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    A ENTREVISTA CLÍNICA PSICANALÍTICA

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    O presente trabalho tem por objetivo fazer uma revisão das teorias psicanalíticas clássicas sobre a entrevista clínica psicanalítica, além de sintetizar os principais manejos técnicos sugeridos por autores de grande relevância no campo da psicanálise. O estudo aborda definições e objetivos da entrevista inicial, dissertando sobre a entrevista de devolução e sobre o contrato. Discute sobre a controvérsia acerca do uso da interpretação na entrevista inicial, sintetiza também as idéias de autores importantes sobre as peculiaridades da entrevista com crianças e adolescentes (e seus pais ou responsáveis) e encerra trazendo uma breve elucidação a respeito da entrevista de encaminhamento ou triagem

    Psicoterapia Psicodinâmica de Crianças e Gravidez da Terapeuta: Estudo de Caso Sistemático

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    El presente estudio buscó describir las características del proceso psicoterápico psicodinámico de una niña con una terapeuta embarazada e identificar posibles repercusiones de ese embarazo en el tratamiento. Se realizó un estudio descriptivo, longitudinal, basado en el procedimiento de estudio de caso único sistemático. Participaron una niña de ocho años de edad y su terapeuta que se quedó embarazada durante el tratamiento. Se analizaron 40 sesiones de la psicoterapia a través del Child Psychotherapy Q-Set. El proceso terapéutico se dividió en cuatro períodos de acuerdo con el embarazo de la terapeuta: (1) terapeuta no estaba embarazada; (2) terapeuta sabía de su gestación, pero el asunto no había sido verbalizado; (3) tema fue tratado en el setting terapéutico; (4) retorno de la licencia por maternidad. Los resultados demostraron una disminución de la neutralidad y de la colocación de límites, y discusión de pausas e interrupciones en el tratamiento. Se concluyó que el embarazo de la terapeuta influye en el setting terapéutico de forma acentuada.The present study aimed to describe the characteristics of the psychodynamic psychotherapeutic process of a child with a pregnant therapist and to identify possible repercussions of this pregnancy in the treatment. A descriptive, longitudinal study was conducted, based on systematic single case study procedure. The participants were an eight-year-old girl and her therapist who became pregnant during treatment. Forty psychotherapeutic sessions were analyzed through Child Psychotherapy Q-Set procedure. The therapeutic process was divided into four periods related to the therapist’s pregnancy: (1) the therapist was not pregnant; (2) therapist knew of her pregnancy but the topic had not been verbalized; (3) the pregnancy was treated in the therapeutic setting; (4) return of maternity leave. The results demonstrated that the therapist has adopted a less neutral stance, used less limits, and breaks and pauses in treatment were increasingly discussed. It was concluded that the therapist´s pregnancy influences the therapeutic setting in a marked way.O presente estudo buscou descrever as características do processo psicoterápico psicodinâmico de uma criança com uma terapeuta grávida e identificar possíveis repercussões dessa gravidez no tratamento. Realizou-se um estudo descritivo, longitudinal, baseado no procedimento de estudo de caso único sistemático. Participaram uma menina de oito anos de idade e sua terapeuta que engravidou durante o tratamento. Foram analisadas 40 sessões da psicoterapia por meio do Child Psychotherapy Q-Set. O processo terapêutico foi dividido em quatro períodos de acordo com a gravidez da terapeuta: (1) terapeuta não estava grávida; (2) terapeuta sabia de sua gestação, mas o assunto não havia sido verbalizado; (3) assunto foi tratado no setting terapêutico; (4) retorno da licença maternidade. Os resultados demonstraram uma diminuição da neutralidade e da colocação de limites, discussão de pausas e interrupções no tratamento. Concluiu-se que a gravidez da terapeuta influencia o setting terapêutico de forma acentuada

    Avaliação psicológica como fator protetor à interrupção de tratamento na psicoterapia psicanalítica de crianças: dados empíricos

