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Adorno e a utopia negativa da formação cultural
Scientism put all the strength contained in cultural tradition on the defensive, putting into crisis the notions of education linked to humanism, opening a wide front for the prevalence of purely technical-scientific interests in the field of Pedagogy and teaching degrees. To remove the theme from the theoretical imprisonment to which it was subjected, I intend, in this article, to use some contributions from semiotics, through the definition of image (from cultural formation) allied to the notion of sign, and from hermeneutics, emphasizing the historicity of understanding. To the extent that semiotics allows the reading of the image as an entity independent of the referent itself, then another configuration of the discussion on the topic of cultural formation can be established.O cientificismo colocou na defensiva toda a força contida na tradição cultural, pondo em crise as noções de educação vinculadas ao humanismo, abrindo uma ampla frente para a prevalência dos interesses puramente técnico-científicos no campo da Pedagogia e das licenciaturas. Para retirar o tema do aprisionamento teórico a que ficou submetido, pretendo, neste artigo, utilizar algumas contribuições da semiótica, através da definição de imagem (da formação cultural) aliada à noção de signo, e da hermenêutica, enfatizando a historicidade da compreensão. Na medida em que a semiótica permite a leitura da imagem como entidade independente do próprio referente, pode então ser estabelecida uma outra configuração da discussão sobre o tema da formação cultural
A educação da sensibilidade humana pelas imagens estéticas
O texto propõe investigar os impactos gerados pela concepção unilateral da racionalidade na formação cultural e suas perspectivas de reversão, analisando o ponto de vista de Adorno que acredita no poder de sensibilização humana pelas imagens estéticas. A reflexão parte do status concedido por Adorno à estética, como dimensão capaz de produzir a reconciliação do homem com a natureza, para investigar a virada promovida pela teoria da ação comunicativa no conceito de formação cultural, transformado em formação da opinião pública. A investigação é realizada a partir de uma leitura de imagens que enfatizam o sentido expressivo do conceito de formação cultural (Bildung) nos fundamentos da educação. Com isso, pretende-se retirar o tema do aprisionamento teórico a que ficou submetido nos recentes posicionamentos sobre o assunto, auxiliando a tentativa da teoria da ação comunicativa, que visa a potencializar as demandas reprimidas no discurso da modernidade, mas que necessita de complementações principalmente no âmbito da estética. Palavras chaves: formação cultural, imagens, fundamentos da educação
Filosofia da Educação e formação de professores no velho dilema entre teoria e prática
The discussion about the formation of teachers in Brazil seems to follow the movement from the theory pole to the practice pole, that is, from the "must be" to the "do" of the teacher, following the paradigm shift that guided the emergence of the modern understanding of knowledge. However, what is observed in the proposed model, underlying the legislation, is a highly problematic attempt to minimize its distance, as it just states otherwise the same dichotomy. There is not correct solution or equation, because it just dilutes the practice throughout theoretical route, without understanding properly the meaning of the practice turning. Therefore, the paper aims to propose a reformulation of the relationship between theory and practice developed by the Brazilian education, while crystallized in the rules about formation of teachers, from the reflection on a Philosophy of Education inspired by the theory of social recognition of the other.A discussão sobre a formação de professores no Brasil parece seguir o deslocamento do polo da teoria para o polo da prática, ou seja, do “dever ser” ao “fazer” do professor, acompanhando a mudança de paradigma que norteou o surgimento da compreensão moderna do conhecimento. Entretanto, o que se observa no modelo proposto, subjacente à legislação, é uma tentativa extremamente problemática de minimizar a sua distância, na medida em que apenas se afirma de outro modo a mesma dicotomia. Não há uma solução ou equacionamento correto, pois somente se diluiu a prática ao longo do percurso teórico, sem compreender devidamente o significado da virada da prática. Por isso, o objetivo do texto é propor uma reformulação do dilema entre teoria e prática desenvolvido pela educação brasileira, enquanto cristalizado nas normativas sobre a formação de professores, a partir da reflexão sobre uma Filosofia da Educação inspirada na teoria do reconhecimento social do outro
Formação Cultural e Hermenêutica: leitura de imagens
