118 research outputs found

    BraZil

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    Uma releitura do poema America, de Allen Ginsberg, adaptado para o atual contexto brasileiro

    O EXAGERO QUE PRECEDE O REAL: UMA RESENHA DE PRAÇA DOS HERÓIS, DE THOMAS BERNHARD

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    Thomas Bernhard's Heroes' Square was launched in the late 1980s, but remains more relevant than ever. In short, the play depicts the suicide of a professor who threw himself from his window in Heroes' Square in Vienna. Through an aesthetic guided by purposeful hyperbole, Bernhard's objective is clear: to show, with the exaggeration of fiction, that fascism did not die in 1945. And, more than that, how the phenomenon of negation and revisionism of the participation of the perpetrators end up facilitating their rise in new clothes. This review discusses Bernhard's work, in dialogue with other works in the political literature subgenre, in light of these issues. The intention is to show, through a discussion of fiction, the danger of lightly interpreting Nazi-fascism as a phenomenon limited to the beginning of the 20th century.Praça dos heróis, de Thomas Bernhard, foi lançado ao final da década de 1980, mas permanece mais atual do que nunca. Em resumo, a peça traz o suicídio de um professor, que se jogou de sua janela na Praça dos Heróis, em Viena. Através da uma estética pautada por proposital hipérbole, o objetivo de Bernhard é claro: mostrar, com o exagero da ficção, que o fascismo não morreu em 1945. E, mais do que isso, como o fenômeno de negação e o revisionismo da participação dos perpetradores acaba por facilitar a sua ascensão em novas vestes. Esta resenha discute a obra de Bernhard, em diálogo com outras obras do subgênero da literatura política, à luz dessas questões. A intenção é mostrar, através de uma discussão sobre a ficção, o perigo de se interpretar levianamente o nazifascismo como um fenômeno limitado ao início do século XX

    Dor e danação

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    Crônic

    Resenha: MCEWAN, Ian. A barata. Trad. Jorio Dauster. São Paulo: Companhia das Letras, 2020

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    A sátira tem, em sua própria essência, a práxis de trabalhar sobre o absurdo. Através do real da ficção, tende ao exagero em sua maior potência na tentativa constante de atacar o nosso real. Por essa característica, talvez seja um dos formatos mais políticos que a literatura pode assumir. Pois, desde As viagens de Gulliver, a sátira toma o absurdo como método para criticar a política do real. O novo livro de Ian McEwan, A barata, é herdeiro direto dessa tradição. Bem como o é de uma nova tradição: o Brexlit, subgênero de literatura política que surge, como o nome indica, na onda do Brexit

    O possível futuro impossível: como A nova ordem traz o Bolsonarismo

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    Escritor tardio, Kucinski entrou na literatura apenas na década passada. Como diz, através de uma febre de escrever (SCHARGEL; UCHOA, 2021). Ainda que heterogênea, sua obra é predominantemente política. E não uma política em sentido lato, como secundária ou paralela, mas a política como força motriz do enredo. Aparece como interseção em quase todos os livros a preocupação com a Ditadura Militar, seus efeitos e, no caso específico de A nova ordem, o seu ressurgimento. Igualmente, sempre trafega nos limites tênues entre o nosso real e o real paralelo criado pela arte. Em K., seu primeiro livro, apresenta uma busca desesperada de seu pai por sua irmã, desaparecida na Ditadura. No seguinte, Os visitantes, traz visitantes invadindo sua casa, majoritariamente amigos, familiares e colegas, em busca de justificativas e respostas sobre o que entendem ter sido uma deturpação do real em prol da arte no livro anterior. Ou, como diz uma frase sua em K., que poderia servir para resumir toda a sua obra: “tudo neste livro é invenção, mas quase tudo aconteceu” (KUCINSKI, 2016a, p. 11)

    Fascismos brasileiros?

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     O Bolsonarismo tornou-se objeto de escrutínio dentro das ciências humanas. Diversas áreas têm esmiuçado vários de seus aspectos, considerando a heterogeneidade que compõe o movimento. Mas um, em particular, tem sido posto em segundo plano em relação a outros como o caráter economicamente liberal, o neopentecostalismo, as Forças Armadas: a simbiose do Bolsonarismo com o Integralismo. Mas, para entender essa relação, é preciso antes entender o que foi/é o Integralismo.   

    Uma discussão sobre distopias literárias: a influência do século XX na criação do subgênero

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    Segundo as teses de Karl Polanyi, o século XIX foi marcado por uma relativa paz e prosperidade geopolítica inorgânica que acabou por explodir nas tensões do século XX. É neste contexto que surge e se dissemina a distopia como subgênero literário. Este trabalho se propõe a discutir a influência do contexto histórico e geopolítico na formação deste formato de uma literatura que se quer necessariamente política. Para isso, lançará mão como marco teórico do clássico de Karl Polanyi, A grande transformação, em diálogo com dois dos maiores nomes da literatura distópica, George Orwell e Aldous Huxley. Ainda que sem incorrer a biografismos, espera-se, assim, ressaltar a importância da violência do real sobre a criação da violência do literário, e a relação simbiótica entre política e literatura

    RETICÊNCIAS: PÓS-MEMÓRIA E RECONSTRUÇÃO NOS SCHARGELS/SZARGELS

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    O testemunho é vital para que gerações posteriores possam construir uma identidade. Na ausência de narrativas, no silêncio, a memória é mutilada, substituída por retalhos, forma-se uma pós-memória. Este artigo trata das questões relativas ao desconhecimento do passado utilizando, para isso, de uma reconstrução da história do refúgio da família Schargel/Szargel da Polônia para o Brasil, através de alguns poucos documentos e da memória coletiva da família
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