21 research outputs found

    Riqueza de espécies, frequência relativa, padrão de atividade de mamíferos silvestres de médio e grande porte e abundância de felinos em floresta ombrófila mista

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    Os estudos de mamíferos ocorrentes em Floresta Ombrófila Mista contribuem para o conhecimento da diversidade de animais que vivem nessa floresta que tem a araucária como espécie arbórea ícone e cujas sementes são importante fonte alimentar. Padrões comportamentais e ecológicos de animais vivendo em seu ambiente natural são melhor compreendidos através de registros padronizados realizados em longo prazo. Os objetivos desse trabalho foram registrar a riqueza, padrões de atividade diária e sazonal, detectabilidade das espécies de mamíferos e a abundância de felinos de pequeno porte em estudo de longo prazo. Mamíferos de médio e grande porte (> 1 kg) foram estudados com emprego de armadilhas fotográficas com sensores ativos na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Unidade de Conservação de Uso Sustentável, em área de Floresta Ombrófila Mista (Floresta Atlântica de altitude) no Rio Grande do Sul, sul do Brasil. O esforço amostral total foi de 11.431 armadilhas-dia entre março/1999 e dezembro/2010. Em média, dez armadilhas fotográficas permaneceram dispostas em duplas em frente uma da outra ao longo de estradas não pavimentadas com o objetivo de obtenção de imagens dos dois lados dos animais. A área amostrada compreendeu 5,95 km² nos primeiros anos e 15,81 km² nos anos de 2009 e 2010. Foram registradas 21 espécies. A espécie com a maior frequência de fotocapturas foi Dasyprocta azarae. Comparação entre o uso de estradas não pavimentadas entre talhões de floresta e carreiros de animais no interior da mata demonstrou que Nasua nasua apresenta maior frequência de foto-capturas na mata, Dasypus novemcinctus e Leopardus wiedii não tiveram diferença significativa de uso entre os dois tipos de vias, enquanto a maioria das espécies se locomoveu com mais intensidade na estrada. A detectabilidade da maior parte das espécies fica aumentada quando o esforço amostral ocorre em estradas não pavimentadas devido à tendência dos animais utilizarem essas vias para locomoção. O inverno foi a estação com os maiores registros de atividade. As espécies com mais registros nessa estação foram Didelphis aurita, Dasyprocta azarae, Mazama gouazoubira, Eira barbara, Cerdocyon thous, Leopardus pardalis, L. tigrinus e Puma yagouaroundi. Dasypus novemcinctus e Leopardus wiedii tiveram maior frequência de foto-capturas no verão. As espécies sem diferença sazonal de atividade foram Puma concolor, Procyon cancrivorus, N. nasua, Cuniculus paca e Tamandua tetradactyla. As espécies com tendência diurna foram Dasyprocta azarae, Eira barbara, Nasua nasua e Puma yagouaroundi. As espécies noturnas foram Dasypus novemcinctus, Tamandua tetradactyla e Procyon cancrivorus. As espécies com tendência noturna foram Didelphis aurita, Leopardus pardalis e L. wiedii. Cerdocyon thous apresentou tendência mais crepuscular do que noturna. Puma concolor mostrou tendência noturna a crepuscular e com ocorrência de atividades diurnas. As espécies Mazama gouazoubira e Leopardus tigrinus foram consideradas catemerais. Apesar de as diversas espécies, em sua maioria, apresentarem tendência de concentração de atividade em determinados horários, não houve nenhum horário sem atividade de mamíferos de médio e grande porte, demonstrando equilíbrio de distribuição de atividade ao longo do dia. Espécies com diferentes dietas demonstraram atividade em horários do dia, noite e durante os crepúsculos. Indício de comportamento antipredatório foi observado em fêmeas de Mazama gouazoubira acompanhadas por filhotes, pois tiveram segregação temporal em relação a Puma concolor que é o principal predador ocorrente na área. Dentre os felinos, Leopardus pardalis, L. tigrinus e L. wiedii puderam ter seus indivíduos identificados devido à presença de padrões naturais característicos da pelagem. O felino com a maior frequência de foto-capturas foi Leopardus pardalis. Testes de associação de uso de ponto-períodos entre L. pardalis, L. tigrinus e L. wiedii demonstraram que a primeira espécie, que possui maiores dimensões corporais, apresenta pequeno grau de associação negativa com as duas menores, porém, estas últimas não apresentam associação entre si maior do que se esperaria ao acaso. Não houve sobreposição de utilização de pontos de ocorrência no mesmo período entre indivíduos do mesmo sexo e espécie. Existe correlação regular a forte entre o número de indivíduos de L. pardalis e o número de foto-capturas obtidas dessa espécie, enquanto a correlação é muito forte entre o número de indivíduos e o número de foto-capturas para Leopardus wiedii e L. tigrinus. Principais conclusões: As diferenças de padrão de atividade diária e sazonal na detectabilidade das diversas espécies devem ser consideradas em trabalhos de monitoramento de mamíferos de médio e grande porte. Apesar de grandemente reduzida em extensão, a Floresta Ombrófila Mista mantém mamíferos de médio e grande porte que apresentam comportamentos e estrutura de assembleia condizentes com aqueles encontrados em outras fisionomias florestais naturais na região Neotropical ou em outras regiões. A hipótese do “efeito pardalis” em que o aumento do número de indivíduos de Leopardus pardalis tende a diminuir o de indivíduos de espécies de felinos de menor porte foi corroborada

