18 research outputs found

    Cerâmicas, identidades escravas e crioulização nos engenhos de Chapada dos Guimarães (MT)

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    This paper discusses the ways in which slave groups in the plantations of Chapada dos Guimarães, state of Mato Grosso, used low-fired earthenware vessels to affirm discrete identities. The analysis explores the dimensions of variation in these pieces taking into account the fluctuations in the origin of slaves between 1790 and 1888. The correlations observed suggest that: (a) low-fired earthenware decorated vessels were used to express different identities among African slaves; (b) some widespread meanings related to the symbolism of pottery common in sub-Saharan African cosmology were reproduced in Chapada; and (c) the level of significance that African slaves ascribed to these items was not maintained by African-Brazilian slaves. These evidences suggest that the process of creolization in this region was generational, as it was consolidated only when an African-Brazilian population culturally more homogeneous than the African became demographically dominant. The article then discusses the distribution of pottery and other categories of artifacts in the plantations as a strategy through which the slaves symbolically reappropriated these spaces according to their own perceptions, impregnating them with memories and representations of African origin. Key words: slaves material culture, African identities, creolization.Este artigo discute os modos nos quais os grupos escravos dos engenhos de Chapada dos Guimarães (MT) utilizaram cerâmicas localmente produzidas visando a afirmar identidades diferenciadas. A análise explora as dimensões de variação dessas peças considerando as flutuações nas origens dos escravos entre 1790 e 1888. As correlações observadas sugerem que: (a) cerâmicas decoradas produzidas localmente foram usadas para expressar identidades diferenciadas entre os escravos africanos; (b) alguns significado s amplamente difundidos na África subsaariana, relacionados ao simbolismo da cerâmica, foram reproduzidos em Chapada; e (c) o nível de significância que os escravos africanos atribuíram a essas peças não foi mantido pelos escravos afro-brasileiros. Essas evidências sugerem que, nessa região, o processo de crioulização foi generacional, só se consolidando quando uma população afro-brasileira, culturalmente mais homogênea do que a africana, tornou-se demograficamente dominante. É então discutida a distribuição das cerâmicas e de outras categorias de artefatos nos engenhos como uma estratégia através da qual os escravos se reapropriaram simbolicamente desses espaços de acordo com suas próprias percepções, impregnando-os com memórias e representações de origem africana. Palavras-chave: cultura material escrava, identidades africanas, crioulização

    Cerâmicas, identidades escravas e crioulização nos engenhos de Chapada dos Guimarães (MT)

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    This paper discusses the ways in which slave groups in the plantations of Chapada dos Guimarães, state of Mato Grosso, used low-fired earthenware vessels to affirm discrete identities. The analysis explores the dimensions of variation in these pieces taking into account the fluctuations in the origin of slaves between 1790 and 1888. The correlations observed suggest that: (a) low-fired earthenware decorated vessels were used to express different identities among African slaves; (b) some widespread meanings related to the symbolism of pottery common in sub-Saharan African cosmology were reproduced in Chapada; and (c) the level of significance that African slaves ascribed to these items was not maintained by African-Brazilian slaves. These evidences suggest that the process of creolization in this region was generational, as it was consolidated only when an African-Brazilian population culturally more homogeneous than the African became demographically dominant. The article then discusses the distribution of pottery and other categories of artifacts in the plantations as a strategy through which the slaves symbolically reappropriated these spaces according to their own perceptions, impregnating them with memories and representations of African origin. Key words: slaves material culture, African identities, creolization.Este artigo discute os modos nos quais os grupos escravos dos engenhos de Chapada dos Guimarães (MT) utilizaram cerâmicas localmente produzidas visando a afirmar identidades diferenciadas. A análise explora as dimensões de variação dessas peças considerando as flutuações nas origens dos escravos entre 1790 e 1888. As correlações observadas sugerem que: (a) cerâmicas decoradas produzidas localmente foram usadas para expressar identidades diferenciadas entre os escravos africanos; (b) alguns significado s amplamente difundidos na África subsaariana, relacionados ao simbolismo da cerâmica, foram reproduzidos em Chapada; e (c) o nível de significância que os escravos africanos atribuíram a essas peças não foi mantido pelos escravos afro-brasileiros. Essas evidências sugerem que, nessa região, o processo de crioulização foi generacional, só se consolidando quando uma população afro-brasileira, culturalmente mais homogênea do que a africana, tornou-se demograficamente dominante. É então discutida a distribuição das cerâmicas e de outras categorias de artefatos nos engenhos como uma estratégia através da qual os escravos se reapropriaram simbolicamente desses espaços de acordo com suas próprias percepções, impregnando-os com memórias e representações de origem africana. Palavras-chave: cultura material escrava, identidades africanas, crioulização

