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EDITORIAL
Um novo lugar no desenvolvimento científico e tecnológico nacionalA Educação Profissional e Tecnológica atravessa um grande momento, graças às decisões de um governo que demonstra profunda compreensão do valor estratégico da mesma para o desenvolvimento nacional. Por essa razão, está em curso um vigoroso plano de expansão da rede federal que deverá deixar em pleno funcionamento, até 2010, 354 unidades de ensino e oferecer em torno de 500 mil vagas, distribuídas pelos 26 estados e o Distrito Federal. Para tanto, a Secretaria de Educação profissional e Tecnológica do Ministério da Educação está investindo na contratação de pessoal — em todos os níveis —, na melhoria da infra-estrutura física das escolas, pela necessidade de ofertar uma variada gama de cursos, que deverão, como prioridade, estar sintonizados com as demandas do desenvolvimento local e regional.Um novo lugar no desenvolvimento científico e tecnológico nacional, portanto, está sendo construído para essa modalidade de ensino. Novo lugar que resulta das transformações identitárias gestadas ao longo das últimas décadas na rede federal, mas cuja visibilidade social apenas recentemente começou a tomar forma, seja por meio da criação da Universidade Tecnológica do Paraná e dos esforços para a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, seja pela intensificação e diversificação das atividades de ensino visando a atender os mais diferenciados públicos, nas formas presencial, semi-presencial e a distância.Que é reflexo também das atividades de extensão, inovação tecnológica e pós-graduação, do debate sobre a redefinição do ensino agrícola, da realização das primeiras jornadas científicas regionais e nacionais, dentre outras ações que anunciam a superação do papel da rede federal, até há pouco limitado à oferta de cursos profissionalizantes para as camadas mais pobres da população e de simples fornecedora de mão-de-obra para o desenvolvimento econômico.Parte integrante de um projeto de desenvolvimento nacional que busca consolidar-se como soberano, sustentável e inclusivo, a Educação Profissional e Tecnológica está sendo convocada não somente para atender às novas configurações do mundo do trabalho, mas, também, para contribuir com a elevação da escolaridade dos trabalhadores e trabalhadoras em geral. Nessa direção, acredita-se, a atual conjuntura histórica é extremamente favorável à transformação da Educação Profissional e Tecnológica em importante ator da produção científica e tecnológica nacional. Especialmente porque o espaço social das práticas de ensino, pesquisa e inovação desenvolvidas nessa área vem se constituindo de forma diferenciada, porquanto mais vinculada à ciência aplicada e às realidades locais, em contraponto àquelas desenvolvidas no espaço do mundo acadêmico. Este é o elemento distintivo que está na gênese da constituição de uma identidade social particular para os agentes e instituições aí envolvidos.Fenômeno decorrente da história, do papel e das relações específicas que a Educação Profissional e Tecnológica tem estabelecido com a ciência e a tecnologia, o desenvolvimento regional e local e com o mundo do trabalho em geral.Nesse contexto, a Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica surge para dar visibilidade à produção científica e tecnológica realizada no âmbito dessa modalidade da educação, em particular aquela que busca refletir sobre os temas mais relevantes para o desenvolvimento nacional. Atualmente, essa produção, principalmente a da rede federal, encontra-se dispersa em várias publicações especializadas em educação, tecnologia e áreas afins, dada a inexistência de um veículo próprio. Daí a necessidade de um projeto para divulgá-la em um espaço legítimo e específico, que contribua para ampliar o diálogo dessa produção com os grandes temas e desafios nacionais no campo da ciência e da tecnologia.A seleção dos artigos apresentados neste primeiro número destaca o caráter plural e democrático que deverá acompanhar a trajetória da Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica. Desta forma, por um lado, apresenta-se uma diversidade temática, com artigos sobre o papel das licenciaturas tecnológicas, a formação para a área da pesca, a formação de docentes para a Educação Profissional e Tecnológica, as tecnologias assistivas,o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA. Por outro, apresenta-se uma diversidade de olhares e lugares, envolvendo acadêmicos, pesquisadores da própria rede e intelectuais vinculados ao Serviço Nacional da Indústria (SENAI).É esse o clima desta nova revista. Orgulhamo-nos, portanto, todos da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, do Conselho Editorial e do Comitê Científico de darmos esse primeiro passo. A semente está plantada
EDITORIAL
