52 research outputs found

    Produção epistêmica indígena: a periferia do conhecimento

    Get PDF
    I Congresso Internacional América Latina e Interculturalidade: América Latina e Caribe: cenários linguístico-culturais contemporâneos, 07, 08 e 09 de novembro de 2013 - UNILAA produção epistemológica além da acadêmica, também é uma produção popular que leva ao conhecimento. Com esse conhecimento, as culturas sobreviveram e se reproduziram. Os conhecimentos habitam no interior dos indivíduos que compõem uma cultura, tornando­los seres culturais sociais. Essa raíz epistemológica é o conhecimento passado de geração em geração reafirmando assim o que muitos filósofos defendem, que o conhecimento científico é composto por um conhecimento não científico, mas que forma parte essencial de sua fundação. Partindo desta premissa, o que é proposto a muito tempo pelos grupos de reivindicações indígenas é a inclusão de seus conhecimentos como parte integrante da ciência. A fim de alcançar esse status o conhecimento indígena tem que se librar de um de seus maiores desvantagens, ou seja, livrar de centenas de anos de imposição e colonização do conhecimento. Os países europeus através da prática colonial não só legitimaram a sua própria cultura, mas torná­lo a única capaz de criar conhecimento. A situação mundial actual é oriunda dos grandes impérios coloniais europeus e sobreviveu com a hegemonia universal do mundo anglo­saxão. A partir de ahí começa vislumbrar­se novos pedidos e reclamações que traspasam essa Modernidade considerando­ se pós­ modernidade ou neomodernismo. O surgimento de novos centros de poder e descentralização política e econômica levou ao surgimento de movimentos que exigem não só o reconhecimento dos antigos conhecimentos escondidos pela colonização, mas a aceitação de que o conhecimento sobreviveu na memória dos oprimidos. Trata­se neste caso dos povos indígenas que desejam integrar sua subjetividade, não só em seus países, mas na produção global epistêmica, sendo assim reconhecido como um igual. O objetivo não é mudar a subjetividade do outro, vista a subjetividade como a perspectiva própria "étnica", sendo o europeu e o indígena confrontados, mas criar uma intersubjetividade

    ‘A patriótica e verdadeiramente humanitária proteção aos índios’. Memória e retrospectiva sobre o Serviço de Proteção ao Índio por um velho indigenista

    Get PDF
    In 1967, the Service of Indian Protection (SPI in Portuguese), Brazilian indigenist institution, was living its last days. Tormented by political and criminal investigations and scandals, the military in power seized the situation to extinguish the SPI and reform the indigenism under their geopolitical and strategical purposes. In those last moments, Alberto Pizarro Jacobina, an old indigenist, published five texts in the O Globo journal (between 7th and 12th of October 1967), traying to defend and justify the memory of the SPI, as well as its material and symbolic legacy. Using theses texts as trigger, this paper analyzes the SPI’s historical challenges and problems in the contemporary Brazilian context, seen thru the eyes of a person who dedicated his life to the romantic “rondonian” indigenist project. Em 1967, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), instituição indigenista brasileira, estava vivendo seus últimos dias. Abalado por escândalos e investigações judiciais e políticas, os militares no poder aproveitaram a situação para extinguir o SPI e reformar o indigenismo de acordo com seus objetivos geopolíticos e estratégicos. Nesses últimos momentos, Alberto Pizarro Jacobina, um antigo indigenista, publicou cinco textos no jornal O Globo, entre 7 e 12 de outubro de 1967, em busca de defender a memória do SPI, bem como seu legado físico e simbólico. Usando esses textos como ponto de partida, o presente trabalho pretende analisar os problemas e os desafios históricos do SPI no contexto do Brasil do século XX, visto por meio do olhar de uma pessoa que dedicou sua vida ao romântico projeto indigenista “rondoniano”.

    De Propaganda Desenvolvimentista a Reclamo de Liberdade. O uso político da questão indígena durante a ditadura civil-militar no Brasil

    Get PDF
    [EN]The indigenous question in Brazil has its own symbology that goes deep into the roots of the national narrative and story of self-representation. Many times, along the XX century was used with different governmental objectives of propaganda and auto promotion, resource that reached at is maximum during the civil-military dictatorship born in 1964. This paper analyzed the use of the indigenous question during this period from the study of the press, institutional and social organizations publications and with the political speeches made in the Câmara dos Deputados. It seems that the military government made an intense propaganda around the indigenist policy to hide the cruelty of the Amazon occupation. This discourse was fought back for the regime opposition that, aiming the support of the indigenous people, turn the indigenous question in an ideological battle where the indigenous represents the Brazilian society desires of freedom and democracy. This symbolic wage impacted the struggle of the indigenous people, adapting to the new representation born from this political use

    From developmentalist propaganda to freedom claim the political use of the indigenous question during the civil-military dictatorship in Brazil

