21 research outputs found

    Jogo entre “parentes”, os processos de educação do corpo, esporte e lazer indígena no Brasil: reflexões a partir dos jogos dos povos indígenas

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    Ao contextuar as relações históricas entre os povos indígenas e a sociedade não indígena, a partir de Mato Grosso, o diálogo com as experiências e com a literatura a fim de refletir sobre como um evento esportivo, pautado no espetáculo e na competição, pode dar visibilidade a outras formas de mediação intercultural e nos ensinar sobre outras formas de conviver na diversidade. O futebol, como prática social, vem sendo apropriado como uma linguagem intercultural que coloca em relação os povos indígenas e a sociedade não indígena, ao ser ressignificado por outras lógicas que levam ao encontro com os “parentes”. Os processos de mediações interculturais, mesmo em práticas sociais pautadas na lógica dos eventos esportivos, dão visibilidade à diversidade étnica e cultural brasileira, marcada por outras formas de ser e viver coletivamente, mesmo em contextos multiétnicos, organizados pela lógica capitalista que orienta as competições esportivas no país

    Os desafios da mestria em capoeira: as barreiras para a mulher ser mestra! The challenges of capoeira mastery: the barriers for women to be masters!

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    O presente artigo apresenta um recorte sobre a mulher no esporte e em especial, na capoeira, como protagonista em um universo naturalizado como masculinizado. O referido artigo aborda uma discussão sobre a questão da graduação e em foco a titulação de mestra à partir de uma experiência ímpar vivenciada em Mato Grosso, com o reconhecimento da primeira mulher ao mais alto grau, o de mestra, fato único em toda história da capoeira Mato-grossense que fez com que abrisse um novo olhar e um repensar a respeito da mulher na capoeira no estado de Mato Grosso. Observa-se que ainda há um retrocesso no que tange a questão da graduação da mulher na capoeira e que existe ainda uma manutenção de privilégios na questão do gênero e aqui prevalece o masculino

    Educação intercultural e direitos humanos em tempo de pandemia: um diálogo fundamental

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    Ao definirmos este tema para o debate da educação durante a realização SEMIEDU 2020 – Educação Intercultural e Direitos Humanos em Tempo de Pandemia, buscamos articular diferentes contextos e perspectivas para a compreensão do atual momento vivido diante do desafio em manter a vida e superar um desconhecido e mortífero Coronavírus ou, simplesmente, o COVID-19. Contudo, buscamos também refletir e aprofundar princípios étnicos e políticos que se impõem aos educadores e aos demais setores sociais para mudar a realidade, desnudando o pensamento mítico e criando outras referências para o imaginário social a fim de romper o autoritarismo antidemocrático que tem ceifado a vida dos mais fragilizados na história da colonialidade latino-americana

    A EDUCAÇÃO CORPORIFICADA NO MUNDO-VIDA DA COMUNIDADE QUILOMBOLA “SÃO JOSÉ DOS PRETOS” - GUIMARÃES - MA

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    O presente texto aborda compreensões sobre as práticas corporais no âmbito dos fazeres e saberesna comunidade quilombola de São José dos Pretos, localizada no município de Guimarães, no litoral ocidental do Maranhão. Tem sua centralidade nos estudos do corpo com bases fi losófi cas da Fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty, realizando interlocuções com a Sociologia e Antropologia. Busca compreender as práticas corporais manifestadas nos fazeres e saberes construídos nos fenômenos vividos nessa comunidade como uma educação que se faz a partir do corpo, e o corpo que se faz a partir da educação.Infere-se sobre um corpo que se constrói mediado pela cultura e por esta produz conhecimentos, a educação a partir do corpo e o corpo a partir da educação.Palavras-chave: saberes e fazeres; comunidades quilombolas; educação do corpo. CORPORATIZED EDUCATION IN THE LIFE-WORLD OF THE QUILOMBOLA COMMUNITY “SÃO JOSÉ DOS PRETOS” - GUIMARÃES - MA Abstract The present text addresses comprehensions about body practices in the scope of the doings and knowledges in the quilombola community of São José dos Pretos located in the municipality of Guimarães, on the western côas tof Maranhão. It is centered on body studies, with philosophical bases in Maurice Merleau-Ponty’s Phenomenology, making interlocutions with Sociology and Anthropology. It seeks to understand the body practices manifested in the actions and knowledge built in the phenomen alived in this community as na education that is made from the body, and the body that is made from education. It is inferred that thebody is built through culture and produces knowledge through it, the education from the body and the body from education. Keywords:  knowledge and actions; quilombola communities; body education. LA EDUCACIÓN ENCARNADA EM EL MUNDO-VIDA DE LA COMUNIDAD QUILOMBOLA “SÃO JOSÉ DOS PRETOS” - GUIMARÃES - MA Resumen El presente texto aborda lãs comprensiones sobre lãs prácticas corporales em El ámbito de los haceres y saberes em La comunidad quilombola de São José dos Pretos ubicada em El municipio de Guimarães, em el litoral occidental de Maranhão. Se centra em los estúdios Del cuerpo, basados em La Fenomenología filosófica de Maurice Merleau-Ponty, estableciendo conexiones com La Sociología y La Antropología. Busca mos entender lãs prácticas corporales que se manifiestan em La sacciones y conocimientos construídos en los fenómenos vividos en esta comunidad como una educación que se hace desde El cuerpo, y El cuerpo que se hace desde La educación. Se infiere sobre um cuerpo que se construye a si mismo mediado por la cultura y produce conocimiento a través de ella, la educación basada en el cuerpo y el cuerpo basada en la educación Palabras clave: saberes y haceres; comunidades quilombolas; educación corporal

