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    Da racionalidade axiomática à racionalidade ecológica: elementos para a construção de uma agenda de pesquisa em simulação computacional econômica

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    This paper discusses the development of a research agenda in economic computer simulation for the notion of ecological rationality. It starts with the criticism of axiomatic rationality in economics, discussing its ineffectiveness for the treatment of real decision processes. It is shown that the criticism of axiomatic rationality made by Herbert Simon and his notion of Procedural Rationality allowed the development of a research program that systematically incorporates the treatment of heuristics and can consistently integrate the observation of the real behavior of agents. This research program was developed by Gerd Gigerenzer, along with the notion of Ecological Rationality. Therefore, this work proposes the development of a research agenda in computational economic simulation to obtain a set of empirical results that can support the advancement of the theory.Este artigo discute o desenvolvimento de uma agenda de pesquisa em simulação computacional econômica para a noção de racionalidade ecológica. Parte-se das críticas à racionalidade axiomática em economia, discutindo-se a sua ineficácia para o tratamento de processos de decisão real. Mostra-se que a crítica à racionalidade axiomática feita por Herbert Simon e à sua noção de Racionalidade Processual permitiu o desenvolvimento de um programa de pesquisa que incorpora sistematicamente o tratamento de heurísticas e pode integrar de maneira consistente a observação do comportamento real dos agentes. Esse programa de pesquisa foi desenvolvido por Gerd Gigerenzer, juntamente com a noção de Racionalidade Ecológica. Propõe-se então, neste artigo, o desenvolvimento de uma agenda de pesquisa em simulação econômica computacional para a obtenção de um conjunto de resultados empíricos que possa apoiar o avanço da teoria

    Apresentação

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    Chegamos ao volume 8 (1) de 2019 dos Cadernos CEPEC com este número completamos oito anos de publicação, estabelecendo um canal de publicização de trabalhos científicos de qualidade reconhecida e se consolida no meio acadêmico. Segundo a atual avaliação (2016) do sistema Qualis de Periódicos da CAPES (https://goo.gl/mnh5ll) somos B4 nas áreas de Economia e Ciências Ambientais, B5 na Interdisciplinar  e B2 no Planejamento Urbano e Regional/Demografia.Neste número trazemos seis artigos. O primeiro artigo de Alencar et al.,  propõe uma agenda de pesquisa para economia regional e o processo de financeirização. Os autores observam que a financeirização da economia é cada vez mais clara com o crescimento do papel do crédito, sendo que se observa diversos desdobramentos regionais nos quais os resultados sugerem que a perspectiva regional ainda precisa avançar na literatura para envolver o papel de políticas monetárias e o próprio desenvolvimento das regiões.O segundo artigo de Fabricio Jose Missio trata do Fundo para a Convergência Estrutural (FOCEM) do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), tecendo considerações preliminares quanto a sua funcionalidade em termos do desenvolvimento regional. Os principais resultados mostram que o fundo tem contribuído para a diminuição das assimetrias regionais, apesar do seu limitado alcance.O terceiro trabalho exposto é de Adejard Gaia Cruz, trazendo uma análise histórica comparativa entre dois momentos da economia regional paraense: os ciclos da borracha e do minério de ferro, o autor denota que tanto a extração de borracha como a produção atual de minério de ferro representaram, em diferentes épocas, atividades alternativas de transformação econômica e social, mas que em termos históricos não conseguiram se constituir em vetores de desenvolvimento para o estado do Pará e sua região.O quarto artigo de Valcir Bispo Santos trás a analise dos “acordos de pesca” praticados por comunidades ribeirinhas da Amazônia Oriental, nas ilhas do município de Cametá, na região do Baixo Tocantins – nordeste do estado do Pará, no estuário da bacia do rio Amazonas – tendo em vista, sobretudo, a sua dinâmica interna e os recursos endógenos que articula e mobiliza. O autor se propõe interpretar os acordos de pesca como práticas de desenvolvimento territorial a partir de uma abordagem situada no campo institucionalista da teoria econômica.O quinto artigo de Rodarte e Libânio investiga a relação entre crescimento econômico e oferta de mão de obra para a economia brasileira, levando em conta uma característica marcante do nosso mercado de trabalho, qual seja a grande presença de trabalhadores em situação precária no emprego. Assim, o lado informal do mercado de trabalho atuaria como fornecedor de mão de obra para o setor formal, o que realimentaria o crescimento do produto e por sua vez levaria à redução da informalidade, para isso os autores fazem uso de um modelo VAR.Por fim, no sexto artigo Nathálya e Trindade buscam tratar a questão da vulnerabilidade externa regional do Estado do Pará relacionando o mesmo com os demais Estados brasileiros, levando em consideração a dinâmica de acumulação de cada unidade federativa, bem como o processo de desenvolvimento regional das mesmas, a partir da análise de índices de vulnerabilidade econômica regional.Boa leitura e ensejamos que divulguem a produção publicada nos Cadernos CEPEC, inclusive em suas redes sociais. EditoresJosé Raimundo TrindadeSérgio Luis River

