44 research outputs found

    LUTAS E URDIDURAS ENTRE A CIDADE E A FLORESTA: o “fazer-se” da Educação em Melgaço-Pa

    Get PDF
    Explorando narrativas orais alinhavadas no corpo-a-corpo com moradores de Melgaço, no Marajó das Florestas-Pa, documentos escritos captados em arquivo público municipal e diagnósticos educacionais oficiais produzidos, na última década, sobre a realidade melgacense, o texto acompanha experiências vivenciadas por populações locais em territórios da cidade e da floresta, em torno do processo que forjou, entre lutas e urdiduras, a escolarização do município a partir de 1950. No reencontro com as difíceis lembranças reconstruídas pelos antigos alunos quando experimentaram as contradições e exclusões gestadas pelo sistema educacional paraense e as persistentes imagens das dificuldades para se construir uma presença efetiva da escola em ambientes urbanos e rurais, esta produção escrita conclui apontando uma solução para enfrentar as problemáticas vividas atualmente, especialmente pelos professores ribeirinhos leigos: a implantação de um projeto de pesquisa e intervenção social sobre identidades docentes e práticas de leitura com narrativas orais marajoaras.      Palavras-chave: história; memória; educação

    COSMOLOGIAS AFROINDÍGENAS NA AMAZÔNIA MARAJOARA

    Get PDF
    Dialogando com historiografias dos contatos indígenas e africanos na Amazônia, imagens de inscrição da arte nativa em cerâmica marajoara, cachimbos, altar barroco e narrativas literárias, que reconstituem marcas dos intercâmbios dessas culturas na Amazônia Marajoara a partir do século XVII, o ensaio procura visibilizar práticas “decoloniais” em territórios da “diferença colonial” experienciadas por índios, negros e afroindígenas entre campos e florestas na região. A perspectiva central do estudo é demonstrar que cosmologias de grupos de tradições orais, explicativas das múltiplas expressões de seus modos de vida praticados e compartilhados na Amazônia, apesar de ainda pouco exploradas pelos estudiosos da diáspora, agenciaram significados de lutas culturais estabelecidas astuciosamente contra a dominação de suas artes, corpos e pensares por grupos no poder no contexto colonial. Em tempos contemporâneos, essas cosmologias vêm sendo continuamente reafirmadas por meio da recriação de saberes, danças, cantos, religiosidades e outras sociabilidades como expressões de patrimônio material e imaterial afroindígena neste portal da Amazônia

    LUTAS E URDIDURAS ENTRE A CIDADE E A FLORESTA: O “fazer-se” da Educação em Melgaço-Pa

    Get PDF
    Explorando narrativas orais alinhavadas no corpo-a-corpo com moradores de Melgaço, no Marajó das Florestas-Pa, documentos escritos captados em arquivo público municipal e diagnósticos educacionais oficiais produzidos, na última década, sobre a realidade melgacense, o texto acompanha experiências vivenciadas por populações locais em territórios da cidade e da floresta, em torno do processo que forjou, entre lutas e urdiduras, a escolarização do município a partir de 1950. No reencontro com as difíceis lembranças reconstruídas pelos antigos alunos quando experimentaram as contradições e exclusões gestadas pelo sistema educacional paraense e as persistentes imagens das dificuldades para se construir uma presença efetiva da escola em ambientes urbanos e rurais, esta produção escrita conclui apontando uma solução para enfrentar as problemáticas vividas atualmente, especialmente pelos professores ribeirinhos leigos: a implantação de um projeto de pesquisa e intervenção social sobre identidades docentes e práticas de leitura com narrativas orais marajoaras

    Oralidades e letras em encontros nos “marajós”: ribeirinhos e religiosos urdindo identidades culturais

    Get PDF
    Trabalhando com diferentes suportes de memória, frutos de nossas investigações para produção da tese de doutorado em História Social pela PUC-SP, a comunicação coloca em evidência como sutis artimanhas produzidas pela religiosidade popular ribeirinha de matriz oral, gestual, devocional, em profundas injunções com saberes práticos do universo florestal da Ilha de Marajó, desarticularam ações recristianizadoras e homogeneizadoras de uma religiosidade católica oficial que se esparramou em toda Ilha a partir de 1928, quando da chegada de padres agostinianos espanhóis disseminadores de um catolicismo letrado, romanizador, racionalizante e sacramental. Palavras-Chave: Espiritualidades dos sentidos. Religiosidade festiva. Oralidade. Performance. Cultura ribeirinha

    História e Literatura no regime das águas: Práticas Culturais Afroindígenas na Amazônia Marajoara