    A educação do corpo em Vila Nova-Barbecho: o Curussé chiquitano na educação da criança

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    Pautada nos estudos de antropologia da criança, a pesquisa analisa os processos de educação do corpo da criança Chiquitano durante um ritual que identifica este povo indígena que vive na fronteira Brasil-Bolívia. Os processos educativos são compreendidos em diálogo com a história de luta e cotidiana violência simbólica vivida para garantir o direito à terra disputada por fazendeiros e políticos mato-grossenses. O Curussé, como prática social significativa neste contexto de conflitos, expressa os sentidos e significados da educação que no corpo marca a igualdade de gênero, de idade e de hierarquias sociais, num espírito cristão que se opõe ao do civilizado.Palavras-chave: Chiquitano. Educação da Criança. Curussé. Mato Grosso. Brasil.AbstractGuided studies anthropology of the child, the research analyzes the processes of education the body the child’s Chiquitano during a ritual that identifies this indigenous people living in the border between Brazil and Bolivia. Educational processes are understood in dialogue with the history of everyday struggle and symbolic violence experienced to guarantee the right to the disputed land by farmers and politicians Mato Grosso. The Curussé as meaningful social practice in the context of conflict, expresses the meanings of education that the body marks the equality of gender, age and social hierarchies, in a Christian spirit which opposes the civilized.Keywords: Chiquitano. Child Education. Curussé. Mato Grosso. Brazil

    Narrativas sobre a Centralidade da Mulher numa Sociedade Atual: Perspectivas Bororo

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    Neste artigo, fruto de uma pesquisa de doutorado em andamento que visa compreender as trajetórias das professoras da etnia Bororo na educação escolar indígena, trazemos as primeiras aproximações da temática a partir do diálogo com mulheres e liderança a fim de pensar as relações entre os diferentes papeis da mulher professora e mulher bororo considerando sua estrutura social matrilinear. Apresentaremos neste ensaio, dados preliminares a partir de três fontes de dados distintas, que nos permitem compreender o lugar da mulher Boe a partir da  cosmovisão Bororo e nisso analisar sentidos e significados atribuídos às mulheres na sociedade Bororo, considerando toda a especificidade da organização social e cultural do povo cuja estrutura social é centrada na mulher. A educação tradicional articula os mundos que constituem a cosmologia Bororo, na qual se vinculam as dimensões material e imaterial num processo binário de estruturação e organização social, a fim de educar o corpo-ser aredu (mulher) e o corpo-ser imedu (homem). Na concepção Bororo de ver o mundo, há sempre duas metades, dois lados, que não são antagônicos, mas complementares e co-dependentes, no sentido de que um clã, uma metade exogâmica, não pode sobreviver sem a outra, pois uma dá visibilidade à outra, permitindo o reconhecimento de diferença e pertencimento de cada pessoa na sociedade a partir do seu grupo social clânico matrilinear.

