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    A escola primária no Rio Grande do Sul através das fotografias: espaços, sujeitos e cultura material (1924)

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    O estudo analisa um conjunto de 20 fotografias publicadas como anexo do Relatório da Diretoria de Instrução Pública do Estado do Rio Grande do Sul, em 1924. Propõe discutir como a fotografia constitui um fragmento para a investigação sobre a história da educação, representando formas escolares, discursos políticos, médicos e pedagógicos, que participaram da construção da Primeira República Brasileira (1889-1930). Identificamos a presença de 12 instituições, englobando colégios elementares, grupos escolares e escolas isoladas de sete municípios do Estado. Constatamos que a maioria das fotografias destaca o edifício escolar, presente nos discursos como fator de melhoria da qualidade da educação. Visualizamos também a presença do diretor, de professoras e alunos/as, representando visualmente uma nova organização escolar introduzida pelos princípios da escola graduada, com a incorporação novos sujeitos e agrupamento de docentes e alunos, de diferentes níveis de ensino, em um mesmo espaço escolar. Palavras-chave: Escola Primária. Fotografias. Primeira República. Arquitetura Escola

    “Las clases siempre van de aquí para allá”: permanencias y cambios en los espacios para la escuela primaria en Rio Grande do Sul, Brasil (1883-1928)

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    The state of Rio Grande do Sul/Brazil, following the international guidelines and models related to implementation, dissemination and improvements of primary education, undertook, between the end of the 19th century and the first decades of the 20th century, initiatives that responded to the need for the construction of school facilities. The objective of this paper is to analyze the ideas and actions that marked the continuities and the transformations related to government intervention in school spaces. For this purpose we will use a model of a school building, from 1883; a standard design project, from 1899; a model of an agricultural school, from 1919; and a competition for school constructions, from 1928. The documentary research, of a historiographical character, uses as primary sources the reports by the Direction of Public Instruction and Public Works of the State of Rio Grande do Sul. The paper shows the permanence throughout these decades of certain aspects, especially those concerning the need for tax revenue to pay for the building of schools, their location in the cities and villages, hygienist issues, the teachers' places of residence, and the graded school system. Among the main transformations, we highlight the design of cornerless, adaptable rooms; mixed classes; rooms for different activities, such as museums, laboratories, administrative rooms, libraries, and spaces for school movie theaters and radio stations. These new state prescriptions were partially aligned with the New School principles, which were introduced in Brazil especially throughout the decade of 1920; in keeping with this movement, it was thought that the design of school spaces should consider the central role that children would play in the educational process, taking into account their needs and curiosities.El Estado de Rio Grande do Sul/Brasil, siguiendo las pautas y modelos internacionales relacionados con la implementación, difusión y mejoras de la educación primaria, emprendió, entre fines del siglo XIX y las primeras décadas del XX, algunas iniciativas en torno a la necesidad de construcción de edificios escolares. El objectivo de este artículo es analizar las ideas y acciones que marcaron las permanencias y transformaciones emprendidas por la autoridad pública estatal en el espacio escolar, utilizando un modelo de construcción escolar, de 1883; un diseño estándar de 1899; un modelo de escuela rural de 1919 y un concurso de construcción de escuelas, de 1928. La investigación documental, de carácter historiográfico, toma como fuentes primarias los informes de las Direcciones de Educación Pública y Obras Públicas del Gobierno del Estado de Rio Grande do Sul. Constatamos la permanencia durante estas décadas de algunos aspectos, especialmente, relacionados con la necesidad de impuestos destinados a la construcción de escuelas, su ubicación en ciudades y pueblos, cuestiones de higiene, el lugar de residencia del profesor y la enseñanza graduada. Entre las principales transformaciones, destacamos la proyección de salas adaptables y esquinas redondeadas, educación mixta, salas para diferentes actividades, como un museo, laboratorios, administración, biblioteca y espacio para cine y radio escolar. Estas nuevas perspectivas del Estado estaban parcialmente alineadascon los principios de la Escuela Nueva, que se introdujeron en  Brasil, especialmente durante la década de 1920, y el espacio escolar debería adaptarse al lugar central que ocuparía el niño en el proceso educativo, alineado con sus necesidades y curiosidades

    História da organização do trabalho escolar e do currículo no século 20: ensino primário e secundário no Brasil

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    O livro História da organização do trabalho escolar e do currículo no século 20: ensino primário e secundário no Brasil, de Rosa Fátima de Souza, faz parte da coleção Biblioteca Básica da História da Educação Brasileira. Composta por duas séries, a primeira é dedicada aos temas sobre educação e escolarização, a partir de registros temáticos mais amplos. Já na segunda, onde se insere o trabalho de Souza (2008), os objetos de análise fazem parte de uma ampla renovação nas práticas de pesquisa em história da educação, como por exemplo, a história da profissionalização docente, dos currículos, dos métodos e materiais de ensino