    Get PDF
    URL del artículo en la web de la Revista: https://www.upo.es/revistas/index.php/americania/article/view/4365A questão indígena no Brasil tem uma simbologia própria que vai até o profundo das raízes mais essenciais da narrativa nacional e do relato de autorrepresentação do país tropical. Muitas vezes ao longo do século XX usou-se com diferentes objetivos governamentais de propaganda e autopromoção, recurso que chegou a sua máxima expressão durante a ditadura civil-militar nascida em 1964. A partir do estudo da imprensa, publicações institucionais e de organizações sociais, assim como os discursos políticos feitos na Câmara dos Deputados, pretende-se analisar o uso político que se fez da questão indígena durante este período. Parece que o governo dos militares realizou uma intensa propaganda sobre sua política indigenista para esconder a crueza da ocupação da Amazônia. Este discurso foi contrariado pela oposição ao regime que, procurando apoiar os povos indígenas, acabou por transformar a questão indígena numa batalha ideológica na que os próprios indígenas passaram a representar os anseios de liberdade e democracia da sociedade brasileira. Dita carga simbólica afetou a luta dos próprios povos indígenas, pois adaptaram-se às novas representações nascidas deste uso político.The indigenous question in Brazil has its own symbology that goes deep into the roots of the national narrative and story of self-representation. Many times, along the XX century was used with different governmental objectives of propaganda and auto promotion, resource that reached at is maximum during the civil-military dictatorship born in 1964. This paper analyzed the use of the indigenous question during this period from the study of the press, institutional and social organizations publications and with the political speeches made in the Câmara dos Deputados. It seems that the military government made an intense propaganda around the indigenist policy to hide the cruelty of the Amazon occupation. This discourse was fought back for the regime opposition that, aiming the support of the indigenous people, turn the indigenous question in an ideological battle where the indigenous represents the Brazilian society desires of freedom and democracy. This symbolic wage impacted the struggle of the indigenous people, adapting to the new representation born from this political use.Universidad Pablo de Olavid

    tradición militar e indigenismo en el siglo XX brasileño

    Get PDF
    UIDB/04666/2020 UIDP/04666/2020Teniendo como referencia los momentos his-tóricos de la fundación del Serviço de Proteção aos Índios, en 1910, y de la Fundação Nacional do Índio, en 1967, este texto se propone anali-zar y reflexionar sobre la forma de concebir las relaciones interétnicas y el propio indigenismo de los militares brasileños del siglo XX. Desde Rondon al AI-5, las relaciones entre lo militar y lo indígena hablan profundamente de como los militares se veían a sí mismos y a la nación. Taking as reference the historical moments of the founding of the Serviço de Proteção aos Índios, in 1910, and of the Fundação Nacional do Índio, in 1967, this text aims to analyze and re-flect on the way of conceiving the inter-ethnic relations and the indigenism of the Brazilian military of the 20th century. From Rondon to AI-5, the relationships between the military and the indigenous speak deeply about how the military viewed themselves and the nation. Tomando como referência os momentos histó-ricos da fundação do Serviço de Proteção aos Índios, em 1910, e da Fundação Nacional do Índio, em 1967, este texto visa analisar e refle-tir sobre a forma de conceber as relações inte-rétnicas e o próprio indigenismo dos militares brasileiros do século XX. De Rondon ao AI-5, as relações entre militares e indígenas falam pro-fundamente sobre como os militares viam-se a si mesmos e à nação.publishersversionpublishe

    La Fundação Nacional do Índio al servicio de los intereses geoestratégicos e ideológicos de la dictadura brasileña (1967-1985)

    Get PDF
    [ES]El presente trabajo pretende, a partir de una presentación de los principios ideológicos que sustentaron el golpe de estado de 1964 en Brasil, mostrar los lazos existentes entre esta ideología y sus objetivos, así como la legislación y su ejecución por el órgano estatal indigenista, conocido por su siglas: FUNAI. En la época se fue creando un marco legal que por escrito respetaba las tierras y la forma de vida de las poblaciones nativas, regulación que estaba plagada de vacíos y ambigüedades. Ello permitió la aplicación de medidas agresivas que favorecieron el cumplimiento de los citados objetivos ideológicos del gobierno, en detrimento de los propios pueblos indígenas. En muchos casos, la FUNAI funcionó como un brazo ejecutor de los gobiernos militares (y los grupos de poder que le rodeaban). Esta conexión se observa a partir del estudio de textos de la época, denuncias, documentos archivísticos y periodísticos, que demuestran tal línea de actuación de la institución

    Memória e retrospectiva sobre o Serviço de Proteção ao Índio por um velho indigenista

