51 research outputs found

    Covid-19, causas fundamentais, classe social e território

    Get PDF
    The theory of social conditions as fundamental causes of health, in conjunction with the notions of social class and territory, is used in reflections about the trajectory and distribution of the effects of the Covid-19 pandemic in the country. It starts with theoretical syntheses, approaches and evidences from the author’s works on health inequality in Brazil. It is understood that the ‘social environment’, of a relational and structured nature, affects the spread and distribution of the disease among the groups. Class differences in circumstances of work, location and housing are mentioned. Regarding social differences in the risk of fatal outcome of the disease, the previous distribution of adverse conditions and differences in the way health institutions process people are considered. As proposed by the theory, inequalities in resources, information, dispositions and capacity would be affecting the social distribution of the effects of the pandemic in Brazil.La teoría de las condiciones sociales como causas fundamentales de la salud, junto con las nociones de clase social y territorio, es utilizada en reflexiones sobre la trayectoria y distribución de los efectos de la pandemia de Covid-19 en el país. El punto de partida son síntesis teóricas, enfoques y evidencias de los trabajos del autor sobre la desigualdad en salud en Brasil. Se entiende que el “entorno social”, de naturaleza relacional y estructurada, afecta la propagación y distribución de la enfermedad entre los grupos. Se mencionan las diferencias de clase en circunstancias de trabajo, ubicación y vivienda. Con respecto a las diferencias sociales en el riesgo de desenlace fatal de la enfermedad, se considera la distribución previa de condiciones adversas y las diferencias en la forma en que las instituciones de salud procesan a las personas. Según lo propuesto por la teoría, las desigualdades en recursos, información, disposiciones y capacidad estarían afectando la distribución social de los efectos de la pandemia en Brasil.A teoria que considera as condições sociais como causas fundamentais da saúde, em articulação com as noções de classe social e território, é usada em reflexões acerca da trajetória e da distribuição dos efeitos da pandemia da Covid-19 no país. Parte-se de sínteses teóricas, abordagens e evidências de trabalhos do autor sobre desigualdade de saúde no Brasil. Entende-se que o ‘meio social’, de natureza relacional e estruturada, afeta a propagação e a distribuição da doença entre os grupos. As diferenças de classe em circunstâncias de trabalho, localização e moradia são referidas. No tocante às diferenças sociais no risco de desenlace fatal da doença, são consideradas a distribuição prévia de condições adversas e as diferenças no modo como as instituições de saúde processam as pessoas. Como proposto pela teoria, as desigualdades de recursos, informações, disposições e capacidade estariam afetando a distribuição social dos efeitos da pandemia no Brasil

    Interações entre origem de classe, raça e gênero no acesso ao topo social no Brasil

    Get PDF
    A desigualdade de acesso ao topo privilegiado da estrutura social no Brasil é analisada à luz das complexas interações entre origem de classe, raça e gênero. Questões de pesquisa tratam da associação total e direta entre origem e destino, a associação direta por nível educacional e os retornos econômicos da educação adotando uma abordagem de coorte para analisar as mudanças temporais. Os efeitos são estimados em probabilidades preditas usando modelos logísticos com os dados de mobilidade social da PNAD 2014. A origem de classe hierarquiza as oportunidades nos diferentes resultados, que são por sua vez modulados pelas interações entre origem, raça e gênero.The inequality of access to the privileged top of the social structure in Brazil is analyzed in light of the complex interactions between class origin, race and gender. Research questions address the full and direct association between origin and destination, the direct association by educational level, and the economic returns to education by taking a cohort approach when analyzing temporal changes. Effects are estimated in predicted probabilities using logistic models with social mobility data from PNAD 2014. Class origin ranks opportunities in different outcomes which are in turn modulated by interactions between origin, race and gender

    Mudanças de renda no Brasil: fatores espaciais, setoriais, educacionais e de status social