    Formação professores e processo educativo: a Companhia de Jesus nos clássicos da educação brasileira

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    This paper analyzes three Brazilian education classics, A Cultura Brasileira: Introdução à Cultura no Brasil (“The Brazilian Culture: Introduction to the Study of Culture in Brazil”), from 1943, by Fernando de Azevedo; the Jesuit educational method, known as Ratio Studiorum (1952), by Leonel Franca; and História da Educação Brasileira (“History of Brazilian Education”), from 1972, by Jose Antonio Tobias, addressing tradition and reflecting on teacher education and on the educational processes in the context of (re)visiting the tradition of the Society of Jesus. Thus, the goal is to approach tradition to understand the legacy, and basically to identify what we can learn from it when discussing teacher education and educational processes. The study is organized in two movements: the first one regards the historical contextualization of the Jesuit period, in addition to the deepening of their pedagogical method and the education of their teachers, according to the Ratio Studiorum. The theoretical and methodological perspective is grounded on language and on the theory of reception and recontextualization of the educational knowledge.O presente artigo analisa três obras clássicas da educação brasileira, A Cultura Brasileira: Introdução ao estudo da cultura no Brasil (1943), de autoria de Fernando de Azevedo; O método pedagógico dos jesuítas: o Ratio Studiorum (1952), de Leonel Franca e História da Educação Brasileira (1972), de José Antonio Tobias, fazendo um movimento em direção à tradição e refletindo acerca da formação de educadores e os processos educativos ao (re)visitar a tradição da Companhia de Jesus. Objetiva-se, desse modo, dialogar com a tradição para compreender o legado, mas fundamentalmente, o que podemos aprender dela sobre a formação de professores e o processo educativo. O estudo está organizado em dois movimentos: primeiro, a contextualização histórica do período jesuítico, em seguida, o aprofundamento do método pedagógico dos jesuítas e a formação de seus educadores, referida pelo Ratio Studiorum. Do ponto de vista teórico e metodológico, situa-se no âmbito da linguagem e da teoria de recepção e a recontextualização do conhecimento educativo

    Arquitetura escolar: diálogos entre o global, o nacional e o regional na história da educação

