12 research outputs found
POVOS INDÍGENAS, ORIENTAÇÕES CURRICULARES E MANUAL DO PROFESSOR DE HISTÓRIA: ESTREITANDO O OLHAR NO ANO DO BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Investiga-se as três versões da BNCC e o Manual do Professor Araribá Mais História (8º ano), Editora Moderna, com vistas à análise de como a diversidade cultural (ou as histórias indígenas) foi abordada nesses materiais, os avanços e recuos, com a finalidade de compreender a proposta curricular para o ensino de História destinado aos estudantes brasileiros do ensino fundamental (anos finais) da educação básica, tendo como aporte epistemológico a interculturalidade crítica (ou decolonialidade). Essa análise traz a possibilidade de veicular concepções outras de cosmologias que estão situadas fora dos limites de uma sociedade regida pela ideia de progresso linear e evolutivo, integra os debates contemporâneos em relação à diversidade cultural no Brasil e às histórias indígenas (in)visibilizadas nos currículos escolares e aponta para a necessidade de reescrita das histórias produzidas
Contatos Interétnicos no Vale do Araguaia: Os Iny e os Colonizadores entre os Séculos XVI e XX
This article investigates, based on the historiography and the Javaé narrative (Lati ijyky), the history of the contacts established between the Iny throughout the colonization of Brazilian territory, seeking to understand how the Javaé interacted with the colonizers during the territorial occupation of the central region of Brazil. A cut out was made in relation to the bandeiras that crossed “the sertões of Paraupava”, posteriorly sertões of Goiás, from the end of the 16th to the 18th century and, from then on, the history of interethnic contacts between the Javaé and the colonizers was analyzed, in a decolonial perspective, that is, from the Javaé point of view, contributing to the understanding of the isolationist posture of these people in the interior of Bananal Island in practically all the 19th century.Este artigo investiga, a partir da historiografia e da narrativa Javaé (Lati ijyky), a história dos contatos estabelecidos entre os Iny ao longo da colonização do território brasileiro, buscando perceber a forma como os Javaé interagiram com os colonizadores ao longo da ocupação territorial da região central do Brasil. Fez-se um recorte em relação às bandeiras que atravessaram “os sertões do Paraupava”, posteriormente sertão do Goiás, desde o final do século XVI ao XVIII e, a partir daí, analisou-se a história dos contatos interétnicos entre os Javaé e os colonizadores, numa perspectiva decolonial, ou seja, do ponto de vista Javaé, contribuindo ao entendimento da postura isolacionista desse povo no interior da Ilha do Bananal em praticamente todo o século XIX.Este artigo investiga, a partir da historiografia e da narrativa Javaé (Lati ijyky), a história dos contatos estabelecidos entre os Iny ao longo da colonização do território brasileiro, buscando perceber a forma como os Javaé interagiram com os colonizadores ao longo da ocupação territorial da região central do Brasil. Fez-se um recorte em relação às bandeiras que atravessaram “os sertões do Paraupava”, posteriormente sertão do Goiás, desde o final do século XVI ao XVIII e, a partir daí, analisou-se a história dos contatos interétnicos entre os Javaé e os colonizadores, numa perspectiva decolonial, ou seja, do ponto de vista Javaé, contribuindo ao entendimento da postura isolacionista desse povo no interior da Ilha do Bananal em praticamente todo o século XIX
POVOS INDÍGENAS, ORIENTAÇÕES CURRICULARES E MANUAL DO PROFESSOR DE HISTÓRIA: ESTREITANDO O OLHAR NO ANO DO BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Investiga-se as três versões da BNCC e o Manual do Professor Araribá Mais História (8º ano), Editora Moderna, com vistas à análise de como a diversidade cultural (ou as histórias indígenas) foi abordada nesses materiais, os avanços e recuos, com a finalidade de compreender a proposta curricular para o ensino de História destinado aos estudantes brasileiros do ensino fundamental (anos finais) da educação básica, tendo como aporte epistemológico a interculturalidade crítica (ou decolonialidade). Essa análise traz a possibilidade de veicular concepções outras de cosmologias que estão situadas fora dos limites de uma sociedade regida pela ideia de progresso linear e evolutivo, integra os debates contemporâneos em relação à diversidade cultural no Brasil e às histórias indígenas (in)visibilizadas nos currículos escolares e aponta para a necessidade de reescrita das histórias produzidas