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    A avaliação psicológica pode fornecer informações importantes sobre sintomas, personalidade, diagnóstico e prognóstico do paciente, auxiliando no desenvolvimento de estratégias terapêuticas. Esta coorte retrospectiva objetivou determinar se há associação entre a realização de avaliação psicológica antes da psicoterapia e a permanência dos pacientes em tratamento. Foram analisados prontuários de 2.106 crianças atendidas em dois ambulatórios de saúde mental em Porto Alegre. Crianças que haviam realizado avaliação psicológica antes de iniciar a psicoterapia apresentavam 65% mais chance de aderir ao tratamento e 44% menos chance de abandoná-lo do que crianças que não haviam realizado avaliação psicológica. A avaliação psicológica auxilia os pais a se engajarem no tratamento de suas crianças, tornando-o menos coercitivo, além de fornecer uma fundamentação mais concreta para o subjetivo processo psicoterapêutico

    Objetivos terapêuticos para psicanálise e psicoterapia psicanalítica : Freud, Klein, Bion, Winnicott, Kohut

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    A concepção ontológica da psicanálise envolve tanto uma forma de compreender os fenômenos humanos e sociais quanto uma abordagem terapêutica. Para aqueles clínicos que percebem a prática psicanalítica como um tratamento, parece importante revisar quais os objetivos terapêuticos do método psicanalítico e os fatores a serem considerados ao analisar a efetividade desse tipo de intervenção. Para tanto, os autores revisam as contribuições de cinco escolas do movimento psicanalítico, as de Freud, Klein, Bion, Winnicott e Kohut. Como a maior parte da literatura disponível refere-se à psicanálise, justifica-se a importação de alguns de seus postulados à psicoterapia psicanalítica e à discussão de especificidades da última. A noção de ética aplicada ao trabalho do psicoterapeuta/analista aparece como princípio norteador na prática psicoterapêutica e dá coesão às distintas abordagens teóricas.The ontological conception of psychoanalysis involves both a way of understanding human and social phenomena and a therapeutic approach. For those clinicians who perceive the psychoanalytic practice as a treatment, it seems important to review the therapeutic goals of the psychoanalytic method and what factors should be considered when analyzing the effectiveness of this type of intervention. For this purpose, the authors review the contributions of five schools of the psychoanalytic movement - Freud, Klein, Bion, Winnicott and Kohut. As most of the available literature refers to psychoanalysis, it is justified to import some of its postulates to psychoanalytic psychotherapy and to discuss specificities of the latter. The notion ethics applied to the work of psychotherapist / analyst appears as a guiding principle in psychotherapeutic practice and gives cohesion to the different theoretical approaches

    Brief Communication rends in Psychiatry and Psychotherapy T Assessing levels of similarity to a "psychodynamic prototype" in psychodynamic psychotherapy with children: a case study approach (preliminary findings)

