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Los discursos concurrentes que se convirtieron en rumor. La designación como ejercicio de poder
Tomando como referencia empírica el modo por el cual las instituciones públicas de sa-lud en Brasil reaccionaron a la intensa ola de informaciones no autorizadas que se propa-gó durante la epidemia del virus del zika y sus consecuencias neurológicas, de 2015 a 2016, el texto problematiza la designación de los discursos divergentes como “rumores”. A partir de un acervo apoyado en la idea de la comunicación como un mercado simbólico y en la designación y modo de visibilidad como condición y modo de existencia pública, se discuten los enfrentamientos discursivos en torno a algunos temas polémicos, proponien-do el encuadramiento de los rumores como discursos concurrentes. El principal argu-mento para ello es que el encuadramiento de esos discursos como rumores es una estra-tegia que apunta a su descalificación y que la práctica caracteriza una forma de ejercicio de poder discursivo identificada con núcleos que por alguna razón se consideran voces autorizadas en la ciencia y/o en la salud. En contraposición, discute el reconocimiento de esos discursos como lugar de la pluralidad de sentidos y del flujo de anhelos, expectativas y memorias sociale
Audiovisual production in the struggles of rural social movements in Brazil: Communication and epistemological dimensions
O artigo aborda a potencialidade da produção
audiovisual, em especial o documentário, como
estratégia de lutas sociais envolvendo dimensões
comunicacionais e epistemológicas. Referencia-se
na produção recente de documentários que resultou
de alianças realizadas no Brasil entre movimentos
sociaisdo campo, cineastas e grupos militantes
de investigação em torno das lutas contra as
consequências do agronegócio e dos agrotóxicos,
assim como a favor da agricultura camponesa e
agroecológica. Tais lutas evidenciam a relação
intrínseca entre as dimensões comunicacional e
epistemológica: a negociação e luta dos sentidos se
dá por processos eminentemente comunicacionais,
ao mesmo tempo que potencializam a construção
de epistemologias do Sul. Temas como alimentação,
terra, reforma agrária e o reencontro entre produção,
trabalho e natureza possibilitam diluir fronteiras
entre ciência, política, cultura e arte. Argumentamos
que o cinema, por suas potencialidades criativas de
expressão, dialogicidade e polifonia, propicia novas
formas de compreender e expressar temas complexos
e sensíveis.The article discusses the potential of audiovisual
production, especially the documentary, as a
strategy of social struggles involving communicational and epistemological dimensions. It refers to the
recent production of documentaries that resulted
from alliances made in Brazil amongst rural social
movements, filmmakers and activist research groups
around the struggles against the consequences of
agribusiness and pesticides, as well as in favor of
peasant and agroecological agriculture. Such struggles
highlight the intrinsic relationship between the communicational and epistemological dimensions: the
negotiation and struggle of meanings takes place
through eminently communicational processes, at
the same time that they potentiate the construction
of epistemologies of the South. Topics such as food,
land, agrarian reform and the reencounter between
production, labour and nature make possible to merge
the boundaries between science, politics, culture
and art. We argue that cinema, through its creative
potentialities of expression, dialogicity and polyphony,
provides new ways of understanding and expressing
complex and sensitive themes
Indicadores qualitativos de comunicação para a pesquisa em saúde
Este trabalho apresenta a proposta de um conjunto de indicadores que possibilitam dimensionar qualitativamente a comunicação nos projetos de pesquisa em saúde que apresentem relação direta com grupos sociais. O argumento central da proposta baseia-se numa abordagem que discute o cenário da pesquisa em saúde no Brasil e a comunicação. São propostos dois grupos de indicadores: um referente à análise da dimensão da comunicação na estruturação do projeto de pesquisa e o outro a análise das práticas desenvolvidas para sua implantação
Understanding Games as Participation: an analytical model
Public health communication in Brazil has difficulties in reaching different groups of the
population, as well as fostering their participation for building better health policies. Digital games
could help in this regard, but there is a need of detailed models that account for social and participatory
aspects of games and game playing. In order to provide such model, this study combined theoretical
concepts from Game Studies, namely, the concept of games as participation and the Gaming
Dispositif-model, with the Model of Communication as a Symbolic Market, from Latin American Communication
Studies, creating a game model describing the socially inscribed relations among player,
