26 research outputs found

    Os estudos de literatura medieval no Brasil

    Get PDF
    Analisando fundamentalmente a produção bibliográfica publicada pela Associação Brasileira de Estudos Medievais – ABREM, busca-se neste texto esboçar um quadro sintético das publicações e pesquisas sobre a literatura medieval realizadas por investigadores brasileiros

    Dizer o sentimento alheio: sobre a profissão do “escrivão de cartas”

    Get PDF
    A figura do “escrivão de cartas” — sua representação estética e seu papel social e histórico — é o foco de interesse deste artigo, que relaciona o filme Central do Brasil,de Walter Salles (1998), a um auto quinhentista de autor desconhecido – Auto dos Escrivães do Pelourinho

    Alma(s) em meio às barcas: uma mesma maré

    Get PDF
    Às comemorações dos 500 anos da representação dos três autos Das Barcas de Gil Vicente – Inferno (1517), Purgatório (1518) e Glória (1519) – somo outra semelhante efeméride: os 500 anos do Auto da Alma (1518), do mesmo autor. Com a soma, buscarei discutir uma possível aproximação entre os quatro autos vicentinos revelada particularmente pelo ordenamento que lhes dá a edição da Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente, de 1562. Deste novo ordenamento espacial nasce uma organicidade que se traduz por diversos outros elementos comuns aos autos: gênero, tema, sintaxe dramática, personagens, e uma defesa do livre arbítrio como determinante da caminhada das almas humanas em sua peregrinação pela terra

    “VÓS, QUE CONHECEDES A MIM TAM BEM...” - AS SOLDADEIRAS

    Get PDF
    O presente texto é fruto de uma primeira aproximação ao universo de uma importante personagem do corpus poético satírico galego-português: as soldadeiras. Merecedoras da atenção de número significativo de trovadores, as soldadeiras ainda têm existência enigmática para a crítica especializada, que muito pouco se dedicou a revelar o papel que desempenhavam, as características com que foram descritas e os significados das cantigas a elas dedicadas. Este texto é o início de uma caminhada em busca de um melhor e maior conhecimento sobre as soldadeiras.“VÓS, QUE CONHECEDES A MIM TAM BEM...” – TROTTOIR AND TROUBADORISMThis text is the result of a first approximation to the universe of a major character in the satirical Galician-Portuguese poetic corpus: the soldadeiras. Deserving the attention of a significant number of troubadours, the soldadeiras still have an enigmatic existence for criticism. Little is known about these women’s role, their caracteristics and the meaning of the songs dedicated to them. This text isthe beginning of a journey in search of better and greater unterstanding about the soldadeiras

    Homenagem a Tomás António Gonzaga

    Get PDF

    Espelho de Conselheiros: Um Possível Gênero da Literatura Política Ibérica

    Get PDF
    Este ensaio defende a existência de um gênero de literatura política, os Espelhos de conselheiros, derivado dos denominados Espelhos de príncipes. Ao longo do texto, analisa-se a estrutura e as temáticas constitutivas daquele gênero a partir do estudo de alguns Espelhos de conselheiros produzidos na Baixa Idade Média e na Renascença ibéricas

    “O natural é milhor / no representar das farsas”: Preceptiva dramática no teatro Português do século XVI

    Get PDF
    Considerando a inexistência formal de uma preceptiva dramática para o conjunto de autos quinhentistas ibéricos de tradição medieval, em contraposição a existência de uma poética que embasa o teatro humanístico-renascentista, o presente trabalho discute a possibilidade de construção de uma preceptiva/poética para a dramaturgia quinhentista portuguesa a partir da análise de marcas metateatrais identificáveis no corpo de textos e paratextos dramáticos. Toma-se como corpus desta discussão o anônimo Auto dos Sátiros (1530-1550?)

    MODERNIDADE DE UM PASSADISTA :Leitura d’O Romance de Amadis, de Afonso Lopes Viera)

    Get PDF
    O presente texto analisa o “Romance de Amadis”, obra do escritor português Afonso Lopes Vieira, na qual o autor intenta reconstituir, numa perspectiva portuguesa, a novela de cavalaria quinhentista “Amadis de Gaula”, redigida pelo espanhol Garci Rodríguez de Montalvo. O objetivo central do texto é demonstrar e discutir as marcas da modernidade literária presentes na reconstituição empreendida por Lopes Vieira

    O pecado de João Agonia, de Bernardo Santareno: entre ironia, opressão e silêncios

    Get PDF
    Neste artigo, interessa-nos perceber e demonstrar os elos entre a arte dramática e a sociedade, e, mais especificamente, como a ironia joga com as representações sociais presentes no texto dramático O pecado de João Agonia do português Bernardo Santareno (1924-1980). Ironia aqui é concebida como estratégia discursiva que, muitas vezes, se configura como um “[...] modo de combate, tornando-se uma paixão negativa para deslocar e aniquilar uma representação dominante do mundo, uma paixão que é vista como especialmente crucial quando os discursos estabelecidos e dominantes mostram grande capacidade absorvedora” (HUTCHEON, 2000, p. 54). Pelo fato de essa estratégia discursiva não poder ser compreendida separadamente de sua corporificação em contexto, a abordagem do texto estará calcada na dialética texto/contexto, levando-se em consideração o locushistórico-cultural em que foi produzido. A literatura, enquanto um dos elementos que representam a vida social, interage com o meio circundante na medida em que o recria e é impelida pelas estruturas histórica e cultural de um país. Santareno testemunhou e vivenciou a ditadura salazarista que, com a força da censura e o apoio da Igreja Católica, buscou inibir a liberdade criativa de todos aqueles que pudessem ir além dos códigos de conduta vigentes. O uso da ironia pelo dramaturgo vem permitir a fragmentação das relações e significados sociais e, por conseguinte, a liberdade para a desconstrução dessas realidades e/ou para uma redefinição do mundo e das relações humanas. Neste sentido, pode-se afirmar que a ironia, na obra santareniana, apresenta-se também como uma “maneira especial de questionamento, de denúncia, de desmascaramento, de argumentação indireta, de ruptura com elementos estabelecidos” (BRAIT, 2008, p. 139). Vejamos, pois, como em O pecado de João Agonia a ironia recai sobre componentes da sociedade portuguesa, nomeadamente, a forma como são representados o meio social, as personagens, a sexualidade, as superstições, os preconceitos e as relações de poder
    corecore