    Percepção do impacto de eventos extremos sobre a produção pela população do estuário Amazônico

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    Mudanças climáticas e processos de adaptação à essas mudanças têm sido foco de inúmeras pesquisas. Na Amazônia, a pesquisa tem focado principalmente na análise da interação entre desmatamento. Com objetivo de analisar a percepção sobre mudanças climáticas e o impacto em relação vários tipos de eventos para população de várzea do estuário Amazônico foram entrevistados com base em 239 entrevistas semiestruturadas. Os entrevistados relatam que o impacto de temperatura mais altas, muita chuva e grandes marés afetam a produção negativamente enquanto temperatura mais baixa que o normal, pouca chuva e baixa maré, para a maioria, não afeta a produção. Uma das principais atividades da região é a extração do açaí e estima-se que o impacto da temperatura mais alta do que um ano normal reduza a producao em em média em 45%. Em relação à pesca, em torno de metade informa que a temperatura reduz a produção. Também a maré alta afeta a pesca e a intensidade maior de chuvas afeta a produção de mandioca. Ainda há pouca visão de como reduzir esses efeitos mas um grupo menor acredita que reduzir desmatamento e reflorestar beneficiaria a produção do açaí. Com base na percepção do impacto de eventos extremos sobre a produção é possível antecipar os impactos de longo prazo de mudanças climáticas e melhor preparar a população para ações mitigadoras.Climate change and adaptation to these changes have been the focus of numerous studies. In the Amazon, the research related to climate change has focused mainly on the analysis of the interaction between deforestation and climate change on forest biomass and the water system. No study, however, focuses on the impact of climate change on the population of the Amazon estuary, one of the densest regions of the entire basin. Aiming to analyze the perception of climate change and impact in relation to various types of events population of lowland Amazonian estuary were interviewed based on 239 semi-structured interviews. The result shows that higher rain, temperature and tide in relation to a normal year affect negatively the production, while lower temperature, rain and tide does not have a significant impact. The impact of temperature is large, reducing the production of açaí berry, compared to a normal year in 45%. Regarding fishing, around half of the respondents inform that higher temperatures reduce production. Also high tides affects fisheries and greater intensity of rainfall affects the production of cassava. When asked about ways to mitigate these effects there is little insightinto how to reduce it. Based on perception it is possible to estimate impacts on production to prepare this population better to adaptation

    Estrutura, dinâmica e economia da pesca comercial do baixo Amazonas

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    The objective of this study is to characterize the fishermen and the fishing fleet of the Lower Amazon. The study is based on data collected from 3.144 boats operating out of the four main ports of Santarém. An economic analysis of the activities of these boats is based on fifty two interviews conducted specifi cally for that purpose. Results show that larger and smaller boats use essentially the same technology but significant differences exist in terms of fishing strategy. Smaller boats supply local markets, and their catches comprise a greater variety of fi sh species. Larger boats tend to specialize in a number of species of catfish, and generally supply fish processing plants. Smaller boats are less efficient in terms of CPUE (Kg/Fisherman/Day) but they are more economically efficient, earning more for each unit of money invested than larger boats. Most boats operating from Santarém have a storage capacity of less than 4t. This class size boat is thus an important source of food, income, and employment for Santarém and the surrounding region.O objetivo desse estudo é de caracterizar o pescador e a frota pesqueira do Baixo Amazonas. Este estudo está baseado em entrevistas com operadores ou donos de barcos referentes a 3.144 desembarques nos quatro principais portos da cidade de Santarém. Uma análise econômica da atividade desses barcos está baseada em 52 entrevistas conduzidas especificamente para esse fim. Os resultados mostraram que tanto os barcos grandes como os pequenos utilizam, essencialmente, a mesma tecnologia, mas que existem diferenças significativas em termos de estratégias de pesca. Barcos pequenos abastecem o mercado local com captura de uma grande variedade de espécies de peixe. Barcos grandes tendem a se especializar na captura de peixes lisos e, geralmente, abastecem os frigoríficos. Os barcos pequenos são menos eficientes em termos de CPUE (KG/Pescador/Dia), mas eles são economicamente mais eficientes, ganhando mais para cada unidade de dinheiro investido. A maior parte dos barcos que operam em Santarém possui capacidade de gelo abaixo de 4t. Essa categoria de barco é de grande importância para fornecimento de proteína animal, renda e emprego para a região de Santarém.ALMEIDA, O. T.; RIVERO, S. L. M.; MCGRATH, D. G. Universidade Federal do Par

