41 research outputs found

    “Mar de bullying”: turbilhão de violências contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais na escola

    Get PDF
    This study aimed to understand the experiences and senses of bullying experienced by lesbians, gays, bisexuals, transvestites, transsexuals, and other identities. This qualitative research was conducted with nine participants older than eighteen years and who identified as members of the interest group through interviews conducted from a semi-structured script. The corpus analysis was guided by the social theory of discourse and aided by Kitconc 4.0 software. The reports show the contrast between the temporality of the term bullying, foreign word of the 21st century in the Brazilian context, and the constant presence of violence in the school environment in the trajectories of the participants. The advancement of communicative technologies also constitutes this sea of bullying by widening the reach of violent scenes and globalizing shame, cursing, and punching. The way to deal with this permeates the direct confrontation, encouraging the school community to debate and protect children and adolescents marked by cis-heteronormative hegemony. Thus, it is in the resistance of existence that bodies in assembly hope and claim the rights inherent in life, advancing beyond survival and regulated citizenship. Adolescents and children crossed by bullying are potencies of themselves, and it is up to us, now adults, the ethical commitment to enable other ways of being in this world.Este trabalho teve como objetivo compreender as vivências e os sentidos do bullying experienciados por lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e outras identidades. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada com nove participantes, maiores de dezoito anos e que se identificam como integrantes do grupo de interesse, por meio de entrevistas conduzidas a partir de um roteiro semiestruturado. A análise do corpus foi guiada pela teoria social do discurso e auxiliada pelo software Kitconc 4.0. Os relatos mostram a contraposição entre a temporalidade do termo bullying, estrangeirismo do século XXI no contexto brasileiro, e a constante presença das violências em espaço escolar nas trajetórias das e dos participantes. O avanço das tecnologias comunicativas também constitui esse mar de bullying ao propiciar a ampliação do alcance de cenas violentas e ao globalizar o vexame, o xingamento e o soco. A forma de lidar com isso perpassa o enfrentamento direto, incitando a comunidade escolar a debater e a proteger crianças e adolescentes marcados pela hegemonia cis-heteronormativa. Desse modo, é na resistência do existir que corpos em assembleia esperançam e reivindicam os direitos inerentes à vida, avançando para além da sobrevivência e da cidadania regulada. Adolescentes e crianças atravessadas pelo bullying são potências de si mesmas e cabe a nós, agora adultos, o compromisso ético de possibilitar outras formas de estar neste mundo

    Vida vigilante: : um ensaio sobre modos de viver sexualidades periféricas

    Get PDF
    From research, events, and encounters with lesbian, gay, bisexual, transvestite, transgender, queer, intersex, asexual,and other identity communities, this article seeks to systematize a vigilant life that has exemplified ways of living and surviving of these bodies in the face of different types of violence. The alternating performances of conformation and transformation in this vigilant life are important factors for understanding how it is possible to live in contexts of exterminationand isolation.Este ensayo resulta de experiencias en investigación, eventos y encuentros con personas de la comunidad de lesbianas, gais, bisexuales, travestís, transexuales, queer, intersexuales, asexuales y demás identidades. Lo que pretendo es sistematizar una vida vigilante que ha ejemplificado modos de (sobre)vivencia de esos cuerpos frente a diversas violencias. Las actuaciones de conformación y transformación, que se alternan en esta vida vigilante, son importantes para comprendercómo es posible vivir en contextos de exterminio y aislamiento.Este ensaio resulta de experiências em pesquisa, eventos e encontros com pessoas da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexuais, assexuais e demais identidades. Busco sistematizar uma vida vigilante que tem exemplificado modos de (sobre)vivência desse corpos frente às violências de diversas ordens. As performances de conformação e de transformação, que se alternam nessa vida vigilante, são importante na compreensão de como é possível viver em contextos de extermínio e isolamento

    A educação das relações étnico-raciais na formação em Gestão de Serviços de Saúde