    Mastofauna no Planalto das Araucárias, Rio Grande do Sul, Brasil

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    Wild small (including flying), medium and large mammals long term surveys were carried out in Protected areas in Araucarias Plateau in state of Rio Grande do Sul, Brazil. Studies were done in native pine forests (Araucaria angustifolia), Araucaria plantation, recuperation stage of native vegetation after deforestation and around urban areas. Study methods included the use of Tomahawk traps, pitffal traps, mist nets, camera traps, footprints, direct observations of animals and dead animals in roads. Sixty six species of native mammals and one exotic species (hare – Lepus europaeus) were detected. Araucaria’s Plateau is important for conservation of mammals because has natural environments that support endangered species.Um estudo de longo prazo foi realizado em áreas protegidas no Planalto das Araucárias, no Rio Grande do Sul, Brasil, em ambientes de floresta com araucárias, plantações de araucárias, vegetação em estágio de recuperação após desmatamento e em áreas periurbanas com o objetivo de identificar espécies silvestres de mamíferos terrestres de pequeno, médio e grande porte, bem como voadores. Diferentes métodos (armadilhas do tipo Tomahawk, armadilhas de queda, redes de neblina, armadilhas fotográficas, vestígios como pegadas, animais atropelados e avistamentos) propiciaram a comprovação de ocorrência de 66 espécies de mamíferos nativos e uma espécie exótica (lebre – Lepus europaeus). A importância do Planalto das Araucárias para a conservação da fauna de mamíferos é evidenciada pelo número de espécies ameaçadas de extinção que ainda ocorrem em seus ambientes naturais

    Lista comentada da mastofauna do Morro do Coco, RS: subsídio para a divulgação e conservação do patrimônio natural.

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    O Brasil está entre os 17 países com a maior biodiversidade do planeta, sendo, portanto, considerado megadiverso. Embora seja o país com a mais alta riqueza de espécies de mamíferos no mundo, é o quarto com maior número de espécies ameaçadas. No intuito de contribuir para o conhecimento sobre os mamíferos silvestres do Rio Grande do Sul e para a sua conservação, realizou-se um levantamento das espécies ocorrentes no Morro do Coco, um dos últimos remanescentes florestais da Região Metropolitana de Porto Alegre. A partir de avaliações mensais e do uso de distintas técnicas e métodos de amostragem ao longo de dois anos, foram registradas 28 espécies de mamíferos, sete das quais estão ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. Palavras-chave: mamíferos; conservação da biodiversidade; Domínio Mata da Atlântica.   Abstract Brazil is one of the 17 countries with greatest biodiversity, therefore, considered megadiverse. Although being the country with the highest species richness of mammals in the world, is the fourth with respect to number of threatened species. With the aim to contribute to knowledge about the mammals of Rio Grande do Sul and its conservation, we did a survey of mammalian species occurring at Morro do Coco, one of the last forest remnants in the Metropolitan Region of Porto Alegre. Using different techniques and sampling methods over two years, with monthly expeditions, we found 28 species of mammals, seven of which are threatened with extinction in Rio Grande do Sul. Keywords: mammals; biodiversity conservation; Atlantic Forest Domain

    Riqueza de espécies, frequência relativa, padrão de atividade de mamíferos silvestres de médio e grande porte e abundância de felinos em floresta ombrófila mista