game and other players, based on participation. This article explains the mentioned concepts and the
analytical model in detail, concluding with remarks on its possible uses.A comunicação em saúde no Brasil tem dificuldades em atingir diferentes grupos na população
e incentivar a sua participação na construção de melhores políticas de saúde. Jogos digitais
podem ajudar a respeito disso, mas nós carecemos de modelos detalhados que levem em conta os
aspectos sociais e participatórios dos games e do acto de jogar. Para prover tal modelo, nós combinamos
conceitos teóricos dos Game Studies, a saber, o conceito de jogos como participação e o
modelo Gaming Dispositif, com o Modelo de Comunicação como Mercado Simbólico, dos estudos de
Comunicação Latino-americanos, criando um modelo de jogo descrevendo as relações socialmente
inscritas entre jogador, jogo e outros jogadores, baseadas em participação. Neste artigo, nós explicamos
os conceitos mencionados e então apresentamos nosso modelo em detalhes, concluindo com
observações sobre possíveis usos de tal modelo.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Febre do silêncio : o doente de malária nos discursos governamentais e midiáticos do Amazonas nos séculos XIX e XXI
A malária, doença milenar que afeta milhões de pessoas no mundo, em especial na África subsaariana, sudeste asiático e América do Sul, persiste na região amazônica brasileira desde o final do século XIX como sua principal endemia e um grande problema de saúde pública. Presente na vida e no imaginário popular tem sido objeto frequente dos discursos do Estado e da Imprensa, vozes socialmente autorizadas e com forte poder na construção dos seus sentidos e da realidade simbólica que dá vida e forma à sua existência. Neste estudo, apresentamos como o poder público e os jornais amazonenses significaram o doente da malária e as pessoas em risco de adoecer durante o Ciclo da Borracha (final do século XIX), quando houve uma explosão de casos da doença em função da atividade extrativista de látex, e como o significam no período contemporâneo, quando ainda são registrados entre 100 mil e 200 mil adoecimentos anuais apenas no estado do Amazonas. Os resultados da pesquisa integram a dissertação "Imprensa, Estado e Malária no Amazonas: vozes e sentidos tecidos no tempo", apresentada em abril de 2015 ao Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Instituto de Comunicação e Informação Tecnológica em Saúde (Icict-Fiocruz). Com o aporte teórico da Semiologia Social e aplicando-se a Análise Social de Discursos como método, foram analisados 47 textos de jornais e documentos oficiais produzidos entre 1898 e 1900 e entre 2005 e 2007. A análise apontou que o doente, aquele que materializa a existência da doença, é um sujeito passivo ou ilustrativo nas cenas discursivas de ambos os períodos, uma voz historicamente silenciada e, por isso, enfraquecida no seu poder de produzir sentidos sobre a malária e suas questões e de interferir na construção social e simbólica da realidade
Understanding Games as Participation: an analytical model
Public health communication in Brazil has difficulties in reaching different groups of the
population, as well as fostering their participation for building better health policies. Digital games
could help in this regard, but there is a need of detailed models that account for social and participatory
aspects of games and game playing. In order to provide such model, this study combined theoretical
concepts from Game Studies, namely, the concept of games as participation and the Gaming
Dispositif-model, with the Model of Communication as a Symbolic Market, from Latin American Communication
Studies, creating a game model describing the socially inscribed relations among player,
game and other players, based on participation. This article explains the mentioned concepts and the
analytical model in detail, concluding with remarks on its possible uses.A comunicação em saúde no Brasil tem dificuldades em atingir diferentes grupos na população
e incentivar a sua participação na construção de melhores políticas de saúde. Jogos digitais
podem ajudar a respeito disso, mas nós carecemos de modelos detalhados que levem em conta os
aspectos sociais e participatórios dos games e do acto de jogar. Para prover tal modelo, nós combinamos
conceitos teóricos dos Game Studies, a saber, o conceito de jogos como participação e o
modelo Gaming Dispositif, com o Modelo de Comunicação como Mercado Simbólico, dos estudos de
Comunicação Latino-americanos, criando um modelo de jogo descrevendo as relações socialmente
inscritas entre jogador, jogo e outros jogadores, baseadas em participação. Neste artigo, nós explicamos
os conceitos mencionados e então apresentamos nosso modelo em detalhes, concluindo com
observações sobre possíveis usos de tal modelo.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Epistemologias ciganas, interculturalidade e produção social dos sentidos : uma articulação decolonial no campo da comunicação & saúde
