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A condição política de infante no reino português : D. Afonso, Senhor de Portalegre (1263-1312)
Orientador : Profª Drª Fátima Regina FernandesTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História. Defesa: Curitiba, 07/04/2017Inclui referências : p. 309-322Resumo: A corrente tese pretende desenvolver a abordagem da trajetória política de D. Afonso, segundogênito de Afonso III e de D. Beatriz - filha natural do rei Alfonso X de Castela -, senhor de Marvão, Portalegre e Arronches, com o intuito de compreender qual a condição sócio-política de infante na sociedade medieval portuguesa do século XIII. Ator de primeiro plano no cenário político português dessa centúria, aquele infante recebeu do pai um amplo domínio senhorial na zona fronteiriça luso-castelhana, de onde passou a atuar como elemento contestador da autoridade régia logo em seguida a ascensão do trono por seu irmão, o rei D. Dinis. Politicamente vinculado ao reino castelhano pela relação de parentesco e pelas alianças político-matrimoniais que buscou estabelecer com membros da alta nobreza castelhana, D. Afonso atuou como elemento promotor de agitações sociais ao desafiar a autoridade régia portuguesa por três vezes: em 1281, 1287 e 1299. Cada um desses episódios foi motivado tanto pelo contexto interno ao reino de Portugal, marcado pela centralização régia, quanto pelo externo, destacadamente pelo cenário político de Castela, conturbado pelos reiterados atos de contestação do poder régio por parte da nobreza. Sob o pano de fundo desse contexto sócio-político ibérico, este estudo recorreu aos pressupostos historiográficos da Nova História Política e da Nova História Cultural como referenciais metodológicos, opção que orientou essa pesquisa no sentido de compreender os conceitos na perspectiva da temporalidade própria ao medievo, o recurso a prosopografia a fim de construir as vinculações sociais mantidas por D. Afonso junto aos membros da nobreza portuguesa e castelhana, e relações e conflitos políticos do infante português com os reis de Portugal e de Castela. Para tanto foram buscadas fontes documentais medievais, compilações genealógicas e crônicas que, amparadas pelo contributo dos referenciais bibliográficos, possibilitaram o desenvolvimento dessa tese. Cumpridos os propósitos investigativos, os resultados obtidos demonstram que o pertencimento dos infantes à linhagem régia lhes garantia condições favoráveis ao seu estabelecimento nas posições mais elevadas da escala social. Contudo, a manutenção de seu estatuto nobiliárquico estava condicionada ao seu protagonismo e ação política em correlação de forças com os demais atores sociais daquela sociedade, cenário que poderia contribuir para a perda do estatuto social pelos infantes, como ocorreu com D. Afonso, repetidamente derrotado e diminuído em seu poder nobiliárquico pelo seu irmão, o rei. Palavras-chave: Infante, D. Afonso, D. Dinis, Política Medieval, Nobreza.Abstract: The current thesis intends to develop the approach of the political trajectory of D. Afonso, second son of Afonso III and D. Beatriz - natural daughter of King Alfonso X of Castile -, lord of Marvão, Portalegre and Arronches, with the intention of understanding the infant's socio-political status in the medieval Portuguese society of the thirteenth century. A leading figure in the Portuguese political scene of this century, that infant received from his father a large landlord in the Luso-Castilian frontier zone, where he began to act as a protester of the royal authority immediately after the accession of the throne by his brother, King D. Dinis. Politically linked to the Castilian kingdom by the relation of kinship and political-marriage alliances he pursue to establish with members of the Castilian high nobility, D. Afonso acted as a promoter of social riots by challenging Portuguese royal authority three times: in 1281, 1287, and 1299. Each of these episodes was motivated both by the internal context to the kingdom of Portugal, marked by royal centralization, and by the external, especially by the political scene of Castile, troubled by the repeated acts of protest of royal power by the nobility. Under the background of this socio-political Iberian context, this study appealed to the historiographical assumptions of the New Political History and New Cultural History as methodological references, an option that guided this research in the sense of understanding the concepts in the perspective of temporality proper to the Middle Ages, The use of prosopography in order to build the social ties maintained by D. Afonso with the members of the Portuguese and Castilian nobility, and political relations and conflicts of the Portuguese infant with the kings of Portugal and Castile. Therefore, we searched for medieval documentary sources, genealogical and chronic compilations that, supported by the contribution of bibliographical references, enabled the development of this thesis. Once the investigative purposes were fulfilled, the results showed that the infants' belonging to the royal line assured them conditions favorable to their establishment in the higher positions of the social scale. However, the maintenance of its nobility status was conditioned by its protagonism and political action in correlation