar ações políticas e pertencimentos indenitários, também se discutem as implicações disso para atuação do(a) historiador(a). Como lidar com os constrangimentos impostos ao(a) historiador(a) por agentes de campos mais poderosos, e em que medida esse cerceamento induz a um conhecimento histórico superficial ou descritivo das contradições do tempo presente
Pode o subalterno falar e o/a pesquisador/a escutar?
O objetivo dessa mesa é pensar os sujeitos históricos e a subalternidade enquanto condição e a interseccionalidade entre as diversas categorias, relações de poder e sistemas de opressão. Assim, qual o papel do(a) pesquisador(a) ao lidar com estes sujeitos nas suas pesquisas, quais as implicações éticas disso? Que debates teóricos e metodológicos se apresentam
O direito à memória e à verdade em atividades pedagógicas: relato de experiência do Comitê verdade, memória e justiça de Pelotas e região.
O presente trabalho consiste em apresentar e analisar algumas das atividades pedagógicas desenvolvidas pelos integrantes do Comitê Verdade, memória e justiça de Pelotas e região no seu primeiro ano de atividade, o qual se iniciou em meados de 2012. Com o objetivo de propagar e preservar a memória da resistência ao período ditatorial realizaram-se inúmeras atividades, tais como cursos, exposições, palestras, vídeos-debates e projetos de extensão que atingiram estudantes de ensino médio, superior, professores e servidores dos locais onde ocorreram os eventos. Além de acompanhar e divulgar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, o Comitê propõe reforçar o desenvolvimento de uma cultura de repúdio a qualquer tipo de violência a partir do espaço escolar e acadêmico, entendendo estes lugares como privilegiados para uma educação em direitos humanos