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    A DIALÉTICA ENTRE SER E DEVER-SER: OPERATIVIDADE E COMANDO NO MISTÉRIO LITÚRGICO EM AGAMBEN

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    O artigo analisa o problema do mistério como liturgia e efetualidade. Nesta perspectiva, Giorgio Agamben busca colocar em exame, arqueogenealógico, alguns aspectos aporéticos no que se refere ao mistério da liturgia cristã. O problema do poder e da gestão de vida é fucral no pensamento de Agamben. Portanto, abordamos o problema da efetuabilidade e da operatividade como um viés de análise da linguagem performativa do discurso na liturgia e ainda na normatividade ativa da gramática jurídica. Como desdobramento destas aporias, somos levados a tratar da questão tensa que envolve os imbróglios referentes a metafísica do comando na dinâmica articulativa entre o dever e o ofício, referentes a ética deontológica dos modernos de matriz kantiana. Por certo, não se pode negar o pano de fundo teológico que foi permeado pela liturgia cristã em suas noções de virtude e reverência. Estas categorias foram, deveras, utilizadas pelos pensadores medievais em sua construção teórica. Por fim, fazendo uma condensação destas questões e levando em consideração as convergências e divergências filosóficas e teológicas, Agamben nos chama a atenção para o fato de que tanto na ética, como na política e na liturgia cristã, tivemos formas eficazes de governar as vidas. Porém, as vidas não perderam a sua condição e potencialidades de ser e agir eticamente na esfera pública da comunidade, tendo em vista a construção de uma forma-de-vida pautada pela autêntica distinção expressa entre vida e regra

    REFORMA E NOVAS CONDIÇÕES DE CRENÇAS MODERNAS EM CHARLES TAYLOR

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    A pretensão deste artigo é a de expor o pensamento de Charles Taylor sobre a questão da Reforma ser um signo expandido que, de forma antecipada, contribuiu com o processo de secularização e o estabelecimento das novas condições de crença na era moderna. Para tanto, argumentamos que nesta configuração, o self, historicamente localizado na era antiga e medieval, vive numa tensão que o considera na condição de ser um ente poroso, o qual, em seus desdobramentos temporais para dentro da modernidade, ganha a condição de self protegido. Disto resulta que existe um significado que foi operado pelo processo histórico de desencanto e descrença, o qual, em meio à presença da divindade no mundo, passa por uma série de mutações. Tal configuração fomenta conflitos sociais que necessitam ser intermediados para gerar um equilíbrio complementar diante do desequilíbrio cívico estrutural numa sociedade que pretende se tornar linear. Outro aspecto importante nesta argumentação configurativa é o da função do tempo e o da desconstrução da ordem familiar anterior à modernidade em sua cosmovisão. Isto acontece desde os aspectos que se insurgem com o desdobramento do processo de secularização que avança as eras instaurando um mal-estar repleto de incognoscibilidades aporéticas. Por fim, aferimos que, para Taylor, a Reforma é fundamental no sentido de que, é com as pequenas reformas que se operam as mudanças significativas no cenário de vida pautado numa ética de afirmação da vida cotidiana propugnadas pelo significado das novas condições de crença que foram operadas por axiomas espirituais e culturais

    A crítica de Hegel e Agamben ao liberalismo político

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    Political liberalism receives strong criticism of two thinkers of very different periods of the history of philosophy: think here in Hegel and Agamben. In this paper the question that serves as a reference for the developed reflection is the critique of liberalism and its political stance that relies on contract as a guarantee of social consensus. Therefore, at first I wonder about the conception of state and political power in this criticism that Hegel initiates this political model. This implies the question of mediation between state power in universal terms and the strength of civil society in the field of particularity. On the theme of development, we seek to understand through reflection of Agamben via your vitalism its criticism of the political liberalism model. Agamben in this endeavor underscores the value of the category of life in its nakedness condition. It is also important to note that in the midst of this quandary, the Italian philosopher puts at stake the proposal for a policy that comes and the possibility of an ethic marked by the de-form-life as resistance to bio-political calculations tend to sacralization of the legal factor in liberal democratic architecture

    Sobre o método: continuidade e descontinuidade entre as genealogias de Giorgio Agamben e Michel Foucault

