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    Evidências de História nos relatos de viajantes sobre a África Pré-Colonial

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    Os relatos de viagem têm sido uma fonte importante para (re)escrever a história da África pré-colonial. Porém, as informações dos viajantes devem passar pelo crivo de um estudo crítico para seu uso enquanto fonte à pesquisa histórica. O presente trabalho tem por objetivo tratar algumas questões epistemológicas relativas aos relatos de viagem enquanto fonte para o estudo da História da África pré-colonial

    COLONIALISMO, GERMANISMO E SOCIEDADES DE GINÁSTICA NO SUDOESTE AFRICANO

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    Resumo: Durante o colonialismo alemão no sudoeste africano (atual Namíbia), várias associações contribuíram na formação de um campo esportivo. Entre elas, destacaram-se as sociedades de ginástica (Turnvereine), especialmente aquelas de Swakopmund, Windhoek, Lüderitzbucht e Keetmanshoop. A ginástica fez parte dos fundamentos da cultura física na Alemanha do II Reich e se tornou uma prática esportiva recomendada aos corpos expostos aos rigores mesológicos do continente africano. Também serviu como treinamento à população varonil (militar e civil), num contexto colonial, isto é, de beligerância. Essas sociedades esportivas foram também importantes ao fomento do germanismo. Apesar do apartidarismo político e religioso de seus estatutos, as sociedades de ginástica no sudoeste africano foram espaços sociais onde se propagaram algumas ideologias. Com base em fontes hemerográficas da colônia alemã do sudoeste africano, o presente artigo trata do protagonismo das sociedades de ginástica para a formação do campo esportivo, para a manutenção e propagação do germanismo e para a estruturação de um calendário esportivo nos quais os torneios eram também momentos de celebração do colonialismo.Palavras-Chave: colonialismo, germanismo, Namíbia COLONIALISM, GERMANISM AND GYMNASTIC SOCIETIES IN NAMIBIAAbstract: During the German colonial rule in South West Africa (now Namibia), several associations were important for the building of a sports field. Among them may be mentioned the gymnastic societies (Turnvereine), especially those of Swakopmund, Windhoek, Keetmanshoop and Lüderitzbucht. The gymnastic was part of the bodybuilding culture in German Second Reich. Sport was recommended to health of the bodies exposed to the climate rigors of the African continent. It also served as training for the manly population (military and civilian), in colonial context, in other words, belligerent context. These sports societies were also important to the development of Germanism Overseas. Despite the political and religious non-partisanship of their bylaws, the gymnastic societies in South West Africa were social spaces where ideologies were spread. Based on newspapers and other sources, this article examines the protagonist role of the gymnastic societies for the building of a sports field, for the maintenance and spread of Germanism and for the structuring of a sports calendar in which the sporting events were also moments of celebration of colonialism.Keywords: colonialism, Germanism, Namíbi

    Fronteiras da educação na África sob domínio colonial alemão

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    Na África sob domínio colonial alemão (1884-1919), as escolas foram lugares entrecruzados por diferentes culturas, línguas e religiões. Nas escolas missionárias ou governamentais, educadores europeus ou nativos conviveram nesses espaços de fronteiras. Eles próprios foram homens-fronteiras já que transitavam por campos geográficos, culturais, lingüísticos e religiosos distintos. O artigo trata desses educadores na fronteira entre dois mundos, dessas escolas e de alguns aspectos dessas fronteiras da educação durante o domínio colonial alemão na África.Palavras-chave: educação, escola, colonialismo alemão, África. EDUCATIONAL FRONTIERS DURING THE COLONIAL GERMAN RULE IN AFRICAAbstractIn Africa under the colonial german rule (1884-1919), the schools were places inter crossed by different cultures, languages and religions. In the missionary or governmental schools, European educators or natives lived in these frontier spaces. They were frontier-men, as they transcended distinct geographic, cultural, linguistic, and religious fields. The article treats these educators in the frontier between two worlds, these schools and some aspects of these educational frontiers during the colonial german rule in Africa.Key-words: education, school, german colonialism, Africa. FRONTERAS DE LA EDUCACIÓN DURANTE EL DOMINIO COLONIAL ALEMÁN EN ÁFRICAResumenEn la África alemana bajo dominio colonial (1884-1919), las escuelas fueron lugares entrecruzados por diferentes culturas, lenguas y religiones. En las escuelas misionarias o gubernamentales, educadores europeos nativos convivieron en esos espacios de fronteras. Ellos mismos fueron hombres-fronteras ya que transitaban por campos geográficos, culturales, lingüísticos y religiosos distintos. El artículo trata sobre esos educadores en la frontera entre “dos mundos”, de esas escuelas y de algunos aspectos de esas fronteras de la educación durante el dominio colonial alemán en África.Palabras-clave: educación, escuela, colonialismo alemán, África. FRONTIÈRES DANS L'ENSEIGNEMENT ALLEMAND: POLITIQUE COLONIALE EN AFRIQUERésuméDans l’Afrique sous la domination coloniale allemande (1884-1919), les écoles ont été des lieux entrecroisés par differentes cultures, langues et religions. Dans les écoles missionaires ou gouvernemantales, les éducateurs européens ou indigènes ont vécu dans ces espaces frontaliers. Eux-même ils étaient des hommes-frontières puisque ils transitaient par des domaines géographiques, culturels, linguistiques et religieux distinctes. L’article fait le point sur ces éducateurs dans la frontière entre deux mondes, sur ces écoles et sur certains aspects de ces frontières de l’éducation pendant la domination coloniale allemande en Afrique.Mots-clé: éducation, école, colonialisme allemand, Afrique.

