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Mercados ilegais, redes de proteção e organização local do crime no Rio de Janeiro
By dealing with a variety of criminal situations that are qualified as "Organized Crime", this article presents the evolution of the main networks of illegal markets in Rio de Janeiro - "jogo do bicho" (the animal game - an illegal gambling pastime in Brazil), the drug trade, and "political commodities" - , in order to argue that the sales and acquisition of these political commodities (such as extortions, corruption, sales of protection, access to information on police operations etc.) constitutes one of the key concepts in understanding the social accumulation of violence in the city.Ao tratar da variedade de situações criminais que caem sob a qualificação de "Crime Organizado", este artigo apresenta a evolução das principais redes de mercados ilegais no Rio de Janeiro - o jogo do bicho, o tráfico de drogas, as "mercadorias políticas" -, para argumentar que a compra e venda de mercadorias políticas (extorsões e corrupção, venda de proteção, acesso a informações sobre operações policiais etc.) constitui uma das principais chaves para a compreensão da acumulação social da violência no Rio de Janeiro
Violence, Criminal Subjection and Political Merchandise in Brazil: An Overview from Rio
The author examines the main dimensions of urban violence in the case of Rio de Janeiro, which includes criminal prosecution of violent collective actors and the participation of policemen in the offer of "political merchandise" to the same actors that the police repress
Dez anos de DILEMAS
DILEMAS comemora, com este número, uma década de publicações. Com a reconhecida regularidade com que chega aos leitores e o crescente índice de impacto de seus artigos, alcançamos excelente avaliação no Scopus – e na Capes, que nos posicionou como A2, próximo do nível máximo de qualidade dos periódicos científicos brasileiros.Foram dez anos de muito trabalho, mas também de muita satisfação com a abrangência e relevância acadêmica que alcançamos. Centenas e centenas de pareceristas, outras centenas de autores, do Brasil e do estrangeiro, e artigos que alcançaram altos índices de citação nos levaram a ser reconhecidos por indexadores internacionais de periódicos, não apenas ao aceitarem nossas demandas de inclusão, mas também com convites para nos incluirmos em suas coleções. Recebemos atualmente uma média mensal de dez propostas de artigos inéditos, muito mais do que poderíamos publicar caso todos fossem aprovados por nossos avaliadores, o que é um claro indicador do reconhecimento que alcançamos na comunidade acadêmica não apenas brasileira, mas também internacional.Alexandre Werneck e eu fomos os fundadores e editores de DILEMAS nesses dez anos. Com o afastamento recente de Werneck, tenho procurado manter o nível de qualidade que ele imprimiu à revista desde seu primeiro número. A ele, todos da equipe da revista agradecemos pelo entusiasmo e pela dedicação que caracterizaram seu empenho em todos esses anos. A Carolina Christoph Grillo e a Cesar Pinheiro Teixeira, atuais editores adjuntos, o nosso reconhecimento.Ao PPGSA, através de suas ex-coordenadoras Elina Pessanha e Aparecida Moraes e de seu coordenador Fernando Rabossi; à Capes, ao CNPq e à nossa Faperj, agradecemos o apoio prestado em vários editais e esperamos que continuemos a merecê-los. Durante boa parte desses dez anos recebemos apoio do INCT “Violência, Democracia e Segurança Cidadã”, coordenado pelo prof. Sérgio Adorno, da USP, ao qual o NECVU esteve associado. Ao prof. Adorno, que também participa de nossa comissão editorial, os nossos agradecimentos. Ao Ineac e ao prof. Roberto Kant de Lima, membro de nossa comissão editorial, o nosso agradecimento pelo apoio em diferentes momentos.Agradecemos também aos bolsistas que colaboraram todos esses anos, seja na recepção dos artigos seja no acompanhamento dos pareceres que solicitávamos e recebíamos diuturnamente: Milena do Carmo, Maíra Mansur, Rodrigo Guedes e Carolina Luz. Aos revisores, copidesques e designers os nossos agradecimentos. É um trabalho contínuo para que a revista não falte nem em regularidade nem em qualidade não apenas científica, mas também editorial (inclusive do ponto de vista do zelo com a língua), quando chega a seus leitores.A secretária do Necvu e de DILEMAS, Heloisa Duarte, que continua conosco todos esses anos, tem sido fundamental para a regularidade e o bom desempenho que alcançamos. A