    Get PDF
    UIDB/04666/2020 UIDP/04666/2020Em 1967, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), instituição indigenista brasileira, estava vivendo seus últimos dias. Abalado por escândalos e investigações judi-ciais e políticas, os militares no poder aproveitaram a situação para extinguir o SPI e reformar o indigenismo de acordo com seus objetivos geopolíticos e estra-tégicos. Nesses últimos momentos, Alberto Pizarro Jacobina, um antigo indige-nista, publicou cinco textos no jornal O Globo, entre 7 e 12 de outubro de 1967, em busca de defender a memória do SPI, bem como seu legado físico e simbólico. Usando esses textos como ponto de partida, o presente trabalho pretende anali-sar os problemas e os desafios históricos do SPI no contexto do Brasil do século XX, visto por meio do olhar de uma pessoa que dedicou sua vida ao romântico projeto indigenista “rondoniano”. In 1967, the Service of Indian Protection (SPI in Portuguese), Brazilian indigenist institution, was living its last days. Tormented by political and criminal investi-gations and scandals, the military in power seized the situation to extinguish the SPI and reform the indigenism under their geopolitical and strategical purposes. In those last moments, Alberto Pizarro Jacobina, an old indigenist, published five texts in the O Globo journal (between 7th and 12th of October 1967), traying to defend and justify the memory of the SPI, as well as its material and symbolic legacy. Using theses texts as trigger, this paper analyzes the SPI’s historical chal-lenges and problems in the contemporary Brazilian context, seen thru the eyes of a person who dedicated his life to the romantic “rondonian” indigenist project.publishersversionpublishe

    De Propaganda Desenvolvimentista a Reclamo de Liberdade. O uso político da questão indígena durante a ditadura civil-militar no Brasil

    Get PDF
    The indigenous question in Brazil has its own symbology that goes deep into the roots of the national narrative and story of self-representation. Many times, along the XX century was used with different governmental objectives of propaganda and auto promotion, resource that reached at is maximum during the civil-military dictatorship born in 1964. This paper analyzed the use of the indigenous question during this period from the study of the press, institutional and social organizations publications and with the political speeches made in the Câmara dos Deputados. It seems that the military government made an intense propaganda around the indigenist policy to hide the cruelty of the Amazon occupation. This discourse was fought back for the regime opposition that, aiming the support of the indigenous people, turn the indigenous question in an ideological battle where the indigenous represents the Brazilian society desires of freedom and democracy. This symbolic wage impacted the struggle of the indigenous people, adapting to the new representation born from this political use.A questão indígena no Brasil tem uma simbologia própria que vai até o profundo das raízes mais essenciais da narrativa nacional e do relato de autorrepresentação do país tropical. Muitas vezes ao longo do século XX usou-se com diferentes objetivos governamentais de propaganda e autopromoção, recurso que chegou a sua máxima expressão durante a ditadura civil-militar nascida em 1964. A partir do estudo da imprensa, publicações institucionais e de organizações sociais, assim como os discursos políticos feitos na Câmara dos Deputados, pretende-se analisar o uso político que se fez da questão indígena durante este período. Parece que o governo dos militares realizou uma intensa propaganda sobre sua política indigenista para esconder a crueza da ocupação da Amazônia. Este discurso foi contrariado pela oposição ao regime que, procurando apoiar os povos indígenas, acabou por transformar a questão indígena numa batalha ideológica na que os próprios indígenas passaram a representar os anseios de liberdade e democracia da sociedade brasileira. Dita carga simbólica afetou a luta dos próprios povos indígenas, pois adaptaram-se às novas representações nascidas deste uso político

    ‘A patriótica e verdadeiramente humanitária proteção aos índios’. Memória e retrospectiva sobre o Serviço de Proteção ao Índio por um velho indigenista

    Get PDF
    [EN] In 1967, the Service of Indian Protection (SPI in Portuguese), Brazilian indigenistinstitution, was living its last days. Tormented by political and criminal investi-gations and scandals, the military in power seized the situation to extinguish theSPI and reform the indigenism under their geopolitical and strategical purposes.In those last moments, Alberto Pizarro Jacobina, an old indigenist, publishedfive texts in the O Globo journal (between 7th and 12th of October 1967), traying todefend and justify the memory of the SPI, as well as its material and symboliclegacy. Using theses texts as trigger, this paper analyzes the SPI’s historical chal-lenges and problems in the contemporary Brazilian context, seen thru the eyesof a person who dedicated his life to the romantic “rondonian” indigenist project

    A questão indígena sob a ditadura militar: do imaginar ao dominar

    Get PDF
    [EN] The present paper aims to think about the otherness as a concept. Establishing a parallelism between imagination and domination, this exposition intends to reflect about how before to impose the dominion upon the otherness, in the fight for hegemony in a colonial/national context as is Brazil, first it is needed to imagine that it deserve ontologically the dominion, way of thinking that has some strong doses of violence. For that reason, this research was made about the indigenous issue in the dictatorship context, because it offers optimal framework for this reflection. By the end, we can see how from the political/economical powers and the interethnical conflict there were dehumanization logic about the indigenous, something that legitimizes a praxis of predation upon the natives population. The used methodology follows the steps of the national media, also the political speeches, testimonies and reports
    corecore