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    A proposta deste artigo é a de se aproximar da questão que envolve a noção de método, nas propostas genealógicas das filosofias de Giorgio Agamben e Michel Foucault. Para tanto, propomos um itinerário epistemoló-gico que percorre os pontos que julgamos ser nucleares, no que tange ao problema da continuidade e descontinuidade presente na dinâmica relacional, em termos de influên-cia, que o filósofo francês tem exercido so-bre o pensamento em curso do filósofo ita-liano. Tudo isso acaba sendo considerado, fundamentalmente, desde a perspectiva de suas reconstruções genealógicas do poder. O ponto nodal, conforme a nossa leitura, está posto substancialmente na questão da genealogia teológica da economia e do go-verno no que diz respeito ao pensamento de Agamben. No caso de Foucault, é na questão do biopoder que se mostra o ponto nuclear de nossa leitura. Em razão disto, matizamos o o texto em três momentos centrais e que são respectivamente descritos: (i) da premissa investigativa genealógica de Agamben rumo à genealogia de Foucault; (ii) da genealogia de Foucault para releitura genealógica de Agamben; (iii) sobre o método em Agam-ben: as assinaturas como signos ocultos de uma realidade operativa. Por fim, fechamos o texto considerando que tanto em Agamben como em Foucault a questão do método de investigação filosófica, é de fundamental im-portância para que possamos compreender a construção de ambas as genealogias filo-soficamente. O destaque fica posto no fato de que Agamben é um herdeiro intelectual confesso da senda aberta por Foucault, no que tange as investigações empreendidas ao logo de sua vida intelectual, no que diz respeito à questão das relações de poder que tem como objeto central de seu trabalho filosófico a categoria axiomática de vida

    Epistemologia religiosa e formas de discursividades sobrepostas: uma análise desde a política da secularização de Charles Taylor [Religious epistemology and shapes of overlaping discourses: an analysis from the politics of secularization of Charles Taylor]

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    Neste artigo temos como objetivo tratar do significado político da secularização. Iniciamos abordando a tensão existente entre a epistemologia religiosa e a epistemologia do humanismo exclusivo. Damos continuidade problematizando a questão referente à era dos reordenamentos e da transmutação para uma nova ordem moral secularizada, na qual o agente humano se autointerpreta. Assim, destacamos a relevância da presença da epistemologia religiosa na construção de uma nova mentalidade no imaginário social moderno. Surge a implicação do exercício do self se avaliar fortemente a partir da epistemologia imanente do humanismo exclusivo. Outra abordagem empreendida deste problema é a da elaboração de uma ética da autenticidade, que interferiu na construção da identidade moral expressivista, cada vez mais desarraigada dos pressupostos da epistemologia religiosa. Então, abordamos a postura do agente humano viver o conflito de busca por autorrealização e sentido normativo-ontológico para o seu self ao articular a sua forma de vida e identidade moral numa era secular.  [In this article we aim to address the political significance of secularization. We begin by addressing the tension between religious epistemology and the epistemology of exclusive humanism. We proceed to the question of the age of reordering and transmutation into a new secularized moral order, where the human agent is self-interpreting. Thus, we highlight the relevance of the presence of religious epistemology in the construction of a new mentality in the modern social imaginary. The implication of the exercise of the self arises strongly from the immanent epistemology of exclusive humanism. Another approach taken to this problem is the elaboration of an Ethics of authenticity, which interfered in the construction of expressivist moral identity, increasingly uprooted from the presuppositions of religious epistemology. So we approach the posture of the human agent to live the search conflict for self-realization and normative-ontological sense for his self by articulating his way of life and moral identity in a secular age.

