19 research outputs found

    Um eclipse e três estrelas da manhã: Duprey, Toyen e Breton unidos em Sacrilégio = An eclipse and three morning stars: Duprey, Toyen and Breton united in Sacrilege

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    Um encontro pode resultar em uma descoberta, e uma ocorrência arriscada. Assim iniciei meu contato mais pessoal na interação entre arte e literatura, e nesse mundo dos livros ilustrados, dos livros únicos e daqueles livros propensos a não serem apenas livros. Ofertado por um sol negro (a excêntrica editora Le Soleil Noir), sob a égide de um prefácio escrito por um artista surrealista (André Breton), La Forêt Sacrilège nos convida a levar em conta a experiência de uma confluência, no encontro de um poeta alérgico e silencioso (Jean-Pierre Duprey) e de uma artista alergênica e silenciada (Toyen, como ilustradora). La Forêt Sacrilège trata de um texto em prosa poética e narrado em cenas, imitando uma peça teatral, sem ter intenção de sê-la. A escrita traz consigo esse jogo perigoso: é um laboratório onde o que se nomeia não é a coisa em si e onde o poeta trabalha as palavras e as palavras trabalham o poet

    Leonora Carrington: trauma, redenção e o noivado consigo mesma

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    Parte de minhas pesquisas sobre arte moderna trata de situações de interrompimento e perturbações na carreira artística de mulheres, que por motivos de misoginias estruturais, acabaram vivenciando experiências não apenas de impedimentos, como severos tipos de traumas. Este ensaio examina o contexto da artista mulher impactada com eventos traumáticos e violência imposta em uma sociedade patriarcal. Meu posicionamento é da ordem da contestação de poderes, ainda que possa oferecer reparação e integração histórica. Após algumas análises pontuais, apresentarei a artista Leonora Carrington como um caso de redenção, consciência de si, auto reparação e domínio através da crença e da sustentação de suas práticas artísticas.AbstractPart of my researchs on modern art deals with situations of interchange and disturbances in the artistic career of women, who, for reasons of structural misogyny, ended up experiencing experiences not only of impediments, but also of severe types of traumas. This essay examines the context of the female artist impacted by traumatic events and violence imposed in a patriarchal society. My position is in the order of the challenge of powers, even if it can offer reparation and historical integration. After some specific analyses, I will present the artist Leonora Carrington as a case of redemption, self-awareness, self-repair and mastery through the belief and support of her artistic practices

    Invisibilidade, mitografia e silenciamentos na arte: perspectivas feministas na historiografia da arte

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    No escopo da ampla questão da misoginia no campo da arte, este artigo reflete sobre a herança residual das construções que a historiografia patriarcal fez da mulher e de sua estrutura corpórea como sujeito, a partir de lacunas ou ausências, representações artísticas e ato linguístico. A exploração de novas perspectivas é aqui utilizada como hipóteses, na investigação da dimensão histórica frente a pressupostos que silenciam ou estigmatizam negativamente a figura feminina

    Momentos e temporalidades das vanguardas “no, do e sobre o feminino”

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    Por que a cultura modernista foi tão incapaz de integrar imaginativamente a criatividade das mulheres em suas narrativas de radicalismo, inovação, dissidência e transgressão, quando o gênero deveria ser reconhecido como um dos pontos nevrálgicos da própria modernidade? Se a história canônica da arte introduziu gênero no modernismo apenas no negativo, apagando suas representantes mais ativas – as mulheres vanguardistas - como pode uma arqueologia retrospectiva da vanguarda, não como uma única vanguarda, mas como uma constelação de momentos contingentes históricos e auto posicionamentos radicais, vis-à-vis com a triangulação da família, do estado e da religião - típico da modernidade burguesa ocidental -, abrirem novas linhas de análise, revelar o lugar oscilante do "feminino/le féminin" em todas as vanguardas? Baseando-se na sociologia contemporânea da modernidade líquida de Zygmunt Bauman e nos pensamentos sempre férteis de Julia Kristeva sobre as temporalidades da diferença sexual, este artigo argumenta, em primeiro lugar, que em tempos líquidos o terreno relativamente sólido contra o qual operava a transgressão de vanguarda não é mais operativo, deslocando o modelo clássico da vanguarda, enquanto, em segundo lugar, a perspectiva feminista sobre a longa duração da ordem simbólica falocêntrica coloca uma intervenção “no, do e sobre o feminino” continuamente em uma posição estratégica de dissidência histórica e transformadora. Meu argumento tece materialismo histórico, psicanálise e teorias feministas de estética e diferença sexual, contestando as rápidas mudanças na moda intelectual típica da modernidade líquida que estão se infiltrando na academia e levando ao abandono prematuro de certos projetos político-intelectuais. Apesar de todos os perigos e complexidades de pensar sobre "o feminino" em qualquer forma, e certamente agora, quando as altas teorias feministas da diferença sexual são aparentemente tão démodé, mostro como este conceito problemático e preocupante ainda é historicamente significativo e teoricamente relevante para repensar a vanguarda