    Get PDF
    Diving  in  the dynamic Amazonian social  life, ruled by  the temporality of  waters, the article follows, through dialogues between History and Literature, marajoara populations’ ways of  being and living,  highlighting  their African/Indigenous  heritage  and  local knowledge, which  resulted  from  cultural mediation with Western, written culture.  Lying on poetics, landscapes, and characters created by  the writers Dalcídio  Jurandir  and  Sylvia Helena Tocantins,  this  text visualizes  the  footsteps of   the marajoara, who elaborate, with great creativity, meanings to restate cosmologies, and  sociocultural experiences. These historical  subjects,  in  their subtle manifestations and practices of  belonging, dribbled both limits and  intolerance  from  secular and  religious powers,  in  the Amazonian Marajó island.Key  words:  water  regimes,  African-indigenous  cultures,  local knowledge.Diving  in  the dynamic Amazonian social  life, ruled by  the temporality of  waters, the article follows, through dialogues between History and Literature, marajoara populations’ ways of  being and living,  highlighting  their African/Indigenous  heritage  and  local knowledge, which  resulted  from  cultural mediation with Western, written culture.  Lying on poetics, landscapes, and characters created by  the writers Dalcídio  Jurandir  and  Sylvia Helena Tocantins,  this  text visualizes  the  footsteps of   the marajoara, who elaborate, with great creativity, meanings to restate cosmologies, and  sociocultural experiences. These historical  subjects,  in  their subtle manifestations and practices of  belonging, dribbled both limits and  intolerance  from  secular and  religious powers,  in  the Amazonian Marajó island.Key  words:  water  regimes,  African-indigenous  cultures,  local knowledge.Diving  in  the dynamic Amazonian social  life, ruled by  the temporality of  waters, the article follows, through dialogues between History and Literature, marajoara populations’ ways of  being and living,  highlighting  their African/Indigenous  heritage  and  local knowledge, which  resulted  from  cultural mediation with Western, written culture.  Lying on poetics, landscapes, and characters created by  the writers Dalcídio  Jurandir  and  Sylvia Helena Tocantins,  this  text visualizes  the  footsteps of   the marajoara, who elaborate, with great creativity, meanings to restate cosmologies, and  sociocultural experiences. These historical  subjects,  in  their subtle manifestations and practices of  belonging, dribbled both limits and  intolerance  from  secular and  religious powers,  in  the Amazonian Marajó island.Key  words:  water  regimes,  African-indigenous  cultures,  local knowledge.Mergulhando na dinâmica da vida social amazônica, regida pela temporalidade das águas, o artigo acompanha, em diálogos entre História e Literatura, modos de ser e viver de populações marajoaras, flhas das mestiçagens afroindígenas, detentoras de saberes locais em mediações culturais com ocidentais conhecimentos letrados. Deitada em poéticas, paisagens e personagens recriados pelos  literatos Dalcídio  Jurandir e Sylvia Helena Tocantins, esta composição textual ainda visualiza rastros do popular marajoara elaborando, com  forte criatividade, sentidos para  reafrmar cosmovisões e experiências sócio-culturais. Estes sujeitos históricos, nas sutilezas de suas manifestações e práticas de pertença, driblaram limites e intolerâncias de poderes civis e eclesiásticos institucionalizados, entre campos e forestas, na Amazônia Marajoara.     Palavras-chave: regime das águas, culturas afroindígenas, saberes locais

    No tempo das festas: sociabilidades e conflitos em cidades e florestas Marajoaras

    Get PDF
    O artigo reconstitui e analisa o tempo das festas religiosas na Amazônia Marajoara entre as primeiras e as últimas décadas do século XX (1930-2000) para acompanhar o fazer-se do urbano e do rural em contínuas simbioses. Em meio a processos de estranhamento, negociação, sociabilidade, (in)tolerância, conflito, contaminação e transgressão, marajoaras e religioso(a)s urdiram complexas vivências e deixaram visualizar com que armas operaram para defender crenças e cosmovisões. Desse modo, mediados por códigos culturais distintos, esses agentes históricos em querelas configuram uma permanente teia de lutas sociais na constituição do mundo urbano e rural marajoara ainda hoje não concluídas

    Afroindigenismo por Escrito na Amazônia

    Get PDF
    Tomando por base a produção literária da poetisa e romancista marajoara Sylvia Helena Tocantins, cruzando com a historiografia brasileira e amazônica sob a perspectiva teórica dos Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais, o texto analisa circuitos da presença indígenas, africana e afroindígena na Amazônia Marajoara nas últimas décadas e em exemplificações com os tempos coloniais. Nessas zonas de contato, desvendam-se saberes, fazeres, crenças, costumes, tradições e formas de luta de populações de tradições orais historicamente invisibilizadas ou esteriotipadas pelo poder das escritas colonialistas. Ciente das especificidades e fronteiras porosas existentes entre os campos da literatura e da história, a comunicação procura cotejada e cruzar a narrativa literária com outras narrativas de cronistas, viajantes, historiadores e antropólogos para apreender sinais da história e cultura indígena, africana e afroindígena na região. Nesses escritos, acompanham-se experiências de homens e mulheres de matrizes indígenas e africanas que se esparramaram, apropriaram-se, ressignificaram e compartilharam afeto e táticas para driblar a colonialidade de seus corpos, cosmovisões e sentidos. Deste modo, entre os tempos coloniais e os tempos contemporâneos, histórias, trajetórias e imaginários das culturas indígenas e africanas persistiram, resistiram, sofreram baixas e reinventaram-se nas fronteiras amazônicas. Finalmente, as informações reunidas e trabalhadas acerca da vida e obra de Sylvia Helena Tocantins, em simbiose com diferentes outras escritas, permitiram exercitar práticas de “desobediência epistêmica” para captar o afroindigenismo como postura criativa e problematizadora de essencialismos étnicos que, muitas vezes, negam a interculturalidade dos encontros culturais em territórios da diferença colonial.

