45 research outputs found

    A Natureza e o Imaginário: dos jogos eróticos em sociedades rurais

    Get PDF
    Este artigo tem como objetivo revisitar a construção dos discursos acadêmicos na relação imaginária entre o camponês com as divindades e a natureza, acrescentando à s teorias sobre o campesinato brasileiro a dimensão desejante dos afectos mal-ditos

    A criança camponesa: da ambiguidade ao permissível

    Get PDF
    This article has as theoretical target to increase to the body of the child peasant, conjured for The Brazilian Text about The Rural, the dimension of the afectos mal-ditos and the not-said in peasant societies. By means of fieldwork in Goiabeiras (2000-2004), as well by mapping the theoreticians of the Brazilian peasant, more specifically literature sociologist and anthropologist literature, ** aims to show that to manufacture a child peasant it is equivalent to dim the proper child.Este artigo tem como escopo teórico acrescer ao corpo da criança camponesa, escamoteado pelo Texto Brasileiro sobre o Rural, a dimensão dos afectos mal-ditos e o indizível nas sociedades camponesas. Por meio de trabalho de campo no vilarejo rural de Goiabeiras (2000-2004), como também de um mapeamento não exegético dos teóricos do campesinato brasileiro, mais especificamente a literatura socióloga e antropóloga, fazer perceber que fabricar uma criança camponesa mimética e datada equivale a ofuscar a própria criança

    Ce qui nous rassemble autour de la "dernière bière" : vivre le feeling du moment en Beauce (Québec)

    Get PDF
    Cette thèse propose une lecture anthropologique de la consommation d’alcool. Elle met de l’avant une approche novatrice qui repose sur le concept de « métaphysique du quasi- arrêt ». Cette approche a été développée à la suite d’une recherche ethnographique réalisée dans la région de la Beauce, au Québec. Au lieu de considérer la consommation d’alcool comme un problème social ou de santé publique, j’ai cherché à comprendre comment et pourquoi l’on boit, en Beauce, en me laissant guider par les buveurs et les buveuses côtoyés sur place. En prenant part à de nombreuses soirées où la bière est omniprésente, que ce soit dans les garages, les bars ou l’aréna local, je me suis laissé affecter par les sensations ressenties et par les paroles prononcées lorsque les buveurs éprouvent ce qu’ils appellent le « feeling du moment ». En prenant du recul, j’ai constaté que les Beaucerons qui boivent ont développé des stratégies défensives pour échapper à la tentative de contrôle de la société québécoise sur leurs conduites alcooliques et, plus largement, sur l’alcoolisme. En effet, dans la perspective de la « métaphysique du quasi-arrêt », la quantité de verres consommés n’a d’importance qu’eu égard au « feeling du moment »; les normes culturelles ou médicales liées à la consommation d’alcool ne tiennent pas, et c’est pourquoi cette approche permet d’expliquer des discours et des pratiques liés à la consommation d’alcool qui, à première vue, semblent paradoxaux, voire complètement absurdes. Pour bien montrer en quoi l’approche mise de l’avant se distingue, mais surtout pour expliquer comment la consommation excessive d’alcool en est venue à représenter, en anthropologie comme dans d’autres disciplines, une pratique problématique qu’il faut comprendre pour la combattre, une première partie de la thèse consiste en une mise en perspective historique de l’alcoolisme en tant que concept scientifique et enjeu de société. Y sont passées en revue les approches et concepts développés, depuis la fin du XVIIe siècle, par des médecins, des psychologues, des économistes, des sociologues et des anthropologues euro-américains pour aborder ce genre de consommation. Je suggère que ces scientifiques mènent, depuis plus de deux siècles, une véritable croisade contre les « buveurs excessifs ». Collaborant avec l’État, les mouvements de tempérance et les entreprises privées, ils ont contribué à contenir les abus d’alcool en Occident. Dans la seconde partie de la thèse, l’ethnographie sert de support au déploiement de la perspective théorique développée à l’issue du travail de terrain. Il s’agit d’analyser comment les buveurs d’alcool vivent et font durer le « feeling du moment » au cours du boire social. Sur le terrain, j’ai découvert que les buveurs d’alcool ont inventé onze stratégies pour vivre et faire durer le « feeling du moment » en consommant de l’alcool avec les autres. Ces stratégies constituent une forme de résistance face à une société qui cherche à contrôler les conduites alcooliques.This thesis offers an anthropological understanding of alcohol consumption and puts forward an innovative approach based on the « metaphysics of the near-ending ». This approach was developed following an ethnographic research conducted in the Beauce region of Quebec. Instead of considering alcohol as a social or public health problem, I sought to understand how and why we drink, in Beauce, letting myself be guided by local drinkers. By taking part in many evenings where beer is omnipresent, whether in garages, bars or the local arena, I allowed myself to be affected by words and sensations that go along with what they call the « feeling of the moment ». Looking back, I found that Beauce drinkers have developed defensive strategies to escape the control exerted on their alcoholic behavior and, more broadly, on alcoholism. In fact in the perspective of the « metaphysics of the near-ending », the amount of drinks consumed is not important, given the « feeling of the moment »; cultural or medical standards related to alcohol consumption do not prevail, and that is why this approach can explain the discourses and practices related to alcohol consumption which at first sight seem paradoxical or even completely absurd. To show how the approach put forward is distinctive, but especially to explain how alcohol consumption has come to represent, in anthropology as in other disciplines, a practical problem that must be understood in order to fight it, the first part of the thesis is a historical perspective of alcoholism as a scientific concept and social issue. I present a critical review of different approaches and concepts developed from the late seventeenth century by doctors, psychologists, economists, sociologists and euro-american anthropologists to address consumption, and especially what is considered as an excessive consumption of alcohol. I suggest that these scientists have conducted, for over two centuries, a crusade against « excessive drinkers ». Working with the State, temperance movements and private companies, they have contributed to containing alcohol abuse in the West. In the second part of the thesis, ethnography is used to support the theoretical perspective developed after the end of the fieldwork. I analyze how alcohol drinkers live and make last the « feeling of the moment » during social drinking. Throughout my field work, I discovered that alcohol drinkers have invented eleven strategies in order to live and sustain the « feeling of the moment » by consuming alcohol with others. These strategies are summarized in the concept of a « metaphysics of the near-ending ». They are a form of resistance in the context of a society that seeks to control alcoholic behavior

