189 research outputs found
Dinâmicas da Vida Social Organizada de Homens Gays em Aplicativos de Relacionamento
The forms technology has assumed in contemporaneity are as varied as they are ubiquitous. They have transformed the ways of living in society in a context of increasing mediation of social relations by technology, which seems to complement face-to-face interactions by establishing new social existence modalities. This article aims to discuss the dynamics of social life organized on dating apps around four basic axes: virtuality, sociability, stereotyping, and violence. The study is based on an inductively inspired survey of users of the Grindr app in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. The data suggest that virtuality implies superficiality and a disposable attitude to relationships, which lead to a form of ephemeral sociability in which stereotyping is ostensibly employed to accelerate the dynamic by attributing preconceptions to other users. Indeed, these aspects are materialized as varied and systematic violence practices, which are frequent in the context of the investigated application. The main conclusions reveal that organized social life humanizes organizational analysis and advances the concept of organization by humanizing the process and including the ways of organizing practiced by social groups. This includes situating the researcher in a process that implicates them and politicizes knowledge production. As formas que a tecnologia tem assumido na contemporaneidade são tão variadas quanto onipresentes, tendo alterado as formas de vida em sociedade – contexto de crescente mediação das relações sociais pela tecnologia, que parece complementar as interações face a face ao estabelecer novas modalidades de existência social. Neste artigo, o objetivo é problematizar as dinâmicas da vida social organizada em aplicativos de relacionamento em torno de quatro eixos básicos: virtualidade, sociabilidade, estereotipagem e violência. O estudo se baseia em uma pesquisa de inspiração indutiva com usuários do Grindr na cidade de Belo Horizonte, Brasil. Os dados sugerem que a virtualidade implica superficialidade e descartabilidade das relações, levando a uma sociabilidade efêmera na qual a estereotipagem é empregada ostensivamente para acelerar a dinâmica ao atribuir preconceitos aos demais usuários. Tais aspectos se concretizam em práticas variadas e sistemáticas de violência, algo comum no contexto do aplicativo estudado. As principais conclusões apontam que a vida social organizada humaniza a análise organizacional, avançando em relação ao conceito de organização ao humanizar o processo e incluir as formas de organizar praticadas pelos grupos sociais, o que inclui situar o pesquisador em um processo no qual ele próprio é implicado, politizando a produção do conhecimento.
Um Olho no Peixe, outro no Gato ou o Ordinário Professor Carrieri e os Estudos Organizacionais Brasileiros
Neste breve texto, me proponho a fazer uma introdução à seção de homenagem ao Professor Alexandre de Pádua Carrieri, trazendo aspectos pessoais e profissionais para compor a minha narrativa e justificar minha admiração e respeito por ele
O Poeta e a Cidade: Um Estudo Semissimbólico sobre Artefatos Culturais
Neste artigo, o objetivo é analisar, por meio de procedimentos semissimbólicos, artefatos culturais no contexto urbano, em particular, os referentes a Carlos Drummond de Andrade na cidade de Itabira, em Minas Gerais, algo necessário tendo em vista que ainda são poucos os trabalhos com base em dados visuais nos estudos organizacionais. Para tanto, a partir de fotografias, a análise aqui empregada revelou ser a figura do poeta itabirano, algo simultaneamente próximo e distante. A proximidade vem da sua presença em vários pontos da cidade. A distância deve-se ao fato de sua poesia, em grande parte, ser desconhecida da população local. As principais implicações do estudo referem-se aos efeitos da indústria cultural, valendo-se da cultura para manter as disparidades sociais. No caso em foco, isso significa, por um lado, a tentativa sistemática de um pequeno grupo de invocar e impor, por meio de monumentos, uma figura como mote da cultura local; por outro, que essa figura seja rejeitada pelos nativos, os quais não reconhecem, na sua obra, a cultura de que necessitam
Alienation, segregation and resocialization: meanings of prison labor
AbstractIn this paper we deal with senses which subjects in prison attribute to work realized in prison, trying to identify relations between these senses and the principles which try to legitimate work activities that reintegrate subject to society. To reach this objective, we’ve made case study based on semi structured interviews in a female unity of a center of social reintegration. Collected data was threaten through discourse analysis. Main conclusions are related to reinforce of problematizations about role of work in prison: if it is productor of accepted sociabilities, or if it is reproductor of social inequalities, as, in last level, criminality itself