    Crise ecológica: as contradições entre sustentabilidade e acumulação do capital

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    Segundo alguns autores, o aumento da temperatura da Terra aliado à poluição das águas, à contaminação dos solos e à diminuição da biodiversidade são sinais de uma crise ecológica global (LIPIETZ, 1997; COSTA, 2000; ALTVATER, 1995). A discussão moderna sobre o assunto surgiu na década de 60, com a publicação do livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson, que mostrava a contaminação de DDT no ambiente. A questão tomou âmbitos mais amplos (político e acadêmico) após o relatório sobre Os Limites do Crescimentodo Clube de Roma, em 1972. Desde então, cientistas e políticos têm buscado meios para superar esta crise. No entanto, compatibilizar crescimento, ganhos ambientais e inclusão social tem sido um verdadeiro desafio (COSTA, 2014). Neste sentido, este trabalho busca responder a seguinte pergunta: é possível compatibilizar natureza e acumulação de capital? A resposta a esta questão foi construída baseada no encadeamento de Marx. Para tanto, fora analisada a relação homem e natureza n’O Capital e em obras de autores neomarxistas. Os trabalhos analisados mostram que o capitalismo é em sua essência um destruidor da natureza. Assim, conciliar sustentabilidade e acumulação do capital é impossível. Neste sentido, autores neomarxistas afirmam que a solução estaria fora do sistema capitalista. Entretanto, as saídas propostas não denotam claramente como esta transição se daria.

    Avaliação dos stakeholders em relação às mudanças na legislação ambiental e reforma do Código Florestal Brasileiro

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    O setor florestal tem sofrido grande impacto com mudanças nas leis que regem as atividades florestais nacionais e estaduais, a exemplo da Lei nº 11.284/2006, de gestão de florestas públicas, e a atual discussão sobre a mudança no principal instrumento da legislação florestal (o Código Florestal). A reforma do Código Florestal (PL nº 1.876/99) gerou grandes polêmicas entre aqueles que são a favor ou contra sua reforma nas diversas camadas da sociedade brasileira, com destaque para ambientalistas e agropecuaristas que defendem posicionamentos divergentes sobre os rumos da política florestal nacional. Para verificar esta hipótese, foram realizadas entrevistas abertas com técnicos e pesquisadores que trabalham direta ou indiretamente com ensino, pesquisa e gestão das áreas de florestais em nível estadual a fim de determinar quais os problemas da legislação ambiental, com destaque para a legislação florestal vigente, e propor melhorias para o setor florestal na região Amazônica. Os dados obtidos mostraram que não há consenso sobre as mudanças na legislação florestal. Os pesquisadores e técnicos acham inadequadas as propostas de reforma do Código Florestal e o processo de descentralização da gestão florestal para o Estado do Pará precisa de adequações, como desburocratização das ações administrativas e aplicabilidade das leis pelos órgãos competentes

    Mudança Técnica na Indústria Madeireira na Amazônia: uma análise a partir da economia evolucionária

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    Este artigo investiga a existência de um lock-in, ou aprisionamento, de baixa tecnologia e rentabilidade associado a elevados impactos ambientais e a alta propensão entre os produtores à ilegalidade na exploração madeireira na Amazônia Brasileira. O conceito de lock-in é trabalhado a partir do arcabouço da Economia Evolucionária. É analisada então a evolução do ambiente norteador das decisões do setor, associado à caracterização técnica das serrarias, e à compreensão do perfil da demanda setorial, das relações institucionais e intersetoriais, corroborando para que a hipótese do lock-in não seja descartada. São analisadas as taxas de ilegalidade, com valores que chegam a 80% nas análises mais pessimistas, são observadas suas causas e a constatação da predominância da exploração convencional de madeira. Discute-se finalmente a introdução do manejo florestal sustentável na região, especialmente através dos benefícios e limites da exploração de impacto reduzido em um contexto caracterizado pelo baixo enforcement para o setor na região

    ESTIMANDO O POTENCIAL DE REFLORESTAMENTO DA NOVA LEGISLAÇÃO FLORESTAL BRASILEIRA

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    O trabalho teve como objetivo analisar o custo de recuperação de áreas degradadas no Pará-Brasil frente ao Código Florestal de 2012. Especificamente, foi avaliado o custo de implantar um projeto de reflorestamento para recuperar áreas degradadas com a espécie madeireira paricá (Shizolobium amazonicum) no estado do Pará, no processo de recuperação de áreas de proteção ambiental permanente (APP). Para isso foi levantado o passivo ambiental da região Norte e foram criados cenários de preços com base em dados secundários do Relatório de Informações Semestrais – RIS de Paragominas/PA, construiu-se o fluxo de caixa e calculou-se índices de viabilidade econômica e financeira (valor presente líquido; razão benefício/custo e a taxa interna de retorno). Os resultados mostram que o avanço dos sistemas agroflorestais(SAF’s) surge como alternativa de reflorestar as áreas degradadas via reflorestamento. Os resultados indicaram que considerando uma taxa de juros de 6 % obtém-se um VPL de R$ 1.075,31 e TIR de 7%, valores que geram externalidades positivas tanto os agricultores que desejam reflorestar como para os empresários que querem reduzir os custos de implantação de projeto florestal e, é viável economicamente recuperar uma APP pelo método do reflorestamento
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