HISTÓRIA E DIVERSIDADE CULTURAL INDÍGENA NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (2015-2017)
O objetivo principal deste artigo constitui-se em investigar o tratamento dado à história indígena e à diversidade cultural nas primeiras fases de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em andamento desde 2015. Pretendemos analisar o texto preliminar da BNCC, sua avaliação pelos leitores críticos e as sugestões enviadas pelos diversos atores brasileiros, do contexto educacional e da sociedade como um todo, ao Portal da Base, além de verificar como estas ponderações incidiram sobre o texto revisado da segunda versão e, por fim, debater, de maneira comparativa, as duas versões com estudantes indígenas do Curso de Educação Intercultural Indígena (CEII) da UFG. Detivemo-nos nas contribuições efetivadas pelos proponentes do estado de Goiás em função do exercício profissional dos autores deste artigo (Universidade Federal de Goiás e Universidade Estadual de Goiás). Enquanto a BNCC preliminar propunha ampliar o conhecimento das culturas indígenas, na BNCC revisada percebemos um recuo nesta proposta. A ênfase recai sobre os direitos adquiridos pelos povos indígenas na contemporaneidade em detrimento do passado indígena, essencial na composição cultural brasileira.
Transdisciplinaridade e interculturalidade: experiências vividas e compartilhadas no curso de educação intercultural indígena – UFG (2018)
The present article intends to present the concepts of “transdisciplinarity” and “critical interculturality” that permeated the dynamics of the classes on the Contextual Theme Intercultural Bilingual Education and, above all, to highlight the contribution of indigenous students in the classroom as representatives of their epistemologies. Their experiences pointed to the importance of deeper debates about diversity, difference and interculturality in the Brazilian educational context, a discussion based on three didactic activities proposed and carried out in class, in which narratives, written texts and documents images were developed. The productions and reflections were based on the principles of “enaction”, “transdisciplinarity”, “critical interculturality” (MATURANA, 2000; NASCIMENTO, 2014; VARELA; THOMPSON; ROSCH, 1992; WALSH, 2013; WALSH; VIAÑA; TAPIA, 2010) and their educational experiences. In analyzing their knowledge and uses in everyday life, students considered that in addition to the concept of “interculturality”, coined in the 1970s in Latin America, the so-called “interchange between peoples” (term rememored by them during classes) already existed as a practice, even before being used in public policy, at present.El presente artículo pretende presentar los conceptos de la “transdisciplinariedad” y de la “interculturalidad crítica” que permearon las dinámicas de las clases sobre el Tema Contextual Educación Intercultural Bilingüe y, sobre todo, evidenciar la contribución de los estudiantes indígenas en el aula, como representantes de sus epistemologías. Sus experiencias apuntaron a la importancia de debates más profundizados en torno a la diversidad, la diferencia y la interculturalidad en el contexto educativo brasileño, discusión planteada a partir de tres actividades didácticas propuestas y realizadas durante las clases, en las que sus narrativas, textos escritos y documentos se han desarrollado. Las producciones y reflexiones fueron fundamentadas en los principios de la “enacción”, “transdisciplinariedad”, “interculturalidad crítica” (MATURANA, 2000; NASCIMENTO, 2014; VARELA; THOMPSON; ROSCH, 1992; WALSH, 2013; WALSH; VIAÑA; TAPIA, 2010) y en sus experiencias educativas. Al analizar sus conocimientos y usos en el cotidiano, los estudiantes consideraron que además del concepto de “interculturalidad”, propuesto en la década de 