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    Prescrição médica de flúor na saúde infantil

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    Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas MonizNome completo da autora: Sara Filipa Vicente Mendes Pessoa de AlmeidaIntrodução: Os médicos de família e os pediatras estão na linha da frente na implementação das medidas de higiene oral das crianças desde a nascença, sendo o flúor parte fundamental da saúde oral. Objetivos: Avaliar a aplicação das normas de orientação clínica publicadas pela Direção Geral de Saúde (DGS) em 2005 referentes à utilização de flúor (F) em crianças até aos 6 anos entre médicos de família (MGF) e pediatras e as estratégias preventivas com flúor. Materiais e métodos: Estudo descritivo transversal por meio de um questionário dirigido a uma amostra 49 MGF e 19 pediatras na região do Algarve (Lagos, Albufeira, Loulé e Faro) e Lisboa. O método estatístico consistiu numa análise descritiva e cruzamento de variáveis. Resultados: Foram validados 68 inquéritos com prevalência do sexo feminino (56%). Dos inquiridos 61% dos pediatras e 44% dos MGF conhecia as normas. A faixa etária que predomina na consulta de saúde infantil é acima dos 9 anos e em seguida a faixa entre os 0 e 3 anos. Dos médicos inquiridos 80% dos pediatras e dos MGF referem observar sempre a cavidade oral na consulta. Os pediatras e os MGF até aos 6 anos optam pelo dentífrico fluoretados. Na faixa etária até os 3 anos de idade são recomendadas 2 a 3 escovagens por dia, tanto por pediatras como MGF. Conclusão: As respostas às questões sobre a frequência de prescrição de flúor nas crianças demonstram que apenas uma pequena fração de MGF e pediatras prescreve sempre flúor tal como é recomendado nas Orientação da DGS. Uma significativa percentagem de MGF, mesmo quando comparados com os pediatras, prescreve uma dose incorreta de flúor em ambas as faixas etárias estudadas

    Quando o estigma leva ao comportamento alimentar desajustado

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    Dissertação de mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde (Intervenções Cognitivo-Comportamentais nas Perturbações Psicológicas e da Saúde), apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de CoimbraA obesidade é um problema da saúde pública com elevada prevalência e difícil de ser combatido, em parte devido ao estigma associado ao peso. Neste sentido, o estigma é um constructo importante que funciona como uma barreira no tratamento da obesidade e detém um impacto profundamente negativo na vida das pessoas com obesidade. No entanto, atualmente existem poucas escalas que avaliem especificamente o autoestigma. Deste modo, o presente estudo pretendeu aferir e validar o Weight Self-Stigma Questionnaire (WSSQ) para a população portuguesa e explorar as suas propriedades psicométricas. Esta escala composta por 12 itens, foi desenvolvida para avaliar o autoestigma em pessoas com excesso de peso ou obesidade. Pretendeu-se ainda explorar o impacto do autoestigma no comportamento alimentar desajustado. A amostra do presente estudo foi composta por 249 mulheres adultas, com excesso de peso ou obesidade que se encontravam em acompanhamento nutricional. Os resultados da análise fatorial revelaram que a versão portuguesa do WSSQ apresenta uma estrutura bi-dimensional idêntica à da versão original que explicou 57,97% da variância total. Neste sentido, o instrumento possui duas subescalas (discriminação relacionada com o peso e a auto desvalorização pelo excesso de peso) para avaliar o autoestigma de modo multidimensional. Os resultados mostraram boa consistência interna, para a escala total e para as subescalas. O autoestigma relativo ao peso correlacionou-se ainda com pior qualidade de vida, vergonha externa, comportamento alimentar desajustado, evitamento experiencial, psicopatologia geral e perceção de infelicidade. Por fim, nas análises de regressão múltipla o autoestigma revelou-se como um preditor significativo da severidade da psicopatologia alimentar e da ingestão alimentar compulsiva. Assim, a versão portuguesa do WSSQ é um instrumento válido e com boas propriedades psicométricas. Os dados salientam ainda que o autoestigma detém um impacto debilitante nas pessoas com obesidade, nomeadamente ao nível do comportamento alimentar desajustado.Obesity is a problem of public health that is widespread and has difficult resolution, partly because of the associated stigma. The stigma seems to be an important construct as it functions as a barrier to treatment efficacy and entails a negative impact on obese individuals’ lives. However, instruments that assess weight stigma are scarce. Thus, this study aims to explore the psychometric properties of the Portuguese version of the Weight Self-Stigma Questionnaire (WSSQ). The WSSQ is composed by 12 items and was create to assess self-stigma among overweight and obese population. Furthermore, the impact of self-stigma on disordered eating behaviors and attitudes was also explored. The sample comprised 249 overweight and obese adult women attending nutritional treatment. Results from the factor analysis revealed that the Portuguese version of the WSSQ presents the same bi-dimensional structure as the original version. The two factors (fear of enacted stigma and self-devaluation) explained 57,97% of WSSQ total variance and allow to explore self-stigma in a multidimensional perspective. The scale and both subscales presented high internal consistency. Additionally, Weight self-stigma was related to poor quality of life, external shame, disordered eating behaviors, experiential avoidance, general psychopathology, and less happiness. Results from multiple regression analyses demonstrated that self-stigma was a significantly predictor of the severity of eating psychopathology and binge eating. Taken together data suggest that the Portuguese version of WSSQ is a valid instrument with good psychometric properties. Also, the findings revealed that self-stigma has a debilitating impact on obese individuals’ lives and has an impact on one’s disordered eating behaviors

