13 research outputs found

    O poder da crítica: um estudo sobre a relação empresa e movimentos sociais em um contexto de conflito ambiental

    Get PDF
    The re-democratization process in Brazil was a decisive factor for the expansion of the organization of the civil society that started demanding the companies to assume their social functions and acted with transparence and responsibility in their productive processes. In view of the emergence of the criticism and demands from the social and environmental movements, the publications on corporate social responsibility sustain ongoing management changes in large companies in Brazil towards a major social environmental responsibility of their practices. However in this article we intend to analyze how these changes are provided. As the study object, we investigated the repercussions of the social criticism in the expansion corporate strategies and the control of territories from a large Brazilian pulp and paper company, prioritizing the analysis of the social responsibility policies.O processo de redemocratização no Brasil foi um fator decisivo para a expansão de organizações da sociedade civil que começaram a exigir que as empresas assumissem suas funções sociais e atuassem com transparência e responsabilidade nos processos produtivos. Frente à emergência das críticas e demandas dos movimentos sociais e ambientalistas, a literatura sobre responsabilidade social corporativa sustenta que está em processo no Brasil uma mudança gerencial nas grandes empresas em direção à maior responsabilização social e ambiental de suas práticas. Entretanto, neste artigo pretendemos analisar sob quais mecanismos estas mudanças se concretizam. Como objeto de estudo, investigamos as repercussões da crítica social nas estratégias corporativas de expansão e controle de territórios de uma grande empresa brasileira de papel e celulose, priorizando a análise das políticas de responsabilidade social

    (Anti) environmental policy in the United States and Brazil: a comparative analysis

    Get PDF
    O artigo analisa as afinidades existentes entre a política ambiental de Donald Trump (2017-2020) e de Jair Bolsonaro (2019-2020), a partir das principais alterações realizadas neste campo por ambos os governos. Através de uma revisão bibliográfica sobre o tema e da consulta a fontes hemerográficas e documentos produzidos por associações científicas, profissionais e organizações não governamentais, identificamos quatro grandes semelhanças entre as gestões: 1. A deslegitimação dos órgãos ambientais e das agências relacionadas; 2. A desregulamentação ambiental e o enfraquecimento da fiscalização; 3. A violação de direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais; 4. A perseguição política aos servidores e cientistas da área ambiental. Essas semelhanças estão, em parte, associadas ao atendimento às demandas de determinados setores empresariais, tais como o setor extrativo e o agronegócio, conjugado ao esforço de destruição dos bens de uso comum e suas formas de gestão comunitária.The article analyzes the existing affinities between the environmental policy of Donald Trump (2017-2020) and Jair Bolsonaro (2019-2020), based on the main changes made in this field by both governments. Through a bibliographic review on the subject, in addition to consulting the hemerographic sources and documents produced by scientific associations and non-governmental organizations, we identified four significant similarities: 1. The delegitimization of environmental agencies and related agencies; 2. Environmental deregulation and weakened enforcement; 3. Violation of the rights of indigenous peoples and traditional communities; 4. Political persecution of civil servants and scientists in the environmental field. These similarities could be associated with meeting the demands of the extractive sector and agribusiness, coupled with the effort to destroy goods in general use and their forms of community management

    Comunidades, modo de usar: desvendando guias, manuais e relatórios da mineração

    Get PDF
    Over the past twenty years, in different parts of the world, there has been an increase in environmental conflicts related to mining activities. In order to understand how agents in the extractive sector have described these conflicts and the way in which they have acted in response to them, this article analyzes two sets of publications produced during the last decade. Risk and trend reports for the extractive sector prepared through consultancies by Ernst & Young, PricewaterhouseCoopers, Deloitte and KPMG and three community relations manuals issued by the Brazilian Mining Institute, the National Confederation of Industry and the International Mining and Metals Council. We identified that the production and circulation of these materials are part of a set of authoritarian practices by extractive corporations set within at least three dimensions: i) an understanding that organized social actors who act in the defense of territories are risks that need to be managed; ii) the dissemination of “dialogue” and “social participation” techniques used to identify and classify social actors and iii) promoting the idea that the destiny of the territory is ineluctably linked to the corporation.Nos últimos vinte anos, observou-se um aumento dos conflitos ambientais relacionados às atividades de mineração em diversas partes do mundo. A fim de compreender como os agentes do setor extrativo descrevem estes conflitos e de que forma têm atuado para respondê-los, este artigo analisará dois conjuntos de publicações produzidos na última década. Os relatórios de riscos e tendências do setor extrativo elaborados pelas consultorias Ernst & Young, PricewaterhouseCoopers, Deloitte e KPMG e três manuais de relacionamento com comunidades do Instituto Brasileiro de Mineração, da Confederação Nacional da Indústria e do Conselho Internacional de Mineração e Metais. Identificamos que a produção e a circulação destes materiais integram o conjunto de práticas autoritárias das corporações extrativas em pelo menos três dimensões: i) a compreensão de que atores sociais organizados que atuam na defesa dos territórios são riscos a serem gerenciados; ii) à difusão de técnicas de “diálogo” e “participação social” utilizadas para a identificação e classificação dos atores sociais e iii) a promoção da ideia de que o destino do território está inelutavelmente ligado à corporação