A crise da noção moderna de formação cultural exige atualmente uma nova forma de decodificação no campo do saber educativo. A hermenêutica de Gadamer admite, contra o Iluminismo, que a historicidade representa um limite e condição para toda a experiência possível de efetivação do fenômeno da compreensão. Agindo assim, ela permite recolocar na agenda de discussão a possibilidade de valorizar, não apenas a imagem representada pelo movimento da consciência de si, expresso através da metáfora hegeliana do pássaro de Minerva, mas também as diversas imagens históricas adquiridas pelo conceito ao longo da história cultural do ocidente. A recuperação da expectativa semântica, depositada em diversas representações da formação, é o próximo passo a ser dado na educação para tecer ainda um aprofundamento da hermenêutica no sentido expressivo do conceito
A experiência dionisíaca da formação no reconhecimento do outro
O texto versa sobre a experiência dionisíaca da formação pela análise da tragédia As bacantes, de Eurípides, e a maneira como foi incorporada no universo trágico grego. Trata-se de um episódio que narra a experiência do não reconhecimento de um deus e as consequências da privação do seu contato para os destinos de uma cidade grega. Dioniso, o deus forasteiro, foi incorporado à cultura grega não sem muitas resistências. Por isso, no momento em que a razão entra em crise e se dispõe a colocar-se finalmente na escuta do outro, nada melhor do que recuperar as raízes do reconhecimento ligado a uma experiência do universo artístico grego. A articulação entre o saudável espírito de ebriedade dionisíaca com a clareza apolínea talvez seja mais um desafio colocado às modernas políticas de reconhecimento do Outro, especialmente para a educação
Da reificação ao reconhecimento das pesquisas qualitativas em educação
Há uma transição do discurso sobre a reificação que acompanha, de certomodo, o avanço das pesquisas qualitativas em educação. Do peso excessivona objetividade do invólucro economicista, baseado na quantificação dosprocedimentos, conforme se faz presente na crítica de Lukács, ela transitoupara o acento na captação da qualidade subjetiva ou na singularidade dosindivíduos, como demonstra a análise de Adorno da obra de Kafka. Contemporaneamente,a reificação, com a apropriação de Axel Honneth, passaa ser vista no panorama da intersubjetividade. Nesse caso, ela acaba sendoconceituada como ausência ou esquecimento do reconhecimento do outro. Énesse contexto que podemos nos perguntar, neste artigo, sobre o que pode serpensado como equivalente à negação ou esquecimento do reconhecimentonas pesquisas qualitativas em educação? Como poderemos, então, lutar pornovos padrões de reconhecimento das pesquisas qualitativas, estando assimmais implicados com esses conteúdos
Paradigmas da Filosofia e Teorias Educacionais: novas perspectivas a partir do conceito de cultura
O artigo pretende discutir a metamorfose das teorias educacionais contemporâneas provocada pelo câmbio dos grandes paradigmas norteadores do conhecimento. Procura investigar as bases da reflexão pedagógica, alicerçada nas grandes sínteses do conhecimento filosófico, tomando como ponto de partida o debate travado por Jürgen Habermas com alguns filósofos contemporâneos, notadamente com Richard Rorty. A idéia é oferecer uma abordagem do modo como se constituíram historicamente os eixos aglutinadores do pensamento filosófico e suas influências em diversas concepções teóricas da educação. O artigo discute, em especial, a repercussão na formação de palavras-chave que vão delimitar novos horizontes de compreensão da cultura, possibilitando assim repensar o esquema das "tendências" e "correntes" da educação
Epistemologia da violência na educação no contexto da biopolítica contemporânea
Com este estudo visou-se analisar a questão da violência do ponto de vista da sua relação com a ausência da preocupação, na educação, em trabalhar com situações de conflito. Para isso, investigou-se a tese da complementaridade entre epistemologia e hermenêutica, a verdade que vem das tradições e os achados empíricos, como forma de tencionar alguns conceitos correntes na relação entre filosofia e educação. Além disso, preocupou-se em descobrir como a temática da violência aparece e se constitui ponto de referência às ações educativas contemporaneamente e como é possível fazer frente a esse contexto a partir da aproximação entre racionalidade e historicidade. Com isso, propôs-se redimensionar a correlação da violência com a educação e a cultura
Educação contra a barbárie em tempos distópicos: biopolítica, resiliência e não-violência
A presente comunicação busca suscitar a reflexão e a abertura do diálogo sobre o modelo atual de formação de professores caracterizado pelo saber-fazer, com o objetivo de contribuir para que essa formação consiga escapar do viés limitante da modernidade, puramente objetivo e baseado no desenvolvimento de competências profissionais e da produtividade. Buscamos, aqui, a inclusão de questões subjetivas na formação docente, obtidas da memória de experiências de professores que testemunharam situações limites e geradoras de extremo sofrimento, que propicie a elaboração das situações traumáticas, uma vez que vivemos uma época em que, o que deveria ser raro, invade cada vez mais o espaço do cotidiano. Podemos contribuir, dessa maneira, para a criação de um modelo de formação sensível à prevenção de catástrofes coletivas, bem como à elaboração do trauma, tendo como parâmetro de compreensão a biopolítica, a resiliência e a cultura da não-violência
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