22 research outputs found

    Xavante Food Practices, Environmental Challenges and Food Sovereignty

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    This article results from the master s thesis Food practices and food sovereignty in the Xavante Indigenous Land challenges and perspectives The objective was to understand food practices especially those considered traditional such as hunting and gathering the process of food transition with the changes in eating habits both in the way of obtaining food and the food itself and its consequences discussing the possibilities of enabling a scenario of security and food sovereignty The methodology used was documentary analysis and an interview with the head of the village Etenhiritip the study site to validate and complement the data The most relevant points of discussion on the relationship between food practices and the environment will be presented considering the perspective of the anthropologist Tim Ingold of the engagement and relationship of the subjects with their environment challenges and the complex context in which the Xavante find themselve

    Quando habitar corresponde ao direito humano à alimentação.

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    Neste artigo discutimos o direito humano à alimentação concebido em termos culturais ligados a um “território”, mais especificamente, à Terra Indígena [TI] Pimentel Barbosa de ocupação Xavante, localizada no Estado de Mato Grosso. Na primeira parte do artigo, procuramos demonstrar que à alimentação do povo Xavante estão vinculados importantes processos culturais, simbólicos e cosmológicos que se comunicam com modos de pertencer a um “território”. Já a situação de insegurança alimentar apresentada nesta segunda etapa do artigo, aponta para algo mais do que fragilidade nas condições de sua sobrevivência. Implica, sobretudo, numa condição política negada, já que é retirada dos Xavante seu próprio mundo, ou o “Ró” [ou cerrados, mundo, tudo], que é a condição de sua existência como A'uwe [ou povo]. Estamos falando, portanto, de um jogo simbólico muito mais amplo e que leva à destruição dos sentidos sociais desse povo. Assim, insegurança alimentar, desnutrição e altos índices de mortalidade infantil, são sintomas de um problema mais basal, que por sua vez evidencia o uso desigual do amplo “território” brasileiro. Por este motivo, falar do atual contexto de “subalternidade alimentar” do povo Xavante significa também falar da supressão das condições mínimas de sua expressão social em Ró. Na terceira parte, abordamos as possibilidades de os direitos humanos serem colocados ao serviço de uma política emancipatória em relação aos Xavante sobre as possibilidades de uma concepção multicultural dos direitos humanos. Ressalvamos que, ao menos no contexto brasileiro, o diálogo parece uma noção desesperadamente fraca em relação à cultura Xavante. As conclusões finais levam a proposta de que as terras indígenas Xavante voltem a ter sua configuração de território contínuo unindo as terras indígenas através dos cerrados restituindo, ao menos em parte, a territorialidade indígena

    Ensaio sobre transição alimentar e desenvolvimento em populações caboclas da Amazônia

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    Ensaio sobre transição alimentar e desenvolvimento aborda as consequências do processo de desenvolvimento socioeconômico nas populações caboclas da Amazônia. Usando a alimentação como indicador de transformação, o presente estudo faz asserções mais amplas, referentes aos impactos do estilo de vida moderno na cultura tradicional. Perante tais pressupostos o presente trabalho teve por objetivo discutir o processo de transição alimentar pelo qual os povos locais da Amazônia estão passando. Assim, conclui-se que as populações caboclas da Amazônia estão passando por um possível padrão de desarranjo da alimentação local por conta, principalmente, do acesso facilitado às cidades e do modelo assistencialista de políticas públicas

    DIFERENÇA E IDENTIDADE NO DIREITO SOCIOAMBIENTAL CONTEMPORÂNEO: UMA ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS DA APLICAÇÃO DE NORMAS JURÍDICAS AMBIENTAIS NA MANUTENÇÃO DA CULTURA QUILOMBOLA

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    O Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica, normas jurídicas ainda portadoras de estudos científicos realizados aos moldes da racionalidade moderna, quando orientadas, de forma geral e universal, a ordenar comportamentos das comunidades quilombolas em relação ao modo de uso da natureza, acabam por invalidar os saberes e as práticas deste grupo social, o que resulta na aniquilação do seu direito à diferença e à identidade defendidos pelo socioambientalismo constitucional. Ocorre que, uma vez comprovado que o modo de subsistência adotado pelos quilombolas, a roça de coivara, pode ser denominada de sustentável, aliado ao fato de tratar-se de um patrimônio cultural protegido como um direito fundamental é medida de justiça que a mesma possa ser constantemente realizada, sem qualquer aplicação de pena. Para tanto, o presente artigo advoga a necessidade de elaboração de normas jurídicas infraconstitucionais de proteção ambiental, orientadas a respeitarem a diversa realidade vivenciada por aquele grupo social, que seja resultado do diálogo entre os seus saberes tradicionais com o saber técnico/científico das ciências naturais, consagrando com isso, superação do modelo jurídico moderno por meio do resgate da justiça e do direito à diferença

    Uma Análise Agroalimentar: O caso dos agricultores quilombolas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Quilombos Barra do Turvo, SP

