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PERFORMANCES E ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA EM RETTAMOZO
O presente artigo analisa as performances "Quem tem Q.I. vai" , "Santíssimatrindade" e "Billy de Liar" , do artista Luiz Rettamozo enquanto "estratégias de sobrevivência" ,hipótese presente na Teoria Geral dos Sistemas, compreendida a partir das discussõestrazidas por Jorge Albuquerque Vieira. As performances foram realizadas no ano de 1987,em Curitiba, divulgadas em duas matérias jornalísticas escritas por Adélia Maria Lopes eRosirene Gemael, matérias que são a fonte principal desse artigo. Entende-se as décadasde 1970 e 1980 enquanto momento de "crise" , a qual é geradora de reflexões e atuaçõesque visam lidar com contexto bastante afetado pelo mercado capitalista e recente liberdadeproporcionada pelo fim do governo ditatorial. Questões essas que trazem pistas para acompreensão de características das performances e propostas que suscitam sobre contextoexperienciado, sobre relação entre passado e presente e também discurso sobre o contextoartístico. Configurando-se proposta performativa que envolve tanto artista quanto o trabalhode jornalistas culturais, que são estratégias para lidar com tal contexto de crise. Assimentende-se "estratégia de sobrevivência" como a escolha de caminhos para a efetivação doacontecimento artístico, que seria a interação com público, mantendo-se fluxo e significaçãocom o contexto social e artístico vivenciado
FLOREIO NA CAPOEIRA: ENCANTAMENTO E DESENCANTAMENTO
Um dos maiores desafios para bailarinos-pesquisadores-intérpretes, ou estudiosos-jogadores, no caso específico da Capoeira, é a tradução de suas pesquisas sobre saberes corporais para o formato de um texto acadêmico. Tratar sobre o floreio da Capoeira está para além do gesto acrobático visível, implica em compreender a complexidade desse objeto de estudo, as trajetórias desse saber corporal bem como o seu lado sensível e intangível. Assim, este ensaio tem como objetivo demonstrar como pude jogar-dançar-lutar com a minha tese de doutorado intitulada "Capoeira e diáspora africana: uma interpretação sobre os floreios" e como floreei com a minha pesquisa capoeiristicamente. A partir de mensagens-texto escritos por uma personagem fictícia, a rainha Nzinga, diluídas na tese, foi possível alimentar o lado sensível desse objeto de estudo, por meio de encantamentos e desencantamentos ocorridos na trama, preparando a pessoa leitora para a compreensão do texto da pesquisa. Assim, mediante essa estratégia, foi possível refletir sobre o contexto da diáspora africana, a migração forçada de pessoas escravizadas, as armas necessárias para combater a opressão, a luta e a resistência, a complexidade de diferentes estéticas ancestrais presentes na gestualidade da Capoeira e a beleza e encanto expresso pelo floreio, pelo florear e pelo floreado
"PRÊMIO ARTE NA ESCOLA CIDADí" : CORPO(S) E PERFORMANCE(S) NAS PROPOSIÇÕES DE MARÍLIA NAVEGANTE E JACSON MATOS
O presente texto é a transcrição de uma entrevista realizada simultaneamente comos artistas e educadores Marília Navegante2 e Jacson Matos3 pelo professor Jair MarioGabardo Junior, para a revista O Mosaico – Revista de Pesquisa em Artes, em julho de2020, por meio do serviço de comunicação por vídeo, Google Meet. O texto da entrevistaora publicado teve a sua versão final revisada pelos entrevistados.O interesse por esse diálogo polissêmico, interdisciplinar, se não tambémindisciplinado, tem o seu cerne no "Prêmio Arte na Escola Cidadã" – doravante PAEC –promovido pelo Instituto Arte na Escola (IAE). Tratam-se de 20 edições que, desde o ano2000, têm anualmente selecionado e premiado, em todo o território nacional, professoras eprofessores que desempenham práticas pedagógicas em arte a partir da seleção de um(a)ganhador(a) em cada uma das cinco categorias: Educação Infantil, Ensino Fundamental I,Ensino Fundamental II, Ensino Médio e Ensino de Jovens e Adultos.O Instituto é uma associação civil sem fins lucrativos fundada em 1989. Entre osseus objetivos está a busca por qualificar, incentivar e reconhecer o ensino e a aprendizagemartística por intermédio da formação continuada de docentes da Educação Básica
PAISAGEM CAIÇARA: OLHARES DIALÓGICOS EM PERSPECTIVA VERBO-VISUAL
Este ensaio se propõe a uma análise de materialidades verbo-visuais que dão representação à ideia de cultura caiçara, presentes no Dossiê de Registro do Fandango Caiçara, a partir de um diálogo com produções que se utilizam de um mesmo arcabouço imagético, fato que passa a definir alguns aspectos que constituem a identidade do povo caiçara no litoral paranaense. As produções de texto acerca dos povos caiçaras, especialmente no litoral do Paraná tem se intensificado nas últimas décadas, gerando assim odebate sobre de que maneiras tais populações são "retratadas" na esfera acadêmica. Os mecanismos caiçaras de informação e criação de conteúdo, sejam eles por meio virtual ou físico, se apoiam em parte nesse arcabouço para nortear a disseminação e salvaguarda das culturas locais, portanto faz-se importante o debate sobre como tais materialidades são utilizadas nos documentos analisados. As cenas se repetem reverberando e alimentando uma estética cultural referenciada por meio dos olhares dos pesquisadores. O trabalho apoia-se, ao olhar para os dados, na Análise Dialógica do Discurso, que tem nos estudos de Bakhtin e o Círculo o seu principal referencial teóric
O TEATRO COMO SUBSTANTIVO CONCRETO DO SENSÍVEL: BREVE DIÁLOGO PARA UMA METODOLOGIA INCOMPLETA
