14 research outputs found

    Trabalho, subsistĂŞncia e dinheiro

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    No presente artigo pretendo apresentar práticas contemporâneas de subsistência adotadas por populações mbya (guarani) no Sul e Sudeste do Brasil, a partir de uma abordagem que articula economia e política, bem como alguns aspectos do xamanismo e ritual. Busco demonstrar como um modelo de reciprocidade assimétrica persiste entre os Mbya em conexão complexa com práticas econômicas que têm no centro o dinheiro e o comércio feito nas cidades. Contra a imagem de “desintegração” de um modelo coletivo de economia a partir de um processo de “individualização” que aproximaria os Guarani contemporâneos da lógica capitalista (conforme proposto por Egon Schaden nos anos de 1940), sugiro que as práticas econômicas contemporâneas conservam os princípios de reciprocidade e ainda otimizam o sistema mbya em sua abertura multilocal.The article aims at presenting contemporary subsistence practices adopted by Mbya populations (Guarani) in southern and southeastern Brazil from an approach that articulates economy and politics, as well as some aspects of shamanism and ritual. It seeks to demonstrate how an asymmetric reciprocity model persists between the Mbya in connection with complex economic practices, whose main tenets are money and city trade. In contrast to the perception of “disintegration” peculiar to a collective economic model, and focusing on a process of “individualization” akin to a capitalist logic, as proposed by Egon Schaden in the 1940s, the author suggests that contemporary economic practices hold the principles of reciprocity and even optimize Mbya’s system in its openess to a multi-local perspective

    Trabalho, subsistĂŞncia e dinheiro

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    No presente artigo pretendo apresentar práticas contemporâneas de subsistência adotadas por populações mbya (guarani) no Sul e Sudeste do Brasil, a partir de uma abordagem que articula economia e política, bem como alguns aspectos do xamanismo e ritual. Busco demonstrar como um modelo de reciprocidade assimétrica persiste entre os Mbya em conexão complexa com práticas econômicas que têm no centro o dinheiro e o comércio feito nas cidades. Contra a imagem de “desintegração” de um modelo coletivo de economia a partir de um processo de “individualização” que aproximaria os Guarani contemporâneos da lógica capitalista (conforme proposto por Egon Schaden nos anos de 1940), sugiro que as práticas econômicas contemporâneas conservam os princípios de reciprocidade e ainda otimizam o sistema mbya em sua abertura multilocal.The article aims at presenting contemporary subsistence practices adopted by Mbya populations (Guarani) in southern and southeastern Brazil from an approach that articulates economy and politics, as well as some aspects of shamanism and ritual. It seeks to demonstrate how an asymmetric reciprocity model persists between the Mbya in connection with complex economic practices, whose main tenets are money and city trade. In contrast to the perception of “disintegration” peculiar to a collective economic model, and focusing on a process of “individualization” akin to a capitalist logic, as proposed by Egon Schaden in the 1940s, the author suggests that contemporary economic practices hold the principles of reciprocity and even optimize Mbya’s system in its openess to a multi-local perspective

    Fuga como estratégia: notas sobre sexualidade, parentesco e emoções entre pessoas mbya

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    In this article we focus on escape as a strategy often used by Mbya women and men to refit sexual-affective bonds. As the paper suggests, to escape from (-java) a relationship and to escape with a partner with whom one wishes to start a new relationship entails modes of sexual agency and exercise of personal autonomy articulated with the management of emotion and the multisite features of Mbya kinship. The article presents these connections for further academic developments and discusses the possibilities of kinship production considering the practice of escape.No presente texto, focalizo a fuga como estratégia utilizada com frequênciapor mulheres e homens mbya na atualização de vínculos sexuais-afetivos.Fugir (-java) de um relacionamento ou fugir com um parceiro ou parceira comquem se quer iniciar um relacionamento constituem, conforme sugere a análise,modos de agenciamento sexual e de exercício de autonomia pessoal articuladoscom o manejo das emoções e o aspecto multilocal do parentesco mbya. O artigoapresenta essas conexões para futuros desenvolvimentos e discute as possibilidadesde produção de parentesco considerando a prática da fuga

    Saber sobre pássaros, saber com pássaros: introdução a um estudo sobre formas de interação e modos de conhecimento na experiência de pessoas guarani

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    Este artigo focaliza relações entre humanos e aves no contexto de três aldeias guarani: Araponga e Parati-Mirim, no Rio de Janeiro; e, Nova Jacundá, no Pará. Ele é uma introdução às diversas formas de interação com aves aí presentes, e, de modo particular, inicia uma abordagem do engajamento das pessoas guarani com cantos (vocalizações) de pássaros e a produção de conhecimento a partir de sua escuta. O artigo sugere que, para além de saberes sobre pássaros resultantes da observação minuciosa das espécies nos ambientes que habitam, na relação com os cantos realiza-se um saber-com-pássaros que põe em conexão manifestações sonoras, ambiência e o curso da vida humana. Este modo de conhecer na escuta de pássaros atualiza-se propriamente como saber para a vida das pessoas guarani

