53 research outputs found

    "Somos sujeitas políticas de nossa própria história": prostituição e feminismos em Belo Horizonte

    Get PDF
    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2015.A pesquisa teve como objetivo analisar as relações entre prostituição e feminismos em Belo Horizonte, a partir de olhar sobre a emergência das prostitutas como sujeitas políticas e a produção do conhecimento sobre prostituição. Para tal, foi necessário mapear o contexto e atrizes que fazem parte deste processo de emergência, construindo sujeitas e subjetividades multifacetadas, e identificar deslocamentos e continuidades presentes nos discursos e conhecimentos. Em termos epistemológicos e metodológicos, adotei uma postura interdisciplinar e feminista e utilizei métodos de inspirações etnográficas, incluindo entrevistas, observação participante e diário de campo. Foi construída uma narrativa histórica do processo de construção do movimento de prostitutas em Belo Horizonte e sua relação com o contexto nacional e internacional, tomando como centrais os momentos de surgimento (1964-1989), consolidação (1990-2002) e autonomia do movimento (2003-2015). A pesquisa indica que o movimento de prostitutas em Belo Horizonte se alinha a outros movimentos nacionais e internacionais, em sua origem nos confrontos e parcerias com o poder público, na consolidação a partir de políticas de enfrentamento às DST/AIDS e pela mais recente autonomia ao pautar debates sobre prostituição na cidade. O enfoque sobre a autonomia em contextos diversos é feito a partir da escolha de três vieses: luta contra a AIDS; Projetos de Lei; e tráfico de pessoas. Foi feita ainda uma análise da Marcha das Vadias em Belo Horizonte como forma de elucidar as atuais relações entre feminismos e prostituição na cidade de Belo Horizonte. É possível observar alterações na capacidade do movimento de pautar os debates relativos à prostituição e das prostitutas se colocarem progressivamente como sujeitas políticas de sua história. Destaco a importância de se considerar o movimento de prostitutas como parte dos feminismos que se constroem em Belo Horizonte e no mundo e de estabelecer um diálogo efetivo com este grupo de mulheres como forma de construção de um conhecimento e de um agir coletivos e compromissados socialmente.Abstract : My research goal was to analyze the relationships between prostitution and feminisms in Belo Horizonte, focusing on the emergence of sex workers as subjects of political protagonism, with multifaceted subjectivities. I also studied the production of knowledge about prostitution, with its shifts and continuities. In epistemological and methodological terms, I adopted an interdisciplinary and feminist stance, inspired by ethnographic methods such as interviews, participant observation and field diaries. Through a historical narrative, I present the building process of the prostitutes' movement in Belo Horizonte and its connections with the national and international contexts. This narrative is focused around three central phases: the emergence (1964-1989), the consolidation (1990-2002) and the autonomy (2003-2015) of the movement. The research indicates that the prostitutes' movement in Belo Horizonte has its origins in the clashes and partnerships with the public sector; it consolidates as a result of STD/AIDS policies and, later, it starts to autonomously guide debates about prostitution in the city. The prostitutes' autonomy is detectable mainly in three areas: the fight against AIDS; the drafting of legislative bills; and discussions about human trafficking. I also analyzed Slutwalks organized in Belo Horizonte, to elucidate the current relationships between feminisms and prostitution in the city. One can see clear changes in the movement's ability to guide discussions about prostitution, and perceive how the prostitutes gradually become political subjects of their own stories. I highlight the importance of considering the prostitutes' movement as part of the feminisms constructed in Belo Horizonte and the world. I argue that it is important to establish an effective dialog with this group of women, as a way of building socially committed knowledge and achieving collective transformation

    “Puta não tem protocolo!”: Reflexões sobre resistências das prostitutas de Belo Horizonte às intervenções urbanas