O artigo apresenta a prática de ensino, aprendizagem e pesquisa em teatro na criação da primeira Companhia de Teatro da Biblioteca Pública do Paraná, situada em Curitiba. Descreve-se aqui os quatro anos de funcionamento da Companhia apreendendo as processualidades desta prática e como durante este período localiza a sobrevivência de uma morte contínua de aprendizados. Com isso identifica as etapas do processo metodológico como a transição de uma curiosidade ingênua para uma curiosidade epistemológica, isto é, acentua e persegue a autonomia da criação, pensando a docência como um compromisso com a vulnerabilidade do saber, mantendo-o vivo e operante às mudanças provocadas por cada encontro dado à prática. Esta premissa é compreendida como um artífice fundamental para organicidade desta rede de reciprocidades. Para isso o texto vê a docência como prática de mediação cultural e artística. Por esta tessitura, pensa a relação pedagógica do teatro para a construção de uma metodologia criada para desmanchar-se, e assim, capaz de movimentar sua atividade reflexiva para um encontro de novas perguntas, ciclicamente
O CURSO DE DANÇA MODERNA DA UFPR COMO ESPAÇO NÃO FORMAL PARA O ENSINO DAS ARTES DO CORPO
Neste artigo decorrente de uma investigação qualitativa, ancorada em umarevisão de literatura e análise de diferentes fontes documentais, temos como objeto deestudo um percurso histórico dos processos formativos do Curso Permanente de DançaModerna da Universidade Federal do Paraná - UFPR (C[P]DM) – compreendido aqui comoespaço de educação não formal e inserido no âmbito de uma instituição de ensino superiorpública e gratuita. Desta forma, partimos das seguintes questões-problema: de que formae com que meios o C[P]DM – como espaço de educação não formal para as artes do corpo– permanece [in]alterado ou atualizado no ambiente institucional (UFPR)? Seria possívelafirmar que seus objetivos educacionais e formativos e seu espaço de desenvolvimentode atividades artísticas e pedagógicas o colocariam no patamar de um complexo conjuntohíbrido de educação formal e não formal? Como embasamento teórico sobre a educaçãonão formal trazemos para o estudo os aportes de Gohn (2010; 2011; 2014) e Souza (2018)
TRANSVERSALIZAR O ENCONTRO DIALOGISMO: DO OFÍCIO UNIVERSITÁRIO; DAS CENAS; DAS VIDAS.
Educação, Linguagem e Teatro na perspectiva de frutos de diálogo constituem alinha condutora de uma ampla discussão, cuja visão abarca desde o epistemológico até oimaginário coletivo, para uma análise de memorias formativas e cruzamento de dados nainvestigação da montagem de espetáculos de graduandos do curso de Teatro Interpretaçãoda Universidade Regional de Blumenau. Esta matéria prima, gerada através da análisedos vários discursos transversais e interdisciplinares, entre o olhar investigativo de JeanCarlos Gonçalves, amparado pelo olhar interativo, múltiplo e sensível de Mikhail Bakhtin, éum grande aporte, ao valor tangível e intangível da investigação académica dos processosvivenciados na área da pedagogia teatral. As vozes do teatro na educação e as vozes daeducação no teatro, campo de pesquisa pouco explorado, concebem e exaltam o exame, aprática e a profissionalização em teatro por um viés educacional a partir do cenário múltiploe infinito da linguagem, apontando outras novas perspectivas
POLIFONIA BRASILEIRA: UMA LEITURA DE LABAN PLURAL, DE MELINA SCIALOM (2017)
Trata-se de uma resenha crítica sobre o livro Laban plural: arte do movimento,pesquisa e genealogia da práxis de Rudolf Laban no Brasil de autoria de Melina Scialom epublicado no Brasil em 2017 pela Editora Summus
(I)Materialismos: Grisey, Dufourt, e o limiar entre objeto e forma na música de processo
This article proposes an investigation into the music of composers Gérard Grisey and Hugues Dufourt that departs from the preconceived notion of “spectralism” as the construction of projections and configurations of pitches derived from the harmonic spectrum. Instead, it focuses on contextualizing the compositional approach of these composers through the material-form topology, addressing this relationship historically and philosophically, examining the conditions that facilitated the flourishing of their practices in the context of the 20th century. The central essence of this study lies in the assertion that the contribution of these composers is significantly apprehended through the consideration of the notions of “dynamism”, “dimensionality”, “processuality,” and, above all, the “liminality” present between spatial (quantifiable) and temporal (qualitative), as well as between acoustic (objective) and auditory (subjective) poles.Este artigo propõe uma investigação acerca da música dos compositores Gérard Grisey e Hugues Dufourt que se afasta da convicção preconcebida da noção de “espectralismo” enquanto a edificação de projeções e configurações de alturas derivadas do espectro harmônico. Em vez disso, concentra-se na contextualização da escrita destes compositores mediante a topologia material-forma, abordando essa relação historicamente e filosoficamente, examinando as condições que propiciaram o florescimento de suas práticas no contexto do século XX. A condensação central deste estudo é a reivindicação de que a contribuição desses compositores é apreendida de forma significativa através da consideração das noções de "dinamismo", “dimensionalidade", “processualidade” e, sobretudo, a “limiaridade” presente entre os polos espaciais (quantificáveis) e temporais (qualitativos), bem como os objetivos (acústicos) e subjetivos (perceptivos)