of forces with the other social actors of that society, a scenario that could contribute to the loss of the social status by the infants, as happened with D. Afonso, repeatedly defeated and diminished in his nobility power by his brother, the king. Keywords: Infant, D. Afonso, D. Dinis, Medieval Politics, Nobility.Resumen: La presente tesis tiene como objetivo desarrollar el enfoque de la trayectoria política de D. Afonso, segundogénito de Alfonso III y Beatriz - hija natural del rey Alfonso X de Castela - señor de Marvão, Portalegre y Arronches, con el fin de entender cuál la condición socio-política de los infantes en la sociedad medieval portuguesa del siglo XIII. Actor de primero plano en la escena política portuguesa de este siglo, ese infante recibió de su padre un gran dominio señorial en la zona fronteriza luso-castellana, dónde comenzó a actuar como elemento de oposición de la autoridad regia poco después de la ascensión al trono por su hermano, el rey D.Dinis. Políticamente vinculado al reino castellano por relación de parentesco y las alianzas político-matrimoniales que buscó establecer con los miembros de la alta nobleza castellana, D. Afonso actuó como elemento promotor de agitación social para desafiar la autoridad regia portuguesa en tres ocasiones: 1281, 1287 y 1299. Cada uno de estos episodios fue motivado tanto por el contexto interno al reino de Portugal, marcada por la centralización regia, como por lo escenario político externo de Castilla, conturbado por los repetidos actos de contestación del poder regio por la nobleza. En virtud de los antecedentes de este contexto sociopolítico ibérico, este estudio utilizó los presupuestos historiográficos de la Nueva Historia Política y de la Nueva Historia Cultural como marco metodológico, opción que guió esta investigación con el fin de entender los conceptos en la perspectiva de la temporalidad de la Edad Media, el uso de la prosopografia para construir las vinculaciones sociales mantenidas por D. Afonso con los miembros de la nobleza portuguesa y castellana, y las relaciones y conflictos políticos del infante portugués con los reyes de Portugal y Castilla. Para esto, hemos tratado de fuentes documentales medievales, compilaciones genealógicas y crónicas que, amparadas por las referencias bibliográficas, permitió el desarrollo de esta tesis. Cumplidos los propósitos de la investigación, los resultados obtenidos demuestran que la pertenencia de los infantes al linaje real les garantizaba condiciones favorables para su establecimiento en los puestos más altos de la escala social. Sin embargo, el mantenimiento de su estatuto nobiliario estaba condicionado a su participación política y la acción en la correlación de fuerzas con otros actores sociales de aquella sociedad, un escenario que podría contribuir a la pérdida de la condición social de los infantes, tal como ocurrido con D. Afonso, derrotado en varias ocasiones y disminuido en su poder nobiliario por su hermano, el rey. Palabras clave: Infante, D. Afonso, Dinis, Política Medieval, nobleza
A leitura da Lenda da Dama do Pé de Cabra na perspectiva das novas mídias digitais
A narrativa medieval conhecida como A lenda da Dama do Pé de Cabra, primeiramente registrada no Livro de Linhagens do Conde D. Pedro, foi assim chamada e difundida por Alexandre Herculano e, mais recentemente, pelo Sítio do Picapau Amarelo, programa transmitido pela Rede Globo. A modificação de elementos em relação ao registro original e a ausência de qualquer intenção de análise historiográfica sustentada pelo autor português e pela rede de TV incitaram o desenvolvimento de um produto audiovisual que abarcasse essa perspectiva. Diante disso, o presente artigo pretende abordar o autor e o contexto de produção da lenda e os potenciais oferecidos pelo uso das novas mídias digitais para a produção e disponibilização de conhecimento na contemporaneidade a fim de debater as potencialidades do desenvolvimento de produtos audiovisuais voltados para um público cada vez mais avesso ao conhecimento transmitido por meio da escrita
As Construções Identitárias das Fronteiras no Medievo Ibérico: Rigidez e Permeabilidade * Las Construcciones de Identidad de las Fronteras en El Medievo Ibérico: Rigidez...
Resumo: Tendo em vista a relevância que as fronteiras ocupam no mundo contemporâneo, o presente artigo propõe abordar o debate historiográfico acerca dos elementos que contribuíram para a formação dos limites fronteiriços no medievo ibérico. Contudo, a fim de contrapor a concepção rígida que tais linhas ocupam nas interpretações de determinados historiadores, é pertinente apontar análises matizadoras dessa solidez, mostrando a permeabilidade daquelas zonas limítrofes.Palavras-chave: Fronteira – Identidade – Península Ibérica. Resumen: Alumbrando la relevancia que las fronteras ocupan en el mundo contemporáneo, el presente artículo propone abordar el debate historiográfico acerca de los elementos qué contribuyeron a la formación de los límites fronterizos en el medievo ibérico. Con todo, con fines de contraponer la rígida concepción qué esas líneas ocupan en las interpretaciones de determinados historiadores, es pertinente apuntar análisis matizadoras de esa solidez, mostrando la permeabilidad de aquellas zonas limítrofes.Palabras clave: Frontera – Identidad –Península Ibérica