    Get PDF
    A Educação Superior vem sendo (re)construída em suas funções neste início de século XXI, garantindo o acesso e reconhecimento de grupos antes excluídos dos muros da Universidade. Um desses esforços é a instituição de legislações que garantam a inclusão da temática das relações étnico-raciais, como a Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008 e a Resolução n. 1 do Conselho Nacional de Educação, de 17 de junho de 2004. Tais marcos legais abarcam todos os cursos de formação superior, incluindo os de profissionais de saúde, dentro deste campo temos o bacharelado de Gestão de Serviços de Saúde. Considerando o papel de destaque do gestor de saúde na mudança do paradigma racista institucional, que se conformou no Sistema Único de Saúde, buscou-se analisar como esse Curso trata das relações étnico-raciais através de seu Projeto Político-Pedagógico. Adotou-se a abordagem qualitativa, especificamente o Estudo de Caso para alcance do objetivo. Ao delegar a responsabilidade do trato com o tema a outros espaços que não os seus - como acontece ao indicar a Formação Livre para isso - e se limitar ao incentivo, entende-se que não há possibilidades de entender a relevância das relações étnico-raciais no Brasil, já que também são necessárias outras medidas como: produção e divulgação de conhecimento acerca da temática; inserção de disciplinas, como Saúde da População Negra e Indígena no currículo obrigatório do curso; formação de professores para trabalhar tais temáticas com os estudantes de forma transversal; interlocução com as demandas destas populações excluídas historicamente, entre outras

    Sexualidade, biopolítica e necropolítica:: Distinções conceituais e afinidades éticas

    Get PDF
    O artigo explora aspectos sobre biopolítica, necropolítica e sexualidade com base em Michel Foucault e Achille Mbembe. A pergunta central é: como a sexualidade opera nos diagramas da biopolítica, em Foucault, e da necropolítica, em Mbembe? O objetivo é explorar as convergências e divergências do estatuto da sexualidade nas obras de Mbembe e de Foucault, estabelecendo um diálogo com conceitos tangenciais à necropolítica para sublinhar sua produtividade político-epistemológica às pesquisas engajadas nas políticas de identidade sexual e de gênero. Conceitualmente, propõe distinções sobre o modo como a sexualidade opera nos diagramas biopolítico e necropolítico, indicando modos diversos de abordagem sobre corpo, vida, morte e política em ambos. Conclui-se com a sugestão de que as formulações sobre necropolítica de Mbembe, articuladas à biopolítica foucaultiana e à decolonialidade, possibilitam a nomeação conceitual, e seu correspondente escrutínio analítico, da promoção da morte de pessoas não cisheterossexuais

    Movimentos sociais e militância como estratégia de enfrentamento performática

    Get PDF
    A comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer e outras identidades é o foco deste artigo por conta das formas que tem construído para lidar com violações de direitos ligados aos gêneros e as orientações sexuais em espaços sanitários, educacionais e políticos. Buscou-se compreender as estratégias de enfrentamento em relação a essas violências por uma lente pósestruturalista, entendendo-as como performatividades. Dessa forma, o objetivo desse artigo é identificar e analisar as estratégias de enfrentamento contra violências motivadas por preconceitos em face de gêneros e/ou orientações sexuais, com foco no agir militante e nos movimentos sociais. Pesquisa qualitativa, realizada através de entrevistas com roteiro semiestruturado com nove pessoas não cisheterossexuais. O grupo foi formado através da técnica Bola de Neve, tendo os movimentos sociais como informantes-chave na cadeia de contatos. As narrativas foram analisadas por meio de Análise do Discurso Crítica, ligada à Teoria Social do Discurso, juntamente com o auxílio do software KitConc versão 4.0. De acordo com as participantes dessa pesquisa, a militância é construída quase como de forma deôntica, pois auxilia na busca por uma vida boa em meio a vida ruim. Seja pela conversa com um amigo ou com o pai dele, o diálogo firma-se como o cerne militante de pessoas LGBTQ+. Aparece ainda a automilitância como a resistência de si, da incapacidade de despossuir-se, da ilusória autossuficiência do ser humano

    Reflexões acerca do percurso metodológico do curso de avaliação e acolhimento do projeto “mais médicos”