    Get PDF
    Este texto apresenta reflexões sobre as estratégias de resistência do movimento de prostitutas de Belo Horizonte na luta pelo direito à cidade. Propomos colocar em questão as ferramentas metodológicas e teóricas de modo a tornar visíveis as resistências que não se constroem somente nos espaços institucionalizados de participação cidadã nas políticas de planejamento urbano, mas se constroem de modo inventivo e disperso na cidade. Por meio da inspiração etnográfica, analisamos as estratégias de resistências realizadas pela Associação de Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), relacionadas ao contexto socioespacial diante das intervenções do planejamento urbano nos territórios de prostituição entre 2011 e 2018. Palavras-chave: Prostituição. Cidades. Sociologia Urbana. Resistência. Putafeminismo

    At the intersection of place, race, and health in Brazil : residential segregation and cardio-metabolic risk factors in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil)

    Get PDF
    Residential segregation is the spatial manifestation of entrenched socioeconomic and racial inequities and is considered a fundamental cause of racial inequalities in health. Despite the well-documented racialized spatial inequalities that exist in urban areas throughout Brazil, few empirical investigations have examined the link between residential segregation and health and considered its implications for racial health inequalities in this setting. In the present study, we used data from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (2008e2010) to examine the association between economic residential segregation and two major cardio-metabolic risk factorsdhypertension and diabetes. We also examined whether associations were stronger for historically marginalized racial groups in Brazil. Residential segregation was calculated for study-defined neighborhoods using the Getis-Ord Local Gi* statistic and was based on household income data from the 2010 IBGE demographic census. Multivariable logistic regression models were used to examine associations. In our sample, Blacks and Browns were more likely to live in economically segregated neighborhoods. After taking into account income, education, and other demographic characteristics we found that individuals living in the most economically segregated neighborhoods were 26% more likely to have hypertension and 50% more likely to have diabetes than individuals living in more affluent areas. Although Blacks and Browns living in highly segregated neighborhoods had higher prevalence of hypertension and diabetes compared to Whites, we observed no statistically significant racial differences in the associations with residential segregation. Our findings suggest that residential segregation may be an important structural determinant of cardio-metabolic risk factors in Brazil. Moreover, the systematic and disproportionate exposure of Blacks and Browns to highly segregated neighborhoods may implicate these settings as potential drivers of racial inequalities in cardio-metabolic risk factors in urban settings in Brazil

    Brazilian dietary patterns and the dietary approaches to stop hypertension (DASH) diet-relationship with metabolic syndrome and newly diagnosed diabetes in the ELSA-Brasil study

    Get PDF
    Background: Studies evaluating dietary patterns, including the DASH diet, and their relationship with the metabolic syndrome and diabetes may help to understand the role of dairy products (low fat or full fat) in these conditions. Our aim is to identify dietary patterns in Brazilian adults and compare them with the (DASH) diet quality score in terms of their associations with metabolic syndrome and newly diagnosed diabetes in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health-the ELSA-Brasil study. Methods: The ELSA-Brasil is a multicenter cohort study comprising 15,105 civil servants, aged 35–74 years at baseline (2008–2010). Standardized interviews and exams were carried out, including an OGTT. We analyzed baseline data for 10,010 subjects. Dietary patterns were derived by principal component analysis. Multivariable logistic regression investigated associations of dietary patterns with metabolic syndrome and newly diagnosed diabetes and multivariable linear regression with components of metabolic syndrome. Results: After controlling for potential confounders, we observed that greater adherence to the Common Brazilian meal pattern (white rice, beans, beer, processed and fresh meats), was associated with higher frequencies of newly diagnosed diabetes, metabolic syndrome and all of its components, except HDL-C. Participants with greater intake of a Common Brazilian fast foods/full fat dairy/milk based desserts pattern presented less newly diagnosed diabetes. An inverse association was also seen between the DASH Diet pattern and the metabolic syndrome, blood pressure and waist circumference. Diet, light foods and beverages/low fat dairy pattern was associated with more prevalence of both outcomes, and higher fasting glucose, HDL-C, waist circumference (among men) and lower blood pressure. Vegetables/fruit dietary pattern did not protect against metabolic syndrome and newly diagnosed diabetes but was associated with lower waist circumference. Conclusions: The inverse associations found for the dietary pattern characterizing Brazilian fast foods and desserts, typically containing dairy products, with newly diagnosed diabetes, and for the DASH diet with metabolic syndrome, support previously demonstrated beneficial effects of dairy products in metabolism. The positive association with metabolic syndrome and newly diagnosed diabetes found for the pattern characterizing a typical Brazilian meal deserves further investigation, particularly since it is frequently accompanied by processed meat