    Get PDF
    The article analyzes the influences of spatial, sector, educational and status variables on earnings changes in Brazil between 1992 and 2011. These factors are considered in its specificity and in its relations to social class. The study combines the use of measures of gross differences and adjusted differences by quantile regression. Models are estimated both in terms of absolute effects (in Brazilian Real) and in relative effects (percentages). The paper covers particularly the changes in median earnings, but also looks for changes in the upper and lower levels of the earnings distribution. The relative losses of earnings of the metropolitan areas have shown strongly intrinsic to the spatial dimension. The fall in gross (not adjusted) earnings discrepancies for the race and gender categories have involved very different combinations between direct and indirect effects. Reductions in the spatial, sector and educational inequalities have contributed to the decrease of the heterogeneity within the social classes. All scenarios designed by the use of statistical controls have revealed that diminished the earnings advantage of having more schooling. Earnings shifts were lower just between the social positions that have been less affected by changes in the dispersion or distribution of education and its direct and indirect effects on earnings.São analisadas as influências das variáveis espaciais, setoriais, educacionais e de status social nas mudanças de renda no Brasil entre 1992 e 2011. Estes fatores são considerados tanto de modo específico quanto em suas relações com classe social. O estudo combina o uso de medidas de diferenças observadas e de diferenças ajustadas por regressão quantílica. Nos modelos estimam-se tanto efeitos absolutos (em reais) quanto relativos (percentuais). O trabalho aborda particularmente as alterações na renda mediana das categorias, mas observa também para as mudanças nos níveis superiores e inferiores da distribuição. A perda relativa de renda do Brasil metropolitano mostrou-se fortemente intrínseca à dimensão socioespacial. A queda nas discrepâncias brutas (não ajustadas) de renda, de raça e de gênero envolveram combinações bem diferentes entre efeitos diretos e indiretos. Reduções nas desigualdades espaciais, setoriais e educacionais contribuíram para a diminuição da heterogeneidade dentro das classes sociais. Todos os cenários desenhados pelo jogo de controles estatísticos mostram que diminuiu sensivelmente a vantagem de renda dos que apresentam mais escolaridade. As mudanças de renda foram menores justamente entre as posições sociais que foram menos afetadas por alterações na distribuição ou dispersão da educação e os seus efeitos diretos e indiretos na renda

    Desigualdade racial na transmissão intergeracional da herança de classe social

    Get PDF
    The study addresses racial discrepancies manifested in intergenerational transmission of advantages and disadvantages of social class origin. It focuses on racial inequality conditional on class origin. Class origin was measured using a neo-Marxist class typology. Social destination was conceived as life chances and measured by children’s income. Predicted averages and proportional differences were estimated through a Generalized Linear Model and social mobility data retrieved from PNAD 2014. Racial inequality in transmission of class inheritance is striking in Brazil at the aggregate level of  cohorts. Generally, racial discrepancies in both total effect and direct effect of class origin have remained in most circumstances. In class origins of greater demographic weight, in the cohorts aggregate, an empirical association between higher education and less racial discrepancy in the transmission of class inheritance is not certain. However, in the most recent cohort, particularly in the privileged and destitute origins, racial distance is uncertain, which may reflect processes of selectivity rather than equalization.O estudo aborda as discrepâncias raciais que se manifestam na transmissão intergeracional de vantagens e desvantagem de origem de classe social. O foco é a desigualdade racial condicional à origem de classe. A origem de classe foi mensurada por uma tipologia de classes neomarxista. O destino social foi concebido como chances de vida e mensurado pela renda dos filhos. Foram estimadas médias preditas e diferenças proporcionais na renda com base em um Modelo Linear Generalizado e nos dados de mobilidade social da PNAD de 2014. A desigualdade racial na transmissão da herança de classe é marcante no Brasil ao nível agregado das coortes. Regra geral, as discrepâncias raciais no efeito total e no efeito direto da origem de classe se mantiveram na maioria das circunstâncias. Nas origens de classe de maior peso demográfico, no agregado das coortes, não é certo que exista uma associação empírica entre educação superior e menor discrepância racial na transmissão da herança de classe. Entretanto, na coorte mais recente, particularmente nas origens privilegiada e destituída, a distância racial fica incerta, o que pode refletir processos de seletividade e não de equalização