    O princípio do comum como apófase ao princípio da propriedade nas democracias contemporâneas

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    The philosophical implication that guides the issue addressed here is the following: how does the principle of the common constitute a frontal apophasis to the principle of property in contemporary democracies? I do not pretend to offer an exhaustive answer to this problem. However, I use the argumentative strategy of dividing this paper into three sections: (i) theoretically investigate the dialectical tension between the principle of the common and the principle of property; (ii) analytically observe the premise that the behavioral practices of exacerbated individualism contribute as an act of aversion to the principle of the common and (iii) dwell on the articulation of the notion of the principle of the common as a factor that is present on the threshold between the philosophical vulgar and philosophical universal. Finally, I form some considerations that problematize the naturalized notion of the principle of property in current democracies, in view of the constituent power that the principle of the common holds in the perspective of achieving the well-being of human agents in contemporary community life.La implicación filosófica que orienta el problema aquí abordado es la siguiente: ¿cómo el principio de lo común constituye una apofase frontal al principio de propiedad, en las democracias contemporáneas? No se pretende ofrecer una respuesta exhaustiva a este problema. Sin embargo, se utiliza la estrategia argumentativa de dividir este escrito en tres secciones: (i) investigar especulativamente la tensión dialéctica entre el principio de bien común y el principio de propiedad; (ii) observar analíticamente la premisa que se coloca como un aporte a las prácticas conductuales de individualismo exacerbado, como un acto de aversión al principio de lo común y (iii) detenerse en la articulación de la noción de principio de lo común, como un factor que está presente en el umbral entre lo filosófico vulgar y lo filosófico universal. Finalmente, se hacen algunas consideraciones que problematizan la noción naturalizada del principio de propiedad, en las democracias actuales, en vista del poder constituyente que ostenta el principio de lo común en la perspectiva de lograr el bienestar de los agentes humanos, en la comunidad contemporánea. vida. .A implicação filosófica que guia o problema aqui tratado é a seguinte: como o princípio do comum se constitui em apófase frontal ao princípio da propriedade, nas democracias contemporâneas? Não se pretende oferecer uma resposta exaustiva para esse problema. No entanto, utiliza-se a estratégia argumentativa de dividir este escrito em três seções: (i) investigar especulativamente a tensão dialética entre o princípio do comum e o princípio da propriedade; (ii) observar analiticamente a premissa que se coloca como contribuição às práticas comportamentais de individualismo exacerbado, como ato de aversão ao princípio do comum e (iii) deter-se na articulação da noção de princípio do comum, como fator que está presente no limiar entre o vulgar filosófico e o universal filosófico. Por fim, fazem-se algumas considerações que problematizam a noção naturalizada de princípio da propriedade, nas democracias atuais, tendo em vista o poder constituinte que o princípio do comum detém na perspectiva de realização do bem-estar dos agentes humanos, na vida comunitária contemporânea

    A OBRA EXPANSIVA DA REFORMA COMO BASE DO PROCESSO DE SECULARIZAÇÃO SEGUNDO CHARLES TAYLOR

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    Neste texto, temos o objetivo de expor o significado da obra da Reforma em sentido expandido conforme a elaboração filosófica de Charles Taylor. Para tanto, nos propomos perseguir o trajeto do si mesmo (self) em sua condição de porosidade e proteção. Isto se justifica no sentido de investigarmos o significado da fratura ocorrida no processo de desencantamento e descrença num mundo encantado, desde a sua transição da era antiga e medieval para dentro do mundo fechado e naturalizado dos tempos modernos. Assim, temos estabelecido que os conflitos sociais como implicações que exigem certa intermediação entre uma postura de equilíbrio complementar e a sua antítese presente no desequilíbrio cívico também entram em jogo nesta trama. Nesta dinâmica conflitiva, outro aspecto presente neste jogo é o da funcionalidade do tempo vigente na ordem moral familiar e o aprofundamento de diversos aspectos emergentes que por meio do processo de naturalização da vida do si mesmo, suscitam novos significados para as condições de crença. Isto acaba gerando a intensificação da secularização que teve a sua base genética na Reforma em um sentido amplo. Aqui é a multiplicidade que se ergue com um operador de questões incognoscíveis e que devem ser exploradas. Finalmente, destaco que as novas condições de crença se avultam com o processo de secularização, que foi operado pela via do cristianismo latinizado. Charles Taylor em sua investigação sobre estas remodelações privilegia questões de ordem histórica e filosófica ao auscultar a vida do si mesmo (self). Então, a proposição marcante é a da compreendermos, introdutoriamente, os precedentes problemas destes novos significados de crença e descrença referentes ao papel da religião na esfera pública democrática das sociedades contemporâneas

    Apresentação

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