    Get PDF
    Ensaio reflexivo baseado na experiência pedagógica do Módulo de Acolhimento e Avaliação de Médicos Intercambistas, no âmbito do Projeto “Mais Médicos” para o Brasil, realizado no segundo semestre de 2013, em uma capital da região sudeste brasileira. As práticas vivenciadas convergiram a reflexões que dizem respeito aos procedimentos pedagógicos utilizados nesse Curso. Buscou-se apresentar e discutir alguns aspectos relativos aos conteúdos ministrados, os espaços e tempos adotados e as teorias que embasaram o fazer pedagógico, com o objetivo de contribuir às discussões acerca da formação médica brasileira e, se possível, incentivar a utilização de práticas pedagógicas transformadoras. Conclui-se que as ações pedagógicas utilizadas pelos colaboradores do projeto não foram compatíveis com o quanto idealizado teoricamente, uma vez que as políticas públicas de Educação em Saúde não foram consideradas na construção do exercício pedagógico do Curso analisado

    Histórias da saúde global: a Organização Mundial da Saúde e a cooperação com atores não estatais

    Get PDF
    This study aims to trace the history of the World Health Organization’s engagement with non-state actors from its inception to approval of the World Health Organization’s Framework of Engagement with Non-State Actors. Exploratory documental research, with a qualitative approach, was carried out, with a review of the literature and institutional documents found in WHO Library. Findings showed an increase in number of actors in the International System and a reduction in the power of the World Health Organization and in the provision of financial resources by its Member States throughout the Organization’s history. A relationship was also found between the diversification in the types of actors in the international system and a reduction of World Health Organization’s influence in the processes of global health governance.Este artículo tiene como objetivo rastrear la historia de las relaciones de la Organización Mundial de la Salud (OMS) con actores no estatales desde su creación hasta la aprobación del Marco de Cooperación de la Organización Mundial de la Salud con Agentes No Estatales. Se llevó a cabo una investigación documental exploratoria con enfoque cualitativo, con revisión de la literatura y documentos institucionales encontrados en la Biblioteca de la OMS. Los resultados muestran un aumento en el número de actores en el Sistema Internacional y una reducción en el poder de la OMS y en la provisión de recursos financieros por parte de los Estados a lo largo de la historia de la Organización. También se encontró una relación entre la diversificación de los tipos de actores enel sistema internacional y una reducción de la influencia de la Organización Mundial de la Salud en los procesos de gobernanza sanitaria mundial.Esse artigo tem por objetivo traçar o histórico das relações da Organização Mundial da Saúde (OMS) com os atores não estatais desde a sua criação até a aprovação do Marco de Cooperação da Organização Mundial da Saúde com Agentes Não Estatais. foi realizada, uma pesquisa documental exploratória, de abordagem qualitativa, com revisão de literatura e de documentos institucionais encontrados na Biblioteca da OMS. Como resultados, verificou-se um aumento no número de atores no Sistema Internacional e uma redução no poder da OMS e na oferta de recursos financeiros por parte dos Estados ao longo da história da Organização e encontrou-se relação entre a maior diversificação nos tipos de atores no sistema internacional e a menor influência OMS nos processos de governança global em saúde

    Cooperação e contrapartida nas ações da OMS: notas sobre a geopolítica da saúde global

    Get PDF
    Este ensaio visa, a partir de documentos oficiais e literatura especializada, analisar o desempenho da OMS desde sua origem e seu papel em questões relacionadas à saúde global, destacando a dinâmica da cooperação-contrapartida. Essa dinâmica é resultado da complexificação das relações internacionais, envolvendo Estados membros, atores não estatais e agências de desenvolvimento, a fim de não apenas seguir as diretrizes da OMS, mas também incentiválos a priorizar certos projetos globais de saúde

    Cooperação e contrapartida nas ações da OMS: notas sobre a geopolítica da saúde global

    Get PDF
    This essay aims, from official documents and specialized literature, to analyze the performance of WHO since its origin and its role in matters related to global health, highlighting the dynamics of cooperation-counterpart. This dynamic is a result of the complexification of international relations, involving member States, non-state actors and development agencies, in order not only to follow WHO guidelines but also to encourage them to prioritize certain global health projects

    Cooperação e contrapartida nas ações da OMS: notas sobre a geopolítica da saúde global

    Get PDF
    Este ensaio visa, a partir de documentos oficiais e literatura especializada, analisar o desempenho da OMS desde sua origem e seu papel em questões relacionadas à saúde global, destacando a dinâmica da cooperação-contrapartida. Essa dinâmica é resultado da complexificação das relações internacionais, envolvendo Estados membros, atores não estatais e agências de desenvolvimento, a fim de não apenas seguir as diretrizes da OMS, mas também incentiválos a priorizar certos projetos globais de saúde
    corecore