102 research outputs found

    Ferramentas epigenéticas usadas para estimativa da idade

    Get PDF
    This work seeks to explore the current state-of-the-art regarding the epigenetic methodologies used for Forensic Age Estimations, especially DNA methylation. Age estimation is an already known and practiced concept in the forensic field through dental, skeletal, and cytological methods. Epigenetics opened new horizons in this field with molecular methods for the study of changes in DNA methylation patterns. DNA methylation occurs in cytosines that are immediately followed by guanines (CpG dinucleotides) and frequently are within CpG rich regions (CpG islands). Using a selected set of CpGs as markers, it is possible to estimate someone’s age through the detected methylation pattern. The major application of this technique is in cases where a sample from the perpetrator (or possible perpetrator) is found on the crime scene and this sample doesn’t have a match on nation DNA databases. In these cases, limiting the pool of suspects to a certain age group, in combination with other externally visible traits that can be predicted from the sample (e.g. eye and hair color), could be very useful in the course of an investigation. Epigenetic age estimation tools, despite being an improvement to the currently used age estimation methodologies, have limitations that should be addressed before implementing these tools in forensic practices. All the ethical and societal issues surrounding this theme are a current motive for discussion and legislation relating to the use of these tools, in most countries, is inexistent.O presente trabalho pretende explorar o estado atual das metodologias usadas para a estimativa da idade em contexto forense e através de marcadores epigenéticos, nomeadamente a metilação do DNA. A estimativa da idade é já um conceito conhecido e praticado nas ciências forenses, a partir de métodos dentários, ósseos e citológicos. A epigenética abriu novos horizontes para a estimativa de idade através de métodos moleculares, particularmente o estudo de alterações nos padrões de metilação do DNA. A metilação do DNA ocorre principalmente em citosinas que são seguidas de guaninas (dinucleótidos CpG) e que frequentemente se encontram em regiões ricas nestes dinucleótidos (ilhas CpG). Utilizando determinados dinucleótidos CpG como marcadores, é possível estimar a idade de uma pessoa através do padrão de metilação detetado. A principal aplicação desta metodologia é em casos onde uma amostra de um possível perpetuador é encontrada na cena do crime e esta amostra não tem correspondência em bases de dados nacionais de DNA. Nestes casos, reduzir os possíveis suspeitos àqueles que se inserem numa determinada faixa etária, em combinação com outras características externas visíveis que também podem ser previstas a partir da mesma amostra (ex. cor dos olhos e do cabelo), pode ser muito útil no decorrer de uma investigação. As metodologias para a estimativa da idade que têm por base padrões de metilação do DNA, apesar de serem uma melhoria às que já são utilizadas, tem limitações que devem ser abordadas antes da sua implementação como práticas forenses. Todas as questões éticas relativas a este tema ainda são motivo atual de discussão e a legislação, na maioria dos países, não existe.Mestrado em Biologia Molecular e Celula