    DIMENSIONS OF BEAUTIFUL: DAILY LIFE AND VOCAL ART OF MBYA-GUARANI

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    Based on Joanna Overing´s concept of “aesthetics of production” (1991), which is the framework for a set of researches whose central analysis of the social indian Amazon brings to the fore the notions of “conviviality and daily life” (OVERING & PASSES, 2000), this paper intends to discuss the dimensions of “beauty” in the Mbya (Guarani) experience. It aims, on one hand, at approaching the multiple aspects of “doing beautifully” vesus “doing well” (-japo porã), which guides human behavior, and, on the other hand, thinking about the making and experience of “good/beautiful” in the context of music and ritual dancing

    Work, livelihood and money: creative ways in contemporary mbya (guarani) economy

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    The article aims at presenting contemporary subsistence practices adopted by Mbya populations (Guarani) in southern and southeastern Brazil from an approach that articulates economy and politics, as well as some aspects of shamanism and ritual. It seeks to demonstrate how an asymmetric reciprocity model persists between the Mbya in connection with complex economic practices, whose main tenets are money and city trade. In contrast to the perception of “disintegration” peculiar to a collective economic model, and focusing on a process of “individualization” akin to a capitalist logic, as proposed by Egon Schaden in the 1940s, the author suggests that contemporary economic practices hold the principles of reciprocity and even optimize Mbya’s system in its openess to a multi-local perspective.No presente artigo pretendo apresentar práticas contemporâneas de subsistência adotadas por populações mbya (guarani) no Sul e Sudeste do Brasil, a partir de uma abordagem que articula economia e política, bem como alguns aspectos do xamanismo e ritual. Busco demonstrar como um modelo de reciprocidade assimétrica persiste entre os Mbya em conexão complexa com práticas econômicas que têm no centro o dinheiro e o comércio feito nas cidades. Contra a imagem de “desintegração” de um modelo coletivo de economia a partir de um processo de “individualização” que aproximaria os Guarani contemporâneos da lógica capitalista (conforme proposto por Egon Schaden nos anos de 1940), sugiro que as práticas econômicas contemporâneas conservam os princípios de reciprocidade e ainda otimizam o sistema mbya em sua abertura multilocal

    "Comunidade" e Totalidade: A Propósito de um Olhar Missionário sobre a Vida Social dos Sorowaha da Amazônia Ocidental

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    Este trabalho pretende analisar alguns aspectos da perspectiva missionária católica em sua atuação junto a grupos indígenas amazônicos, focalizando especialmente a construção de interpretações, por seus agentes, sobre a sociedade e cosmologia destes grupos. Seu principal objetivo é confrontar a noção de "comunidade" que orienta a prática missionária do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) com algumas questões presentes na etnologia amazônica relacionadas com o problema das totalidades ou das totalizações neste contexto etnográfico. Para isto, toma por base a descrição por um missionário do CIMI da sociedade Sorowaha (Amazônia Ocidental)

    DIMENSIONS OF BEAUTIFUL: DAILY LIFE AND VOCAL ART OF MBYA-GUARANI

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    Tomando como ponto de partida a noção de “estética da produção” proposta por Joanna Overing (1991), a qual está na origem de um conjunto de trabalhos que trazem para o centro da análise do social na Amazônia indígena a “convivialidade” e o cotidiano (OVERING E PASSES 2000), este artigo pretende discutir dimensões da “beleza” na experiência dos Mbya (Guarani). Visa, de um lado, uma abordagem dos diversos aspectos de um “fazer bonito”/“fazer bem” (-japo porã) que orienta o agir humano, e, de outro, uma reflexão sobre a produção e experimentação do “belo” no contexto de música e dança na reza.Based on Joanna Overing´s concept of “aesthetics of production” (1991), which is the framework for a set of researches whose central analysis of the social indian Amazon brings to the fore the notions of “conviviality and daily life” (OVERING & PASSES, 2000), this paper intends to discuss the dimensions of “beauty” in the Mbya (Guarani) experience. It aims, on one hand, at approaching the multiple aspects of “doing beautifully” vesus “doing well” (-japo porã), which guides human behavior, and, on the other hand, thinking about the making and experience of “good/beautiful” in the context of music and ritual dancing

    Camboinhas: debates em torno de um “lugar Indígena” e da “cultura”

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    Este trabalho tem como foco a instalação de uma família guarani mbya que deixou a Terra Indígena de Parati Mirim, nas proximidades de Parati, Rio de Janeiro, onde vivia com outras famílias mbya, instalando-se em Camboinhas, uma área de praia em Niterói. Acompanhamos negociações simbólicas em torno desse lugar, que passou a ser caracterizado como “indígena” e elaborações, neste processo, em torno da “cultura”, com interesse particular nas apropriações, pelos mbya em questão, de sua própria “cultura”
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