65 research outputs found

    Ensino de psicologia e o ensino fundamental: abrindo janelas a novos horizontes

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    Buscando reagir a uma Psicologia burocrática, elitista e encastelada, psicólogos procuram traduzir os conhecimentos que esta ciência tem produzido em relação ao processo ensino-aprendizagem para professores, intentando promover sua compreensão. Reagindo a uma visão de ciência que se dizia capaz de identificar origens de problemas apenas a partir da aplicação de testes psicológicos, análise de desenho ou de material escolar, sem analisar o contexto e as relações que nele se estabelecem, psicólogos buscam mostrar aos professores que não há apenas uma possibilidade de análise e que, dependendo do referencial teórico que se utiliza, podem ser levantadas várias hipóteses de um mesmo problema. Temos sido testemunhas de reações de professores à ação da Psicologia na escola. Mas, perguntamos: é a ação da Psicologia que gera estas reações, ou é ao uso que se faz da Psicologia nas escolas? Em parceria junto aos professores e profissionais que atuam em contextos educativos, bem como com outras ciências da educação, temos a possibilidade de constituir e construir um conjunto de saberes e conhecimentos pedagógicos e educacionais para promover a qualidade de ensino que atenda a novas demandas dos sujeitos que freqüentam as escolas do ensino fundamental.In searching for a reaction against a bureaucratic, elitist and walled in psychology, psychologists try to translate the knowledge this science has been producing regarding the teaching-learning process with the purpose of promoting its comprehension. In reacting to a view of science which is said to be able to identify the origins of the problems from the simple application of psychological tests, analyses of drawings or school materials, without taking into account the context and the relations that are established, psychologists try to show teachers that there is not just one possibility of analyses and that, depending on the theoretical framework adopted, several hypotheses from the same problem might emerge. We have witnessed the reactions of the teachers concerning the action of Psychology at school. But we wonder: is it the action of Psychology that creates these reactions, or is it the use of Psychology at schools? Together with teachers and professionals who work in educational contexts, as well as with other educational sciences, we have the possibility of constituting and building a set of pedagogical and educational knowledge in order to promote a quality of teaching which meets the new demands of the students who go to elementary school

    The Group as a Source of Development: Rethinking Professional Development in a Collaborative Perspective

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    Since the later decades of the 20th century, Brazilian psychologists have been questioning a theoretical and interventional model in educational contexts, which consider psychological phenomena apart from their cultural contexts, in order to develop an approach based on a contextualized viewpoint. Despite progress having been made in educational psychology, as a result of this critical paradigm, this area still has problems to overcome: Psychologists are becoming increasingly separate from schools, and it is now common to find psychologists who are professionally unprepared to perform in this context and furthermore, school principals do not always understand the role of psychologists in educational settings. However, educational demands exist in psychologists’ daily work in a range of contexts, indicating the relevance of this field and the urgency to improve psychologists' qualifications. Considering that Brazilian professional development programs for educators and psychologists are usually restricted to technical learning, often ignoring professionals’ real needs and claims, this research aimed to develop a special type of professional development program looking at the group as a source of development, in order to rethink professional development process from within a collaborative perspective. Research data was generated from a professional development program offered for psychologists and professionals who work within educational settings. This programme involved collaborative group work and was organized and conducted in such a way as to create conditions for change. Concepts of cultural-historical theory – social situation of development, crisis and perezhivanie – were used as analytic tools for data analysis. Analysis indicated the importance of the group as a source of development through dialogue and the co-construction of new ideas and possibilities.

