48 research outputs found
Arte, memória e sociedade: Jean-Baptiste Debret e sua (re)descoberta na primeira metade do século XX no Brasil
Após uma estada de quinze anos no Brasil, de 1816 a 1831, o pintor Jean-Baptiste Debret (1768-1848) retornaria à França e publicaria o livro "Voyage pittoresque et historique au Brésil", com centenas de imagens sobre o país. Contudo, ele seria pouco lembrado entre os brasileiros durante o restante do século XIX, algo que começaria a mudar no século seguinte. O presente artigo visa discutir aspectos considerados significativos de sua redescoberta no Brasil na primeira metade do século XX, que fariam de Debret um dos mais conhecidos artistas viajantes do século XIX no país
Raymond Williams, cultura e extensão universitária
Este artigo faz um recorte dentro da extensa obra de Raymond Williams para abordar suas experiências intelectuais ligadas à cultura e à extensão universitária. Trata-se de discutir textos do autor pouco conhecidos pelo público brasileiro, majoritariamente produzidos entre 1946 e 1961, dentro de um projeto de extensão entre a Universidade de Oxford e a Workers’ Educational Association (WEA). Para tais experiências de ensino, Williams se valia da literatura e do cinema, numa clivagem sociológica que pode ser percebida em diversas obras do autor, como Cultura e Sociedade, datada de 1958, realizada concomitantemente a essa experiência. Trata-se, assim, de explorar um aspecto particular e pouco discutido de Williams, que é relação entre cultura, universidade e os trabalhos de extensão, tentando pensar as possíveis contribuições do autor para esse debate, ontem e hoje2
Raymond Williams : leituras interdisciplinares
A obra de Raymond Williams é um verdadeiro repertório crítico, criativo, dialético, interdisciplinar e impulsionador para o debate intelectual sobre nossas crises de compreensão e nossa luta política contra as formas antidemocráticas que ameaçam o presente e o futuro. Um futuro em que não podemos garantir se haverá “vitória” ou “derrota”, embora persista em nosso presente a convicção de que a sobrevivência é necessária, de que o pensamento criativo e crítico deve permanecer e ser constantemente disseminado no interior da universidade e propagado para além dela, à comunidade. Afinal, é premente lembrar e insistir: “a cultura é algo comum”2
Albiglutide and cardiovascular outcomes in patients with type 2 diabetes and cardiovascular disease (Harmony Outcomes): a double-blind, randomised placebo-controlled trial
Background:
Glucagon-like peptide 1 receptor agonists differ in chemical structure, duration of action, and in their effects on clinical outcomes. The cardiovascular effects of once-weekly albiglutide in type 2 diabetes are unknown. We aimed to determine the safety and efficacy of albiglutide in preventing cardiovascular death, myocardial infarction, or stroke.
Methods:
We did a double-blind, randomised, placebo-controlled trial in 610 sites across 28 countries. We randomly assigned patients aged 40 years and older with type 2 diabetes and cardiovascular disease (at a 1:1 ratio) to groups that either received a subcutaneous injection of albiglutide (30–50 mg, based on glycaemic response and tolerability) or of a matched volume of placebo once a week, in addition to their standard care. Investigators used an interactive voice or web response system to obtain treatment assignment, and patients and all study investigators were masked to their treatment allocation. We hypothesised that albiglutide would be non-inferior to placebo for the primary outcome of the first occurrence of cardiovascular death, myocardial infarction, or stroke, which was assessed in the intention-to-treat population. If non-inferiority was confirmed by an upper limit of the 95% CI for a hazard ratio of less than 1·30, closed testing for superiority was prespecified. This study is registered with ClinicalTrials.gov, number NCT02465515.
Findings:
Patients were screened between July 1, 2015, and Nov 24, 2016. 10 793 patients were screened and 9463 participants were enrolled and randomly assigned to groups: 4731 patients were assigned to receive albiglutide and 4732 patients to receive placebo. On Nov 8, 2017, it was determined that 611 primary endpoints and a median follow-up of at least 1·5 years had accrued, and participants returned for a final visit and discontinuation from study treatment; the last patient visit was on March 12, 2018. These 9463 patients, the intention-to-treat population, were evaluated for a median duration of 1·6 years and were assessed for the primary outcome. The primary composite outcome occurred in 338 (7%) of 4731 patients at an incidence rate of 4·6 events per 100 person-years in the albiglutide group and in 428 (9%) of 4732 patients at an incidence rate of 5·9 events per 100 person-years in the placebo group (hazard ratio 0·78, 95% CI 0·68–0·90), which indicated that albiglutide was superior to placebo (p<0·0001 for non-inferiority; p=0·0006 for superiority). The incidence of acute pancreatitis (ten patients in the albiglutide group and seven patients in the placebo group), pancreatic cancer (six patients in the albiglutide group and five patients in the placebo group), medullary thyroid carcinoma (zero patients in both groups), and other serious adverse events did not differ between the two groups. There were three (<1%) deaths in the placebo group that were assessed by investigators, who were masked to study drug assignment, to be treatment-related and two (<1%) deaths in the albiglutide group.