    O exame de toque renal na detecção do câncer de próstata: aporte e fronteira entre etnomedicina e antropologia médica crítica

    Get PDF
    O presente trabalho teve como objetivo compreender as barreiras que influenciam na adesão ao exame de toque retal no Brasil para detecção de câncer de próstata (CAp), fundamentado na etnomedicina e na antropologia médica crítica. Por meio de uma revisão bibliográfica, a coleta de dados obteve 788 artigos sobre câncer de próstata, sendo 653 na base de dados LILACS, 104 na SCielo e 31 na MEDLINE. Após filtragem pelos critérios de inclusão e exclusão, obteve-se um total de 12 artigos selecionados que correspondem à temática do sociocultural nestes estudos. Observou-se que existe uma barreira sociocultural que culmina na redução da busca por atendimento médico e realização do referido exame pelos homens. Notou-se, portanto, a emergência da antropologia médica como aporte colaborativo para compreensão do fenômeno por meio de uma promoção sensível à saúde masculina, coadunando para a capacitação de médicos

    Contribuições da antropologia para formação de estudantes de medicina durante o módulo de obstetrícia

    Get PDF
    Este estudo visa contribuir para uma reflexão sobre o contexto da formação em obstetrícia, enquanto área integrante da graduação médica, instigada à luz da introdução da antropologia no processo de aprendizagem. Para alcançar este objetivo, decidiu-se dividir este artigo em seções. A primeira tratou do processo de inserção da antropologia durante a formação dos discentes em medicina no semestre que possui como Eixo Temático Concepção e Nascimento, refletindo sobre os desafios que envolvem o aprender a relativizar práticas que se alicerçam na Medicina Baseada em Evidências (MBE). Posteriormente, em uma segunda seção, discutirá as reflexões suscitadas por uma experiência vivenciada durante atividade prática com um grupo de mulheres ativistas frente à causa do parto humanizado e a maternidade ativa. Por fim, em uma última seção, a possibilidade de uma reorientação do olhar sobre os aspectos culturais que envolvem a concepção, o nascimento, a mulher e o seu corpo

    Território, doenças negligenciadas e ação de agentes comunitários e de combate a endemias