    Social class, territory and health inequality in Brazil

    Get PDF
    This study analyzes how social class and territory are combined to produce health patterns in the population. Particular and converging spatial variations of the focal relationship between social class and health in Brazil were considered. Predicted probabilities and both absolute and relative health inequality measures were used in the analyzes. The probabilities of not having good health were estimated for the capital city of each Brazilian state and in its hinterland. Spatial location and social class are combined to dramatically accentuate health discrepancies. In general, the relative discrepancies of social class are greater in more developed regions and in the capitals of all states. Better levels of health in less adverse territories favor groups with the resources and capabilities to increase health gains. Absolute inequality is greater in less developed areas. Territorial adversities are combined with the greater density of the most vulnerable categories, imposing a huge populational burden in health in less developed regions.O estudo analisa como classe social e território se combinam na produção de padrões de saúde na população. Considera em particular as variações e as convergências espaciais da relação focal entre classe social e saúde no Brasil. Nas análises foram usadas probabilidades preditas e medidas tanto absolutas quanto relativas de desigualdade de saúde. Foram estimadas as probabilidades de não ter boa saúde para a capital e o interior de cada um dos estados brasileiros. Localização espacial e classe social se combinam para acentuar dramaticamente as discrepâncias de saúde. Como regra geral, as discrepâncias relativas de classe social são maiores nas regiões mais desenvolvidas e nas capitais de todos os estados. Os melhores níveis de saúde em territórios menos adversos favorecem mais os grupos com recursos e capacidades de potencializar os ganhos de saúde. A desigualdade absoluta é maior nas áreas menos desenvolvidas. As adversidades territoriais se combinam a maior densidade das categorias mais vulneráveis, impondo um enorme fardo populacional de saúde nas regiões menos desenvolvidas

    Mudanças de renda no Brasil: fatores espaciais, setoriais, educacionais e de status social

    Get PDF
    The article analyzes the influences of spatial, sector, educational and status variables on earnings changes in Brazil between 1992 and 2011. These factors are considered in its specificity and in its relations to social class. The study combines the use of measures of gross differences and adjusted differences by quantile regression. Models are estimated both in terms of absolute effects (in Brazilian Real) and in relative effects (percentages). The paper covers particularly the changes in median earnings, but also looks for changes in the upper and lower levels of the earnings distribution. The relative losses of earnings of the metropolitan areas have shown strongly intrinsic to the spatial dimension. The fall in gross (not adjusted) earnings discrepancies for the race and gender categories have involved very different combinations between direct and indirect effects. Reductions in the spatial, sector and educational inequalities have contributed to the decrease of the heterogeneity within the social classes. All scenarios designed by the use of statistical controls have revealed that diminished the earnings advantage of having more schooling. Earnings shifts were lower just between the social positions that have been less affected by changes in the dispersion or distribution of education and its direct and indirect effects on earnings.São analisadas as influências das variáveis espaciais, setoriais, educacionais e de status social nas mudanças de renda no Brasil entre 1992 e 2011. Estes fatores são considerados tanto de modo específico quanto em suas relações com classe social. O estudo combina o uso de medidas de diferenças observadas e de diferenças ajustadas por regressão quantílica. Nos modelos estimam-se tanto efeitos absolutos (em reais) quanto relativos (percentuais). O trabalho aborda particularmente as alterações na renda mediana das categorias, mas observa também para as mudanças nos níveis superiores e inferiores da distribuição. A perda relativa de renda do Brasil metropolitano mostrou-se fortemente intrínseca à dimensão socioespacial. A queda nas discrepâncias brutas (não ajustadas) de renda, de raça e de gênero envolveram combinações bem diferentes entre efeitos diretos e indiretos. Reduções nas desigualdades espaciais, setoriais e educacionais contribuíram para a diminuição da heterogeneidade dentro das classes sociais. Todos os cenários desenhados pelo jogo de controles estatísticos mostram que diminuiu sensivelmente a vantagem de renda dos que apresentam mais escolaridade. As mudanças de renda foram menores justamente entre as posições sociais que foram menos afetadas por alterações na distribuição ou dispersão da educação e os seus efeitos diretos e indiretos na renda

