Ambivalence and Phantasm in the Portuguese Colonial Discursive Production on Indians (Mozambique)

Based on a number of Portuguese colonial discourses on the subject of Indian residents of Mozambique and a collection of discourses produced by the leaders of Indian communities upon their colonial “hosts”, we will attempt to show how the absence of a joint encompassing representation of colonial society on the part of many Portuguese whites made the basis of their power seem uncertain and vulnerable. This uncertainty – worsened by a structural doubt regarding the value of the Indian way of thinking and acting – stimulated a process of paranoidization. Especially in the final years of Salazar’s regime, this discursive denial of reciprocity competed with an alternative model of representation of colonial society, characterised by a repetitive use of micro-familial positions in the conceptualization of Imperial encounters. However, this model cannot be discounted as an autistic production of colonial power, mirrored by certain social groups, namely, the leaders of the main Indian communities. We will accordingly explore the hypothesis of a co-authorship, both in the gradual recognition of mutual relations between the Portuguese and Indians, and in the emergence of the family-based model of colonial relations itself.À partir d’un certain nombre de discours coloniaux portugais relatifs aux indiens habitant au Mozambique, et d’un recueil de discours par les chefs des communautés indiennes et concernant leurs « hôtes » coloniaux, l’article s’efforce de montrer comment l’absence d’une représentation globale commune de la société coloniale parmi de nombreux Portugais blancs a fait paraître incertaine et vulnérable la base de leur pouvoir. Cette incertitude –aggravée par un doute structurel concernant la valeur du mode de pensée et d’action indien – a favorisé un processus de paranoïa. En particulier au cours des dernières années du régime de Salazar, cette négation discursive de la réciprocité s’est trouvée en concurrence avec un autre modèle de représentation de la société coloniale, caractérisé par une utilisation répétée des positions microfamiliales dans la conceptualisation des rencontres impériales. Toutefois, ce modèle ne peut pas être rejeté comme une production autiste du pouvoir colonial, reflétée par certains groupes sociaux, et spécifiquement les chefs des principales communautés indiennes. L’article explore donc l’hypothèse d’une origine commune, à la fois dans la reconnaissance progressive des relations réciproques entre Portugais et Indiens et dans l’émergence du modèle même des relations coloniales fondé sur la famille.Tendo por base um certo número de discursos coloniais portugueses sobre o tema dos habitantes indianos de Moçambique e uma colectânea de discursos apresentados pelos líderes das comunidades indianas relativamente aos seus « anfitriões »coloniais, o artigo tenta mostrar como a ausência de uma representação global comum da sociedade colonial entre muitos portugueses brancos fez com que a base do seu poder parecesse incerta e vulnerável. Esta incerteza – agravada por uma dúvida estrutural relativa ao valor da maneira indiana de pensar e de agir – estimulou um processo de paranóia. Especialmente no final do regime salazarista, esta negação discursiva da reciprocidade esteve em concorrência com um modelo alternativo de representação da sociedade colonial, caracterizada pela utilização repetitiva de posições micro-familiares na conceptualização dos encontros imperiais. No entanto, este modelo não pode ser rejeitado como uma produção autista do poder colonial, reflectido por certos grupos sociais, nomeadamente os líderes das principais comunidades indianas. O artigo, por conseguinte, explora a hipótese de uma origem comum, ao mesmo tempo no reconhecimento gradual das relações mútuas entre os portugueses e os indianos, e na emergência de um modelo de relações coloniais ele próprio baseado na família

Ideal e degradação, heteronomia e familiarismo - duas investigações sobre a "gestão racional" das margens sociais

A investigação na área da antropologia urbana, que temos vindo a conduzir em conjunto, desde os finais dos anos 80, levou-nos à constmção da hipótese de que, a coberto de algumas ideologias tradicionais - o pragmatismo, os ideais de gestão racional da vida social, o familialismo, o cosmopolitismo, etc. - as instituições responsáveis por essa mesma «gestão racional» da vida urbana são governadas por estratégias inconscientes que bloqueiam qualquer reflexão institucional e/ou pesquisa de estratégias alternativas mais apropriadas à prossecução da globalidade dos objectivos insdtucionais manifestados e/ou pressupostos

«In Mozambique, we didn't have apartheid», Identity constructions on inter-ethnic relations during the «Third Portuguese Empire»