    Consumo de comida ultraprocesada y nivel socioeconómico : un análisis transversal del Estudio Longitudinal Brasileño sobre Salud en la Edad Adulta (ELSA-Brasil)

    Get PDF
    The objective of the study was to estimate the contribution of ultra-processed foods to total caloric intake and investigate whether it differs according to socioeconomic position. We analyzed baseline data from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil 2008-2010; N = 14.378) and data on dietary intake using a food frequency questionnaire, assigning it into three categories: unprocessed or minimally processed foods and processed culinary ingredients, processed foods, and ultra-processed foods. We measured the associations between socioeconomic position (education, per capita household income, and occupational social class) and the percentage of caloric contribution of ultra-processed foods, using generalized linear regression models adjusted for age and sex. Unprocessed or minimally processed foods and processed culinary ingredients contributed to 65.7% of the total caloric intake, followed by ultra-processed foods (22.7%). After adjustments, the percentage of caloric contribution of ultra-processed foods was 20% lower among participants with incomplete elementary school when compared to postgraduates. Compared to individuals from upper income classes, the caloric contribution of ultra-processed foods was 10%, 15% and 20% lower among the ones from the three lowest income, respectively. The caloric contribution of ultra-processed foods was also 7%, 12%, 12%, and 17% lower among participants in the lowest occupational social class compared to those from high social classes. Results suggest that the caloric contribution of ultra-processed foods is higher among individuals from high socioeconomic positions with a dose-response relationship for the associations.O estudo teve como objetivo estimar a contribuição dos alimentos ultraprocessados à ingestão calórica total e investigar se essa contribuição difere de acordo com nível socioeconômico. Analisamos os dados da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto-Brasil (ELSA-Brasil 2008-2010; N = 14.378) e os de ingestão alimentar, usando um questionário sobre frequência de consumo alimentar, em três categorias: alimentos não processados ou minimamente processados e ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados. Estimamos as associações entre nível socioeconômico (escolaridade, renda domiciliar per capita e classe social ocupacional) e o percentual da contribuição calórica dos ultraprocessados, usando modelos lineares generalizados, ajustados por idade e sexo. Os alimentos não processados ou minimamente processados e ingredientes culinários processados representaram 65,7% da ingestão calórica total, seguidos pelos ultraprocessados (22,7%). Depois dos ajustes, a contribuição dos ultraprocessados foi 20% mais baixa entre participantes com ensino fundamental incompleto, quando comparados aos indivíduos com pós-graduação. Quando comparados aos indivíduos das classes de renda mais alta, a contribuição calórica dos ultraprocessados foi 10%, 15% e 20% mais baixa entre aqueles pertencentes aos três quintis de renda mais baixos, respectivamente. Além disso, a contribuição calórica dos ultraprocessados foi 7%, 12%, 12% e 17% mais baixa entre os participantes da classe social ocupacional mais baixa, comparados aos das classes sociais mais altas. Os resultados sugerem que a contribuição calórica dos alimentos ultraprocessados é mais alta entre os indivíduos de nível socioeconômico mais alto, com gradiente de dose e resposta nas associações.El objetivo del estudio fue estimar la contribución de las comidas ultraprocesadas en la ingesta total calórica e investigar si difiere según el nivel socioeconómico. Analizamos datos de referencia, procedentes del Estudio Longitudinal Brasileño sobre Salud en la Edad Adulta (ELSA-Brasil 2008-2010; N = 14.378) y datos de la ingesta nutricional, usando un cuestionario de frecuencia sobre comidas, asignándole tres categorías: comida sin procesar o mínimamente procesada e ingredientes culinarios procesados, comidas procesadas, y comidas ultraprocesadas. Medimos las asociaciones entre el nivel socioeconómico (educación, ingreso por hogar per cápita, y clase ocupacional social) y el porcentaje de la contribución calórica de la comida ultraprocesada, usando modelos de regresión lineal generalizada, ajustados por edad y sexo. Las comidas sin procesar o mínimamente procesadas con ingredientes culinarios procesados contribuyeron al 65,7% del total de la ingesta calórica, seguidos de la comida ultraprocesada (22,7%). Tras los ajustes, el porcentaje de la contribución calórica de la comida ultraprocesada fue un 20% menor entre los participantes con la escuela elemental incompleta, cuando se compararon con los postgraduados. Comparados con los individuos de las clases con ingresos superiores, la contribución calórica de las comidas ultraprocesadas fue un 10%, 15% y 20% menor entre quienes pertenecían a las tres categorías de ingresos más bajas, respectivamente. La contribución calórica de la comida ultraprocesada fue también un 7%, 12%, 12%, y 17% más baja entre los participantes en el nivel ocupacional social más bajo, comparados con aquellos de las clases sociales altas. Los resultados sugieren que la contribución calórica de la comida ultraprocesada es más alta entre quienes proceden de niveles socioeconómicos más altos con una relación dosis-respuesta para las asociaciones establecidas

