26 research outputs found

    OS MICROPODERES PRESENTES EM GRAFITES: UMA PERSPECTIVA GENEALÓGICA

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    Nosso objetivo neste artigo é problematizar a questão do poder em grafites urbanos. Tomamos como base teórica as análises histórico-filosóficas de Foucault (1995, 2003, 2010) em seu eixo genealógico, para investigar a questão do poder em grafites. Para esse autor a concepção de poder não se limita a imposições de lei e de repressão, mas é vista no sentido de normatizar a sociedade e normalizar a população e os indivíduos. Desse modo, se o poder instituído controla as ruas, grafitar os muros torna-se uma forma de luta e de resistência. O sujeito discursivo, em nosso caso, o grafiteiro da área urbana, nem sempre, aceita a regulação passivamente e resiste às técnicas controladoras. Verificamos que esses grafiteiros já buscaram uma visibilidade pública para inscrever mensagens cifradas e, também, inserir sua voz de protesto contra uma sociedade controlada, mas hoje participa de eventos e aceita contratos artísticos. Estão se inserindo em um mercado e aceitando normas. Nosso objetivo, neste artigo é verificar como as reações de resistência dos grafiteiros às normas urbanas têm se mostrado cada vez mais normatizadas e normalizadas, enfraquecendo o poder de resistência. Desde o início do século XXI, percebemos que várias inscrições começam a deixar de lado ações de demarcação de território e exposição de ousadia para fazer grafites por encomenda

    Uma Proposta de Apropriação da BNCC pela Perspectiva de um Ideal de Formação Humana/Docente/Discente mais Cidadã, Crítica, Ética e Criativa

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    Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a Base Nacional Comum Curricular, a fim de apresentar uma compreensão que se apropria do documento pela perspectiva de um ideal de formação humana/docente/discente mais cidadã, crítica, ética e criativa, ainda que organizada na lógica das competências. O estudo busca esteio na noção bakhtiniana de gêneros do discurso e de esferas ou campos da atividade humana e considera também as discussões sobre letramentos, novos letramentos e multiletramentos realizadas pelo Grupo de Nova Londres (2021), por Rojo (2009, 2012, 2016, 2017) e por Street (2006). Esta pesquisa se situa no campo da Linguística Aplicada e a metodologia utilizada é a pesquisa documental (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) com abordagem qualitativa (ALVES, 1991). A análise desvela e aponta um caminho possível para a apropriação da BNCC pelo ideal de formação que buscamos fazer emergir. Ademais, a investigação e interpretação do documento possibilitam apontar também as implicações dessa apropriação para a formação inicial do professor e para o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa na Educação Básica. Palavras-chave: Base Nacional Comum Curricular. Formação Docente/Discente. Ensino-Aprendizagem de Língua Portuguesa

    LINGUAGENS, CÓDIGOS E TECNOLOGIAS NA BNCC DO ENSINO MÉDIO: ANÁLISE DO CONCEITO DE AUTONOMIA

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    A BNCC para o EM, de LCT, aprofunda abordagens do EF. Sob a premissa de construir autonomia, conceito repetido incisivamente no documento, nos propusemos a identificar “estranhezas” no plano regente educacional sobre autores que, reconhecidamente, estão em sua bibliografia. Metodologicamente, principiamos pela pesquisa bibliográfica e seguimos à qualitativa do conceito de autonomia na BNCC (2017). Nosso foco esteve entre Bakhtin (1959/61/81/2006) e Paulo Freire (1996), que, por análises intertextuais e interdiscursivas da BNCC (2017), podem ser percebidos. Também nos foi necessário comparar o que propõem os PCN para a educação da mesma área e a BNCC, pois muitos educadores vislumbram erroneamente que um documento surgiu em substituição a outro. Os resultados apontam que, na BNCC (2017), o conceito de autonomia se preserva em relação ao que propuseram os PCN (1998) e que muitas das “novidades” trazidas pelo documento de 2017 já haviam sido “alardeadas” em outros momentos da Educação Brasileira