    Pesquisa-Formação em Etnocomunicação no Contexto Contemporâneo : saberes e fazeres indígenas na relação comunicação/educação

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    O artigo em questão faz parte de uma pesquisa de Pós-Doutorado em diálogo com parceiras do Projeto Ação Saberes Indígenas na Escola (ASIE). A proposta resulta de experiências de ensino, pesquisa, extensão e atuação na pós-graduação, tendo como método a pesquisa-formação multirreferencial (SANTOS, 2019; ARDOINO, 1998) no campo da educação e comunicação com os povos indígenas do Brasil. Objetiva discutir questões envolvendo a etnocomunicação como dispositivo de luta identitária, ancestral e decolonial e os diferentes usos das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs). A metodologia utilizada é a pesquisa-formação, com imersão nos movimentos assumidos pelos povos originários, no movimento nacional de luta por direitos constitucionais e da terra, e com ações articuladas ao projeto de formação de professores indígenas ASIE. Pistas iniciais nos levam a compreender que as tecnologias digitais contemporâneas são apropriadas para comunicação, mas ainda pouco inseridas nas práticas educativas no contexto investigado

    Nos corpos da dança: a educação intercultural na formação de professores

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    A pesquisa-ação, concluída em 2017, pautou-se na formação de professores com foco na Educação Intercultural e teve como tema articulador a educação do corpo e as Danças Circulares Sagradas, visando ao reconhecimento das diferentes culturas e práticas sociais, ao mesmo tempo em que possibilita ao grupo-pesquisador a identificação com a cultura local de Poconé, no Pantanal Mato-Grossense. Os dados evidenciam o necessário rompimento com a racionalidade que separa cognição, motricidade e imaginação nas aprendizagens que levam à sensibilidade para com o Outro na escola. A inter-relação entre culturas e saberes, potencializa a educação intercultural como prática social. Palavras-chave: Corpo. Dança Circular Sagrada. Interculturalidade. Formação de Professores

    Apresentação

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    A agenda nacional que institui e altera as orientações voltadas ao reconhecimento das diversas formas de educação existentes no país, a Base Nacional Curricular Comum, em 2016, aliada à imposição de Projetos, como a Proposta de Emenda à Constituição 241 (PEC 241) e da Reforma do Ensino Médio, atingem diretamente as comunidades tradicionais e seus jovens. Nessa pauta neoliberal, que visa eliminar possibilidades de inclusão pela educação superior às populações tradicionais, seus saberes e suas identidades, o Programa de Pós-Graduação em Educação assume essa temática e propõe a organização de dois números da edição especial, dispondo-se a refletir que educações, culturas e identidades demandam dos saberes e identidades dos povos indígenas e, a partir de seus saberes, reconhecermos as diversas formas de educação e perspectivas do viver coletivo em terras dominadas pelo agronegócio, como o Cerrado e a Amazônia brasileira, onde se concentram a maioria dos povos indígenas. Nos dois volumes desta edição especial, trazemos como contribuição para o debate autores que conosco refletem a realidade brasileira e sul-americana, dialogando com diferentes campos da ciência para refletir sobre as contribuições dos processos de aprendizagem na relação com o outro, igual e diferente. Essa temática assumida por um Programa de Pós-graduação de Cuiabá, cidade em território bororo tradicional, e ao mesmo tempo, epicentro da América ameríndia, marco geodésico do coração do continente, nos possibilitou uma rara condição ontológica, ao acolher em seu maior evento de Educação – o SemiEdu 2016 – mais de 3.000 pessoas, para juntos, naquele emblemático momento, ouvir o grito dos povos que, em nível mundial, trazem à luz a perversa e cruel condição de povos originários no nosso país, com todos os demais povos do planeta, serem mais do que vencedores e resistentes à cultura da dizimação, expropriação, higienismo, extermínio globalizada em níveis continentais, expulsos por uma 470 subcultura guerreira, mortífera e exterminadora, que tem se valido das armas da informação, do sequestro de direitos de todos os calibres, e de todas as mentiras, para exonerar da vida e expropriar esses povos e suas culturas covardemente. O dramático, contudo, é que vivemos da crassa ignorância acerca da enorme contribuição deles ao planeta. Imemorialmente, eles construíram a Amazônia, seus rios, suas florestas, considerados hoje fonte de perspectivas de vida e morte para todo o planeta em curto prazo

    Apresentação

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    Neste número da Revista de Educação Pública, dialogamos com 13 instituições diferentes para problematizarmos os saberes e as identidades dos povos indígenas, suas culturas e educações. Os autores e autoras, de diversas partes do país, tecem considerações a partir de estudos e pesquisas desenvolvidas com diferentes povos indígenas do Brasil. As contribuições pautam o bem-viver como uma das muitas coisas que temos a aprender com os saberes, as culturas e as educações indígenas, pois problematizam as línguas, as pedagogias, os processos de ensinar e aprender, as resistências aos instrumentos e as formações, as criações e recriações das escolas e de suas perspectivas para o enfrentamento à colonialidade e ao embranquecimento eurocêntrico que permeiam as políticas de escolarização indígena
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