    CARTOGRAFIA & FOTOETNOGRAFIA DAS ÁGUAS: MODOS DE VIDA E DE LUTA NA AMAZÔNIA MARAJOARA

    Get PDF
    Resumo: Neste artigo, fundamentado nos campos da História e da Antropologia, com destaque para os Estudos Culturais, Pós-Coloniais e Decoloniais, assim como para a Antropologia Interpretativa e Visual, cartografo repertórios de narrativas escritas, imagéticas e orais sobre viveres e lutas interculturais, pelo regime das águas, de populações marajoaras de matrizes afroindígenas, procurando analisar saberes, práticas de trabalho, modos de habitar, acreditar e se relacionar de humanos e não-humanos. Para tanto, exploro vivências pessoais pelos Marajós em suas complexas fisionomias de campos e florestas, leituras em obras de cronistas, viajantes, literatos, historiadores e antropólogos, cruzando com fotografias produzidas, tanto em pesquisa de campo, realizada em agosto de 2008, quanto extraídas dos livros do etnólogo Nunes Pereira, do cineasta Liberto Luxardo e do padre Giovanni Galo, que, entre as décadas de 1950 a 1980, dedicaram-se a registrar e narrar cenas dos modos de viver no grande arquipélago. Palavras-Chave: Modos de vida e de luta; Interculturalidade; Decolonial; Afroindígena; Fotoenografia; Marajó dos Campos e Marajó das Florestas.  CARTOGRAPHY & PHOTOETNOGRAPHY OF WATERS: WAYS OF LIFE AND STRUGGLE IN MARAJOARA AMAZON  Abstract: In this article, based on the fields of History and Anthropology, with emphasis on Cultural, Postcolonial and Decolonial Studies, as well as for Interpretive and Visual Anthropology, cartographical repertoires of written, imaginary and oral narratives about intercultural fights and struggles , by the water regime, of the Marajoara populations of Afroindigenous matrices, trying to analyze knowledge, work practices, ways of inhabiting, believing and relating human and nonhuman. For this, I explore personal experiences by the Marajós in their complex physiognomies of fields and forests, readings in works of chroniclers, travelers, writers, historians and anthropologists, crossing with photographs produced, both in field research, carried out in August 2008, and extracted the books of the ethnologist Nunes Pereira, the filmmaker Liberto Luxardo and Father Giovanni Galo, who, between the decades of 1950 and 1980, dedicated themselves to record and narrate scenes of the ways of life in the great archipelago. Keywords: Ways of life and struggle; Interculturality; Decolonial; Afroindigena; Photoenography; Marajó dos Campos and Marajó das Florestas

    Um Guardião em Teias: Caminhos e Sentidos na Criação do Arquivo Público do Pará

    Get PDF
    O Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) tornou-se ao longo de sua história um dos principais guardiões da memória sociocultural inscrita na pena do poder público que gerenciou, desde o século XVII, o antigo Estado do Maranhão e Grão-Pará, no norte do Brasil. Fundado em 16 de abril de 1901 com a função de recolher e proteger documentos históricos relevantes à história da Amazônia e do Estado do Pará, o APEP nasceu no bafejar da modernidade, no avanço das ideias republicanas e nas relembranças da concepção de cidadania promulgada pela Revolução Francesa. Nesse enredo, o ensaio reconstitui sentidos, caminhos, funções e ações dessa instituição pública, sustentando-se nas teias do enlace entre História, Memória, Patrimônio e Arquivologia em contínuo refazer de saberes letrados e interesses políticos no mundo amazônico. The Public Archive of the State of Pará (APEP) has become throughout its history one of the main guardians of the socio-cultural memory registered by the government which since the seventeenth century was in charge of the old state of Maranhão and Grand Pará in Northern Brazil. Founded on April 16th, 1901 with the function of collecting and protecting relevant historical documents on the history of the Amazon and the state of Pará, the APEP was born in the aftermath of modernity, in the midst of thriving republican ideas and the recollection of the concept of citizenship promulgated by the French Revolution. In this context, this article reconstitutes the senses, paths, functions and actions of this public institution, held up in the webs in which History, Memory, Heritage and Archivology intricate, in a continuous remaking of knowledge and political interests in the Amazonian world.Artículo revisado por pare
    corecore