    Vegetation recovery in Portugal following large wildfire episodes

    Get PDF
    Tese de mestrado integrado em Engenharia da Energia e do Ambiente , apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2011Em Portugal, tal como em outros ecossistemas Mediterrânicos, tem-se registado um aumento quer no número de fogos, quer na extensão de área ardida. As alterações observadas nos regimes de fogo ao longo das últimas décadas devem-se sobretudo a mudanças no uso do solo, nomeadamente ao abandono rural e à mecanização da agricultura, que conduziram à acumulação de material combustível e à homogeneização da paisagem, bem como às alterações climáticas, que se caracterizam não só por um aumento da temperatura, mas também por um incremento na frequência de fenómenos extremos, tais como secas e ondas de calor. Estas alterações, quando combinadas, provocam um aumento do risco de incêndio. Portugal é um caso paradigmático no contexto da Europa Mediterrânica, registando o número mais elevado de fogos desde 1980, bem como a maior extensão de área ardida na última década. Em 2003 e 2005 Portugal assistiu a duas épocas de incêndios extraordinárias, que coincidiram com fenómenos climáticos extremos: uma forte onda de calor, em 2003, e uma das mais prolongadas secas da década, em 2004/2005. Nestas duas épocas de incêndios registaram-se os dois máximos de área ardida desde 1980, com 425000 ha ardidos em 2003 e 338000 ha em 2005. Em 2005 registou-se igualmente o valor máximo para o número de fogos em Portugal desde 1980. Apesar de a paisagem mediterrânica ter evoluído ao longo de milhares de anos em conjunto com o fogo, este constitui actualmente umas das suas maiores perturbações ecológicas, sendo responsável pelo empobrecimento dos solos, devido à perda de nutrientes; pela redução da camada de vegetação e consequentemente o aumento da erosão; e por transformações dos processos hidro-ecológicos da região. A vegetação mediterrânica é caracterizada por uma elevada capacidade de adaptação a fogos, através de estratégias de recuperação depois de incêndios. Certas espécies regeneram a partir de estruturas resistentes ao fogo, como é o caso do sobreiro (Quercus Suber), enquanto outras espécies apostam no estímulo da reprodução pós-fogo, através de sementes resistentes a elevadas temperaturas, como é o caso do pinheiro-bravo (Pinus Pinaster). No entanto, nem todas as espécies mediterrânicas logram recuperar depois de incêndios, e mesmo as espécies adaptadas ao fogo revelam uma redução na sua capacidade de recuperação após fogos recorrentes. A recuperação da vegetação depois de um fogo é um fenómeno complexo, que depende de diversas variáveis, nomeadamente a severidade do fogo, a densidade da vegetação antes do fogo e o tipo de vegetação, e de outros factores ambientais. A disponibilidade de água é um factor determinante na actividade da vegetação, sendo a recuperação da vegetação afectada pela quantidade de água no solo que, por sua vez, depende de factores climáticos, como a precipitação e temperatura, e das características do terreno, como o declive (vertentes viradas a Norte têm menos perdas por evapo-transpiração) e a altitude. Dada a sua complexidade, o estudo aprofundado da recuperação da vegetação após grandes fogos é determinante para um correcto planeamento de medidas de prevenção da erosão, bem como para o ordenamento do território e gestão das florestas. A Detecção Remota tem-se revelado um instrumento particularmente útil neste contexto, já que facilita o mapeamento de fogos e permite analisar a dinâmica da vegetação, bem como avaliar situações de stress, em áreas extensas e durante períodos temporais relativamente longos, com custos reduzidos. Os principais objectivos deste trabalho são i) efectuar uma análise preliminar da sensibilidade do modelo de recuperação da vegetação, desenvolvido por Gouveia et al. (2010), à dimensão da janela temporal, a dados em falta e a perturbações na actividade da vegetação; ii) analisar áreas ardidas nas épocas de incêndio de 2003, 2004 e 2005 e monitorizar a actividade da vegetação antes e depois da ocorrência do fogo através da aplicação do modelo à série temporal do Índice de Vegetação por Diferenças Normalizadas (Normalized Difference Vegetation Index, NDVI); e iii) e proceder a uma identificação dos factores físicos e ambientais que determinam a recuperação da vegetação depois de um fogo. O estudo baseia-se em valores mensais do NDVI, obtidos através do sensor VEGETATION-SPOT5, com resolução espacial de 1kmx1km, compreendidos num período entre 1998 e 2009. A metodologia utilizada permitiu identificar as áreas ardidas referentes às épocas de incêndio estudadas, que foram validadas de acordo com os dados oficiais para as áreas ardidas. A implementação do modelo em certas áreas revelou um problema de ajuste do ponto inicial, já que o mínimo de NDVI era atingido alguns meses depois do incêndio, tal se devendo ao facto de as condições adversas observadas durante os meses de outono e inverno conduzirem a um acréscimo da mortalidade da vegetação que sobreviveu ao incêndio. Dado que em Gouveia e tal. (2010) a série temporal disponível