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    The Ribeira Valley has the largest Atlantic Forest area of São Paulo State under the Protected Areas system and about 21% of what remains of this biome in Brazil. In addition to the rich environmental diversity, it adds up to sociocultural diversity, for harboring traditional communities. In the region, there are changes in the use and occupation of the landscape, expanding the planting of peach palm and livestock. Within the Sustainable Development Reserve Quilombos Barra do Turvo, created in 2008, there are no changes in the landscape caused by expansion of monocultures. Unlike in recent years, the ecological basis of agriculture activity has been particularly revalued by families. The aim of this study was to analyze the economic practices associated with the reproduction of the local food production system. Data collection was based on the application of semi-structured interviews, a survey of the frequency of food consumption and recall 24 hours. The basic function of agriculture is food production aimed at family consumption and marketing by the Food Acquisition Program. In the context of maintaining the conservation of natural resources and food security, families show themselves resistant adhesion contemporary food consumption habits.O Vale do Ribeira concentra a maior área de Mata Atlântica do Estado de São Paulo sob o regime de Unidades de Conservação e aproximadamente 21% do que existe no Brasil desse bioma. Além da rica diversidade ambiental, acrescenta-se a diversidade sociocultural, por abrigar comunidades tradicionais. Na região, há alterações quanto ao uso e ocupação da paisagem, com expansão do plantio de pupunha e pecuária. No território da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Quilombos Barra do Turvo, criada em 2008, não há alterações na paisagem provocadas por expansão de monoculturas, ao contrário, nos últimos anos, a agricultura de base ecológica tem sido atividade notadamente revalorizada pelas famílias. O objetivo deste estudo foi analisar as práticas econômicas associadas à reprodução do sistema de produção alimentar local. A coleta de dados baseou-se na aplicação de entrevistas semiestruturadas, com levantamento da frequência de consumo alimentar e recordatório 24 horas. A função básica da agricultura é a produção de bens alimentares voltados ao consumo familiar e à comercialização pelo Programa de Aquisição de Alimentos. Além contexto da manutenção da conservação dos recursos naturais e da segurança alimentar, as famílias mostram-se resistentes a adesão de hábitos de consumo alimentar contemporâneos

    Segurança alimentar em comunidades quilombolas de São Paulo

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    O presente trabalho trata da segurança alimentar de famílias quilombolas residentes na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Quilombos do Turvo, no Estado de São Paulo. Apesar das drásticas transformações socioeconômicas e culturais ocorridas na região, essas famílias têm mantido suas práticas agrícolas voltadas à produção de alimentos e de modo a preservar a biodiversidade em área remanescente da Mata Atlântica. Defende-se que a produção para o autoconsumo, onde a qualidade da alimentação é gestada dentro da unidade familiar, torna-se estratégia determinante de segurança alimentar. As práticas agroextrativistas, além de ser uma estratégia de resistência com relação à permanência no território, também se constituem em resistência à homogeneização dos modos de produção propostos pelas instituições governamentais. Continuam sendo elemento essencial para a reprodução das famílias quilombolas do Vale do Ribeira, como fonte de alimentos, fonte eventual de renda e conservação da sociodiversidade. Defende-se a implantação efetiva de uma política para assistência técnica de caráter interdisciplinar, que possa proporcionar o reconhecimento e a valorização dessas atividades, tornando-as mais atrativas aos jovens, e revertendo seu fluxo migratório

    Alterações nas estratégias de subsistência: o caso dos índios brasileiros Xavantes

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    O objetivo deste trabalho foi analisar as transformações ocorridas na alimentação da comunidade indígena xavante, da aldeia Wede´rã, no Estado de Mato Grosso, Brasil, com a introdução da agricultura mecanizada. Foi utilizado o enfoque qualitativo, com técnicas de entrevista e observação participante. Verificou-se que, com a introdução da mecanização na produção agrícola e o processo de sedentarização, o arroz tornou-se base da alimentação, substituindo outros alimentos tradicionalmente consumidos, obtidos principalmente através da coleta. A utilização da caça ainda permanece, entretanto, com maior impacto ambiental. Outras alterações na dieta são a compra de alimentos industrializados e a composição das refeições do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, popularmente conhecido como merenda escolar. Tais transformações podem estar associadas à causa de 56,3% de prevalência de anemia entre a população da aldeia, constatada em 2006. Há esforços para alterar esse quadro, mas, mudanças no modo de vida e organização social dos indivíduos e nas relações destes com a natureza, podem estar comprometendo a sua segurança alimentar e nutricional de modo irreversível

