25 research outputs found

    Acesso a posições de poder pela elite estancieira gaúcha: trajetórias sociais e investimentos escolares

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    O artigo analisa os significados dos investimentos em relações sociais e em títulos escolares da elite estancieira - grande proprietária de terras - no Rio Grande do Sul, entre 1930 e 1980. Ao contrário das principais elites agrárias no país, os estancieiros possuem uma trajetória coletiva de ascensão tanto econômica como política no período em questão. Nesse contexto, tais investimentos foram uma estratégia de aumento do capital simbólico e não uma estratégia para fugir do descenso social e reconverter trajetórias por causa da crise econômica dos domínios fundiários de suas famílias. Nessa investigação se fez uso da observação direta para geração de dados etnográficos, entrevistas e pesquisa documental e genealógica.This article analyses the meanings of the investments in social relations and school titles of the large landowners, ranchers elite, in Rio Grande do Sul, between 1930 and 1980. Unlike the main agrarian elites in the country, the ranchers have a collective journey of both economic and political rise during the period in question. In this context, these investments constituted a strategy to increase the symbolic capital, and not a strategy to escape the social decline and reconvert trajectories due to the economic crisis of the landed domains of their families. In this investigation direct observation was used to generate ethnographic data, interviews and documentary and genealogical research

    Recomposições do espaço social em terras estancieiras: estilos de vida e cálculos econômicos

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    Este artigo analisa as alterações que ocorreram no espaço estancieiro do Rio Grande do Sul a partir da década de 1990, quando as políticas de abertura econômica ao mercado internacional derrubaram os preços dos gados pagos ao produtor. Desde então, os agentes dominantes veem suas posições ameaçadas, por um lado, devido ao relativo descenso econômico experimentado e, por outro lado, à ascensão de distintos agentes sociais. Abalam-se, então, a hierarquia, a honra e o reconhecimento social e reforçam-se as relações cujo sistema de troca se baseia na economia monetária. As alterações das posições no espaço social compreendem o descenso coletivo do patronato estancieiro e a ascensão dos colonos e trabalhadores nas estâncias, também chamados de gauchinhos. Mas, se as trajetórias exitosas socialmente como senhores de terra são colocadas em questão, também os são os cálculos de comportamento econômico desses grandes proprietários e das formas de pensar o espaço social. Nesta investigação, fez-se uso da observação direta para geração de dados etnográficos, de entrevistas e de pesquisa documental e genealógica.  http://dx.doi.org/10.5902/223667251564

    FAMÍLIAS DA ELITE RURAL ESTANCIEIRA DO RIO GRANDE DO SUL: MEIOS DE INTERAÇÃO SOCIAL E CULTURAL E ESTRATÉGIAS MATRIMONIAIS E SUCESSORAIS DE REPRODUÇÃO SOCIAL

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    Este artigo analisa os principais meios de interação social e cultural e as estratégias matrimoniais e sucessorais de reprodução social da elite grande proprietária de terra criadora de gado extensivo no Rio Grande do Sul. Os meios de interação social e cultural, como clubes, associações culturais e esportivas são fundamentais para a reprodução de um habitus de elite e a constituição de estratégias matrimoniais marcadamente endogâmicas ao próprio grupo. A análise das estratégias sucessorais indica que o tamanho do patrimônio em terras herdado é diretamente dependente da taxa de fecundidade das famílias, assim como o patrimônio formado por ocasião do matrimônio é dependente da realização de um bom casamento. O foco da análise são duas gerações que nasceram no século XX, a primeira entre os anos de 1900 e 1930 e asegunda entre 1920 a 1960, em que seis linhagens de grandes proprietários são analisadas, perfazendo 99 matrimônios.Palavras-chave: Patronato rural. Elites. Estancieiros. Estratégiasmatrimoniais. Estratégias sucessorais. Reprodução social.FAMILIES FROM THE RURAL PATRONAGE ELITE IN RIO GRANDE DO SUL: MEANS OF SOCIAL AND CULTURAL INTERACTION, AND MARITAL AND SUCCESSION STRATEGIES OF SOCIAL REPRODUCTIONAbstractThis article analyzes the main means of social and cultural interaction and the marital and succession strategies of social reproduction of the elite which largely owns extensive-cattle-breeding land in Rio Grandedo Sul. The social and cultural means of interaction, such as clubs or cultural and sportive associations are fundamental for the reproduction of an elite habitus and the constitution of marital strategies markedlyendogamous to the group itself. The analysis of succession strategies indicates that the size of inherited land assets is directlydependent on the fertility rate of the families, as well as that the wealth formed on the occasion of the marriage is dependent on the accomplishment of a good marriage. The focus of the analysis are two generations that were born in the twentieth century, the first between the years of 1900 and 1930, and the second between 1920 to 1960, in which six lines of large proprietors are analyzed, making 99 marriages in total.Keywords: Rural patronage. Elites. Farmers. Marital strategies. Succession strategies. Social reproduction