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    Abstract Objective: To analyze the degree of similarity to a "psychodynamic prototype" during the first year of two children's once--weekly psychodynamic psychotherapy. Methods: This study used a longitudinal, descriptive, repeated-measures design based on the systematic case study method. Two male school children (here referred to as Walter and Peter) and their therapists took part in the study. All sessions were video and audio recorded. Ten sessions from each case were selected for analysis in this preliminary study. Trained examiners (randomly selected in pairs) independently and blindly evaluated each session using the Child Psychotherapy Q-Set (CPQ). Experts in psychodynamic therapy and cognitive behavioral therapy from several countries rated each of the 100 CPQ items with regard to how well it characterized a hypothetical ideal session of either treatment modality. A series of paired t tests comparing analogous adherence scores within each session were conducted. Results: There were no significant correlations between time elapsed and adherence to the prototypes. Walter's treatment adhered to both prototypes and Peter's treatment did not adhere to either prototype. Conclusion: Child psychotherapy theory and practice are not absolutely coincident. Real psychotherapy sessions do not necessarily resemble the ideal prototypes. Keywords: Psychodynamic psychotherapy, children, case study. Resumo Objetivo: Analisar o grau de adesão a um "protótipo psicodinâ-mico" durante o primeiro ano de psicoterapia psicodinâmica de duas crianças tratadas uma vez por semana. Método: Trata-se de um estudo longitudinal, descritivo, com desenho de medidas repetidas baseado no método de estudo de caso sistemático. Participaram do estudo dois meninos em idade escolar (aqui referidos como Walter e Peter) e seus terapeutas. Todas as sessões foram gravadas em vídeo e áudio. Foram selecionadas 10 sessões de cada caso para análise neste estudo preliminar. Examinadores treinados (aleatoriamente selecionados em pares) avaliaram de forma independente e cega cada sessão utilizando o Child Psychotherapy Q-Set (CPQ). Especialistas experientes em terapia psicodinâmica e terapia cognitivo--comportamental oriundos de diversos países pontuaram cada um dos 100 itens do CPQ em relação ao grau em que o item caracterizava uma sessão ideal hipotética de cada modalidade de tratamento. Foi realizada uma série de testes t pareados comparando os escores de aderência análogos a cada sessão. Resultados: Não houve correlações significativas entre a passagem do tempo e a aderência aos protótipos. O tratamento de Walter aderiu a ambos os protótipos e o tratamento de Peter não aderiu a nenhum dos protótipos. Conclusão: A teoria e a prática da psicoterapia de criança não são absolutamente coincidentes. Sessões reais de psicoterapia não necessariamente se assemelham aos protótipos ideais. Descritores: Psicoterapia psicodinâmica, crianças, estudo de caso

    Crianças atendidas por problemas de aprendizagem em psicoterapia psicanalítica

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    A clinical psychotherapy needs to turn its gaze to the current demands, and update its practice in empirical studies. The objective of this research is to ascertain the sociodemographic and clinical characteristics of children treated in psychotherapy by learning problems. We conducted a retrospective documentary study with records of 2106 children treated between 1979 and 2007 in two outpatient psychological care of the city of Porto Alegre, southern Brazil. The results showed that demand for Learning Problems is the fourth largest cause of psychotherapeutic care. There was no statistically significant difference regarding gender. Children with learning problems come to psychotherapy more frequently in the early stages of elementary school, around 7 years old. Increased demand for psychotherapy of children with learning problems takes place in May. Perhaps, learning difficulties can be understood simultaneously as a symptom global, in which other aspects, besides the uniqueness of the subject are involved. We conclude that individual and social aspects involved in Learning Problems may be useful in the clinical management of these children by professionals who are dedicated to meeting this particular clientele. One must be aware of ongoing partnership which should be placed between psychologist and pedagogue. Both professionals, education and health, account for components of the child to knowLa psicoterapia clínica necesita direccionar su mirada hacia las actuales demandas, buscando la actualización de su práctica con estudios empíricos. El objetivo de esta investigación es verificar las características sociodemográficas y clínicas de niños y niñas que recibieron atención psicoanalítica debido a problemas de aprendizaje. Se realizó un estudio documental retrospectivo de 2106 historiales clínicos de niños y niñas que recibieron atención entre 1979 y 2007 en dos centros psicológicos de la ciudad de Porto Alegre, en el sur de Brasil. Los resultados revelaron que los problemas de aprendizaje ocupan el cuarto motivo por lo cual se busca atención psicoterapéutica. No hubo una diferencia significativa en relación con el sexo de los pacientes. Los niños y niñas con problemas de aprendizaje recurren a la psicoterapia, con mayor incidencia en la fase de la escuela primaria, a los 7 años de edad. El mes de mayo presentó una mayor concentración de esta búsqueda. Quizá las dificultades en el aprendizaje puedan ser comprendidas como un síntoma global contemporáneo, además de la singularidad de los individuos involucrados. Así, es posible concluir que aspectos individuales y sociales involucrados en los problemas de aprendizaje pueden ser útiles para el abordaje de los profesionales que trabajan en esta área. También es necesario que haya una continua colaboración entre psicopedagogos y psicólogos, porque el área de actuación de estos profesionales contribuye para la formación del saber infantil.A clínica psicoterápica precisa voltar o seu olhar para as demandas atuais, e atualizar a sua prática com estudos empíricos. O objetivo desta pesquisa consiste em verificar as características sóciodemográficas e clínicas de crianças atendidas em psicoterapia psicanalítica por problemas de aprendizagem. Foi realizado um estudo documental retrospectivo com prontuários de 2106 crianças atendidas entre 1979 e 2007 em dois ambulatórios de atendimento psicológico da cidade de Porto Alegre, sul do Brasil, e os resultados encontrados revelam que a demanda por problemas de aprendizagem constituem o quarto maior motivo de atendimento psicoterapêutico. Não houve diferença estatisticamente significativa quanto ao sexo dos pacientes. Crianças com problemas de aprendizagem chegam à psicoterapia com maior freqüência nas etapas iniciais do ensino fundamental, em torno dos 7 anos de idade, sendo que a maior procura por psicoterapia por parte dessa demanda dá-se no mês de maio. Talvez, dificuldades de aprendizagem possam ser entendidas contemporaneamente como um sintoma global, no qual outros aspectos, além da singularidade do sujeito estão envolvidos. Assim, concluímos que aspectos individuais e sociais envolvidos nos problemas de aprendizagem podem ser úteis no manejo clínico dessas crianças pelos profissionais que se dedicam a atender essa demanda específica. Precisa-se também estimular a parceria contínua entre psicopedagogo e psicólogo, pois ambos os profissionais, tanto da educação quanto da saúde mental, respondem por elementos constitutivos do saber infantil