    Autoscopia: um procedimento de pesquisa e de formação

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    This article considers a procedure for data collection called autoscopy. Autoscopy entails the video recording of a practice with the purpose of allowing analysis and self-evaluation by one of the protagonists of that practice. The objective of the video recording is that of apprehending the actions of the agent (or agents), the scenario, and the plot that make up a situation. The recorded material is subjected to sessions of analysis after the action that aim at the understanding of the reflective process of the agent (or agents) through their verbalizations during the analysis of video recorded scenes. The present text introduces a theoretical basis for the procedure of autoscopy, deals with advantages and limitations of its use, as well as with aspects that deserve attention and, finally, describes the authors' experiences in two studies in which the procedure was employed. Starting from these two experiences, differences and similarities are pointed out between the studies, especially regarding the participants, object, and the time distribution of the video recordings. The authors draw considerations about the formative-reflective potential of the procedure, both for research situations and for the learning and training of various professionals, considering it to be an excellent educational instrument. It is, however, vital to keep in mind the need to recognize and return to the teacher, as an autoscopic participant, his condition as subject of his own profession, thereby promoting, besides the self-evaluation, also the autonomy of his thinking and doing.Este artigo trata de um procedimento de coleta de dados denominado autoscopia. A autoscopia vale-se do recurso de videogravação de uma prática, visando a análise e auto-avaliação por um ou mais protagonistas dessa prática. Por meio da videogravação objetiva-se apreender as ações do ator (ou atores), o cenário e a trama que compõem uma situação. O material videogravado é submetido a sessões de análise a posteriori da ação os quais se destinam a apreensão do processo reflexivo do ator (ou atores), através de suas verbalizações durante a análise das cenas videogravadas. O artigo apresenta uma fundamentação teórica do procedimento de autoscopia, aborda vantagens e limites de sua utilização, bem como os cuidados a serem considerados e, finalmente, descreve as experiências das autoras em duas pesquisas em que o procedimento foi utilizado. A partir de duas experiências, apontam-se diferenças e semelhanças entre os trabalhos, especialmente relacionados aos participantes, objeto e à distribuição no tempo das videogravações. As autoras tecem considerações sobre o potencial formativo-reflexivo do procedimento, tanto em situações de pesquisa como de aprendizagem e formação de diferentes profissionais, considerando ser este um excelente instrumento de formação. No entanto, é vital que se tenha em mente a necessidade de reconhecer e devolver ao professor, enquanto partícipe autoscópico, a condição de sujeito de sua própria profissão, promovendo, portanto, além da avaliação de si, também a autonomia do seu pensar e fazer

    Autoscopy: a procedure of research and education

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    This article considers a procedure for data collection called autoscopy. Autoscopy entails the video recording of a practice with the purpose of allowing analysis and self-evaluation by one of the protagonists of that practice. The objective of the video recording is that of apprehending the actions of the agent (or agents), the scenario, and the plot that make up a situation. The recorded material is subjected to sessions of analysis after the action that aim at the understanding of the reflective process of the agent (or agents) through their verbalizations during the analysis of video recorded scenes. The present text introduces a theoretical basis for the procedure of autoscopy, deals with advantages and limitations of its use, as well as with aspects that deserve attention and, finally, describes the authors' experiences in two studies in which the procedure was employed. Starting from these two experiences, differences and similarities are pointed out between the studies, especially regarding the participants, object, and the time distribution of the video recordings. The authors draw considerations about the formative-reflective potential of the procedure, both for research situations and for the learning and training of various professionals, considering it to be an excellent educational instrument. It is, however, vital to keep in mind the need to recognize and return to the teacher, as an autoscopic participant, his condition as subject of his own profession, thereby promoting, besides the self-evaluation, also the autonomy of his thinking and doing.Este artigo trata de um procedimento de coleta de dados denominado autoscopia. A autoscopia vale-se do recurso de videogravação de uma prática, visando a análise e auto-avaliação por um ou mais protagonistas dessa prática. Por meio da videogravação objetiva-se apreender as ações do ator (ou atores), o cenário e a trama que compõem uma situação. O material videogravado é submetido a sessões de análise a posteriori da ação os quais se destinam a apreensão do processo reflexivo do ator (ou atores), através de suas verbalizações durante a análise das cenas videogravadas. O artigo apresenta uma fundamentação teórica do procedimento de autoscopia, aborda vantagens e limites de sua utilização, bem como os cuidados a serem considerados e, finalmente, descreve as experiências das autoras em duas pesquisas em que o procedimento foi utilizado. A partir de duas experiências, apontam-se diferenças e semelhanças entre os trabalhos, especialmente relacionados aos participantes, objeto e à distribuição no tempo das videogravações. As autoras tecem considerações sobre o potencial formativo-reflexivo do procedimento, tanto em situações de pesquisa como de aprendizagem e formação de diferentes profissionais, considerando ser este um excelente instrumento de formação. No entanto, é vital que se tenha em mente a necessidade de reconhecer e devolver ao professor, enquanto partícipe autoscópico, a condição de sujeito de sua própria profissão, promovendo, portanto, além da avaliação de si, também a autonomia do seu pensar e fazer.41943