    Medindo o sexismo: Fatos, dados e ajustes

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    Nesse artigo publicado na Revista ArtNews em maio de 2015, a autora expõe dados estatísticos que sustentam uma prática sexista no campo das artes, que muitas vezes tende a nos passar despercebida, sendo normatizada por todos. Ela analisa as ausências da produção das mulheres artistas em mostras individuais, coleções permanentes, divulgação em imprensa, representação em galerias e também a disparidade de valores de mercado. Também propõe táticas de reversão desse panorama e cita diversos projetos engajados na ampliação de uma postura crítica ancorada na experiência da mulher, a fim de possibilitar um rompimento com as formas de segregação epistêmica que fazem parte do campo artístico contemporâneo

    Leonora Carrington: trauma, redenção e o noivado consigo mesma

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    Parte de minhas pesquisas sobre arte moderna trata de situações de interrompimento e perturbações na carreira artística de mulheres, que por motivos de misoginias estruturais, acabaram vivenciando experiências não apenas de impedimentos, como severos tipos de traumas. Este ensaio examina o contexto da artista mulher impactada com eventos traumáticos e violência imposta em uma sociedade patriarcal. Meu posicionamento é da ordem da contestação de poderes, ainda que possa oferecer reparação e integração histórica. Após algumas análises pontuais, apresentarei a artista Leonora Carrington como um caso de redenção, consciência de si, auto reparação e domínio através da crença e da sustentação de suas práticas artísticas.AbstractPart of my researchs on modern art deals with situations of interchange and disturbances in the artistic career of women, who, for reasons of structural misogyny, ended up experiencing experiences not only of impediments, but also of severe types of traumas. This essay examines the context of the female artist impacted by traumatic events and violence imposed in a patriarchal society. My position is in the order of the challenge of powers, even if it can offer reparation and historical integration. After some specific analyses, I will present the artist Leonora Carrington as a case of redemption, self-awareness, self-repair and mastery through the belief and support of her artistic practices

    Misoginia modernista e a invisibilidade da mulher artista : resgate, legado e repercussões contemporâneas

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    Essa tese tem como objetivo investigar as questões de presenças e ausências na história da arte, a fim de perturbar/questionar os quadros discursivos e as narrativas dominantes. Seu enfoque versa sobre o patriarcado cultural e invisibilidade da mulher artista, com interesse em registros historiográficos e revisionismo, em especial no período que compreende as vanguardas históricas e os modernismos díspares. No escopo da ampla questão da miso ginia no campo da arte, a pesquisa aqui apresentada refletirá sobre a herança residual das construções que a historiografia ocidental em arte - baseada em um sistema cultural opres sivo e falocêntrico -, fez da mulher e de sua estrutura corpórea como sujeito, a partir de lacu nas ou ausências, representações artísticas e outras práticas comuns ao meio. A perspectiva feminista é aqui utilizada como metodologia, na investigação da dimensão histórica frente a pressupostos que silenciam ou estigmatizam negativamente a figura feminina.This doctoral dissertation aims to investigate the issues of presences and absences in the history of art in order to disturb / question the dominant discursive frameworks and nar ratives. Its focus is on the cultural patriarchy and invisibility of the female artist, with an interest in historiographical records and revisionism, especially in the period comprising historical vanguards and disparate modernisms. In the scope of the broad question of miso gyny in the field of art, the research presented here will reflect on the residual heritage of the constructions that western historiography in art - based on an oppressive and phallocentric cultural system - made woman and her body structure as subject-, from gaps or absences, artistic representations and other practices common to the environment. The feminist pers pective is used here as methodology, in the investigation of the historical dimension in the face of assumptions that silently silence or stigmatize the female figure
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