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    Os estudos de mamíferos ocorrentes em Floresta Ombrófila Mista contribuem para o conhecimento da diversidade de animais que vivem nessa floresta que tem a araucária como espécie arbórea ícone e cujas sementes são importante fonte alimentar. Padrões comportamentais e ecológicos de animais vivendo em seu ambiente natural são melhor compreendidos através de registros padronizados realizados em longo prazo. Os objetivos desse trabalho foram registrar a riqueza, padrões de atividade diária e sazonal, detectabilidade das espécies de mamíferos e a abundância de felinos de pequeno porte em estudo de longo prazo. Mamíferos de médio e grande porte (> 1 kg) foram estudados com emprego de armadilhas fotográficas com sensores ativos na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Unidade de Conservação de Uso Sustentável, em área de Floresta Ombrófila Mista (Floresta Atlântica de altitude) no Rio Grande do Sul, sul do Brasil. O esforço amostral total foi de 11.431 armadilhas-dia entre março/1999 e dezembro/2010. Em média, dez armadilhas fotográficas permaneceram dispostas em duplas em frente uma da outra ao longo de estradas não pavimentadas com o objetivo de obtenção de imagens dos dois lados dos animais. A área amostrada compreendeu 5,95 km² nos primeiros anos e 15,81 km² nos anos de 2009 e 2010. Foram registradas 21 espécies. A espécie com a maior frequência de fotocapturas foi Dasyprocta azarae. Comparação entre o uso de estradas não pavimentadas entre talhões de floresta e carreiros de animais no interior da mata demonstrou que Nasua nasua apresenta maior frequência de foto-capturas na mata, Dasypus novemcinctus e Leopardus wiedii não tiveram diferença significativa de uso entre os dois tipos de vias, enquanto a maioria das espécies se locomoveu com mais intensidade na estrada. A detectabilidade da maior parte das espécies fica aumentada quando o esforço amostral ocorre em estradas não pavimentadas devido à tendência dos animais utilizarem essas vias para locomoção. O inverno foi a estação com os maiores registros de atividade. As espécies com mais registros nessa estação foram Didelphis aurita, Dasyprocta azarae, Mazama gouazoubira, Eira barbara, Cerdocyon thous, Leopardus pardalis, L. tigrinus e Puma yagouaroundi. Dasypus novemcinctus e Leopardus wiedii tiveram maior frequência de foto-capturas no verão. As espécies sem diferença sazonal de atividade foram Puma concolor, Procyon cancrivorus, N. nasua, Cuniculus paca e Tamandua tetradactyla. As espécies com tendência diurna foram Dasyprocta azarae, Eira barbara, Nasua nasua e Puma yagouaroundi. As espécies noturnas foram Dasypus novemcinctus, Tamandua tetradactyla e Procyon cancrivorus. As espécies com tendência noturna foram Didelphis aurita, Leopardus pardalis e L. wiedii. Cerdocyon thous apresentou tendência mais crepuscular do que noturna. Puma concolor mostrou tendência noturna a crepuscular e com ocorrência de atividades diurnas. As espécies Mazama gouazoubira e Leopardus tigrinus foram consideradas catemerais. Apesar de as diversas espécies, em sua maioria, apresentarem tendência de concentração de atividade em determinados horários, não houve nenhum horário sem atividade de mamíferos de médio e grande porte, demonstrando equilíbrio de distribuição de atividade ao longo do dia. Espécies com diferentes dietas demonstraram atividade em horários do dia, noite e durante os crepúsculos. Indício de comportamento antipredatório foi observado em fêmeas de Mazama gouazoubira acompanhadas por filhotes, pois tiveram segregação temporal em relação a Puma concolor que é o principal predador ocorrente na área. Dentre os felinos, Leopardus pardalis, L. tigrinus e L. wiedii puderam ter seus indivíduos identificados devido à presença de padrões naturais característicos da pelagem. O felino com a maior frequência de foto-capturas foi Leopardus pardalis. Testes de associação de uso de ponto-períodos entre L. pardalis, L. tigrinus e L. wiedii demonstraram que a primeira espécie, que possui maiores dimensões corporais, apresenta pequeno grau de associação negativa com as duas menores, porém, estas últimas não apresentam associação entre si maior do que se esperaria ao acaso. Não houve sobreposição de utilização de pontos de ocorrência no mesmo período entre indivíduos do mesmo sexo e espécie. Existe correlação regular a forte entre o número de indivíduos de L. pardalis e o número de foto-capturas obtidas dessa espécie, enquanto a correlação é muito forte entre o número de indivíduos e o número de foto-capturas para Leopardus wiedii e L. tigrinus. Principais conclusões: As diferenças de padrão de atividade diária e sazonal na detectabilidade das diversas espécies devem ser consideradas em trabalhos de monitoramento de mamíferos de médio e grande porte. Apesar de grandemente reduzida em extensão, a Floresta Ombrófila Mista mantém mamíferos de médio e grande porte que apresentam comportamentos e estrutura de assembleia condizentes com aqueles encontrados em outras fisionomias florestais naturais na região Neotropical ou em outras regiões. A hipótese do “efeito pardalis” em que o aumento do número de indivíduos de Leopardus pardalis tende a diminuir o de indivíduos de espécies de felinos de menor porte foi corroborada