não permitia a observação de uma total recuperação da vegetação, a validade do modelo foi inicialmente testada, através da comparação entre os tempos de recuperação estimados em Gouveia e tal. (2010) e os estimados através da série temporal mais alargada, utilizada no presente trabalho (1998-2009). Verificou-se que o modelo implementado fornece, em geral, estimativas de tempos de recuperação muito próximos dos observados. No entanto, para determinadas áreas ardidas, verificaram-se perturbações no ciclo vegetativo durante o processo de recuperação que, naturalmente, o modelo não poderia prever. Assim, incluiu-se uma correcção para que estes valores fossem retirados da análise de regressão, dado que poderiam introduzir variabilidade fenológica. Foi também avaliada a sensibilidade do modelo a dados em falta ao longo da série temporal. Verificou-se que o modelo é pouco sensível à falta de alguns valores de NDVI depois da ocorrência do incêndio se o processo de recuperação for regular, apresentando desvios muito reduzidos nas estimativas de tempo de recuperação. No entanto, a existência de perturbações na dinâmica da vegetação durante o período de recuperação, ou mesmo vários anos depois, conduz a erros de magnitude considerável nas estimativas do modelo. A seca constitui uma destas perturbações no processo de recuperação, pelo que o seu efeito sobre as estimativas do modelo foi avaliado. Verificou-se que, nas áreas afectadas em grande magnitude pela seca de 2004/05, a análise de regressão foi enviesada pela presença de vários meses com actividade vegetativa reduzida. Foram seleccionadas quatro áreas, correspondentes às três épocas de incêndios consideradas e localizadas em diversas regiões de Portugal Continental, para que se pudesse estudar o processo de recuperação de forma mais aprofundada, nomeadamente a influência de diversos factores físicos, ecológicos e geomorfológicos e identificar aqueles que determinam o processo de recuperação. Foi avaliada a influência da severidade do fogo, da densidade de vegetação antes do fogo, do tipo de vegetação e ainda da orientação do declive do terreno, sendo possível verificar a existência de comportamentos distintos. Observou-se que a regeneração das áreas compostas por florestas de pinheiro-bravo era tendencialmente lenta, tendo-se revelado marcadamente influenciada pela severidade do fogo, bem como pela disponibilidade de água no solo, influenciada, por sua vez, pela orientação do declive do terreno. As folhosas (sobreiros) apresentaram tempos de recuperação muito curtos (inferiores a dois anos) e o seu processo de recuperação mostrou-se ligeiramente influenciado pela densidade de vegetação pré-fogo, sendo independente de qualquer um dos outros factores analisados. Verificou-se ainda que, em geral, a vegetação arbustiva ou de transição recuperava rapidamente depois do fogo. Estes resultados são consistentes com as características adaptativas de recuperação após um fogo correspondentes a cada um dos tipos de vegetação estudados. Desta forma, observa-se que a metodologia implementada, não só é válida para obter estimativas dos tempos de recuperação de áreas ardidas, como também permite uma análise mais aprofundada da recuperação da vegetação, nomeadamente o estudo da influência de factores físicos, ambientais e climáticos no processo de regeneração pós-fogo da vegetação. No entanto, esta análise não dispensa a realização de estudos complementares, de campo ou recorrendo a outros índices, sempre que seja necessário avaliar a evolução da composição ou estrutura do ecossistema depois de um incêndio.As in the Mediterranean ecosystems, fire regimes in Portugal, , have been changing due to land-use modifications and climatic warming. Fire has become an important ecosystems’ disturbance, leading to soil impoverishment and desertification. In the European Mediterranean context, Portugal has registered the highest number of fire occurrences since 1980 and the larger burnt area over the past decade. Thus, an exhaustive study of vegetation recovery after fire events becomes crucial in land management. Two outstanding fire seasons were recorded in Portugal in 2003 and 2005, which coincided with extreme climatic events, a strong heat wave in 2003 and, in 2004/2005, one of the most severe droughts since early 20th century. The aim of the present study is to i) discriminate large burnt scars in Portugal during the 2003, 2004 and 2005 fire seasons, ii) monitor vegetation behaviour throughout the pre and the post fire periods and iii) identify physical and environmental factors driving post-fire recovery. The study makes extensive use of the mono-parametric model developed by Gouveia et al. (2010), based on monthly values of NDVI from 1998 to 2009, at 1km×1km spatial scale, as obtained from the VEGETATION-SPOT5 instrument. The model was previously validated and some corrections introduced. The proposed procedure allows identifying burnt scars, estimating vegetation recovery times for each scar and assessing the influence of fire damage, pre-fire vegetation density, plant traits and terrain characteristics on post-fire vegetation recovery