    Indicação e concordância em iniciar tratamento durante avaliação inicial para psicoterapia psicodinâmica

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    This naturalistic and longitudinal study, following 557 outpatients who sought psychodynamic psychotherapy, aimed to verify factors associated with non-indication for psychodynamic psychotherapy and to establish predictors of non-agreement to initiate treatment for patients indicated for this treatment. It found that patients consulting for somatic or att ention problems and/or with a low educational level were less likely to be indicated for psychodynamic psychotherapy; patients perceiving their symptoms as intense were more likely to be indicated for this treatment. The following were the predictors of non-agreement to initiate psychodynamic psychotherapy: low educational level, low family income, diagnosis of schizophrenia, schizotypal or delusional disorders, depressive problems and/or never experiencing psychotherapy. Psychodynamic psychotherapy, as every other treatment, appears to be suitable for a specific group of patients. Unless the technique performed by psychotherapists during psychodynamic psychotherapy’s initial stages is improved, the relevance of referring a non-concordant profi le to this psychotherapeutic modality is herein discussed.Keywords: treatment indication, treatment compliance, suitability, premature discontinuation, psychodynamic psychotherapy.Este estudo naturalístico e longitudinal, seguindo 557 pacientes ambulatoriais que buscaram psicoterapia psicodinâmica, teve por objetivo verificar fatores associados com não indicação para psicoterapia psicodinâmica, bem como estabelecer preditores de não concordância em iniciar tratamento entre pacientes que receberam indicação para esta modalidade terapêutica. A investigação encontrou que pacientes com queixas de problemas somáticos ou problemas de atenção e/ou com baixa escolaridade tiveram menor probabilidade de receberem indicação para psicoterapia psicodinâmica; pacientes que percebiam seus sintomas como intensos tiveram maior probabilidade de receberem indicação para este tratamento. Foram preditores de não concordância em iniciar psicoterapia psicodinâmica: baixa escolaridade, baixa renda familiar, diagnóstico de esquizofrenia, transtorno esquizotípico ou delirante, problemas depressivos e/ou estar buscando psicoterapia pela primeira vez. A psicoterapia psicodinâmica, como todas as formas de tratamento, parece ser adequada para um grupo específico de pacientes. A menos que as técnicas utilizadas pelos terapeutas durante as fases iniciais da psicoterapia psicodinâmica sejam aperfeiçoadas, a relevância de indicar o perfil de pacientes não concordantes para esta modalidade terapêutica é aqui discutida.Palavras-chave: indicação para tratamento, aderência ao tratamento, contraindicação, abandono precoce, psicoterapia psicodinâmica