    Princípios de conservação ambiental que necessitam ser respeitados para que seja possível uma real sustentabilidade da atividade de aquacultura

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    A atividade de aquacultura tem sido considerada como sustentável e de baixo impacto ambiental no Brasil. Contudo, há a necessidade de respeito a princípios ecológicos, técnicos e legais para que essa atividade seja, realmente, sustentável. Os principais impactos ambientais provocados pela aquacultura são: a utilização de áreas de preservação permanente; deposição de matéria orgânica e de sedimentos nos recursos hídricos; introdução de espécies exóticas no ambiente natural; disseminação de organismos patogênicos; hibridização interespecífica e intraespecífica; endocruzamento de espécies nativas, para soltura em ambientes naturais; predação dos espécimes criados por animais carnívoros existentes no ambiente; colonização de tanques-rede por bivalvos exóticos, introduzidos acidentalmente. O respeito à legislação ambiental brasileira é o primeiro passo para buscar a sustentabilidade da atividade de aquacultura, sendo que o licenciamento ambiental induz a um planejamento que minimize a ocorrência dos impactos ambientais. O licenciamento ambiental requer a observação de critérios de localização, construção e operação da atividade de aquacultura, de forma que seus impactos sejam mitigados. Os empreendimentos de aquacultura não devem ser localizados em áreas de preservação permanente, áreas com lençol freático aflorante ou com solos alagadiços, ou onde as características geológicas não ofereçam condições para a construção de obras civis. As entradas de água devem ser independentes para cada açude ou tanque, evitando que a água de um reservatório passe para outro, para impedir a dispersão de organismos patogênicos e vetores. Não devem ser criadas espécies com potencial para se transformarem em exóticas invasoras

    Princípios de conservação ambiental que necessitam ser respeitados para que seja

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    A atividade de aquacultura tem sido considerada como sustentável e de baixo impacto ambiental no Brasil. Contudo, há a necessidade de respeito a princípios ecológicos, técnicos e legais para que essa atividade seja, realmente, sustentável. Os principais impactos ambientais provocados pela aquacultura são: a utilização de áreas de preservação permanente; eposição de matéria orgânica e de sedimentos nos recursos hídricos; introdução de espécies exóticas no ambiente natural; disseminação de organismos patogênicos; hibridização interespecífica e intraespecífica; endocruzamento de espécies nativas, para soltura em ambientes naturais; predação dos espécimes criados por animais carnívoros existentes no ambiente; colonização de tanques-rede por bivalvos exóticos, introduzidos acidentalmente. O respeito à legislação ambiental brasileira é o primeiro passo para buscar a sustentabilidade da atividade de aquacultura, sendo que o licenciamento ambiental induz a um planejamento que minimize a ocorrência dos impactos ambientais. O licenciamento ambiental requer a observação de critérios de localização, construção e operação da atividade de aquacultura, de forma que seus impactos sejam mitigados. Os empreendimentos de aquacultura não devem ser localizados em áreas de preservação permanente, áreas com lençol freático aflorante ou com solos alagadiços, ou onde as características geológicas não ofereçam condições para a construção de obras civis. As entradas de água devem ser independentes para cada açude ou tanque, evitando que a água de um reservatório passe para outro, para impedir a dispersão de organismos patogênicos e vetores. Não devem ser criadas espécies com potencial para se transformarem em exóticas invasoras

    Daily activity patterns of medium and large neotropical mammals in an area of Atlantic rain forest at altitude

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    Camera traps were used to study the daily activity patterns of medium and large mammals (> 1 kg) in an area of Mixed Rain Forest (High Altitude Atlantic Forest) in the South of Brazil. Species that exhibited diurnal tendencies were Dasyprocta azarae, Eira barbara, Nasua nasua and Puma yagouaroundi. The nocturnal species observed were Dasypus novemcinctus, Tamandua tetradactyla and Procyon cancrivorus.  Didelphis aurita, Leopardus pardalis and L. wiedii exhibited nocturnal tendencies. Cerdocyon thous tended to be more crepuscular than nocturnal. Puma concolor exhibited a tendency to nocturnal and crepuscular activity, but diurnal activity was also observed. Finally, the species Mazama gouazoubira and Leopardus tigrinus were defined as cathemeral. While many species exhibited a tendency for the majority of their activity to be concentrated at certain times, there was no time during which medium and large mammal activity entirely ceased, demonstrating a balanced daily distribution of activity in a Mixed Rain Forest. There were differences in activity patterns between different seasons, especially between summer and winter, with nocturnal species exhibiting a tendency to more intense activity during the first half of the night during the winter and diurnal species tending to be more active at the end of the day during the same season
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