    The effect of retrieval on the correction of memory errors stemming from pragmatic inferences

    Get PDF
    Dissertação de Mestrado Interuniversitário, Neuropsicologia Clínica e Experimental, 2021, Universidade de Lisboa, Faculdade de PsicologiaA current debate concerns whether error production benefits or hinders learning. According to the Memory Updating After Retrieval framework (Finn, 2017), the act of retrieval makes memory more malleable to incorporate new information, and thus, if error retrieval is followed by corrective feedback, memory should be updated and benefit learning. In the present study, to elicit errors similar to everyday memory errors, we chose the Pragmatic Inferences Paradigm (Brewer, 1977), comprising sentences such as “The baby stayed awake all night” which often leads individuals to pragmatically imply and later remember that “The baby cried all night”. To investigate if these retrieval errors, followed by feedback, benefit learning, we manipulated retrieval (active vs. passive recognition) and feedback (with vs. without). Therefore, participants (n=120) were randomly assigned to one of these four groups. In line with Finn’s (2017) framework, we hypothesized that participants in the active recognition condition would produce more correct responses and less pragmatic inference errors than participants in the passive condition, and that this benefit would be greater in the feedback condition, since feedback represents the new information that is more easily incorporated during retrieval of an error. Overall, our results showed an interaction between type of retrieval and feedback, such that participants who engaged in active recognition produced more correct responses and generated less pragmatic inference errors, when compared to those in the passive condition, and these differences were greater in the feedback than no feedback condition. Importantly, feedback promoted error correction in the active recognition condition in a greater extent than error correction in the passive condition. These results support Finn’s framework, by showing that the active retrieval of information (even if it contains errors) promotes learning (in a greater extent than passive recognition) as long as it is followed by corrective feedback.Em contexto educativo, os testes são habitualmente utilizados meramente como forma de os professores avaliarem os conhecimentos dos alunos, para perceberem o que já foi aprendido e o que precisa de ser revisto. No entanto, vários estudos têm vindo a demonstrar que os testes podem ser uma ferramenta importante para melhorar e otimizar a aprendizagem (para uma visão global, ver Pyc et al., 2014 e Roediger & Butler, 2011). Este benefício para a aprendizagem é designado de Efeito de Teste, e acontece quando informação previamente apresentada é recuperada através de um teste, em vez de ser simplesmente estudada novamente (Roediger & Karpicke, 2006). Este efeito de recuperação tem maioritariamente sido investigado com tentativas de recuperação bem sucedidas, ou seja, quando as pessoas recuperam a informação correta. Mas o que acontece quando é cometido um erro, ou seja, quando é recuperada informação incorreta? A literatura atual tem procurado perceber que papel tem o tipo de recuperação no Efeito de Teste e, consequentemente, no seu benefício para a aprendizagem: será uma recuperação bem-sucedida (quando é recuperada a resposta correta) mais benéfica, ou, pelo contrário, trará uma recuperação mal-sucedida (quando é recuperado um erro) mais vantagens? Existem duas principais perspetivas com respostas opostas a esta questão. A perspetiva da Aprendizagem Sem Erros defende que cometer erros durante a aprendizagem os torna mais fortes e salientes, aumentando a probabilidade de que ocorram novamente (Metcalfe, 2017). Os autores propõem que, ao recuperar informação incorreta, estão a ser praticadas estratégias erradas e ineficientes, tornando mais difícil a correção dos erros e a aprendizagem, mais tarde, de estratégias eficazes (Ausubel, 1968; citado por Metcalfe, 2017). De acordo com esta perspetiva, o feedback deve ser utilizado apenas como reforço positivo, ignorando os erros e focando-se em como executar as tarefas de forma correta (Metcalfe, 2017). Por outro lado, a perspetiva da Aprendizagem Com Erros, proposta pela primeira vez por Izawa (1970), demonstrou que tentativas de recuperação mal-sucedidas conduziram a uma melhoria da aprendizagem em ensaios subsequentes. Recuperar erros, seguidos pela apresentação de feedback corretivo, resulta numa melhor aprendizagem da resposta correta do que simplesmente voltar a estudar a informação correta (e.g., Kornell et al., 2009). No entanto, para que este benefício aconteça, os erros produzidos devem ser detetados (Mullet & Marsh, 2016) e devem estar relacionados com o alvo da aprendizagem (Grimaldi & Karpicke, 2012; Hulser & Metcalfe, 2012). Este efeito benéfico tem vindo a ser estudado não só com materiais educativos (Richland et al., 2009), mas também em contexto de sala de aula (Kapur & Bielaczyc, 2012). Partindo da proposta de que a recuperação mal-sucedida beneficia a aprendizagem, quais poderão ser os mecanismos subjacentes a este efeito? Existem várias propostas