    Mudanças na psicoterapia psicodinâmica de crianças na visão de pais e mães

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    In child psychodynamic psychotherapy research, a remaining question is how to systematically evaluate changes and which ones are regarded as fundamental.Qualitative analyzes that contemplate the parents’ view of such changes have not been undertaken. The aim of this study was to investigate the parents’ perception of possible changes in school-age children during their psychotherapies. The study had a qualitative, descriptive, longitudinal design. The participants were the parents of four school-aged children, assisted in private clinic by three psychotherapists trained in psychoanalytic psychotherapy. They periodically answered to an open-ended questionnaire that focused on perceived changes during the therapeutic process. The results showed that fathers and mothers identified changes in the course of their children’s psychotherapies, which were not linear and were not restricted to symptomatic improvements. Changes in children mental functioning and in their adjustment to reality, interpersonal relationships, have also been identified. The importance of parental participation in children’s psychotherapy and the follow-up of their perceptions about the therapeutic process was discussed. They can provide important feedbacks that contribute to the progress of treatment.Keywords: Psychoanalytic psychotherapy, change, children.En el campo de la investigación en psicoterapia psicodinámica de los niños, una cuestión abierta es cómo evaluar sistemáticamente los cambios y cuálesse consideran fundamentales. No se han llevado a cabo análisis cualitativos acerca de la visión de padres y madres. El objetivo de este estudio fue investigar la percepción de padres y madres sobre los posibles cambios en sus niños durante sus psicoterapias. El estudio tuvo enfoque cualitativo, descriptivo, longitudinal. Los participantes fueron padres y madres de cuatro niños, asistidos en la clínica privada por tres psicoterapeutas treinados em psicoterapia clínica. Ellos respondieron regularmente al cuestionario de pregunta abierta que se centró en los cambios percibidos en el curso del proceso terapéutico. Los resultados  mostraron que los padres han identificado cambios en el curso de la psicoterapia de sus hijos, que ellos no eran lineales y no se limitaron a la mejoría sintomática. También se identificaron cambios en el funcionamiento mental de los niños y su adaptación ala realidad, y en las relaciones interpersonales. Se discutió la importancia de la participación de los padres en la psicoterapia de los niños y el seguimiento de suvisión acerca del proceso terapéutico. Ellos pueden proporcionar feedbacks importantes que contribuyen para el progreso del tratamiento.Palabras clave: psicoterapia y psicoanalítica, cambios, niños.No campo da pesquisa em psicoterapia psicodinâmica das crianças, uma questão aberta é como avaliar sistematicamente as mudanças e quais se consideram fundamentais. Não se têm levado a cabo análises qualitativas acerca da visão de país e mães. O objetivo deste estudo foi investigar a percepção de pais e mãessobre as possíveis mudanças em suas crianças durante suas psicoterapias. O estudo teve enfoque qualitativo, descritivo, longitudinal. Os participantes foram país e mães de quatro crianças, assistidos na clínica privada por três  psicoterapeutas treinados em psicoterapia clínica.Eles responderam regularmente ao questionário de pergunta aberta que se centrou nas mudanças percebidasno curso do processo terapêutico. Os resultados mostraram que os pais têm identificado mudanças no curso da psicoterapia de seus filhos, que eles não eram lineais e não se limitaram à melhoria sintomática. Também se identificaram mudanças no funcionamento mental das crianças e sua adaptação à realidade, e nas relações interpessoais.Se discutiu a importância da participação dos pais na psicoterapia das crianças e o seguimento de sua visão acerca do processo terapêutico. Eles podem proporcionar feedbacks importantes que contribuem para o progresso do tratamento.Palabras-chave: psicoterapia psicanalítica, mudanças, crianças

    Indicação, concordância em iniciar tratamento e melhora inicial na psicoterapia psicanalítica

