31 research outputs found
Transmission of knowledge and representation: critical contributions from the book "Psychic Development" by Alexis Leontiev
This work is a theoretical study that seeks from established limits to analyze concepts of representation and language present in the book The Psychic Development by Alexis Leontiev, considering the relations of these ideas with practices of knowledge transmission. The interest lies in educational contexts considering that in most of the pedagogical strategies elaboration prevails presuppositions on language and representation supported by the formal logic. The book analysis is carried out as a resource, and it privileges the concepts of representation and language concomitant with the critical reading on such resources and the activity of knowledge transmission, in the modern scenario
DIFERENÇA E TRADUÇÃO: aportes de Derrida para o trabalho com a escuta.
Neste artigo utilizou-se como base os pressupostos teóricos da filosofia de Derrida e seu trabalho com a diferença, tradução, arquivo, différance. Analisamos esses pressupostos a partir da obra de Derrida e procuramos estabelecer relações entre estes e o referencial teórico-metodológico que sustenta a escuta na prática clínica. As obras foram analisadas como textos a partir da desconstrução conforme proposta por Derrida. A diferença proposta como différance associada a escuta interroga o desejo, provocando dúvida e encantamento, bem como, pede uma leitura que possa lidar com o outro e sua potência na prática clínica
Violências, mulheres travestis, mulheres trans: problematizando binarismos, hierarquias e naturalizações.
O presente artigo problematiza violências vivenciadas por pessoas que se reconhecem ou já se reconheceram como mulheres travestis e mulheres transexuais – uma das entrevistadas no momento da entrevista se reconheceu como crossdresser. Foram realizadas entrevistas na Região da Grande Florianópolis e a análise ocorreu a partir das referências de autores como Jacques Derrida e Judith Butler, considerando as suas críticas aos binarismos e as hierarquias entendendo-os como produtores de relações de violências. Também foram utilizadas contribuições do transfeminismo, como a noção de cisheteronormatividade. As performances de gênero de mulheres travestis e mulheres trans foram relacionadas à abjeção desses corpos que não condizem com os ideais normativos de gênero. Essa abjeção está relacionada à exposição a situações de violências associadas à sua concomitante naturalização. Desconstruir pares como homem/mulher, natureza/cultura, vítima/agressor, pode contribuir com o deslizamento de sentidos dessas cristalizações binárias, destituindo o lugar de violência ocupado por corpos trans e travestis
MOVIMENTOS FEMINISTAS E TEORIA PSICANALÍTICA: RESSONÂNCIAS NA PRÁTICA DE PSICANALISTAS MULHERES
Psychoanalysis(s) and feminism(s) historically have points of tension and connection. It is in the encounter with culture, history, the body and subjectivity that these fields come to demarcate their counterpoints and tensions implied in the axes of clinic and politics. This paper, which configures a research excerpt carried out in the Graduate Program in Psychology at the Federal University of Santa Catarina, proposes a discussion about the theoretical and discursive narratives about the feminine in psychoanalysis and its interlocution with feminisms and gender in contemporary times. In this regard, it brings to the dialogue contributions of authors/s with current production on these fields, resorting to listening to interviews carried out with female psychoanalysts. Reflecting on whether feminisms cross clinical and psychoanalytic practice was part of the issues woven together in this work, which highlights theoretical knots, hegemonic discourses, singularities.Psicanálise(s) e feminismo(s) possuem, historicamente, pontos de tensão e de ligação. É no encontro com a cultura, a história, o corpo e a subjetividade que estes campos vêm demarcar seus contrapontos e tensionamentos implicados nos eixos da clínica e da política. Este artigo que, configura um recorte de pesquisa realizada no Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, propõe uma discussão acerca das narrativas teóricas e discursivas sobre o feminino na psicanálise e suas interlocuções com feminismos e gênero na contemporaneidade. Neste sentido, traz para o diálogo contribuições de autoras/es com produção atual sobre esses campos, recorrendo à escuta de entrevistas realizadas com psicanalistas mulheres. Refletir se os feminismos atravessam a clínica e a prática psicanalítica foi parte das questões costuradas neste trabalho, que destaca nós teóricos, discursos hegemônicos, singularidades
Cenas brasileiras, violências, subjetividades
In this theoretical essay, it is possible to problematize the repercussions of social ideals that portray the Brazilian people as peaceful and averse to movements marked by violent actions. Specifically, it is significant to problematize the repercussions of such ideals on the national social organization and subjective constitution of the Brazilian citizen. The question posed concerns personal and social implications regarding the fact that a person inserted in the national cultural tradition starts to represent and feel like joyful and peaceful, even in the face of social inequality and violence. It is possible to understand that such psychic inscription may occur in function of the social ideal disseminated for centuries by the elites that dominate the economic and cultural scene.Neste artigo problematizamos as repercussões dos ideais sociais que retratam o povo brasileiro como pacífico e avesso a movimentos marcados por ações violentas. De forma específica, interessa problematizar as repercussões desses ideais sobre a organização social nacional e a constituição subjetiva do brasileiro. A pergunta posta diz respeito às implicações subjetivas e sociais relacionadas ao fato de uma pessoa inserida na tradição cultural nacional passar a se representar e a se sentir como alegre e pacífica, mesmo perante a desigualdade social e a violência. Entendemos que essa inscrição psíquica pode ocorrer em função do ideal social disseminado por séculos a fio, pelas elites que dominam a cena econômica e cultural.
Narrativas, conhecimento e homem simbólico: entrelaçamentos entre saberes e fazeres
A dicotomia entre conhecimento e prática ensejada pela modernidade e pelo paradigma científico a ela associado tem sido debatida no cenário contemporâneo a partir de leituras denominadas modernas e pós-modernas. O modo de produzir subjetividade e conhecimento que predomina no cenário contemporâneo produz, por um lado, subjetividades que se acreditam constituídas por uma consciência capaz de expurgar os afetos e controlar o entorno e a si própria. Por outro lado, temos a produção da ciência calcada no pressuposto do saber absoluto e verdadeiro. Problematizar temas relevantes a esses debates e subjacentes a essas leituras se revela fundamental ao exercício da prática do profissional que se preocupa com a sua inserção crítica, já que as concepções em pauta subsumem o debate sobre o homem simbólico, as narrativas e a concepção sobre o real. Neste artigo, o objetivo específico é analisar o pressuposto antirealista e o pressuposto da dissolução das referências identitárias concomitante às suas reverberações na produção subjetiva e social. De forma específica, focalizamos a concepção sobre o ato de conhecer e sobre o sujeito que conhece e as suas relações com a constituição subjetiva e cognoscente. Ato contínuo, essas análises são ilustradas a partir de recortes do trabalho realizado com grupos em uma instituição escolar e são estabelecidas relações entre as práticas psicológicas e as leituras acerca da constituição subjetiva e do sujeito do conhecimento. Palavras-chave: conhecimento, sofrimento, narrativas, subjetividade, prática psicológica
Do terapêutico e da cidadania: leituras sobre discursos e práticas
Neste artigo são problematizadas as relações entre a cidadania e a prática terapêutica no bojo da reforma psiquiátrica. De forma específica, analisa-se o pressuposto de que o atendimento terapêutico deve se fazer acompanhar do reconhecimento da condição de cidadão daquele que apresenta sofrimento psíquico. O trabalho terapêutico demanda fazeres e saberes calcados em concepções de subjetividade não restritas à de sujeito