    CONVIVÊNCIA ÉTICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: NOVAS PRÁTICAS, SENTIDOS E SIGNIFICADOS

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    Sendo pesquisa-ação, o presente estudo relata e analisa a formação de professo-res tutores em duas escolas públicas brasileiras do Ensino Fundamental II que implantaram o programa Projeto de Convivência Ética. O projeto citado trata-se de um programa de formação de professores e de transformações na escola com ações diferenciadas e complementares, visando a redução da violência, a mediação dos conflitos e a melhoria da qualidade da convivência, favorecendo a construção de um clima escolar positivo. O programa foi elaborado pelo Gru-po de Estudos e Pesquisas em Educação Moral considerando três vias inter-relacionadas: pessoal e relacional, curricular e institucional. Foram organizadas ações preventivas, curativas e de fomento na elaboração do programa que con-siste: na inserção de uma disciplina semanal no currículo dos alunos, objetivan-do discussão sistemática da convivência e da moral; formação continuada dos profissionais dessas escolas; implantação de espaços de participação e resolução de conflitos como: propostas de protagonismo juvenil; avaliação do clima esco-lar; construção de um plano de convivência. Os objetivos deste estudo foram: descrever o processo de formação dos professores tutores dentro do projeto de Convivência Ética e as suas implicações pedagógicas; identificar limites e possi-bilidades da formação dos professores tutores do projeto supracitado, a partir dos sentidos e significados apontados por eles; e descrever o processo de autos-copia na formação de tutoria. Os dados foram produzidos por meio de entrevis-tas semiestruturadas com os tutores, para a realização do procedimento de au-toscopia, obtido por videogravação das aulas de convivência realizadas pelos docentes, exibidas a eles de forma editada e com um roteiro prévio de análise. Os dados foram analisados qualitativamente, a partir da utilização de núcleos de significação. Da análise dos resultados foram construídos três núcleos de significação: núcleo 1 – A Tomada de Consciência, envolvendo a reflexão das práticas anteriores dos docentes frente a nova realidade; núcleo 2 – As Novas Práticas, a linguagem do educador e as intervenções frente as situações de con-flitos e na condução das assembleias de classe; núcleo 3 – As Dificuldades Insti-tucionais, que revelam tanto os aspectos físicos, quanto o engajamento da ges-tão e outros educadores da escola no Projeto de Convivência Ética. Neste artigo, abordaremos apenas o estudo do núcleo 2. Os resultados corroboram com a necessidade de espaços dialógicos e reflexivos na escola

    A comunidade educativa e o trabalho com valores sociomorais: dois estudos de caso - uma Escola Cooperativa e uma Rede Municipal

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    Neste trabalho, o olhar para a Educação se dá tendo por base a convivência ética e democrática nas escolas e a educação de valores sociomorais, os conflitos interpessoais como oportunidade de aprendizagem e a gestão cooperativa como mediadora em prol do desenvolvimento moral da comunidade educativa. Para investigar como a escola legitima as ações e as decisões coletivas, já previstas em uma gestão democrática, visando ao bem comum, é importante destacar que foram realizados dois estudos de caso. O primeiro foi efetuado a partir de um projeto de formação em uma escola cooperativa e o outro, em uma rede municipal. Destacamos que o primeiro foi demandado por meio do seguinte relato: “A escola apresenta algumas situações preocupantes: 1. Equipe de profissionais e os membros da mantenedora estão divididos em dois grupos, percebendo-se uma ruptura, pensamentos divergentes que levam a mal-entendidos e procedimentos inadequados, como consequência da falta de um elo para direcionar as decisões. 2. Não há cooperação do grupo, em virtude da falta de harmonia conceitual, pois a escola possui uma gestão democrática. Enfim, torna-se necessário ter o apoio de um profissional externo para alinhar ações, a fim de que a escola caminhe com segurança, para se resgatar a cultura participativa”. No segundo projeto, a necessidade detectada foi identificar os princípios democráticos da escola, para sustentar a elaboração do Projeto de Convivência Ética de uma rede pública municipal, cujo objetivo foi revelar os procedimentos de que o gestor dispõe, a fim de se chegar a um projeto de escola que seja político, isto é, participativo e dialógico, por meio do Projeto Convivência Ética. Antes de desenvolver um trabalho é necessário alinhar os aspectos procedimentais previstos nos documentos da instituição, sendo essencial superar o modus operandi da escola, sedimentado já há muitos anos, problematizando o entendimento do conceito de valor. Já na rede pública municipal, o objetivo foi promover a discussão acerca do Plano de Convivência Ética nas escolas aliado ao seu Projeto Político-Pedagógico. Os valores, os princípios e as regras eram discutidos, para que se estabelecesse uma relação com os projetos das escolas, de sorte a instrumentalizar a gestão na direção de um fazer democrático.  Finaliza-se, apontando que o intuito das autoras é apresentar evidências de que só é possível que os sujeitos validem e legitimem os projetos e as ações na escola, se vivenciarem os conceitos em questão.
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