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    Introdução: Determinar critérios de indicação e contra-indicação para os tratamentos psicanalíticos é um ponto técnico crucial para a obtenção de melhora terapêutica. Entretanto, estes critérios costumam basear-se em especulações teóricas, não em investigações empíricas. Mesmo havendo discussão a respeito do que se considera melhora para o referencial psicanalítico, é relevante investigar se há diferença entre o perfil de pacientes que melhoram e não melhoram nas fases iniciais da psicoterapia psicanalítica, pois este dado tem o potencial de ser útil na indicação de tratamentos. Objetivos: O objetivo deste estudo foi identificar preditores de indicação/contra-indicação, concordância/não concordância em iniciar tratamento e melhora/não melhora inicial na psicoterapia psicanalítica de adultos. Método: Tratase de uma coorte realizada em ambulatório de saúde mental de Porto Alegre com 557 pacientes que buscaram atendimento em um período de 20 meses. Foram aplicados instrumentos para verificar qualidade de vida, sintomas e estilo defensivo dos pacientes na triagem e ao sexto mês de tratamento. Os pacientes foram alocados, com base na avaliação dos triadores e terapeutas e a partir de questionários autoaplicáveis, em: não indicação para psicoterapia psicanalítica, não concordância em iniciar tratamento, melhora/não melhora. Resultados: Primeiramente, constatou-se que os terapeutas que atendem neste ambulatório aderem, na amostra estudada, à técnica de psicoterapia psicanalítica em suas intervenções. O acompanhamento dos pacientes possibilitou encontrar que aqueles que buscam atendimento por queixas somáticas ou por queixas de atenção e com baixa escolaridade apresentaram menor probabilidade de receber indicação para psicoterapia psicanalítica; pacientes que percebem seus sintomas como muito intensos no momento da busca apresentaram maior probabilidade de receberem indicação para este tratamento. Uma vez indicados para psicoterapia psicanalítica, os preditores de não concordância em iniciar tratamento foram: baixa escolaridade, baixa renda familiar, diagnóstico de esquizofrenia, transtorno esquizotípico ou delirante, queixas depressivas e/ou nunca ter feito psicoterapia antes da busca atual. Os pacientes que permaneciam em tratamento ao final do sexto mês relataram melhor qualidade de vida, menor número de sintomas, redução na intensidade dos sintomas presentes e mudanças em alguns aspectos do seu estilo defensivo. Pacientes que buscaram tratamento por problemas de ansiedade apresentaram maior risco de não relatar melhora na qualidade de vida, sintomatologia e estilo defensivo nos seis primeiros meses de psicoterapia. Conclusões: Apesar de a psicoterapia psicanalítica ser um tratamento de longa duração, pacientes demonstraram melhora na qualidade de vida, nos sintomas apresentados e no estilo defensivo logo nos primeiros seis meses de atendimento. É relevante fomentar estudos que investiguem o papel da interação paciente-terapeuta na determinação da melhora do paciente e na indicação para psicoterapia psicanalítica, e não apenas características individuais do paciente. É necessário rever a técnica empregada durante as avaliações iniciais para aqueles pacientes com o perfil de não concordância em iniciar tratamento, considerando tanto a análise das resistências capazes de serem superadas durante este período inicial como a verificação de outros possíveis tratamentos mais bem indicados para estes casos.Introduction: To determine criteria of indication and contraindication for psychoanalytic treatments is a crucial technical point for obtaining therapeutic improvement. However, these criteria are usually based on theoretical speculation, not on empirical investigations. Even though there is debate about how to define improvement within the psychoanalytic approach, it is important to investigate whether there are differences between the profile of patients who improve and those who do not improve during early stages of psychoanalytic psychotherapy, because this information have potential to be useful when indicating treatments. Objectives: The aim of this study was to identify predictors of indication/contraindication, agreement/disagreement in starting treatment and improvement/no improvement during initial stages of psychoanalytic psychotherapy of adults. Methods: This was a cohort study conducted at an outpatient mental health clinic of Porto Alegre (Southern Brazil) with 557 patients who sought treatment in a period of 20 months. Instruments were administered to check quality of life, symptoms and defensive style of patients at the intake interview and at the sixth month of treatment. Patients were allocated, based on the evaluation of their interviewers and therapists and from selfadministered questionnaires, into: not indicated for psychoanalytic psychotherapy, not concordant to initiate treatment, improved / did not improve after six months of treatment. Results: First, we found that a sample of therapists who attend at this clinic adhere to the psychoanalytic psychotherapy technique in their interventions. The follow-up analyzes showed that patients who seek care because of somatic or attention complaints or complaints and with low educational level were less likely to be indicated for psychoanalytic psychotherapy; patients who perceive their symptoms as very intense at the time of the search were more likely to be indicated to this treatment. Once referred to psychoanalytic psychotherapy, the predictors of non-agreement in starting treatment were: low educational level, low family income, diagnosis of schizophrenia, schizotypal or delusional disorder, depressive symptoms, and/or never having undergone psychotherapy before. Patients who remained on treatment at the end of the sixth month reported better quality of life, fewer symptoms, reduction in the intensity of symptoms, and changes in some aspects of defensive style. Patients seeking treatment for anxiety disorders had higher risk of not reporting improvement in quality of life, symptoms and defensive style in the first six months of psychotherapy. Conclusions: Although psychoanalytic psychotherapy is considered a long-term treatment, patients demonstrated improvement in quality of life, symptoms and defensive style during the first six months of treatment. It is important to encourage studies to investigate the role of the patient-therapist interaction in the determination of patient improvement and indication/contraindication for psychoanalytic psychotherapy, not just individual characteristics of the patient. It is necessary to review the technique used during the initial assessments for those patients with the profile of non-agreement to start treatment, considering both the analysis of resistances capable to be overcome during this initial period as checking for other possible treatments better indicated for these cases