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    ARQUITETURA ESCOLAR: DIÁLOGOS ENTRE O GLOBAL, O NACIONAL E O REGIONAL NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO            O ano de 2018 marcou duas décadas da publicação no Brasil da obra organizada por Antonio Viñao Frago e Agustín Benito Escolano, intitulada “Currículo, Espaço e Subjetividade: arquitetura escolar como programa” (1998)[1]. Considerada na época a “caixa preta” dos estudos na área de história da educação, o espaço e a arquitetura escolar tem sido explorados em diversas pesquisas estudos no país, exercitando uma importante interlocução entre história, educação e arquitetura[2].Revisitando a importância desta publicação, que teve sua segunda edição em 2001, este dossiê propõe dialogar sobre a arquitetura escolar em perspectiva global, nacional e regional, enfatizando o momento de configuração e de consolidação das redes de ensino primária em diferentes países e a constituição da escola como uma instituição independente das demais, o que lhe configurou uma identidade própria. Nesta conjuntura, consideramos a concepção funcional e simbólica que a arquitetura escolar incorporou, tanto nos meios urbanos como nos rurais, acompanhando as demandas pedagógicas, as questões higiênicas, assim como os discursos em torno da formação do cidadão através da escola. A historiografia da arquitetura escolar brasileira nos últimos anos expressa nos diferenciados temas e tópicos abordados, a sua importância para o campo da História da Educação. É evidente que algumas lacunas necessitam ser melhor investigadas, tanto do ponto de vista dos recortes temporais como de novas prospecções temáticas. E,  no intuito de visibilizar a trama discursiva e as ações que permeiam essas diferentes dimensões, consideramos, por um lado, a circulação das ideias pedagógicas no âmbito internacional e, por outro, as particularidades nacionais e regionais. Para tanto, objetivamos nesta proposta refletir sobre a arquitetura destinada para a escola primária em diferentes espaços geográficos, entre as últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do XX, valendo-se de diferentes pressupostos teóricos-metodológicos.Nesta perspectiva, consideramos relevante a discussão acerca da transposição de modelos internacionais, os discursos contrastantes, os projetos, as materialidades, as incorporações simbólicas, assim como as representações e a construção visual dos edifícios escolares no traçado urbano e, também, de sua configuração enquanto elemento considerado essencial para a melhoria e/ou qualidade das atividades de ensino e aprendizagem. Ainda, consideramos importante analisar a atuação dos intelectuais e diferentes profissionais, sobretudo médicos, pedagogos, engenheiros e arquitetos na elaboração de discursos e modelos em torno do espaço escolar idealizado, projetado e construído para infância moderna.Os artigos que integram esse dossiê trazem experiências de seis países, sendo eles: Itália, Luxemburgo e Suíça, da Europa; Argentina, Brasil e México, da América Latina. O estudo de Marianne Helfenberger e Catherina Schreiber apresenta a discussão em torno da construção do cidadão através dos edifícios escolares em uma conjuntura multilingual, analisando os casos de Luxemburgo e Suíça. As autoras problematizam a importância destes espaços no âmbito nacional e local, convertendo-se em agentes de planificação social e tensionando aspectos da arquitetura escolar no processo de unificação e diferenciação dos indivíduos.Analisando o caso da Itália, Valéria Viola retrata os discursos nacionalistas direcionados para a construção dos espaços escolares pelo regime facista, delineando sua fisionomia através do estudo de diferentes fontes arquivísticas e impressas. A autora identifica um lento processo de instalações e de desenvolvimento dos edifícios escolares, entre os anos 1909 e 1939, destacando a figura ministerial de Giuseppe Bottai e a importância do Regulamento de 1939, que desvincula a ideia de edifício escolar de qualquer tipo de adaptação. Além disso, o mesmo Regulamento expressa as indicações para construções de escolas rurais, compreendidas como elemento fundamental de construção da civilização facista.Em sua pesquisa sobre o México, Carlos Ibarra analisa as mudanças empreendidas pela Reforma Constitucionalista na Cidade do México, entre os anos de 1914 e 1917, valendo-se do movimento de desenvolvimento da educação e a expansão da rede de ensino para as camadas populares. O autor evidencia o movimento de construção dos edifícios escolares de acordo com as necessidades funcionais e higiênicas, problematizando a descentralização educativa do Estado e a perspectiva local, através do empoderamento dos municípios e a coação dos proprietários agrícolas, industriais e de mineração para o estabelecimento escolas em suas respectivas jurisdições.O estudo desenvolvido por Nicolás Arata nos remonta ao momento da inauguração de um conjunto de 54 edifícios escolares, na cidade de Buenos Aires/Argentina, entre os anos de 1884 e 1886. O autor analisa o movimento de expansão e redefinição dos espaços escolares inserido em um processo de reformas sociais em um sentido mais amplo, e, entre palavras e ações, as insígnas deste evento inaugural, destacando os discursos, os rituais e a repercussão deste empreendimento na imprensa.A pesquisa dos organizadores deste dossiê remete ao caso do Brasil, mais especificamente, sobre a arquitetura escolar de duas capitais do sul do país, as cidades de Curitiba/PR e de Porto Alegre/RS, analisando o processo de implementação da escola graduada e suas relações com o traçado urbano. Valendo-se de um exercício reflexivo comparativo, os autores consideraram o estabelecimento de relações entre o interior e o exterior, reconstruindo o significado da arquitetura escolar, nessas duas cidades, e sua representação para o cenário da construção de escolas no Brasil, nos primeiros decênios do século XX.As investigações sobre arquitetura escolar acima apresentadas desvelam conjunturas históricas que propulsionaram discursos e ações em torno dos espaços escolares. Dentre seus elementos funcionais e simbólicos, estão matizadas propostas educativas, programas governamentais, reformas políticas, concepções pedagógicas, demandas de diferentes grupos sociais e os diversos sujeitos que conceberam e que transformaram essas edificações em lugares memoráveis.[1] Cabe assinalar que a obra publicada no Brasil esteve vinculada ao dossiê sobre Espaços Escolares, organizado na Revista Historia de la Educación/Salamanca e publicanda em 1994, com 23 artigos e bibliografia específicia sobre o tema. Sobre, ver Escolano (1993-94) e Viñao (1993-94).[2] Para citar algumas das primeiras produções brasileiras, específicas do campo da História da Educação: Faria Filho (1996); Souza (1997), Moussatche; Mazzoti; Mazzoti (2000), Baltar (2001), Buffa; Pinto (2002), Buffa; Nosella (2002), Dórea (2003) e Bencostta (2005)

    Escola graduada e arquitetura escolar no Paraná e Rio Grande do Sul: a pluralidade dos edifícios para a escola primária no cenário brasileiro (1903-1928)

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    O presente artigo propõe analisar de modo comparativo a arquitetura de escolas públicas em duas capitais do sul do Brasil nas três primeiras décadas do século XX. Nosso objetivo é problematizar pontos de intersecção entre seus ordenamentos e disposições, levando em consideração a complexidade de seus elementos espaciais e simbólicos que foram adotados naquele período histórico, com destaque para as suas relações com o traçado urbano. O corpus documental utilizado em nossa análise compreende fontes, tais como: relatórios governamentais, fotografias, plantas e projetos arquitetônicos dos edifícios escolares. Destacamos como relevantes a influência internacional, sobretudo, a implementação da escola graduada e a questão higiênica, a localização e visualidade na trama das duas capitais, o grupo social ao qual a escola atenderia e a necessidade da alfabetização de um número maior de crianças. Ainda, enfatizamos o corpus analisado como suporte para a compreensão de uma semiologia do espaço arquitetural escolar republicano nos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná
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