    Get PDF
    OBJECTIVE To characterize knowledge, practices, and professional experience of community health agents (ACS) and endemic combat agents (ACE) on leprosy and Chagas disease (DC), during participation in an integrated training workshop in the IntegraDTNs-Bahia project. METHODS Descriptive and exploratory case study, involving health agents and endemic combat agents participating in a training workshop on the shared role of these professionals in health care and surveillance processes. The project was developed in the municipalities of Anagé, Tremedal and Vitória da Conquista, in the southwestern State of Bahia, 2019–2020. A specific instrument was applied, with questions related to knowledge and practices of surveillance and care for leprosy and Chagas disease. Descriptive analysis of the data, in addition to consolidation of the lexical analysis, was performed. RESULTS Out of a total of 135 participants (107 ACS and 28 ACE), 80.7% of them have been working for at least 12 years, without previous participation in joint training processes. Only 17.9% of endemic combat agentes reported having participated in training on leprosy and none reported developing specific actions to control the disease. For Chagas disease, 36.4% of community health agents participated in training more than a decade before, while for 60.7% of endemic combat agents the last training was carried out in the last five years. The development of educational actions for Chagas disease was more frequent for endemic combat agents (64.3%). When asked about ways of recognizing diseases, the term “skin spots” was the most reported (38 times) for leprosy and, for Chagas disease, the term “I don’t know” (17 times). CONCLUSION Processes of health agents and endemic combat agents action in realities endemic for leprosy and Chagas disease in the interior of Bahia proved to be fragmented in the territories. For these diseases, the distance between surveillance and health care actions is reinforced, including in training processes. The importance of innovative permanent and integrated education actions is reiterated to actually promote changes in practices.OBJETIVO Caracterizar conhecimentos, práticas e experiência profissional de agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de controle de endemias (ACE) sobre hanseníase e doença de Chagas (DC), durante participação em oficina de formação integrada no projeto IntegraDTNs-Bahia. MÉTODOS Estudo de caso descritivo e exploratório, envolvendo comunitários de saúde e agentes de controle de endemias, participantes de oficina de formação sobre o papel compartilhado desses profissionais no processo de vigilância e atenção à saúde. Projeto desenvolvido nos municípios de Anagé, Tremedal e Vitória da Conquista, no Sudoeste do Estado da Bahia, 2019–2020. Aplicou-se instrumento específico prévio com questões relativas a conhecimentos e práticas de vigilância e atenção para hanseníase e doença de Chagas. Análise descritiva dos dados, além de consolidação da análise léxica. RESULTADOS Do total de 135 participantes (107 ACS e 28 ACE), 80,7% deles atuam há pelo menos 12 anos, sem participação prévia em processos de formação conjunta. Apenas 17,9% dos agentes de controle de endemias relataram ter participado de capacitações sobre hanseníase e nenhum informou desenvolver ações específicas de controle da doença. Para a doença de Chagas, 36,4% dos agentes comunitários de saúde participaram de capacitações há mais de uma década, enquanto para 60,7% dos agentes de controle de endemias a última capacitação foi realizada nos últimos cinco anos. O desenvolvimento de ações educativas para a doença de Chagas foi mais frequente para agentes de controle de endemias (64,3%). Quando perguntados sobre formas de reconhecimento das doenças, a palavra “manchas na pele” foi a mais relatada (38 vezes) para hanseníase e, para a doença de Chagas, a palavra “não sei” (17 vezes). CONCLUSÃO Os processos de atuação de agentes comunitários de saúde e agentes de controle de endemias em realidades endêmicas para hanseníase e doença de Chagas no interior da Bahia revelaram-se desintegrados nos territórios. Para essas doenças, reforça-se o distanciamento entre ações de vigilância e de atenção à saúde, inclusive nos processos de capacitação. Reitera-se a importância de ações inovadoras de educação permanentes e integradas para promover de fato mudanças nas práticas

    Global Spatial Risk Assessment of Sharks Under the Footprint of Fisheries

    Get PDF
    Effective ocean management and conservation of highly migratory species depends on resolving overlap between animal movements and distributions and fishing effort. Yet, this information is lacking at a global scale. Here we show, using a big-data approach combining satellite-tracked movements of pelagic sharks and global fishing fleets, that 24% of the mean monthly space used by sharks falls under the footprint of pelagic longline fisheries. Space use hotspots of commercially valuable sharks and of internationally protected species had the highest overlap with longlines (up to 76% and 64%, respectively) and were also associated with significant increases in fishing effort. We conclude that pelagic sharks have limited spatial refuge from current levels of high-seas fishing effort. Results demonstrate an urgent need for conservation and management measures at high-seas shark hotspots and highlight the potential of simultaneous satellite surveillance of megafauna and fishers as a tool for near-real time, dynamic management
    corecore