    Social class, territory and health inequality in Brazil

    Get PDF
    This study analyzes how social class and territory are combined to produce health patterns in the population. Particular and converging spatial variations of the focal relationship between social class and health in Brazil were considered. Predicted probabilities and both absolute and relative health inequality measures were used in the analyzes. The probabilities of not having good health were estimated for the capital city of each Brazilian state and in its hinterland. Spatial location and social class are combined to dramatically accentuate health discrepancies. In general, the relative discrepancies of social class are greater in more developed regions and in the capitals of all states. Better levels of health in less adverse territories favor groups with the resources and capabilities to increase health gains. Absolute inequality is greater in less developed areas. Territorial adversities are combined with the greater density of the most vulnerable categories, imposing a huge populational burden in health in less developed regions.O estudo analisa como classe social e território se combinam na produção de padrões de saúde na população. Considera em particular as variações e as convergências espaciais da relação focal entre classe social e saúde no Brasil. Nas análises foram usadas probabilidades preditas e medidas tanto absolutas quanto relativas de desigualdade de saúde. Foram estimadas as probabilidades de não ter boa saúde para a capital e o interior de cada um dos estados brasileiros. Localização espacial e classe social se combinam para acentuar dramaticamente as discrepâncias de saúde. Como regra geral, as discrepâncias relativas de classe social são maiores nas regiões mais desenvolvidas e nas capitais de todos os estados. Os melhores níveis de saúde em territórios menos adversos favorecem mais os grupos com recursos e capacidades de potencializar os ganhos de saúde. A desigualdade absoluta é maior nas áreas menos desenvolvidas. As adversidades territoriais se combinam a maior densidade das categorias mais vulneráveis, impondo um enorme fardo populacional de saúde nas regiões menos desenvolvidas

    Divisões de classe e pobreza relativa no Brasil

    Get PDF
    O artigo analisa a evolução, no período de duas décadas, da associação entre classe social e chances de ser pobre nos critérios de renda e de recursos no Brasil. Modelos de regressão logística foram usados para estimar as chances relativas (odds ratio), ajustadas, de estar em situação de pobreza relativa (limiar de 70% da mediana). Na base da estrutura social as desigualdades de oportunidades relativas de ser pobre no critério de renda pessoal disponível, em comparação ao topo privilegiado, mantiveram-se em níveis muito elevados ou ampliaram-se. As chances relativas de ser pobre de recursos ou bens acumulados no período pós 2002 se alteraram pouco ou tiveram certa deterioração para os que têm desvantagens de classe. Os progressos nos padrões de vida da população não se fizeram acompanhar de reduções marcantes na distribuição relativa de fatores protetivos que minimizam riscos e de vulnerabilidades que potencializam riscos de estar em situação de pobreza relativa no contraste entre o topo e a base da estrutura social

    Emprego, estratificação e desigualdade

    Get PDF
    The relationships between the social division of labor and social stratification are regarded as the key explanatory nexus of recent changes in income distribution in Brazil. The paper highlights the role of class divisions at the level of the job structure, to which are added status groups, segmentation factors and educational credentials. The determinants in question capture changes in the socially organized dimensions of the distribution of rewards. Reductions in the spatial, sectorial and educational inequalities are acknowledged. The inequalities in social status wane, showing contradictory signals. The class conditionings on income remain robust, but show differentiated and nuanced effects amidst the reductions in aggregate income inequality.As relações entre divisão social do trabalho e estratificação social são consideradas como nexos explicativos-chave das mudanças recentes na distribuição de renda no Brasil. Destaca-se o papel das divisões de classe ao nível da estrutura do emprego, ao qual se agregam grupos de status, fatores de segmentação e credenciais educacionais. Os determinantes em questão captam alterações em dimensões socialmente organizadas da distribuição das recompensas. Constatam-se reduções nas desigualdades espaciais, setoriais e educacionais. As desigualdades de status social caem mostrando sinais contraditórios. Os condicionamentos de classe da renda se mantêm robustos, mas apresentando efeitos diferenciados e nuançados em meio às reduções na desigualdade agregada de renda

    A produção da desigualdade no Brasil

    Get PDF
    -O presente artigo discorre sobre a relação existente entre divisão social e desigualdade em saúde no Brasil, priorizando a distribuição e o acesso desigual de renda e recursos entre os estratos sociais. Os dados utilizados para analisar o país foram extraídos da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio de 2003, do IBGE, cujo questionário suplementar investigou as características de saúde dos moradores dos domicílios brasileiros. Observa-se a hipótese de que o estado de saúde dos distintos grupos e indivíduos depende de fatores associados às condições socioeconômicas, que causam privilégios e restrições, vantagens e desvantagens de alguns grupos sobre outros, acentuando desta maneira o quadro de desigualdade já existente. Estudo mensura e compara três indicadores alternativos da posição socioeconômica — conceito sociológico de classe social, educação e renda — e constata a sua forte influência na geração de discrepâncias de chances de saúde entre as pessoas
    corecore