    LEITURA DE IMAGENS: A ANÁLISE DE UMA PROVA DE VESTIBULAR

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    In order to reflect about the official discourse related to the ability of image reading in high school, it is done an analysis of a vestibular test (the entrance exam) of the Universidade Federal de Goiás considered here as the materialization of the official discourse that enables the observation of the required reading capacities and abilities. The research is based on the French Discourse Analysis and some concepts of Foucault, Bakhtin, Maingueneau and others are here appropriated. Due to the necessity of a limit the corpus, is the 2011-1 entrance exam. This work is part of a broader reflection on the reading, considering the reading and interpretation of multimodal texts. Keywords: Discourse. Universidade Federal de Goiás. Reading. Multimodal.Com a finalidade de refletir sobre o discurso oficial relacionado à habilidade de leitura de imagem no Ensino Médio, é feita uma análise da prova de vestibular da Universidade Federal de Goiás considerada aqui como a materialização e prática do discurso oficial que possibilita a observação das capacidades e habilidades de leitura. Sendo a linha de pesquisa adotada a Análise do Discurso, alguns conceitos de Foucault, Bakhtin, Maingueneau e outros serão mobilizados. Devido à necessidade de um recorte, o corpus é a prova de vestibular 2011-1. Este trabalho faz parte de uma reflexão maior sobre a leitura, considerando a leitura e interpretação de textos multimodais. Palavras-Chaves: Discurso. Universidade Federal de Goiás. Leitura. Multimodal

    POR UMA CONCEPÇÃO DIALÓGICA DA ESCRITA ACADÊMICA: PRÁTICAS DE PRODUÇÃO COLABORATIVA DE TEXTOS EM AMBIENTES VIRTUAIS

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    Este artigo apresenta uma reflexão teórico-epistemológica acerca da escrita acadêmica como processo dialógico, com foco em práticas colaborativas em ambientes virtuais. Partindo dos conceitos de dialogia e de exotopia (BAKHTIN, 2003; 2006; 2016), bem como das atividades epilinguísticos e da compreensão da escrita como processo (GERALDI, 1997; GARCEZ, 1998; 2004), objetiva-se delinear um esboço do ciclo responsivo/colaborativo da escrita. Foram analisados textos elaborados por alunos de Letras da Universidade Federal de Goiás através do Google Docs. Essa observação permitiu verificar que as ferramentas da plataforma on-line permitiram o exercício contínuo do excedente de visão e de atividades epilinguísticas, não apenas ao final da redação, mas durante todo o processo de produção textual

    ALFABETIZAÇÃO E PRODUÇÃO DE SENTIDOS

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    Este texto realiza um estudo exploratório sobre o trabalho dos professores alfabetizadores durante a pandemia do COVID19, e dialoga com a experiência laboral de uma professora alfabetizadora para refletir sobre alguns elementos essenciais do trabalho pedagógico em alfabetização. Para isso, parte de princípios da teoria da enunciação (Círculo de Bakhtin) e de estudos da perspectiva discursiva de alfabetização. São expostos os fundamentos da perspectiva enunciativo discursiva de alfabetização e apresentados alguns elementos para a organização do trabalho pedagógico no ensino remoto, com crianças que adentram o ensino fundamental aos 6 anos de idade. No âmbito da pandemia do COVID 19 (2020), o texto procura sublinhar que mesmo com o uso de novos instrumentos e novas ferramentas de ensino, é necessário garantir nas proposições para a alfabetização os mesmos princípios que regem o trabalho docente do alfabetizador em regime presencial, visto que mesmo no meio remoto se mantém a necessidade de tratar a língua escrita como meio de interação, atividade discursiva e trabalho simbólico

    O CORPO EDUCADO: A ESCOLA COMO DISPOSITIVO DISCIPLINADOR NA SOCIEDADE DE CONTROLE

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    A construção deste trabalho tem o objetivo debater como a escola desenvolve estratégias para disciplinar o corpo do aluno. Para desenvolver a nossa investigação, embasamo-nos nos pressupostos genealógicos dos estudos foucaultianos. Em Vigiar e Punir, buscamos fundamentos para observar como suas concepções de poder disciplinar abrem possibilidade de análise das ações adestradoras dos indivíduos. Dois dos “recursos para o bom adestramento” apresentados por Foucault são particularmente úteis para a compreensão da visibilidade a que são expostos os corpos: o exame e o panoptismo. Recorremos também a Deleuze, para refletir sobre a possibilidade de as disciplinas terem entrado em crise a partir da década de 1950 e verificar como as sociedades disciplinares agregam-se a posturas de controle do ser humano enquanto espécie. Observamos como as instituições escolares continuam disciplinando, não apenas os corpos dos alunos, mas também os cérebros dos indivíduos de tal modo que passam a interiorizar comportamentos de integração e exclusão próprios da sociedade de controle. Nossa investigação, em instituições escolares públicas localizadas no interior de Goiás, conseguiu flagrar aspectos indicadores de um contexto biopolítico que se impõe. O dispositivo de vigilância permite uma ação controladora sobre o uso de brincos, cabelos longos ou bonés pelos meninos. É também coibido o uso de roupas curtas e de adereços em excesso pelas meninas. Até mesmo as necessidades fisiológicas passam por normatizações para que os jovens se enquadrem em padrões aceitáveis. No entanto, as ações de disciplinamento não são aceitas pacificamente, pois a resistência sempre permite o aparecimento de rupturas contínuas