ela os nossos melhores agradecimentos.Nossas capas reproduzem uma inspirada fotografia da labiríntica escadaria do IFCS. A imagem é de autoria de David Maciel de Mello Neto, pesquisador do Necvu. O projeto gráfico de Amanda Simões, mesmo tendo sofrido pequenas adaptações ao longo dos anos, ainda traz o DNA da bela ideia apresentada no nascimento da publicação. Atualmente, é de Samantha Sales Dias a diagramação das edições online de DILEMAS.Temos um excelente Conselho Editorial e uma Comissão Editorial de alto nível, que, nesses anos todos, acompanham os progressos alcançados e nos ajudam a persistir em nossos objetivos. Uma década depois, é hora de uma renovação, que se dará em breve. A todos os membros do Conselho e da Comissão igualmente os nossos agradecimentos. Sem o seu apoio, DILEMAS não teria alcançado os resultados hoje comemorados.Finalmente, aos nossos colaboradores, que acreditaram e acreditam cada vez mais na importância de um periódico científico reservado a uma área temática das ciências sociais e que publicaram e continuam a publicar conosco, esperamos corresponder à sua confiança e a contar com a sua participação nesse projeto. Nesses dez anos publicamos em 38 números, 245 artigos inéditos (um universo que inclui desde textos de jovens promissores pesquisadores a trabalhos de veteranos clássicos, como Howard S. Becker e Donald Black, passando pela produção corrente de destaque nessa área temática), sete entrevistas com reconhecidos nomes da área (entre os quais o próprio Becker, o sociólogo francês Michel Wieviorka, o brasileiro Luiz Antônio Machado da Silva e a antropóloga indiana radicada nos EUA Veena Das), 15 resenhas de livros, além de duas importantes edições especiais temáticas com autores convidados.Estamos todos de parabéns, autores, pareceristas, conselheiros e editores. Que venham mais muitos anos para DILEMAS! Michel Misse</div
Sobre a acumulação social da violência no Rio de Janeiro = On the social accumulation of violence in Rio de Janeiro
O presente artigo foi originalmente apresentado como Conferência na Academia Brasileira de Letras, em 3 de Julho de 2008. A "acumulação social da violência" refere-se a um processo social que já dura cerca de meio século aproximadamente. Ele pode ser historicamente delimitado, até agora, entre os anos 1950 e os dias atuais. Esse processo ocorre na cidade do Rio de Janeiro e em sua área de influência imediata - a região metropolitana do Rio - mas pode, em alguns momentos, alcançar outras cidades do estado, algumas capitais de outros estados e outras cidades brasileiras, como já aconteceu, adquirindo potencialmente abrangência nacional. Embora apresente semelhanças com o caso do Rio, define-se sempre por compartilhar com o Rio algumas dimensões comuns, cujo desenvolvimento local particulariza-se em suas diferenças. São aqui apresentados, em linhas gerais, os resultados alcançados em pesquisas do autor sobre esse processo no Rio de Janeir
Trocas ilícitas e mercadorias políticas: para uma interpretação de trocas ilícitas e moralmente reprováveis cuja persistência e abrangência no Brasil nos causam incômodos também teóricos
O artigo apresenta argumentos para a compreensão da corrupção e de outras formas de trocas ilícitas, especialmente as que implicam uma relação de poder, com base no conceito de mercadoria política, proposto pelo autor em outros trabalhos. Para isso, recorre a classificações policiais de crimes e ilegalismos e às diferenças de volume registrado entre crimes considerados graves e crimes econômicos e políticos de variados tipos no Estado do Rio de Janeiro.The article “Illicit Exchanges and Political Commodities: interpreting illicit and morally condemnable exchanges which remain at large in Brazil, constituting a disturbing issue at a practical and even theoretical level” presents arguments for understanding corruption and other forms of illicit exchanges, especially those which imply a power relation, drawing on the concept of “political commodities” proposed by the author in previous works. Here, the author refers to police classifications of crimes and illegal behaviour and the differences between the reported numbers of so-called serious crimes and various kinds of economic and political crime committed in the state of Rio de Janeiro
Violence Research in Latin America and the Caribbean: A Literature Review