para a explicação deste fenómeno, mas Finn (2017), com a sua abordagem sobre atualização da memória após a recuperação, apresenta uma proposta que merece ser destacada. Segundo Finn (2017), a nova informação aprendida é guardada em memória através de um processo de consolidação, podendo ser mais tarde recuperada. Este processo de recuperação torna a memória mais maleável e propensa à incorporação de nova informação, que após sofrer um processo de reconsolidação é atualizada na nossa memória. Este efeito de recuperação pode tanto beneficiar como prejudicar a aprendizagem, dependendo se a nova informação incorporada é correta ou incorreta. É necessário que esta nova informação esteja bem alinhada com os objetivos e com o alvo da tentativa de recuperação para que beneficie, em vez de prejudicar, a aprendizagem. No que se refere especificamente à Aprendizagem Com Erros, quando alguém recupera um erro está a tornar a sua memória mais moldável e recetiva à incorporação de nova informação, que neste caso será o feedback corretivo. De seguida, através da reconsolidação, a memória é atualizada com a resposta correta, providenciada pelo feedback corretivo. O presente estudo tem como principal objetivo investigar se a recuperação de erros, seguida pela apresentação de feedback corretivo, beneficia ou não a aprendizagem. Com esse intuito, foi utilizado o Paradigma das Inferências Pragmáticas (Brewer, 1977) em que são apresentadas frases que criam expectativas sobre algo que não foi explicitamente declarado (Carneiro, Lapa, Reis, & Ramos, 2020). Um bom exemplo é a frase “O bebé ficou acordado toda a noite”, que conduz à implicação pragmática de que “O bebé chorou toda a noite”. Frases como esta são responsáveis por originar inúmeras memórias falsas no nosso dia-a-dia, particularmente nas nossas interações sociais, em que recordamos informação que não foi apresentada (i.e., que o bebé chorou toda a noite; McDermott & Chan, 2006). No presente estudo, os participantes (n=120) leram um conjunto de frases que incluíam inferências pragmáticas. Seguidamente, durante a recuperação, na condição de Reconhecimento Ativo, foi-lhes pedido que decidissem se a frase apresentada estava correta ou incorreta (antiga ou nova) relativamente ao que tinha sido apresentado durante a codificação. Na condição de Reconhecimento Passivo, foi pedido aos participantes que lessem não só a frase apresentada, mas também a resposta que tinha sido dada por outro participante da condição de Reconhecimento Ativo (Yoked design). Além disso, foi manipulada a apresentação de feedback, com uma condição de Feedback (sob a forma da frase correta) vs. Sem Feedback (operações matemáticas simples para resolver). Os participantes foram distribuídos de forma aleatória por um de quatro grupos: reconhecimento ativo + feedback; reconhecimento passivo + feedback; reconhecimento ativo + sem feedback; reconhecimento passivo + sem feedback. De acordo com a literatura sobre o Efeito de Teste, temos como hipótese que os participantes na condição de reconhecimento ativo terão um melhor desempenho (mais respostas corretas e menos inferências pragmáticas) do que os participantes da condição de reconhecimento passivo. Esperamos encontrar o mesmo padrão em relação aos participantes da condição de feedback relativamente à condição sem feedback. Antecipamos também que o efeito benéfico da condição de reconhecimento ativo, quando comparada com a de reconhecimento passivo, será maior na condição de feedback do que na condição sem feedback. Estas hipóteses vão ao encontro e são apoiadas pela abordagem de Finn (2017), uma vez que o feedback representa a nova informação mais facilmente incorporada devido à recuperação de um erro, recuperação essa que só ocorre na condição de reconhecimento ativo. Os nossos resultados demonstraram que os participantes da condição de reconhecimento ativo produziram mais e persistiram mais nas respostas corretas, bem como geraram menos erros de inferências pragmáticas, do que os da condição de reconhecimento passivo. Ademais, na condição de feedback, os participantes do grupo de reconhecimento ativo persistiram menos e corrigiram mais erros do que os do grupo de reconhecimento passivo. No entanto, verificou-se o oposto quando não era fornecido feedback - os participantes da condição de reconhecimento ativo persistiram mais e corrigiram menos erros do que os da condição de reconhecimento passivo. Este padrão de resultados constitui evidência tanto a favor da proposta de Finn (2017), como da perspetiva da Aprendizagem Com Erros. Por um lado, confirmam que a recuperação ativa (vs. passiva) torna a informação em memória mais maleável e suscetível à incorporação de nova informação. Por outro lado, demonstra a relevância da inclusão de feedback corretivo durante a recuperação, por forma a que a nova informação incorporada seja correta. Os resultados sugerem que os estudantes beneficiariam em ter um papel mais ativo no seu processo de aprendizagem, através da adoção de estratégias de recuperação ativa (por exemplo, através da realização de testes), mesmo quando são evocados erros. Neste contexto, o fornecimento de feedback por parte do professor é também fundamental para a aprendizagem da informação correta