    Abandono de tratamento na psicoterapia psicanal?tica de crian?as

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    Made available in DSpace on 2015-04-14T13:21:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 409558.pdf: 822541 bytes, checksum: 9ec8f2f78db188da72e138fdd0a257cc (MD5) Previous issue date: 2008-12-12A presente disserta??o de Mestrado ? composta por dois estudos, seguindo as normas do programa de P?s-Gradua??o em Psicologia da PUCRS. O primeiro estudo ? uma revis?o de literatura intitulada Abandono de Tratamento na Psicoterapia Psicanal?tica: Em Busca de Defini??o, que teve por objetivos: 1) problematizar a dificuldade de definir abandono de tratamento nas diversas abordagens de psicoterapia; 2) refletir sobre os crit?rios utilizados nas diferentes defini??es encontradas na literatura nacional e internacional e 3) propor uma defini??o de abandono para a psicoterapia psicanal?tica. Foi realizada uma busca nas bases de dados SciELO, Lilacs, Medline e PsycINFO para verificar o n?mero de estudos sobre abandono de psicoterapia e obteve-se um total de 2.207 ocorr?ncias, o que indica possivelmente a relev?ncia do tema. Entretanto, pesquisas destinadas a entender o fen?meno mostram-se contradit?rias e de dif?cil generaliza??o, pois h? distintas defini??es de abandono de tratamento utilizadas pelos pesquisadores. Espera-se, com este artigo, dar um passo inicial na constru??o de uma defini??o ?til tanto para a pesquisa como para a pr?tica cl?nica. O segundo estudo, Preditores de Abandono de Tratamento na Psicoterapia Psicanal?tica de Crian?as, teve como objetivo verificar preditores de abandono de tratamento na psicoterapia psicanal?tica de crian?as. Os resultados demonstram que uma vari?vel s?cio-demogr?fica (sexo) e duas vari?veis cl?nicas (fonte de encaminhamento e tempo de tratamento) s?o preditoras de abandono. Os resultados s?o discutidos ? luz da literatura sobre g?nero, abandono de tratamento e crian?as em psicoterapia. Algumas hip?teses s?o levantadas para as associa??es e n?oassocia??es encontradas neste estudo. Conhecer preditores de abandono em psicoterapia possibilita que terapeutas possam identificar precocemente pacientes pertencentes ao grupo de risco para abandono, oportunizando-lhes trabalhar preventivamente e mais diretamente aspectos de resist?ncia e transfer?ncia negativa desses pacientes e seus familiares
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