1970, en América Latina, el llamado “intercambio entre pueblos” (término rememorado por ellos durante las clases) ya existía como práctica, incluso antes de ser utilizado en las políticas públicas, en la actualidad.O presente artigo pretende apresentar os conceitos da “transdisciplinaridade” e da “interculturalidade crítica” que permearam as dinâmicas das aulas sobre o Tema Contextual Educação Intercultural Bilíngue e, sobretudo, evidenciar a contribuição dos estudantes indígenas em sala como representantes de suas epistemologias. Suas experiências apontaram para a importância de debates mais aprofundados em torno da diversidade, da diferença e da interculturalidade no contexto educacional brasileiro, discussão levantada a partir de três atividades didáticas propostas e realizadas durante as aulas, nas quais narrativas, textos escritos e documentos imagéticos foram desenvolvidos. As produções e reflexões foram fundamentadas nos princípios da “enação”, “transdisciplinaridade”, “interculturalidade crítica” (MATURANA, 2000; NASCIMENTO, 2014; VARELA; THOMPSON; ROSCH, 1992; WALSH, 2013; WALSH; VIAÑA; TAPIA, 2010) e em suas experiências educacionais. Ao analisarem seus conhecimentos e usos no cotidiano, os estudantes consideraram que, para além do conceito de “interculturalidade”, cunhado na década de 1970, na América Latina, o chamado “intercâmbio entre povos” (termo rememorado por eles durante as aulas) já existia como prática, mesmo antes de ser utilizado nas políticas públicas, na atualidade
TEMPO, LUGAR E INTERCULTURALIDADE NA PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES INDÍGENAS DO CURSO DE EDUCAÇÃO INTERCULTURAL – UFG
Este artigo tem como objetivo básico discutir, a partir da experiência docente no Curso de Educação Intercultural - UFG, a pretensa universalização do conceito de tempo das sociedades ocidentalizadas. Debates em sala de aula, trabalhos individuais e em grupo para registros de narrativas orais e escritas e confecção de mapas existenciais contribuíram para corroborar com o pressuposto de que determinadas culturas, dentre elas as indígenas, experimentam o “tempo” desde o lugar em que estão inseridas, prescindindo da perspectiva linear, cronológica e processual do tempo. Toda a trajetória pedagógica das aulas e a reflexão dos resultados tiveram como aporte teórico as discussões em torno do enfoque enactivo (ESCOBAR, 2003, 2005; MALDONADO-TORRES, 2010; NAZARENO; CARDOSO, 2013; SANTOS, 2006)
COMPLEMENTARIDADE, RESISTÊNCIA E PROTAGONISMO NO TEMA CONTEXTUAL PERCEPÇÃO CULTURAL DO AMBIENTE (2018)
Analisamos, neste artigo, as atividades desenvolvidas no curso Educação Intercultural, nas dependências do Núcleo Takinahaky de Formação Superior de Professores Indígenas da Universidade Federal de Goiás, localizada na região Centro-Oeste do Brasil, durante o tema contextual Percepção Cultural do Ambiente, em 2018. O texto acompanha o debate proposto pelas epistemologias ecológicas, dada a busca pelo rompimento com concepções forjadas pela racionalidade moderna, ao cristalizar determinados dualismos nas ciências humanas como cultura e natureza, corpo e mente, sujeito e objeto. Discutimos o conceito de epistemologias ecológicas; apresentamos dados demográficos dos povos indígenas no Brasil e tratamos da produção de mapas existenciais e narrativas de origem de estudantes Apinajé, Tapirapé e Xavante, a partir de abordagens que focam a relação de inseparabilidade dos povos indígenas com o ambiente. As narrativas elucidam o crescente protagonismo dos povos indígenas na atualidade, apontando à pertinência da interculturalidade crítica como resposta aos constantes desafios postos aos indígenas e não indígenas à sociedade brasileira
LUDICIDADE E ENSINO
Nesse artigo, analisamos atividades desenvolvidas no subprojeto do Programa de Residência Pedagógica dos cursos de Educação Física e História da UEG (Quirinópolis-GO) entre novembro de 2022 e junho de 2023. Tratamos da formação inicial e continuada de professores a partir de atividades centradas em práticas lúdicas indígenas (jogos, esportes e danças), tendo como aporte teórico e metodológico, a abordagem interdisciplinar, a ludicidade e a interculturalidade. Esperamos inspirar práticas similares na educação básica ou superior com vistas à visibilização dos povos indígenas no Brasil, de suas histórias e suas culturas, bem como contribuir à implementação efetiva da Lei 11.645/08