Latin America has long been a violence-prone continent. No other region of the world knows higher homicide rates nor has such a variety of violence. Political violence, guerilla movements and civil wars, bloody revolutions, brutal dictatorships, domestic violence, criminal violence, and youth violence are all well known throughout history. This article gives an overview of the historical development of violence in Latin America and the Caribbean, examining its specificities and changes. The focus is on the recent explosion of violence and crime since the 1980s. As a literature review, it summarizes the main findings of academic research on violence in the different Latin American countries, thus providing additional insights into the major topics and research interests of Latin American and international institutions. After a short introduction and some remarks on the historical development of violence, the main part of the article deals with the recent rise of violence in the region. A special focus is on youth violence. At the end, the causes, costs, and consequences of violence for the Latin American societies are addressed
CRIME ORGANIZADO E CRIME COMUM NO RIO DE JANEIRO: DIFERENÇAS E AFINIDADES
O artigo trata das relações entre “crime organizado” e “crime comum” no Rio de Janeiro. Seu objetivo édefinir as condições para responder a questões como quanto o crime organizado explica as lógicas docrime comum ou se estamos subestimando ou superestimando essa relação entre um e outro. A análise focatrês atividades criminais violentas organizadas: (i) o “jogo do bicho”; (ii) os “comandos” que controlame disputam territórios de venda a varejo de drogas e outras mercadorias ilícitas; (iii) as “milícias”, quedisputam com os “comandos” o controle desses territórios, com vistas a impor a venda de proteção aosseus moradores. Concluímos defendendo que o modelo das milícias, como também ocorreu com o jogo dobicho e com o tráfico de drogas, todos surgidos no Rio de Janeiro, vem sendo adotado em cidades de outrosestados brasileiros, nacionalizando formas de organizações criminosas que têm no recurso à violênciauma de suas principais características. A dinâmica de funcionamento dessas organizações depende,primordialmente, de sua constituição como mercados ilegais, em que cada mercadoria explorada – jogo,drogas, armas e proteção – possuem diferentes propriedades como capital. A dinâmica social, a atuaçãoe a violência associados a cada uma dessas atividades, por sua vez, estão ligados a essas propriedades
La acumulación social de la violencia en Río de Janeiro y en Brasil: algunas reflexiones
In this article the performance of violence in Río de Janeiro, and in general in Brazil, is analyzed considering a long-term social process that is characterized as a "social accumulation of violence”. This process even being more visible in Rio de JaneirEn este artículo se analiza el desempeño de la violencia en Río de Janeiro, y en general en Brasil, considerando un proceso social a largo plazo que se caracteriza como una "acumulación social de violencia". Este proceso es aún más visible en Río de Jane
Trocas ilícitas e mercadorias políticas: para uma interpretação de trocas ilícitas e moralmente reprováveis cuja persistência e abrangência no Brasil nos causam incômodos também teóricos
O artigo apresenta argumentos para a compreensão da corrupção e de outras formas de trocas ilícitas, especialmente as que implicam uma relação de poder, com base no conceito de mercadoria política, proposto pelo autor em outros trabalhos. Para isso, recorre a classificações policiais de crimes e ilegalismos e à s diferenças de volume registrado entre crimes considerados graves e crimes econômicos e políticos de variados tipos no Estado do Rio de Janeiro
O Papel do Inquérito Policial no Processo de Incriminação no Brasil:: algumas reflexões a partir de uma pesquisa
Este artigo apresenta questões derivadas da experiência obtida com a pesquisa sobre o inquérito policial no Brasil, coordenada pelo autor. Argumentando que não se deve confundir o modelo do inquérito policial existente no Brasil com a mera investigação policial, o autor sustenta que, no inquérito brasileiro, reúnem-se atribuições próprias à polícia e atribuições que, em outros países, são cumpridas sob o controle direto do Ministério Público ou do instituto do Juizado de Instrução. Com isso, o inquérito brasileiro passa a ser um extraordinário dispositivo de poder nas mãos dos delegados de polícia, uma peça que tende a prevalecer durante todo o processo legal de incriminação. 
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