    Personality Assessment Using Biosignals and Human Computer Interaction applied to Medical Decision Making

    Get PDF
    Clinical decision-making for patients with multiple acute or chronic diseases (i.e. multimorbidity) is complex. There is often no ’right’ or optimal treatment due to the potentially harmful effects of multiple interactions between drugs and diseases. This makes it necessary to establish trade-offs between the benefits and risks of different treatment strategies. This means also that there may be high levels of risk and uncertainty when making decisions. One factor that can influence how decisions are made under conditions of risk and uncertainty is the decision maker’s personality. The studies of this dissertation used biosignals and eye-tracking methods and developed pointer tracking techniques to monitor human computer interaction to assess, using machine learning techniques, the individual personality of decision makers. Data acquisition systems were designed and prepared to collect and synchronize: 1) physiological data - electrocardiogram, blood volume pulse and electrodermal activity; 2) human-computer interaction data - pointer movements, eye tracking and pupil diameter; 3) decision-making task data; and 4) personality questionnaire’ results. A set of processing tools was developed to ensure the correct extraction of psychophysiologyrelated features that could manifest personality. These features were combined by several machine learning algorithms to predict the Big-Five personality traits: Openness, Conscientiousness, Extraversion, Agreeableness and Conscientiousness. The five personality traits were well modelled by, at least, one of the sets of features extracted. With a sample of 88 students, features from the pointer movements in online surveys predicted four personality traits with a mean squared error (MSE)<0.46. The blood volume pulse responses in a decision-making task trained in a distinct sample of 79 students predicted four personality traits with a MSE<0.49. The application of the personality models based on the pointer movements in the personality questionnaire in a sample of 12 medical doctors achieved a MSE<0.40 for three personality traits. These were the best results achieved in each context of this thesis. The outcomes of this work demonstrate the huge potential of broader models that predict personality through human behaviour, with possible application in a wide variety of fields, such as human resources, medical research studies or machine learning approaches

    A narrativa para a infância e o desenvolvimento de competências das diferentes áreas curriculares do 2º ano do 1º ciclo do ensino básico

    Get PDF
    O presente Relatório do Projeto de Investigação, desenvolvido no âmbito do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, descreve e reflete sobre uma intervenção pedagógica em contexto de estágio numa turma do 2º ano de escolaridade do 1º ciclo do Ensino Básico, assente numa abordagem interdisciplinar dos conteúdos, tendo como indutor a Narrativa para a Infância, usando estratégias que envolveram ativamente os alunos no processo de ensino e aprendizagem. A metodologia considerada mais adequada ao estudo empírico posiciona-se na abordagem da investigação-ação, sendo uma investigação que se insere numa perspetiva qualitativa. Assim, o método de recolha de informação baseia-se na intervenção no contexto, sendo complementado pelas entrevistas à professora cooperante e aos alunos, pela observação participante, pelas notas de campo e pela análise documental. Através deste estudo, é possível inferir que a Literatura para a Infância, nomeadamente a narrativa, é, de facto, um recurso válido no desenvolvimento de sequências didáticas tendo como base uma abordagem interdisciplinar, suscitando a motivação e o envolvimento dos alunos no processo de ensino e aprendizagem, tendo sido possível promover as aprendizagens inerentes às diversas áreas curriculares.The present report on the investigation project, developed on the scope of the Master in pre-school education and first cycle of Basic education, describes and reflect about a pedagogical education on an internship context in a class of 2nd year of basic education, based on an interdisciplinary approach of contents, having as inducer literature for childhood, using strategies that involved actively all students during the process of teaching and learning. The methodology considered most appropriate to the empirical study is positioned in the research-action approach, being an investigation that is based on the intervention in the context, being complemented by interview to the cooperative teacher and students, by the observation, field notes a documental analysis. Through this study, it’s possible to infer that literature for childhood, namely the narrative, is, in fact, a valid resource for the development of teaching sequences based on an interdisciplinary approach, arousing the motivation and participation of students on the teaching and learning process, allowing to promote learning practices inherent to the various curricular areas