The Javaé and protestantism: salvation and resistance (1896-1937)
Submitted by Ana Caroline Costa ([email protected]) on 2019-05-23T16:38:01Z
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Previous issue date: 2019-04-30This research seeks to analyze the decolonial posture of the Berò Biawa Mahadu (Javaé) people of the Araguaia Valley, then North of Goiás, present state of Tocantins, facing the processes of salvation and civilization proposed by the Protestant missionaries, between 1896 and 1937, through of attitudes of resistance concerning the project in question, whose results were the small result on the part of the protestant missionary projects to the time. It is a decolonial investigation, anchored in the recent debates carried out by the Collective of Modernity-Coloniality-Decoloniality researchers (M/C/D), a group of intellectuals from diverse areas of knowledge who guide their theoretical perspectives in function of the critique of modernity from categories such as transdisciplinarity, coloniality of power, of being and of knowledge and critical interculturality, among others (CASTRO-GOMEZ, 2005; ESCOBAR, 2005; MALDONADO-TORRES, 2016; MIGNOLO, 2010; NAZARENO, 2017a; 2017b; WALSH, 2009; 2010; 2013). We have as basic premises the non-methodologies of ethnohistory (NAZARENO, 2017b), proximity (SUÁREZ-KRABBER, 2011) and the conversation (HABER, 2011). Through them we conjecture that the Protestant missionaries executed, in the First Republic, travels of knowledge in the region of the Valley of the Araguaia like observer agents allegedly placed in a neutral place. Although immersion (engagement) in the indigenous environment (way of life, cosmology, food, mother tongue) led to contradictory perceptions of indigenous peoples, indigenous people influenced more than they were influenced. Besides that, due to the experience of attempted evangelization, indigenous peoples such as the Javaé resisted the intentions of Protestant missionaries, taking refuge in the interior of Bananal Island, leaving this isolationist position already in the middle of the twentieth century.Esta pesquisa busca analisar a postura decolonial do povo Berò Biawa Mahadu (Javaé) do Vale do Araguaia, então Norte de Goiás, atual estado do Tocantins, frente aos processos de salvação e de civilização propostos pelos missionários protestantes, entre 1896 e 1937, por meio de atitudes de resistência concernentes ao projeto em questão, cujos desdobramentos foram o parco resultado por parte dos projetos missionários protestantes à época. É uma investigação de cunho decolonial, ancorada nos recentes debates empreendidos pelo coletivo de pesquisadores da Modernidade-Colonialidade-Decolonialidade (M/C/D), um grupo de intelectuais de diversas áreas do conhecimento que norteiam suas perspectivas teóricas em função da crítica à modernidade desde categorias como transdisciplinaridade, colonialidade do poder, do ser e do saber e interculturalidade crítica, dentre outras (CASTRO-GOMEZ, 2005; ESCOBAR, 2005; MALDONADO-TORRES, 2016; MIGNOLO, 2010; NAZARENO, 2017a; 2017b; WALSH, 2009; 2010; 2013). Temos como premissas básicas as não-metodologias da etno-história (NAZARENO, 2017b), da proximidade (SUÁREZ-KRABBER, 2011) e da conversação (HÁBER, 2011). Por intermédio delas conjecturamos que os missionários protestantes executaram, na Primeira República, viagens de conhecimento na região do Vale do Araguaia como agentes observadores pretensamente posicionados num lugar neutro. Embora a imersão (engajamento) no ambiente indígena (modo de vida, cosmologia, alimentação, língua materna) desembocasse em percepções contraditórias em relação aos povos indígenas, os indígenas mais influenciaram do que foram influenciados. Além disso, em virtude da experiência de tentativa de evangelização, povos indígenas como os Javaé resistiram às intenções dos missionários protestantes, refugiando-se no interior da Ilha do Bananal, saindo desse posicionamento isolacionista já em meados do século XX