    RELAÇÕES DE PODER E LIMITES DOS SERVIÇOS DE ATES EM ASSENTAMENTOS RURAIS

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    Analisa-se neste artigo o serviço de Assessoria Técnica, Social e Ambiental(ATES) realizado em assentamentos rurais. O campo de análise é oassentamento Ceres, localizado no município de Jóia, estado do RioGrande do Sul. Investigam-se as possibilidades de ação, influência e detrabalho dos técnicos de ATES a partir da consideração de um campo depoderes assimétricos formado por um conjunto de agenciamentos queinstituem o assentamento enquanto espaço social. Dentre os principaisagentes e instituições desse espaço social, encontram-se: os agricultoresassentados,as direções do MST, direções de cooperativas, direções doassentamento, agricultores vizinhos ao assentamento, redes de relaçõesdiversas, como grupos de cooperação e produção, redes mercantisregionais, e a assessoria técnica, que está submetida a uma dadainstitucionalidade do Programa de ATES. Esses agentes e instituiçõesestruturam um conjunto de autonomias relativas aos participantes doespaço social, o que enquadra as possibilidades de ação dos agentes deATES envolvidos. Isso restringe o serviço de assessoramento às tessiturasde poder que no espaço social do assentamento se manifestam

    MOVIMENTOS CAMPONESES E QUESTÕES AMBIENTAIS: POSITIVAÇÃO DA AGRICULTURA CAMPONESA?

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    Os movimentos camponeses estão passando por mudanças em seu repertório de pautas e em seu formato de organização. Com a entrada de pautas ambientais no repertório de lutas (preservação ambiental, defesa da biodiversidade, do conhecimento tradicional e das culturas locais) e atransnacionalização da organização camponesa através da constituição da Via Campesina, os movimentos camponeses estão se tornado agentes centrais da contemporaneidade. O objetivo deste artigo é analisar como as questões ambientais têm reconfigurado o repertório de pautas dos movimentos camponeses. Para atingir esse objetivo, parte-se de um referencial teórico da sociologia ambiental; analisa-se como as questões ambientais estão sendo assimiladas pelos movimentos camponeses; ecomo estas questões tem reconfigurado os programas destes movimentos. A entrada de pautas ambientais tem possibilitado aos movimentos camponeses, além de melhoras na relação com os movimentos ambientalistas, possibilidades de positivação da agricultura camponesas por estarem sendo incorporadas preocupações ambientais

    Gramsci e as culturas subordinadas

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    The present paper is a discussion how Antonio Gramsci dispute the subordinate cultures. The way people interpret, appoint, classify the world and how such concepts gain hegemonic status, as well as the realities can be transformed, was a substrate of departure for their reflection. This could make us understand culture as an ideal set of resources that are socio-historically formed on a material basis and the incorporation of power relations between individuals. Hence, it could be noticed his insistence on the need for undertaking a "will" in social transformation. In this context it should be understood their studies on the subordinate cultures.Neste artigo analisa-se como Antonio Gramsci trata o que ele denomina por culturas subordinadas. O modo como as pessoas interpretam, nomeiam, classificam o mundo e como tais concepções ganham status hegemônico, além de como as realidades podem ser transformadas, constituiu um substrato de partida para sua reflexão. Isso determinou o entendimento da cultura como um conjunto de recursos ideais que são conformados sócio-historicamente sobre uma base material e como incorporação nos indivíduos das relações de poder. Por isso sua insistência sobre a necessidade de se empreender a �vontade� na transformação social. Nesse contexto que devem ser entendidos seus estudos sobre as culturas subordinadas

    Patronato estancieiro gaúcho: de subsidiários das lavouras de exportação a produtores de artigos de luxo