Esse texto informa alguns resultados de uma tese de doutorado que investigou os processos interculturais de comunicação e saúde, com enfoque na apropriação das políticas públicas de saúde para ciganos no Brasil e em Portugal. Evidenciamos os arranjos teóricoepistemológicos que tomou por base uma multireferencialidade de saberes que envolveu a articulação de quatro matrizes: os estudos culturais, os estudos semiológicos, os estudos decoloniais e a filosofia (de vida) cigana, que foi tomada como um quarto modo de produzir conhecimento, conceitual e epistemologicamente tão válida quanto as correntes científicas. Destacamos os conceitos centrais de cada matriz e os modos que os articulamos para a produção de um diálogo científico e inovador com as pessoas ciganas, reconhecendo que têm saberes acumulados, portando, devem ser levadas em consideração, especialmente no que diz respeito à análise e à reflexão sobre a saúde cigana. A "Filosofia Cigana" se sustenta em narrativas que povoam as memórias e histórias orais e se fazem presentes na estruturação de elementos culturais, simbólicos e comunicacionais, de grupos ciganos brasileiros e portugueses da etnia Kalon, que são postos em prática e ensinados de geração em geração. Elementos que ancoram seus modos de ver e viver a vida, formas de organização social e de estar no mundo, que subvertem e/ou resistem aos modos capitalistas de vida e sua ênfase no consumo e no descarte do ser humano, assumindo valores de solidariedade e amizade. Assim, descartamos a visão estereotipada da historiografia moderna de que seriam vagabundos, trambiqueiros, ou criminosos perigosos (ladrões, sequestradores, trapaceiros etc.)
População de rua e visibilidade : sentidos em conflito
Este paper inscreve-se numa pesquisa de doutorado que enfoca as pessoas em situação de rua em sua relação com as políticas de saúde e suas mediações comunicativasconsiderados seus direitos a cidadania e necessidades. Seu objetivo específico é analisar discursivamente uma matéria da Revista Vogue sobre um projeto social que tem como objetivo explícito dar visibilidade a pessoas em situação de rua e mostrar que "todos somos iguais". A análise apoia-se nas referências da pesquisa supracitada, que dá relevo aos conceitos de território (Milton Santos), lógicas abissais (Boaventura Santos), estigma (Irving Goffman) e corpo social (Pierre Bourdieu). Este último, no qual o corpo que é apreendido pela sociedade nem sempre é condizente com o vivido pessoalmente. O corpus de análise são fotografias utilizadas na matéria da Vogue e a principal conclusão é que a abordagem apaga a identidade das pessoas em situação de rua transformando-as em meros objetos de consumo
La circulación del sufrimiento : visibilidad y protagonismo en nuevas configuraciones comunicacionales
Las transformaciones ocurridas en las últimas décadas han impactado en las condiciones de circulación de los discursos sociales, afectando a las sociedades en torno al tema del sufrimiento, que ha asumido una gran visibilidad en el espacio público. A partir de dos investigaciones realizadas por separado, se formuló una pregunta común sobre las delineaciones de este desplazamiento discursivo en la idea de sufrimiento y sufridores, en diferentes contextos de producción y circulación. La atención se centró en la migración de estos significados de la prensa convencional a los nuevos soportes tecnológicos online cuando son operados por personas afectadas por enfermedades que causan un gran sufrimiento. Privilegiando la relación entre textos y contextos y la categoría analítica de lugar de interlocución, se estudiaron los dispositivos de enunciación de dos grupos distintos de sujetos representados por mujeres que viven el cáncer y madres de niños afectados por microcefalia debida al virus Zika. Ambos constituyeron espacios online para hablar de sus experiencias: blogs (mujeres con cáncer) y página de Facebook (madres de niños con microcefalia). Con diferencias derivadas de las distintas condiciones de producción enunciativa, se observó que los espacios online son lugares de una enunciación que no requiere mediación, con el aumento del protagonismo enunciativo, posibilitando una reinscripción discursiva en el espacio público. Favorecen la formación de nuevos colectivos, en los que se produce la reconstrucción de las identidades sociales de sus participantes, que luego tienen otro lugar de interlocución, que no ignora el sufrimiento sino que lo reconfigura simbólicamente, rechazando el lugar de víctimas que sufren. La recirculación de la narrativa del estigma en su reverso opera como un poderoso contra-discurso que da visibilidad a aspectos silenciados por los dispositivos de los grandes medios. Al llevar el tema a la circulación pública, sin restricciones y poner en juego los dos discursos antagónicos, el que estigmatiza y el que resignifica, establecen otra forma de abordar que hace más familiar esa experiencia