    Mineração e violações de direitos humanos: uma abordagem construcionista

    Get PDF
    In this article, we argue that the nationalisation of social contestation to mining in Brazil promoted the exchange of ideas and experiences between social movements and Non-governmental Organisations (NGOs), both from Brazil and abroad and, consequently, the emergence of claims related to human rights violation. We adopt a constructionist perspective and use document analysis as well as participant observation. Our evaluation suggests that most complaints relate to firms and economic projects; the State is mentioned as co-responsible and selectively neglectful. Therefore, we infer that the debate about human rights and mining, in Brazil, might consolidate a perspective of corporate violations.En este artículo, argumentamos que el proceso de nacionalización de la contestación social a la minería en Brasil ha permitido el intercambio entre movimientos sociales y Organizaciones no gubernamentales (ONGs) nacionales e internacionales, y la emergencia de demandas asociadas a la violación de derechos humanos. Adoptamos una perspectiva construccionista y utilizamos métodos de análisis documental y observación participante. El análisis indica que las denuncias son dirigidas a las empresas y proyectos, mencionando el Estado como actor corresponsable y selectivamente omiso. De esta manera, deducimos que el debate sobre derechos humanos y minería en Brasil tiende a consolidar una perspectiva de violaciones corporativas.Neste artigo argumentamos que o processo de nacionalização da contestação social à mineração no Brasil permitiu o intercâmbio entre movimentos sociais e Organizações Não-governamentais (ONGs) nacionais e internacionais, e a emergência de demandas associadas à violação de direitos humanos. Adotamos uma perspectiva construcionista e utilizamos métodos de análise documental e observação participante. A análise indica que as denúncias são voltadas para firmas e projetos, mencionando o Estado como ator corresponsável e seletivamente omisso. Assim, inferimos que o debate sobre direitos humanos e mineração no Brasil tende a consolidar uma perspectiva de violações corporativas

    Minas esgotada : antecedentes e impactos do desastre da Vale na Bacia do Paraopeba

    Get PDF
    -A obra oferece um panorama das questões sociais e ambientais ligadas à mineração em Minas Gerais, trazendo os sujeitos e a paisagem como protagonistas da narrativa. Ela reúne autores que assumem a responsabilidade social do fazer científico, analisando a assimetria de poder, o jogo político, os antecedentes e consequências ambientais do rompimento da barragem da Vale S.A no Complexo Paraopeba II, em 2019. Os textos transitam entre esforços teórico-reflexivos e aproximações empíricas; nascem do histórico de engajamento dos pesquisadores com a problemática da mineração e questões socioambientais, adornado por sucessivos trabalhos de campo e contatos com a população atingida