    Heterotopia e vilegiatura em Lourenço Marques (1890-1930)

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    A invenção do tempo livre em Lourenço Marques favoreceu práticas desportivas e de lazer. Entre outras, destacou-se a vilegiatura marítima. A praia de Polana foi um dos principais destinos da vilegiatura em Lourenço Marques. Fotografias, bilhetes postais e filmes registraram o momento de “tomar fresco”. Nos Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colônia de Moçambique (1929), de José dos Santos Rufino, tem-se o registro da vilegiatura e de outras práticas de lazer como propaganda colonial. Por meio da análise de imagens da vilegiatura, busca-se mostrar como certos espaços coloniais destinados ao lazer podem ser vistos como heterotopias de compensação

    Heterotopia e vilegiatura em Lourenço Marques (1890-1930)

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    A invenção do tempo livre em Lourenço Marques favoreceu práticas desportivas e de lazer. Entre outras, destacou-se a vilegiatura marítima. A praia de Polana foi um dos principais destinos da vilegiatura em Lourenço Marques. Fotografias, bilhetes postais e filmes registraram o momento de “tomar fresco”. Nos Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colônia de Moçambique (1929), de José dos Santos Rufino, tem-se o registro da vilegiatura e de outras práticas de lazer como propaganda colonial. Por meio da análise de imagens da vilegiatura, busca-se mostrar como certos espaços coloniais destinados ao lazer podem ser vistos como heterotopias de compensação.The invention of free time in Lourenço Marques was able to promotion of sports and leisure activities. Among others, the beach vacation was very important. The beach of Polana was one of the main destinations for holidays in Lourenço Marques. Photographs, postcards and even movies recorded the time to “Get Some Fresh Air”. In the Photographic and Descriptive Albums of Portuguese East Africa (1929), by Jose dos Santos Rufino, the vacation and other leisure practices ware take as colonial propaganda. This article aims to discuss how certain colonial spaces to vacation, holiday and leisure can be seen as heterotopies of compensation

    As corridas de cavalos na colônia alemã do sudoeste africano (1884-1914)

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    Título em inglês: The horse racing in South West Africa’s German colony (1884-1914)Para a formação do campo desportivo na colônia alemã do sudoeste africano (atual Namíbia) tiveram papel importante várias associações desportivas. Entre elas, podese mencionar as sociedades de corrida de cavalos (Rennvereine), especialmente as de Swakopmund, Windhoek, Keetmanshoop e da Baía de Lüderitz. As corridas de cavalos constituíram parte da cultura desportiva na Alemanha do Segundo Império. Essas sociedades desportivas serviram para o treinamento da população masculina (militar e civil) num contexto colonial, ou seja, num contexto beligerante. Com base em jornais, o presente artigo examina o protagonismo das sociedades de corridas de cavalos para a formação do campo desportivo, para a manutenção e expansão do germanismo e para a estruturação de um calendário desportivo no qual os eventos desportivos eram momentos de celebração do colonialismo.During the German colonial rule in South West Africa (now Namibia), several associations were important for the building of a culture of sport. Among these were the Horse Racing Societies (Rennvereine), especially those of Swakopmund, Windhoek, Keetmanshoop and Lüderitzbucht. Horse racing was a main part of the sporting culture of the German Second Reich. In Namibia these sports societies served as training ground for the development of a ”masculine” population (military and civilian) in a colonial context, or in other words, a belligerent context. Based on newspaper archives, this article examines the protagonist role of the Horse Racing Societies in the building of a culture of sport, for the maintenance and spread of “Germanness” and for the structuring of a calendar in which the sporting events were also moments to celebrate colonialism

    “Gorilas” no imaginário colonial

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    CULTURA E NATUREZA NA “ÁFRICA ALEMÔ

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     O presente artigo trata da relação cultura e natureza durante o colonialismo alemão na África, atentando para a emergência de ideias de preservação da vida selvagem. Em termos metodológicos, fez-se um recorte espacial e temporal que tem por foco a África Oriental Alemã (atual Tanzânia) entre 1906 e 1912, ou seja, durante o governo de Albrecht von Rechenberg (1861-1935). Nestes anos, as mudanças nas leis de caça e outras medidas suscitaram uma mobilização de alguns amadores da caça esportiva e de naturalistas em prol de um incipiente "preservacionismo". O artigo destaca ainda um episódio ocorrido em 1910, quando o governador da África Oriental Alemã ordenou uma matança nas proximidades do Kilimanjaro. Em torno da polêmica suscitada pela matança, fez-se uma síntese do embate de ideias sobre o lugar da natureza selvagem na África sob domínio colonial alemão

    “Gorilas” no imaginário colonial: fantasias sexuais em torno do liame entre o humano e o bestial

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    A descoberta científica do gorila ensejou nova polêmica em torno da classificação dos primatas. Como classificá-lo entre os hominídeos? A curiosidade científica e popular deu azo a fantasias em torno do maior primata. Qual seria o seu comportamento sexual? No imaginário colonial, o gorila esteve por muito tempo entre o humano e o bestial. Para alguns, o gorila era o elo perdido da evolução humana, para outros uma raça degenerada. Essa ambiguidade marca a produção de sentidos, notadamente aquela de viés racista. Discute-se também sobre eventuais permanências e desdobramentos dessas fantasias em meados do século XX.The scientific discovery of the gorilla brought new altercations regarding the classification of primates. How to allot the gorilla among the hominids? Popular and scientific curiosity incited fantasies with the largest primate. What would be its sexual behavior? In the colonial imaginary, the gorilla has long been between the human and the bestial. Some claimed the gorilla was the missing link of human evolution; others thought it was a degenerate race. Such ambiguity characterizes the production of meanings about the gorilla, notably that with racist tones. The paper also addresses the possible permanence and unfolding of such fantasies in the mid-twentieth century
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