Based on a series of memories of Hindu Indians who lived in Mozambique in the last decades of the Portuguese colonial administration, regarding the relations they established with a triple «other» — the colonial State and the Portuguese, the indigenous population and other groups of Indians —, the present article is an attempt to contribute to an area that has received virtually no attention, that of the study of identity productions relating to inter-ethnic and inter-racial relations in Mozambique in the colonial period. The analysis of the imagined constructions of Hindu Indians reveals that present identity experiences interact with the colonial memory and that interpretations of the past are a strong source of imaginary material for the postcolonial construction of power dynamics.Partindo de um corpus de memórias produzidas por Hindus de origem indiana que viveram em Moçambique nas últimas décadas da administração colonial portuguesa, nomeadamente acerca das relações que estabeleciam com o Estado colonial e com os colonos portugueses em geral, com a população africana e com outros grupos de origem indiana, o artigo procura contribuir para uma área de pesquisa escassamente trabalhada, o estudo das produções identitárias sobre as relações inter-raciais e inter-étnicas em Moçambique durante o período colonial. A análise das construções imaginadas dos Hindus de origem indiana revela que as suas experiências identitárias actuais interagem com as memórias coloniais e que as suas reinterpretações do passado colonial continuam a constituir uma importante fonte de argumentos no manejo pós-colonial das dinâmicas de poder em que se encontram envolvidos

Arbitragem necessária

Dissertação apresentada à Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra para obtenção do grau de Mestre em Direito, Especialidade em Ciências Jurídico-Forense

Das inter-etnicidades em processos de inserção social diferenciadas às dinâmicas do sistema-mundo: uma abordagem estrutural-dinâmica

Em pesquisas anteriores, procurámos mostrar que (i) as representações identitárias possuem uma estrutura multidimensional, cujos níveis (pessoal, bio-cultural, sócio-histórico / político, ideal, «moral», etc.) estão inter-relacionados, e formam um sistema identitário pessoal, se bem que partilhado, em proporções variáveis, com os outros emissores identitários inseridos na mesma categoria sócio-histórica; (ii) sistema identitário esse detentor de potencialidades estratégicas (Kastersztein, 1990) - ideológicas, simbólicas e fantasmáticas -, derivadas da articulação inconsciente entre os diferentes níveis mobilizados. Tentámos evidenciar ainda, no nível mais abrangente das representações identitárias dos grupos sócio-históricos, (iii) como o grau de sobreposição e convergência das atribuições identitárias, tanto ao grupo.de identificação como aos grupos de comparação interactiva, é parcial, indiciando estratégias de maior ou menor distanciação / aproximação identitária inter-nacional ou inter-étnica; (iv) e como, no seu conjunto, as representações identitárias apresentam uma lógica e uma economia retórica, tendenciosa e performativa (pro domo sua), criando para os sujeitos, no interior dos seus grupos, e para os seus grupos identitários, na comparação com os outros, uma imagem de primo inter pares, na medida em que constroiem como «real» o «real identitariamente conveniente» e não aquele que «objectivamente » é «objectivado» (em termos de poder tecnológico, econômico ou militar)

Transition to the revised OHADA law on accounting and financial reporting: corporate perceptions of costs and benefits

This paper examines the ongoing transition to the revised Organisation for the Harmonisation of Business Law in Africa Act on Accounting and Financial Reporting for companies in general and to the International Financial Reporting Standards for listed and group companies with a particular focus on recent institutional developments and corporate concerns. The study used 80 professional accountants, most of whom were members of the Institute of Chartered Accountants of Cameroon and academics. Using the descriptive statistics, the study shows that the transition to the revised OHADA brings about a high level of comparability and transparency of the financial statements, that the International Financial Reporting Standards cannot be implemented in Cameroon (but not fully), and that the benefit of the transition exceeds the cost.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

Dinâmicas de (investig)ação em contextos de promoção da língua portuguesa: a presença do CIDTFF na rede Camões, I.P.

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Mitochondrial physiology

As the knowledge base and importance of mitochondrial physiology to evolution, health and disease expands, the necessity for harmonizing the terminology concerning mitochondrial respiratory states and rates has become increasingly apparent. The chemiosmotic theory establishes the mechanism of energy transformation and coupling in oxidative phosphorylation. The unifying concept of the protonmotive force provides the framework for developing a consistent theoretical foundation of mitochondrial physiology and bioenergetics. We follow the latest SI guidelines and those of the International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC) on terminology in physical chemistry, extended by considerations of open systems and thermodynamics of irreversible processes. The concept-driven constructive terminology incorporates the meaning of each quantity and aligns concepts and symbols with the nomenclature of classical bioenergetics. We endeavour to provide a balanced view of mitochondrial respiratory control and a critical discussion on reporting data of mitochondrial respiration in terms of metabolic flows and fluxes. Uniform standards for evaluation of respiratory states and rates will ultimately contribute to reproducibility between laboratories and thus support the development of data repositories of mitochondrial respiratory function in species, tissues, and cells. Clarity of concept and consistency of nomenclature facilitate effective transdisciplinary communication, education, and ultimately further discovery