    As ciências sociais e a profissionalização da gestão empresarial do risco social

    Get PDF
    Na presente pesquisa estivemos interessados em investigar o interesse de grandes empresas, cujas atividades produtivas dependem fortemente dos recursos dos territórios (tais como as mineradoras, petroleiras e de geração de energia), na contratação de consultorias e profissionais especializados no desenvolvimento de metodologias de relacionamento com comunidades, resolução de conflitos e implantação de projetos nomeados de Responsabilidade Social. Esta procura manifestou-se mais intensamente a partir do contraste entre as críticas às práticas empresariais destes segmentos produtivos, tidas como portadoras de impactos negativos sobre o meio ambiente e sobre as condições de existência de comunidades tradicionais, e o crescente recurso empresarial ao discurso da responsabilidade ambiental e social. Diversos documentos e publicações empresariais expressam a preocupação com as repercussões de tais conflitos sobre a imagem e a rentabilidade da empresa. Na gramática empresarial, os conflitos estão sendo nomeados de riscos sociais e uma das principais estratégias mobilizadas pelas empresas para gerir tais riscos são os projetos de Responsabilidade Social Corporativa (RSC). As iniciativas de RSC teriam como objetivo fazer cessar ou prevenir conflitos ao permitirem uma aproximação com as comunidades através de ações filantrópicas e outros tipos de projetos sociais. As modificações nas formas de relacionamento entre empresa e comunidade - é o que parecem supor os agentes empresariais - poderiam atuar no sentido de neutralizar a crítica social, estabilizar socialmente o terreno em que atuam e garantir o que, no léxico corporativo, denomina-se licença social para operar. Ante este quadro, vemos a procura crescente por parte destes setores empresariais por profissionais das ciências sociais para atuar na elaboração de estudos sobre a sociedade local e no desenvolvimento de programas sociais. Por vezes , estes profissionais são contratados diretamente pelas empresas ou pelas fundações criadas pelas mesmas; em outras ocasiões o são por empresas de consultoria que vão oferecer este tipo de serviço às corporações interessadas. Esta contratação estaria relacionada a uma determinada expertise relacionada ao mundo social. Mais do que outros, porque dotados de um saber sobre as organizações e dinâmicas sociais, os cientistas sociais poderiam ser capazes de mediar conflitos e potencializar a obtenção de consensos nas populações. Para tentar compreender o sentido social destas práticas empresariais analisamos as práticas e habilidades requeridas a esses profissionais contratados ( e aquelas por eles ofertadas), quais os saberes do campo da ciência social mobilizados, as avaliações sobre as condições de trabalho que eles encontram nesses espaços e a natureza das relações com as comunidades impactadas pelos projetos empresariais para os quais trabalham

    The criticism power: a study on the company and social movement relation within an environmental conflict context

    No full text
    O processo de redemocratização no Brasil foi um fator decisivo para a expansão de organizações da sociedade civil que começaram a exigir que as empresas assumissem suas funções sociais e atuassem com transparência e responsabilidade nos processos produtivos. Frente à emergência das críticas e demandas dos movimentos sociais e ambientalistas, a literatura sobre responsabilidade social corporativa sustenta que está em processo no Brasil uma mudança gerencial nas grandes empresas em direção à maior responsabilização social e ambiental de suas práticas. Entretanto, neste artigo pretendemos analisar sob quais mecanismos estas mudanças se concretizam. Como objeto de estudo, investigamos as repercussões da crítica social nas estratégias corporativas de expansão e controle de territórios de uma grande empresa brasileira de papel e celulose, priorizando a análise das políticas de responsabilidade social.The re-democratization process in Brazil was a decisive factor for the expansion of the organization of the civil society that started demanding the companies to assume their social functions and acted with transparence and responsibility in their productive processes. In view of the emergence of the criticism and demands from the social and environmental movements, the publications on corporate social responsibility sustain ongoing management changes in large companies in Brazil towards a major social environmental responsibility of their practices. However in this article we intend to analyze how these changes are provided. As the study object, we investigated the repercussions of the social criticism in the expansion corporate strategies and the control of territories from a large Brazilian pulp and paper company, prioritizing the analysis of the social responsibility policies

    New neoliberal models of government: the construction of a negotiated resolution of the conflict in Brazil

    No full text
    The present paper aims to show that the conflict resolution and its discourses and practices were, from the war period in the late nineteenth century and early twentieth century to the present moment, applied to the conflicting dynamics of different areas. In Brazil and other Latin American countries, for economic reasons, due to a plethora of legal demands and due to the intend of national governments and market players to establish a new way of dealing with conflict, we highlight the process by which we are witnessing, in the public and private domain of such countries, the use of extrajudicial methods and instruments in different spheres of action and debate than in the context of traditional public arenas. Through conducting a conflict resolution field genealogy, as well as by historicizing the creation and amending of legal and institutional base of these countries and by the identification of social management strategies developed by market players, we try to demonstrate that the mentioned field is the result of changes occurred in the capitalist system, notably in its recent neoliberal form. This indicates the need for deeper analysis of the decision-making process in the extrajudicial sphere over the possible "solutions" to the problems and conflicts in society
    corecore