    Biotecnologia moderna, direito e o pensamento abissal

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    Este estudo adota a teoria proposta por Boaventura de Sousa Santos em “Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes”. Através desta teoria e do método de abordagem indutivo e de procedimento monográfico, utilizando-se técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, propõe-se-se uma análise epistemológica da Biotecnologia Moderna que embasa a proteção patentária de culturas geneticamente modificadas no ordenamento jurídico brasileiro. Objetiva-se, portanto, refletir sobre novas bases teóricas que possam vir a contribuir, mesmo que com limitações, para ampliar as possibilidades de uma ciência e um direito mais condizente com as questões socioambientais. Argumenta se que o pensamento abissal – caracterizado como monopólio da ciência sobre a verdade – subsiste na Biotecnologia Moderna. Procura-se, então, desmitificar um conhecimento que se apresenta como raro e especializado do qual decorre um inevitável “estado de coisas”. Observa-se que, do lado de cá da linha abissal, as incertezas científicas, talvez, sejam as únicas certezas. Do outro lado da linha abissal, existem 'outros' saberes, para além da ciência e da técnica. Aponta-se que esses saberes têm sido tomados como não existentes e, por isso, radicalmente excluídos da racionalidade moderna. Em seguida, contextualiza-se a proteção patentária inserida na lógica brasileira de um direito moderno. Reconhece-se, assim, o pensamento abissal no plano jurídico. Aponta-se os desafios da regulação normativa dos risos relacionados às culturas geneticamente modificadas, em um contexto de insegurança científica. Por fim, conclui-se que no cenário agrícola brasileiro, direito e conhecimento abissais não promovem a sociobiodiversidade

    Artesanato com Fibra de Bananeira: Uma Experiência no Vale do Ribeira, SP

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    The present work reports the experience in the Project of Exploitation of Residues of the Growth of Banana, in the Ribeira River Valley, SP; in the craftsmanship area and accosts the importance of interdisciplinarity when it comes to integrate education, research and extension. This Project provided the discussion of basic questions, that present themselves to the academy, concerning the generation of scientific knowledge with educative ends, aiming at the social inclusion and the citizenship. It was allowed the discussion about the necessity of the construction of a university which would bring the society closer to the academic limits, contributing, therefore, for the formation of knowledge that considers the social experiences and the integration of different areas of knowing.O presente trabalho relata a experiência obtida com o desenvolvimento do Projeto de Aproveitamento de Resíduos da Bananicultura, no Vale do Ribeira, SP, na área artesanal, e discute a importância da interdisciplinaridade na integração ensino, pesquisa e extensão. Tal Projeto proporcionou a vivência de questões fundamentais que se colocam para academia quando se trata da geração de conhecimento científico visando a sua disponibilização para a inclusão social e a cidadania. Permitiu discutir a necessidade da construção de uma Universidade, que aproxime a sociedade dos limites da academia, e contribuir, portanto, para a formação de conhecimentos que considerem as experiências sociais e a integração de diferentes áreas do saber

    Representation and consumption practices among rural people

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    Inicialmente inspirado em proposições sociológicas sobre relações cidade-campo e condições de existência da população rural, este trabalho relata uma pesquisa empírica que demonstra a importância do estudo dos sistemas simbólicos para a compreensão da coerência entre as práticas e representações daquela população, utilizando o conceito de habitus desenvolvido por BOURDIEU (1972) pretendeu-se mostrar que as representações sociais interferem nas práticas resultantes das condições materiais de existência da população rural orientando-as e estabelecendo a direção que assumem. Nessa proposta de trabalho encontrava-se implícita a idéia de que a conjuntura econômica, por si só, não é suficiente para explicar a adoção de determinadas práticas de um grupo social. É necessário considerar também os motivos formulados ao nível das representações. A metodologia utilizada baseou-se na técnica de entrevista gravada, com roteiro básico mas não limitante. Foram entrevistadas 74 mães de família, que forneceram informações sobre: as práticas referentes à obtenção dos bens materiais e simbólicos necessários à sobrevivência da unidade familiar e as representações que essas famílias têm de suas condições de vida e de suas relações com o meio urbano. Verificou-se que as representações da condição atual de existência dos indivíduos rurais em seu contato cotidiano com o estilo de vida urbano são assimiladas às representações já existentes da cultura rústica desse meio, e as práticas dessa população estão de acordo com as representações resultantes. As novas práticas de consumo adotadas pelas famílias rurais evidenciam uma busca de igualdade e integração ao meio social urbano, que é percebido como detentor de prestígio e poder.This work was inspired on sociological propositions about the relationships between town and country populations, as well as about the living conditions among rural people. Its main merit was to show the usefulness of studying symbolic systems for the comprehension of existing consistency between practices and representations of such people. Through the habitus concept developed by BOURDIEU (1972), it was intended to show that social representations do interfere in practices resulting from material conditions of life. This was observed among rural populations. Those practices are directed by their representations. The research project, from its start, supposed that economic factors are not in themselves enough to explain the adoption of certain practices by any social group. Its motivation, as interpreted at the representation level, should be taken into account. The method employed was based on the technique of recorded interview with no limiting pilot instructions. 74 housewives were interviewed, and gave information about: practices used to obtain material and symbolic goods needed for the family unity subsistence; and the representations they have about their living conditions, as well as about their relationships with urban life. Results showed that representations rural people have about their living conditions are assimilated to those previously existing in the rustic culture. There is consistency between rural people's practices and the resulting representations. New consumption practices adopted by rural families show they look for beeing similar and integrating to urban people, whom are perceived as prestige and power holders
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