100 anos da Rede Federal A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC – SETEC/MEC, junto com o Conselho da Rede Federal de Educação Profissional,científica e Tecnologia – CONIF, este representado pelo Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa, apresentam o 2º número da Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica. Nesta edição,optou-se por uma publicação temática com destaque para o centenário da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, comemorado no dia 23 de setembro, data da publicação, no ano de 1909, do Decreto nº 7.566, assinado pelo Presidente Nilo Peçanha quando da criação de dezenove Escolas de Aprendizes Artífices em nosso país. Autores ligados a essas instituições federais nos presenteiam com cinco belíssimos artigos: Nádia Cuiabano Kunze, com “O surgimento da Rede Federal de Educação Profissional nos Primórdios do Regime Republicano Brasileiro”, provoca nos leitores uma reflexão sobre o processo de criação das instituições federais a partir de sua pesquisa de mestrado que investigou a trajetória da Escola de Aprendizes Artífices de Mato Grosso, no período de 1909 a 1941; em “Da Escola de Aprendizes ao Instituto Federal de Sergipe: 1909-2009”, Amâncio Cardoso dos Santos Neto traz-nos os aspectos históricos da instituição sergipana tratados sob a ótica político-pedagógica e administrativa; Wilson Conciani e Luis Carlos de Figueiredo, com “A Produção de Ciência e Tecnologia nos Institutos Federais, 100 anos de Aprendizagem” contribuem para a superação de equívocos - neste caso, posições que desconsideram a educação profissional e tecnológica enquanto lugar de produção e difusão de saber – ao defenderem, com notável propriedade, que o crescimento institucional da Rede Federal também é fruto da produção e difusão do saber gerado nos 100 anos, em atividades de produção acadêmica em que o suporte dos laboratórios bem equipados e a profícuarelação com a comunidade são elementos geradores destacáveis; Marisa Brandão, no artigo “O Curso de Engenharia Operacional (anos 1960/1970) e sua relação histórica com a criação dos Cefet’s”, demonstra que os cursos superiores, com características mais direcionadas à aplicação, tem intrínseca relação com o surgimento e a natureza das instituições de educação tecnológicas dedicadas à oferta da formação em nível superior e, neste sentido, o seu fortalecimento é essencial à consolidação de um conceito institucional; Francisco JoséMontório Sobral, com “Retrospectiva Histórica do Ensino Agrícola no Brasil”, alerta-nos sobre a importância da difusão e apreensão do conhecimento das dinâmicas da natureza e do desenvolvimento das técnicas agrícolas para a fixação do homem em espaços geográficos específicos, as ambiguidades e as contradições das políticas de formação profissional agrícola, desde o início do Século XX.Esta publicação, ao acrescentar alguns tons e ângulos à luz da história da Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica, constituise em mais uma contribuição para as elaborações necessáriasaos enfrentamentos e desafios do presente e do futuro de um conjunto de instituições que ganha a cada dia maior consciência de sua função social de importância estratégica para a construção de uma nova nação, menos desigual e mais inclusiva. A importância dessa publicação se eleva à medida que, ao divulgar conquistas da ciência e da tecnologia, o faz com a preocupação de buscar iniciativas que cada vez mais chancelem reais possibilidades de um desenvolvimento que reconheça a precedência do ser humano e da vida do planeta e o quanto isto implica a produção e a difusão de um conhecimento que não reduza a sua função apenas ao fomento do econômico.Para finalizar, cabe um destaque à criação do Caderno Técnico da revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, organizado por eixos tecnológicos que sairá como anexo a esta publicação, em que o primeiro número vem dedicado ao eixo Meio Ambiente, Saúde e Segurança.Esses Cadernos Técnicos têm por objetivo difundir o conhecimento científico e tecnológico desenvolvido nas instituições de ensino e pesquisa tecnológica sob uma ótica mais técnica e específica, e com isto contribuir com professores, profissionais e especialistas dedicados a esse campo de estudos.Ao final, formalizamos mais uma vez o convite para que outros profissionais que se dedicam à Educação Profissional e Tecnológica submetam seus estudos e pesquisas para as próximas publicações. Prof Moisés Domingos Sobrinh
Representações sociais, sens pratique, poder simbólico e o processo de construção do ser docente
A partir de las elaboraciones teóricas de los fundadores del campo de investigación de las representaciones sociales, se pretende avanzar en la construcción de un diálogo entre esta teoría y la praxis social de Pierre Bourdieu, centrándose en la relación entre las representaciones sociales, la praxis sensorial (como manifestación del hábito) y el poder simbólico, dimensión ausente en el modelo moscoviciano. La base empírica a partir de la cual se desarrollan las reflexiones presentes en este artículo se apoya en investigaciones realizadas sobre el proceso de construcción del ser docente, en la realidad de algunas ciudades del nordeste brasileño. En este sentido, se destaca lo que se cree que aproxima y distingue entre la teoría de Moscovici y las elaboraciones de Pierre Bourdieu, y, en particular, con respecto a lo que estos autores dicen cuando se refieren al ?sentido común?