CONTRADIÇÕES ENTRE ESSÊNCIA E APARÊNCIA NOS PROCESSOS DE EMPODERAMENTO DE GAYS EM ORGANIZAÇÕES DE TRABALHO
In this paper, we discuss empowerment processes of social minorities, focusing male gays at private organizational spaces. Those spaces are marked by the heteronormativity discourse, that associates to hegemonic masculinity the ideals of competence, strength and determination, being men owner of power and recognition. As male gays are “different” by their sexual orientation, which can be hidden in formal relations, they subjectively engage themselves to organizational belonging, overriding subjective and identity elements. We can notice, consequently, that empowerment of minorities can be seen as submission on contraire, characterizing, dialectally, the diversity ideology: by assuming social subjects are equal, they confirm intolerance trough the denial of constitutive differences between subjects over the discourse of inclusion and empowerment, having in mind the anxiety caused by change or innovation that the differences bring to a context of “equals”.En este artículo se problematizan los procesos de empoderamiento de minorías sociales, con foco en homosexuales masculinos (gays) en espacios organizacionales privados. Tales espacios están marcados por el discurso de la heteronormatividad, atreviendo a la masculinidad hegemónica los ideales de competencia, fuerza y determinación, por lo tanto, el poder y el reconocimiento. Como los gays son "diferentes" por su orientación sexual, que puede ser omitida en las relaciones formales, se movilizan subjetivamente hacia la pertenencia organizacional, anulando elementos identitarios y subjetivos. Se percibe, así, que su empoderamiento se traduce como sumisión al contrario, caracterizando, dialécticamente, la ideología de la diversidad: al señalarse que los sujetos sociales son iguales, se ratifica la intolerancia por la negación de las diferencias constitutivas entre sujetos en el discurso de la intervención la inclusión y el empoderamiento, teniendo en vista la angustia ocasionada por el cambio o la novedad que las diferencias traen a un contexto de "semejantes".Neste artigo se problematizam os processos de empoderamento de minorias sociais, com foco em homossexuais masculinos (gays) em espaços organizacionais privados. Tais espaços são marcados pelo discurso da heteronormatividade, atrelando à masculinidade hegemônica os ideais de competência, força e determinação, a quem caberiam, portanto, o poder e o reconhecimento. Como os gays são “diferentes” pela sua orientação sexual, que pode ser omitida nas relações formais, eles se mobilizam subjetivamente para o pertencimento organizacional, anulando elementos identitários e subjetivos. Percebe-se, assim, que seu empoderamento se traduz como submissão às avessas, caracterizando, dialeticamente, a ideologia da diversidade: ao se marcar que os sujeitos sociais são iguais, ratifica-se a intolerância pela negação das diferenças constitutivas entre sujeitos no discurso da inclusão e do empoderamento, tendo em vista a angústia ocasionada pela mudança ou novidade que as diferenças trazem a um contexto de “semelhantes”.DOI: 10.21714/2178-8030gep.v19.466
Dialogues between strategy and theory of social space: a proposal
A concepção racionalista é insuficiente para dar conta da dinâmica estratégica, já que os gestores das empresas nem sempre baseiam suas decisões na racionalidade. Neste ensaio, pretende-se situar a discussão. sobre estratégia organizacional no campo social, assumindo-se que a estratégia é fruto da construção social da realidade porque a organização se ajusta (não se antecipa), de um lado, a fatores macro e micro ambientais, e, de outro, aos anseios dos seus dirigentes. Rompe-se a partir da teoria do espaço social de Pierre Bourdieu a visão de que o real é dado, ao se assumir que a construção estratégica é uma espécie de caleidoscópio, em que o indivíduo tem um papel ativo na compreensão da realidade, nela interferindo diretamente. Conclui-se que a forma como cada gestor analisa o ambiente depende do lugar que ocupa no espaço social, o que vai determinar que fatores considerar, avaliar e hierarquizar em uma análise ambiental e como define e implanta a estratégia. Pretende-se com esta proposta contribuir para o entendimento da estratégia como sendo socialmente construída a partir da junção de variáveis racionais e também simbólicas e culturais, ampliando a visão que se tem do processo estratégico e de seus desdobramentos na organização.Strategic rational approach is not enough to reach strategic dynamics, once managers not always decide based on rationality. In this essay, we try to situate the discussion about organizational