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    Primatas do cerrado: conservação, biogeografia e mudanças climáticas

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    Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, 2015.Os primatas neotropicais dependem de ambientes com estrato arbóreo para viver. Essa dependência os deixa particularmente vulneráveis às mudanças no uso da terra para fins antrópicos. O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e tem apresentado uma alta taxa de desmatamento nos últimos anos, devido ao avanço da agricultura e pecuária na região. Além disso, o clima tem passado por fortes mudanças que alteraram os seus limites e devem alterar a distribuição de várias espécies nos próximos anos. O objetivo desta tese foi analisar os padrões biogeográficos históricos, atuais e futuros dos primatas do Cerrado e as implicações para a conservação do grupo. Objetivos específicos incluem: analisar a eficiência do atual sistema de áreas protegidas do Cerrado para a proteção de primatas; apontar áreas prioritárias para conservação que complementam as já existentes; apontar áreas de endemismo; apontar zonas de estabilidade climática; compreender a contribuição de biomas vizinhos para a primatofauna da região; verificar o efeito das mudanças climáticas e do uso da terra na distribuição de primatas; comparar a magnitude do efeito das mudanças no futuro; e projetar mudanças futuras para o grau de ameaça. As ocorrências de 16 taxóns de primatas foram coletadas a partir de coleções em museus e literatura científica. Foram utilizados modelos de nicho ecológico no pacote biomod2 do software R em uma abordagem de consenso de algoritmos para estimar os requisitos de nicho das espécies. Foram utilizadas as variáveis bioclimáticas como variáveis ambientais e também foram utilizadas três variáveis obtidas de imagens de satélite para descrever a vegetação no período presente. Os modelos de nicho foram projetados para os períodos: 130 mil aap. (anos antes do presente), 21 mil aap., 6 mil aap., presente, ano de 2050 e ano de 2080. As projeções para o futuro foram realizadas com o cenário mais otimista e o mais pessimista, RCP2.6 e RCP8.5 respectivamente. Foi feita a priorização de áreas para conservação com o programa Marxan e a análise de lacunas de conservação com o ArcMap 10.2. As áreas de endemismo foram identificadas com o programa NDM usando pontos e pontos mais modelos. O agrupamento da distribuição das espécies foi testada usando o teste T do pacote prabclus. As zonas de estabilidade climática foram determinadas como áreas que se mantiveram adequadas para a permanência da espécie no passado por mais tempo. A mudança no uso da terra foi estimada para o ano de 2050 XVI com a ferramenta LCM do programa IDRISI. Foram utilizados os critérios A e B da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) para estimar o grau de ameaça projetado para primatas. De acordo com a estimativa realizada, as principais características do meio que afetam a distribuição de primatas do Cerrado são a precipitação média anual e a sazonalidade da temperatura. Um terço dos taxóns analisados constituem lacunas reais de conservação e apenas um táxon é uma lacuna potencial (estimada por modelos). As áreas prioritárias apontadas foram, em geral, maiores e mais contínuas no norte do Cerrado e mais fragmentadas e isoladas no sul, devido ao maior grau de antropização do sul do domínio. A distribuição dos primatas não é randômica, o que indica existência de uma força que possivelmente moldou a distribuição do grupo no passado. O consenso das áreas de endemismo apontou agrupamento de espécies na transição leste, oeste e norte do domínio e também nas serras do centro-leste do Brasil. As zonas de estabilidade climática médias se distribuem em uma faixa no sul do Cerrado que atravessa do Chaco à Mata Atlântica e são mais concentradas em áreas de alta altitude em espécies das áreas de endemismo do leste do domínio e em baixas altitudes para espécies das áreas oeste e norte. No futuro, a área de ocorrência das espécies deve reduzir, em média, de 9,3% a 59,2% dependendo da sua capacidade de migração. Dentro do Cerrado, a perda de área média das espécies fica em torno de 84,4% quando consideramos a expectativa de remanescentes nativos para 2050. Seis táxons irão aumentar o grau de ameaça e quatro correm risco de serem extintos do Cerrado. Comparando as projeções para o passado, presente e futuro emerge a importância da conservação de espécies que habitam áreas marginais no leste e oeste do domínio

    Tratamento de fibroma ossificante periférico gigantiforme: relato de caso

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    Introdução: O Fibroma Ossificante Periférico (FOP) é uma lesão fibro-óssea benigna, multifatorial, de crescimento lento. É caracterizado como um processo proliferativo não neoplásico de origem traumática, que surge em resposta à estímulos crônicos e apresenta comportamento agressivo apesar de tratar-se de uma patologia benigna. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 46 anos, apresentava aumento de volume assintomático de crescimento lento, com evolução aproximada de 2 anos. Durante o exame clínico observou-se lesão de consistência fibrosa aderida a mucosa jugal, a qual prejudicava a função e a estética facial da paciente, que após realização de biópsia excisional foi diagnósticada como fibroma ossificante periférico de grandes proporções. Discussão: Clinicamente, o FOP pode não se distinguir de diversas outras lesões gengivais, sendo necessário optar por exames radiográficos e histopatológicos para sua confirmação e diferenciação de outras patologias. Por tratar-se de uma lesão traumática, o FOP pode apresentar crescimento lento e progressivo que leva a incapacitação estética e funcional do paciente se não diagnósticado e tratado precocemente, bem como pode apresentar altas taxas de recidiva se não houver a correta remoção dos agentes causais traumáticos. Considerações Finais: A excisão cirurgica demonstra-se como uma excelente alternativa terapeutica para o FOP, principalmente em casos de grandes dimensões conforme o caso relatado