Os sentidos da educação em saúde para agentes comunitários de saúde
O estudo objetivou identificar a representação social sobre educação em saúde construída por agentes comunitários de saúde. Foi desenvolvido com 119 agentes comunitários de saúde do município de João Pessoa, Paraíba. Os dados foram coletados pelo teste de associação livre de palavras, questionários e entrevistas e analisados por diferentes métodos e técnicas. Os resultados apontam: orientação, prevenção e higiene como núcleo central das representações. Como sistema periférico: importante, estar preparado para orientar, colocar em prática as orientações, qualificação profissional, entre outros. A representação social da educação em saúde estruturara-se em dois níveis: um voltado à informação da população; outro, à capacitação profissional
REFERENTES EMPÍRICOS DO HABITUS DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Este artigo tem como finalidade apresentar um estudo realizado sobre os referentes empíricos dos gostos e estilos de vida que dão visibilidade ao habitus de estudantes universitários. Analisamos as preferências desses estudantes em relação à leitura e outras formas de ocupar o tempo livre, a posse de bens de consumo dentre outros elementos que são regularidades reveladoras dos estilos de vida que os torna distintos e distinguidos dos não universitários.Os resultados revelam pelas práticas mais comuns um habitus estudantil provinciano. A dimensão ética desse habitus vai se revelar no valor simbólico atribuído à educação, na crença de “redenção” através dessa e na abnegação que deve orientar as práticas no âmbito de sua formação
A formação docente no contexto atual e a representação social dos professores tecida no campo educacional
A formação docente tem sido aplicada em formatos, tempos e espaços diversificados, compondo, assim, estatutos e propostas em diferentes níveis de qualificação. Através da Teoria das Representações Sociais busca-se desvelar como sentem e reagem os agentes envolvidos nesse processo, ou seja, os professores. Foi adotado, ainda, o conceito de campo educacional. Ambos são instrumentais teóricos que possibilitam a apreensão dos fenômenos sociais nos planos micro e macro. No percurso metodológico, utilizaram-se o Teste de Associação Livre de Palavras e a Entrevista Semi-Estruturada e, para o tratamento desses dados, o Software SPSS – Statistical Package for Social Sciences e a Análise de Conteúdo. A combinação dos conceitos, instrumentos e técnicas citados se deram no sentido de realizar-se uma reflexão de ordem qualitativa e quantitativa acerca do tema em questão
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: limites e possibilidades
Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia criados pela Lei nº 11.892, em 29 de dezembro de 2008, representam a nova face da Educação Profissional e Tecnológica brasileira. Neste artigo, são analisados alguns elementos do contexto histórico e político de sua criação, assim como os aspectos mais relevantes e considerados estruturantes dessa nova instituição do campo educacional brasileiro, tais como o seu lugar nas políticas públicas do governo Lula, a sua relação com o mundo produtivo e do trabalho, a sua contribuição para o fortalecimento da democracia e da cidadania, para o desenvolvimento nacional, regional, local, sua proposta curricular e a relação ensino”“ciência”“tecnologia