    Mundos mesclados, espaços segregados: cultura material, mestiçagem e segmentação no sítio Aldeia em Santarém (PA)

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    This article discusses the processes of cultural exchange between Portuguese, Portuguese-Brazilian, Amerindians, and mestizos based on the analysis of the material culture from households of Santarém (PA), occupied during the eighteenth and nineteenth centuries,. Although these social groups manipulated material culture aiming to express different values, related to hierarchy, social segmentation, and affirmation of identities, ambiguity also characterizes these assemblages. This material ambiguity informs about the mixtures of both practices and cultural references that brought about the building of a mestizo society.Com base na análise da cultura material proveniente de unidades domésticas do núcleo urbano de Santarém (PA), ocupadas nos séculos XVIII e XIX, o presente artigo discute os processos de trocas culturais entre portugueses, luso-brasileiros, indígenas e mestiços. Embora esses grupos sociais tenham manipulado a cultura material visando expressar diferentes valores, relacionados à hierarquia, segmentação social e afirmação de identidades, a ambigüidade é uma característica das amostras analisadas, informando sobre as misturas de práticas e de referenciais culturais que levaram à construção de uma sociedade mestiça

    ARQUEOLOGIA – ANTROPOLOGIA OU HISTÓRIA? ORIGENS E TENDÊNCIAS DE UM DEBATE EPISTEMOLÓGICO

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    Ao longo do século XX um debate marcou a arqueologia, sobretudo a norte-americana, deveriam os arqueólogos se ater a uma produção de conhecimento histórico, restringindo suas explicações às particularidades de cada caso? Ou almejar a uma meta mais ampla, buscando extrair dos eventos únicos regularidades mais gerais sobre o comportamento humano, gerando, assim, uma produção de conhecimento tida como verdadeiramente antropológica? Embora tal debate seja mais comumente relacionado à emergência da nova arqueologia dos anos 60, ele foi recorrente na antropologia e arqueologia norte-americanas desde, pelo menos, o segundo terço daquele século. De fato, o movimento pendular entre metas particularistas e generalizantes marcou não somente a arqueologia, mas a própria antropologia ao longo do século XX. Este trabalho tem por propósito, por um lado, analisar as origens e o desenvolvimento deste debate, cujas posições se traduzem na polarização entre explanação e interpretação, e, por outro, discutir as abordagens teóricas mais recentes, que buscam superar essa dicotomia com base, sobretudo, no relacionismo metodológico das teorias da prática

    Archaeological Theory: between practice, representation and politics

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    A arqueologia da diáspora africana nos Estados Unidos e no Brasil: problemáticas e modelos

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    O artigo apresenta uma revisão dos principais temas de pesquisa abordados na arqueologia da diáspora africana nos Estados Unidos e no Brasil, adicionando, quando relevante, contextos do Caribe, com o propósito de fornecer um panorama do desenvolvimento das pesquisas nos últimos quarenta anos bem como discutir as mudanças de enfoque e de modelos teóricos aplicados para explicar a dinâmica social das populações africanas na diáspora

    Da cultura material da escravidão e do pós-emancipação: perspectivas comparadas em arqueologia e história

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    In this article we discuss the possible theoretical and methodological connections between approaches to the material culture of slavery and the postemancipation period. Based on the thematic bibliography, we both evaluate the current stage of studies in historical archeology and present an ongoing research project that is excavating archaeological sites on farms in the slaveholding Southeast of Brazil.Neste artigo discutimos as possibilidades de conexões teóricas e metodológicas nas abordagens sobre cultura material da escravidão e do pósemancipação. A partir da bibliografia temática, tanto avaliamos o estágio atual dos estudos em arqueologia histórica como apresentamos um projeto de pesquisa em andamento de escavação de sítios arqueológicos em fazendas no sudeste escravista
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