    Fraternine, a novel wasp peptide, protects against motor impairments in 6-OHDA model of Parkinsonism

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    Parkinson’s disease (PD) is a progressive neurodegenerative condition that affects the Central Nervous System (CNS). Insect venoms show high molecular variability and selectivity in the CNS of mammals and present potential for the development of new drugs for the treatment of PD. In this study, we isolated and identified a component of the venom of the social wasp Parachartergus fraternus and evaluated its neuroprotective activity in the murine model of PD. For this purpose, the venom was filtered and separated through HPLC; fractions were analyzed through mass spectrometry and the active fraction was identified as a novel peptide, called Fraternine. We performed two behavioral tests to evaluate motor discoordination, as well as an apomorphine-induced rotation test. We also conducted an immunohistochemical assay to assess protection in TH+ neurons in the Substantia Nigra (SN) region. Group treated with 10 µg/animal of Fraternine remained longer in the rotarod compared to the lesioned group. In the apomorphine test, Fraternine decreased the number of rotations between treatments. This dose also inhibited dopaminergic neuronal loss, as indicated by immunohistochemical analysis. This study identified a novel peptide able to prevent the death of dopaminergic neurons of the SN and recover motor deficit in a 6-OHDA-induced murine model of PD

    A list of land plants of Parque Nacional do Caparaó, Brazil, highlights the presence of sampling gaps within this protected area

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    Brazilian protected areas are essential for plant conservation in the Atlantic Forest domain, one of the 36 global biodiversity hotspots. A major challenge for improving conservation actions is to know the plant richness, protected by these areas. Online databases offer an accessible way to build plant species lists and to provide relevant information about biodiversity. A list of land plants of “Parque Nacional do Caparaó” (PNC) was previously built using online databases and published on the website "Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil." Here, we provide and discuss additional information about plant species richness, endemism and conservation in the PNC that could not be included in the List. We documented 1,791 species of land plants as occurring in PNC, of which 63 are cited as threatened (CR, EN or VU) by the Brazilian National Red List, seven as data deficient (DD) and five as priorities for conservation. Fifity-one species were possible new ocurrences for ES and MG states

    Measurement of the cosmic ray spectrum above 4×10184{\times}10^{18} eV using inclined events detected with the Pierre Auger Observatory

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    A measurement of the cosmic-ray spectrum for energies exceeding 4×10184{\times}10^{18} eV is presented, which is based on the analysis of showers with zenith angles greater than 6060^{\circ} detected with the Pierre Auger Observatory between 1 January 2004 and 31 December 2013. The measured spectrum confirms a flux suppression at the highest energies. Above 5.3×10185.3{\times}10^{18} eV, the "ankle", the flux can be described by a power law EγE^{-\gamma} with index γ=2.70±0.02(stat)±0.1(sys)\gamma=2.70 \pm 0.02 \,\text{(stat)} \pm 0.1\,\text{(sys)} followed by a smooth suppression region. For the energy (EsE_\text{s}) at which the spectral flux has fallen to one-half of its extrapolated value in the absence of suppression, we find Es=(5.12±0.25(stat)1.2+1.0(sys))×1019E_\text{s}=(5.12\pm0.25\,\text{(stat)}^{+1.0}_{-1.2}\,\text{(sys)}){\times}10^{19} eV.Comment: Replaced with published version. Added journal reference and DO

    Energy Estimation of Cosmic Rays with the Engineering Radio Array of the Pierre Auger Observatory

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    The Auger Engineering Radio Array (AERA) is part of the Pierre Auger Observatory and is used to detect the radio emission of cosmic-ray air showers. These observations are compared to the data of the surface detector stations of the Observatory, which provide well-calibrated information on the cosmic-ray energies and arrival directions. The response of the radio stations in the 30 to 80 MHz regime has been thoroughly calibrated to enable the reconstruction of the incoming electric field. For the latter, the energy deposit per area is determined from the radio pulses at each observer position and is interpolated using a two-dimensional function that takes into account signal asymmetries due to interference between the geomagnetic and charge-excess emission components. The spatial integral over the signal distribution gives a direct measurement of the energy transferred from the primary cosmic ray into radio emission in the AERA frequency range. We measure 15.8 MeV of radiation energy for a 1 EeV air shower arriving perpendicularly to the geomagnetic field. This radiation energy -- corrected for geometrical effects -- is used as a cosmic-ray energy estimator. Performing an absolute energy calibration against the surface-detector information, we observe that this radio-energy estimator scales quadratically with the cosmic-ray energy as expected for coherent emission. We find an energy resolution of the radio reconstruction of 22% for the data set and 17% for a high-quality subset containing only events with at least five radio stations with signal.Comment: Replaced with published version. Added journal reference and DO

    Measurement of the Radiation Energy in the Radio Signal of Extensive Air Showers as a Universal Estimator of Cosmic-Ray Energy

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    We measure the energy emitted by extensive air showers in the form of radio emission in the frequency range from 30 to 80 MHz. Exploiting the accurate energy scale of the Pierre Auger Observatory, we obtain a radiation energy of 15.8 \pm 0.7 (stat) \pm 6.7 (sys) MeV for cosmic rays with an energy of 1 EeV arriving perpendicularly to a geomagnetic field of 0.24 G, scaling quadratically with the cosmic-ray energy. A comparison with predictions from state-of-the-art first-principle calculations shows agreement with our measurement. The radiation energy provides direct access to the calorimetric energy in the electromagnetic cascade of extensive air showers. Comparison with our result thus allows the direct calibration of any cosmic-ray radio detector against the well-established energy scale of the Pierre Auger Observatory.Comment: Replaced with published version. Added journal reference and DOI. Supplemental material in the ancillary file
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