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    Este artigo analisa o processode transformação dos grandes proprietários de terras e criadoresde gado extensivo do Rio Grande do Sul de produtores subsidiáriosdas lavouras de exportação do país a produtores de artigo de luxono pós-1930. O charque passou a ser substituído pela carne frigorificadadevido à criação do Instituto de Carnes do Rio Grande doSul, que promoveu uma rede de frigoríficos em vários municípiosda Campanha. Há uma reclassificação social dos estancieiros “paracima”nesse período histórico devido à mudança de natureza quantoà inserção nos mercados. Neste trabalho se analisa o campo de forçasformado por estancieiros que só criavam, estancieiros que criavam etambém eram charqueadores, frigoríficos, outras elites agrárias nacionaise medidas do Governo Provisório. A resultante dessas lutas seráa criação do referido Instituto que funda as estratégias econômicaspostas em prática durante a segunda metade do século XX

    NOTAS SOBRE O AMBIENTALISMO, (AGRO)ECOLOGIA, CIÊNCIA E CAPITALISMO

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    As elaborações entorno da agroecologia na década de 1990 ganharam várias compreensões e sentidos, muitas vezes de forma fragmentada e descontextualizada. O presente texto procura articular o debate agroecológico dentro do desenvolvimento do movimento ambientalista, surgido devido às modificações estéticas na sociedade industrial do século XVIII, com o fortalecimento do capitalismo. Os conceitos e noções básicas que orientam grande parte das compreensões atuais sobre a agroecologia irão surgir dos debates que esse movimento construirá ao longo dos séculos XIX e XX, principalmente. A trajetória teórica que sofre o conceito de ecologia durante esses séculos é refletida sobre as elaborações agroecológicas. Assim, as críticas realizadas às sociedades contemporâneas irão conformar a elaboração da noção de sustentabilidade, popularizada a partir da década de 1970, assumindo diferentes significados a partir de então, orientando, também, as elaborações sobre agroecologia. Nesse sentido, procura-se discutir os limites e potencialidades dos enfoques e compreensões agroecológicas num ambiente de mercados oligopolizados onde a busca pelo mercado de nicho é constante para os setores produtores com pequeno patrimônio produtivo. Com isso, conforma-se uma discussão articulando a economia política e a ecologia política procurando encontrar pontos de convergência e limites de diálogo. Conclui-se, destacando o caráter de síntese que possui o conceito de ecologia como orientador de possíveis estratégias de desenvolvimento e estudo das relações ecosociais, tentando localizar os desafios postos pelas sociedades contemporâneas a esta perspectiva epistemológica

    Assentamentos rurais e geração de renda: posição social restringida, recursos socioculturais e mercados

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    Neste artigo, analisa-se a posição social dos agricultores de assentamentos rurais na estrutura de poderes econômicos da sociedade brasileira e as perspectivas de geração de renda em um contexto de mercados oligopolizados. Argumenta-se que, enquanto proprietários de pequenos patrimônios produtivos, estão condicionados a um espaço social de integração que tende a determinar uma reprodução simples das condições de trabalho dos integrantes da família. Esse contexto indica algumas opções para o lançamento de alternativas de geração de renda, restringidas às características onde os assentamentos se localizam e às propriedades socioculturais incorporadas diferentemente pelos assentados durante suas trajetórias sociais. As situações analisadas procuraram identificar não só as relações de poder, mas também suas materializações nos sistemas simbólicos resultantes da histórica e estrutural desigualdade da sociedade brasileira. A incorporação de estruturas objetivas e subjetivas pelos agricultores-assentados, expressada nos assentamentos, constitui margem para acessar e construir diferentemente os mercados

    Patronato estancieiro gaúcho: de subsidiários das lavouras de exportação a produtores de artigos de luxo

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    Este artigo analisa o processode transformação dos grandes proprietários de terras e criadoresde gado extensivo do Rio Grande do Sul de produtores subsidiáriosdas lavouras de exportação do país a produtores de artigo de luxono pós-1930. O charque passou a ser substituído pela carne frigorificadadevido à criação do Instituto de Carnes do Rio Grande doSul, que promoveu uma rede de frigoríficos em vários municípiosda Campanha. Há uma reclassificação social dos estancieiros “paracima”nesse período histórico devido à mudança de natureza quantoà inserção nos mercados. Neste trabalho se analisa o campo de forçasformado por estancieiros que só criavam, estancieiros que criavam etambém eram charqueadores, frigoríficos, outras elites agrárias nacionaise medidas do Governo Provisório. A resultante dessas lutas seráa criação do referido Instituto que funda as estratégias econômicaspostas em prática durante a segunda metade do século XX
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