    Planejamento familiar e o impacto da laqueadura na taxa de natalidade no Brasil: uma revisão sistemática : Family planning and the impact of tubal sterilization in Brazil: a systematic review

    Get PDF
    Ao se buscar compreender o desenvolvimento social brasileiro, uma variável a ser considerada são os níveis de natalidade da nossa população e os métodos de organização e planejamento das famílias brasileiras, desta maneira este tem como objetivo fazer uma análise sistemática da relação entre as taxas de natalidade e o desenvolvimento de intervenções como a laqueadura, para tal este se embasou no método de pesquisa qualitativo com ênfase no levantamento bibliográfico. Concluindo que há uma relação muito íntima entre os métodos de contracepção e a queda de natalidade média brasileira

    Perspectivas epidemiológicas, clínicas e terapêuticas do transtorno bipolar em comorbidade com o uso de drogas: revisão de sistemática: Epidemiological, clinical and therapeutic perspectives of bipolar disorder in comorbidity with drug use: a systematic review

    Get PDF
    Conhecida como transtorno maníaco-depressivo, atualmente possui um novo nome: Transtorno Afetivo Bipolar, visto que com o passar do tempo foi se percebendo que esse transtorno não se tratava de uma alteração psicótica, e mais de um prejuízo afetivo. O transtorno bipolar possui alguns tipos, não se caracterizando em apenas uma forma, sua manifestação varia conforme o indivíduo e suas tendências, disforia e/ou euforia porém independente da forma expressa o paciente bipolar pode ter sua vida social comprometida, se não tratada, visto a irregularidade no estado de humor; bem como pode fazer uso de substâncias psicoativas, o que prejudica a sua condição clínica. Objetivo central da pesquisa é de apresentar a correlação do transtorno bipolar com o uso de drogas, mediante uma revisão de literatura integrativa realizada entre os meses de março de 2022 a julho de 2022, através da busca de artigos científicos nos bancos de dados online PubMed, Scielo e Google Acadêmico, utilizando como critério de refinamento de pesquisa artigos de todas as línguas publicados entre os anos 2000 e 2022
    corecore