Interpretation:
In patients with type 2 diabetes and cardiovascular disease, albiglutide was superior to placebo with respect to major adverse cardiovascular events. Evidence-based glucagon-like peptide 1 receptor agonists should therefore be considered as part of a comprehensive strategy to reduce the risk of cardiovascular events in patients with type 2 diabetes.
Funding:
GlaxoSmithKline
A PINTURA DA VIDA PROSAICA: POBREZA E ESCRAVIDÃO NAS AQUARELAS DE DEBRET
O presente artigo analisa duas aquarelas do artista Jean Baptiste Debret (1768-1848) realizadas no Brasil entre os anos de 1816 e 1831, chamadas Família pobre em sua casa e Negra com tatuagens vendendo cajus. A primeira delas figura um dia comum na vida de uma família pobre que sobrevive graças ao trabalho de uma escrava, e a segunda tem uma mulher negra como protagonista, uma vendedora de cajus. Ambos os trabalhos denunciam o peso do trabalho escravo na base da economia e da vida cotidiana do Brasil do século XIX, através de imagens que contrariam as noções de progresso e regeneração que permeiam os textos do próprio artista no livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil
Debret e a Missão Artística Francesa de 1816: aspectos da constituição da arte acadêmica no Brasil
O presente artigo visa discutir a trajetória de Jean Baptiste Debret (1768-1848), partindo dos seus últimos momentos como pintor de cenas heróicas de Napoleão Bonaparte (1769-1821), em 1815, até sua vinda para o Brasil em 1816, onde permaneceu até 1831. Debret veio ao Brasil como pintor de história da chamada Missão Artística Francesa, acontecimento polêmico que resultou na fundação da Academia Imperial de Belas-Artes do Rio de Janeiro, em 1826. Debret foi um dos principais artistas desse grupo, e lutou desde o início com a hostilidade de artistas portugueses, como Henrique José da Silva, pela instituição de um ensi-no artístico aos moldes franceses. Após 15 anos de estadia no pais, Debret regres-sou à França e lançou seu livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, obra que garantiu sua posteridade, tanto entre os franceses como entre os brasileiros
Debret e a Missão Artística Francesa de 1816: aspectos da constituição da arte acadêmica no Brasil
O presente artigo visa discutir a trajetória de Jean Baptiste Debret (1768-1848), partindo dos seus últimos momentos como pintor de cenas heróicas de Napoleão Bonaparte (1769-1821), em 1815, até sua vinda para o Brasil em 1816, onde permaneceu até 1831. Debret veio ao Brasil como pintor de história da chamada Missão Artística Francesa, acontecimento polêmico que resultou na fundação da Academia Imperial de Belas-Artes do Rio de Janeiro, em 1826. Debret foi um dos principais artistas desse grupo, e lutou desde o início com a hostilidade de artistas portugueses, como Henrique José da Silva, pela instituição de um ensi-no artístico aos moldes franceses. Após 15 anos de estadia no pais, Debret regres-sou à França e lançou seu livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, obra que garantiu sua posteridade, tanto entre os franceses como entre os brasileiros
A VIRTUDE NEOCLÁSSICA E A MORAL DURKHEIMIANA: UMA LEITURA DO QUADRO O JURAMENTO DOS HORÁCIOS, DE JACQUES-LOUIS DAVID (1748-1825)
O presente artigo analisa a pintura O juramento dos Horácios, de Jacques-Louis David (1748-1825), levando em consideração os apontamentos de Émile Durkheim (1858-1917) sobre o suicídio altruísta. O quadro de David, inspirado em uma peça clássica de Pierre Corneille (1606-1684), revelava valores da Roma Antiga, como a virtude e o civismo, e o bem coletivo acima dos interesses individuais. A partir de sua análise foi possível perceber elementos figurados que convergem com o tipo social de suicídio explicado por Durkheim como altruísta, envolvendo também as noções de moral coletiva e solidariedade, temas tipicamente durkheimianos. Concluiu-se, primeiramente, que existem muitos pontos comuns entre a pintura de David e a obra de Durkheim, especialmente em relação ao teor moral presente em ambos, e por último, que a obra O suicídio, como gostaria seu autor, tem um alcance que ultrapassa seu objeto empírico, permitindo, inclusive, entender melhor uma obra de arte