    PERSPECTIVAS DO DIALOGISMO BAKHTINIANO NAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES NACIONAIS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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    Este artigo tem por objetivo discutir como o conceito de dialogismo bakhtiniano está presente nas Orientações Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Médio (OCEM - LP- MEC, 2006), documento reformulado pelo Ministério da Educação em 2006 a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM- LP, MEC, 2000).  Para análise do corpus, tomamos o dialogismo como constitutivo da linguagem, conforme propõe o Círculo de Bakhtin, mais especificamente Bakhtin/Volochinov (2006) e Bakhtin (2003). Esse trabalho se configura como uma pesquisa qualitativa de base interpretativista, de análise de documento e se insere no campo de estudos da linguagem. Os resultados apontam para uma proposta dialógica na perspectiva bakhtiniana em relação ao ensino de língua portuguesa.

    A BNCC e o ensino de língua estrangeira: Inglês pautado por gêneros textuais literários

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    Neste estudo de caráter bibliográfico e documental objetivamos definir gêneros textuais e investigar como os gêneros literários são abordados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Inicialmente apresentamos uma definição de gêneros discursivos e gêneros textuais embasadas nos pressupostos teóricos de Bakhtin (2011) e Marcuschi (2008). Em seguida, analisamos a BNCC (BRASIL, 2017) a fim de averiguar a concepção de gênero adotada e destacar as habilidades preconizadas no documento que apontam para a compreensão e produção escrita de textos literários. De acordo com a BNCC (BRASIL, 2017), a língua inglesa é vista como língua franca. Quanto aos gêneros, o docente deve priorizar o trabalho com gêneros verbais e híbridos, já no que concerne à produção textual em língua inglesa, o documento considera sua natureza processual e colaborativa. Por fim, descrevemos as características concernentes aos quatro gêneros literários, a saber, poema, história infantojuvenil, fábula e canção, para posteriormente relatar algumas experiências didáticas na sala de aula de língua estrangeira-inglês a partir de gêneros literários

    Análise linguística no Ensino Médio: ensino dialógico da Lingua Portuguesa

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    Esse artigo versa sobre o eixo pedagógico denominado de Análise Linguística e dos desdobramentos desse eixo nos processos (ou nas atividades) de ensino-aprendizagem da língua portuguesa no Ensino Médio. Em nossa discussão, visamos demonstrar a possibilidade de aliar a teoria da Análise Linguística com a prática dialógica desenvolvida em sala de aula. Para tanto, adotamos como eixo metodológico a pesquisa-ação (SANDIN ESTEBAN, 2010; DENZIN E LINCOLN ,2006; SERRANO,1998; BOGDAN E BILKLEN,1982; LÜDKE; ANDRÉ, 1986 E CRESWELL,1998), com intervenções processuais nas aulas a partir do trabalho longitudinal (DODANE,2015) com a novela policial “Nós”, de Salim Miguel (Miguel, 2018). A metodologia e os seus instrumentos fazem parte do projeto   “Os caminhos e descaminhos da escrita” realizado com uma turma da segunda série do Ensino Médio de uma escola pública da região Oeste de Goiânia. Para isso, tomamos como linha teórica o dialogismo de Bakhtin (2013, 2015 e 2017) e seus desdobramentos nas atuais pesquisas na área de linguagem ? representados no Brasil pelos estudos Geraldi (2002, 2005, 2008 e 2009), Franchi ([1970] 2006), Bezerra e Reinaldo (2013), Brito (1997) e outros estudiosos da linguagem. E no que se refere a Análise Linguística nos amparamos nos estudos Sousa Filho (2017), Travaglia (2010) e Costa – Hubes (2010). Os resultados demonstram que quando temos o texto como ponto de partida e de chegada no processo de ensino-aprendizagem torna-se possível realizar um estudo/ensino da língua portuguesa mais significativo para os alunos, já que ao partimos do texto, temos condições de trabalhar a língua(gem) de forma reflexiva e mais criativa. E mostram também que o trabalho com a Análise Linguística proporciona ao professor e ao aluno a oportunidade de refletir sobre a língua(gem) e, com isso, condições de melhorar o uso e o saber sobre a língua
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