    Medicina e Cirurgia de Animais de Companhia

    Get PDF

    O papel do adulto na resolução de conflitos entre crianças do jardim de infância

    Get PDF
    Relatório da Prática Profissional Supervisionada Mestrado em Educação Pré-EscolarO presente relatório partiu da Prática Profissional Supervisionada realizada no âmbito do Mestrado em Educação Pré-Escolar, lecionado pela Escola Superior de Educação de Lisboa. A prática realizada no contexto de Creche (12-24 meses) decorreu durante o mês de janeiro e a prática em jardim-de-infância (4-5 anos) teve início em fevereiro, culminando na última semana de maio. É objetivo deste trabalho fazer uma análise reflexivo-teórica deste percurso, através da explicitação das intenções subjacentes à prática, bem como da ilustração da ação pedagógica desenvolvidas nos dois contextos. No decorrer da prática em jardim-de-infância foi possível estudar a problemática da gestão de conflitos ocorridos entre as crianças. Assim, o capítulo 4 do presente trabalho centrar-se-á no modo como as crianças resolvem os conflitos e no papel do adulto perante estes episódios. Estes conflitos advêm das interações que as crianças protagonizam com os seus pares em contexto de Creche e de Jardim-de-Infância. Nestas interações as crianças são muitas vezes confrontadas com comportamentos, pensamentos e atitudes divergentes dos seus, situações que acabam por gerar conflitos interpessoais. O educador deve fornecer, às crianças envolvidas, mecanismos que as auxiliem a resolver os problemas individualmente. Assim, os comportamentos das crianças e as suas relações interpessoais são adequadas, proporcionando o desenvolvimento de competências sociais. Assim nasceu a problemática que dá titulo ao presente relatório – “O papel do adulto na gestão de conflitos entre crianças do jardim-de-infância” – onde serão fornecidas algumas práticas que auxiliem o adulto a lidar com os conflitos que surgem diariamente na sala de atividades. Estas práticas foram definidas/ sendo construídas ao longo da minha intervenção, através da articulação da prática da educadora cooperante, com o referencial teórico do modelo curricular do High-Scope e com a reflexão sobre a minha própria intervenção ao longo da PPS. O papel das crianças foi fundamental para a construção de conclusões e o envolvimento das mesmas constituiu o ponto central da problemática.Abstract The following report refers to a Professional Supervised Traineeship undertook as part of a Masters Degree in Pre-School Education at the Escola Superior de Educação de Lisboa. This traineeship was undertaken using a socio-educational approach in Nursery classes (12 and 24 months), during the month of January, and in Reception classes (4 and 5 years) from the beginning of February until the last week of May. The main goal of this dissertation is to showcase a theoretical and reflective analysis of my path as a trainee during the above mentioned period of time. My objectives, ambitions and intentions prior to the beginning of my placement will be explained as well as the layout of the pedagogic action developed during the traineeship. The period of traineeship in Reception classes allowed me to reflect and study the problematic related to conflict management within the context of those classes. Within the context of both Nursery and Reception classes allowing the children to work in pairs revealed to be crucial. By interacting with their peers children are often presented with behaviours, thoughts and attitudes that diverge from their own, a situation that often generates personal conflicts. This was the inspiration behind the problematic in the base of my dissertation – “The role of adults in conflict management between children in Reception classes” – where some practical suggestions will be provided in order to assist adults in dealing with the conflicts that come across daily in the class and activity rooms. These suggestions were put together during my traineeship as a result of my role as Assistant Educator, within the theoretical framework of High-Scope’s curriculum, and through my own assessment and reflections during the time of my traineeship. The role of the children was fundamental to the construction of my conclusions and their involvement and behaviour was the main inspiration behind the origin and development of my argument
    corecore