strategy on social fi eld. We suppose that strategy is result of social construction of reality because organization adjusts (not anticipates), to macro and micro environmental aspects, and also to managers’ goals. From Pierre Bourdieu’s social space theory, we disagree with the vision that real is given. We believe that strategic construction is a kind of kaleidoscope, based on active role of individuals to comprehend and interfering into reality. We conclude that different ways of analyzing environment depends of place occupied by managers in social space, what determines what aspects to consider, evaluate and organize in an environmental analysis, and how they defi ne and implement strategy. With this proposal, we intent to contribute no understanding of strategy as a social construction starting from association of rational and symbolic and cultural elements, enlarging vision about strategic process and its effects on organization
Masculinidades, Trabalho e Reprodução de Preconceitos: Um Estudo com Trabalhadores Gays, Lésbicas e Bissexuais
O objetivo deste artigo é analisar a masculinidade para trabalhadores não heterossexuais e como ela afeta a dinâmica social e organizacional, o que foi feito mediante um estudo qualitativo baseado em histórias orais com gays, lésbicas e bissexuais de Juiz de Fora, Minas Gerais. Os dados foram tratados pela análise de conteúdo e os resultados sugerem uma hierarquia de masculinidades cujo mais alto nível está associado à masculinidade hegemônica, heterossexual e viril. Outras masculinidades não hegemônicas podem até ser socialmente toleradas, conforme, principalmente, seu nível de discrição. Os que expõem masculinidades não hegemônicas se sujeitam a violências legitimadas pela sociedade porque ela, assim, mantém a ordem, esvaziando a identidade homossexual ao culpá-los por serem diferentes. Esse quadro sugere enxergar além dos processos formais, para que se lide com aspectos não objetivos e que afetam as pessoas, suas práticas, e seu desempenho nas organizações
Ressignificação, consumos e silêncios da cozinha doméstica
A avalanche de comerciais e programas televisivos promovendo uma cozinha esteticamente superior e repleta de produtos que facilitam o processo de cozinhar tem ajudado a ressignificar a cozinha tradicional. Neste artigo o objetivo é analisar a ressignificação material e simbólica pela qual a cozinha doméstica vem passando. Para isso foi feito um estudo baseado em método indutivo de abordagem qualitativa que usou entrevistas semiestruturadas com patrões e patroas, donas de casa e empregadas domésticas. Os dados coletados foram tratados por meio da análise do discurso, adequada à exploração de enunciados discursivos oriundos de distintos grupos sociais. Os principais resultados sugerem que, para além do consumo, a cozinha, para as mulheres, permanece como um espaço compulsório de trabalho, ao passo que, para os homens, trata-se de um espaço no qual promovem “espetáculos gastronômicos”. As principais contribuições que problematizam os atributos dessa nova cozinha investem em um falso antagonismo entre tradição, simplicidade e feminino, e inovação, sofisticação e masculino, em um espaço que atrai os homens ao distanciá-los da rotina e da obrigatoriedade de cozinhar, mantendo, para eles – e apenas para eles – a herança patriarcal de poder escolher se, como, quando, onde e para quem cozinhar
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL, GESTÃO DE PESSOAS E UNIVERSIDADE CORPORATIVA: O CASO UNIVERSIDADE VALER DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE
Este estudo discute o papel das universidades corporativas como diferencial competitivo das organizações que
adotam este modelo, considerando o caráter estratégico da Gestão de Pessoas na atualidade. O suporte teórico engloba
conceitos de Estratégia Organizacional, Universidade Corporativa, Gestão por Competências, Gestão do Conhecimento e Aprendizagem Organizacional. Metodologicamente, esta pesquisa foi conduzida por meio de uma estratégia qualitativa, na qual foram entrevistados com um roteiro semi-estruturado diversos profissionais envolvidos com o processo de concepção e de implementação da Universidade Corporativa Valer, da Companhia Vale do Rio Doce. Os resultados apontam a adequação do modelo à estratégia da organização, a gradativa sedimentação de vantagens competitivas, a existência da gestão do conhecimento, da gestão por competências e da aprendizagem organizacional nas práticas e princípios da organização, bem como a assunção de uma visão estratégica na Gestão de Pessoas.
Conclui-se que a universidade corporativa, , embora amplie e alinhe estrategicamente a Gestão de Pessoas, não pode
ser considerada uma nova estratégia, tampouco uma nova forma de gerenciar profissionais em uma organização, pois
isso depende dos pressupostos organizacionais numa perspectiva sistêmica e estratégica
- …