    Characterization of the turbulent transport in the edge plasma of the tokamak ISTTOK

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    Tese de mestrado integrado Engenharia Física Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências 2019Um enorme esforço por parte da comunidade de fusão nuclear tem vindo a reunir nas últimas décadas vários estudos sobre as principais dificuldades em construir futuros reatores baseados na fusão nuclear. Na actualidade, várias experiências espalhadas pelo globo têm como finalidade provar a eficiência de diferentes configurações para futuros reatores alimentados por reações de fusão nuclear. Uma das configurações mais promissoras para o sucesso da tecnologia de fusão nuclear na Terra é o Tokamak. Um dos principais obstáculos desta experiência deve-se a mecanismos de turbulência na periferia do plasma. De modo geral a eficiência das atuais experiências de fusão é fortemente influenciada por estes mecanismos de turbulência. A turbulência aumenta consideravelmente o transporte de partículas e energia no plasma periférico, sendo a fonte dominante de perdas em experiências de fusão nuclear. A turbulência verificada na região periférica resulta em filamentos de plasma (regiões de densidade superior). Estes filamentos nascem e propagam-se no plasma periférico. Um resultado fundamental da propagação de filamentos de plasma são as flutuações induzidas em parâmetros do plasma, tal como a densidade e o potencial. Neste trabalho pretendeu-se compreender a física dos filamentos de plasma resultantes da turbulência, através de uma investigação das flutuações induzidas nos parâmetros do plasma e, finalmente, o transporte de partículas e energia resultante na periferia do ISTTOK (IST Tokamak). Executou-se uma análise detalhada da física da turbulência a várias escalas, desde a sua origem até ao impacto no confinamento do plasma. O ISTTOK é uma experiência ideal para realizar estudos relacionados com o plasma periférico, uma vez que é compacto, flexível e permite a instalação rápida de diagnósticos . Um extenso programa de Fusão Nuclear tem vindo a ser implementado no IST (Instituto Superior Técnico) com diversos diagnósticos instalados, entre os quais as sondas de Langmuir. As sondas de Langmuir consistem basicamente em elétrodos cilíndricos que podem ser inseridos no plasma periférico (até alguns centímetros dentro da última superfície de fluxo fechada). As sondas de Langmuir utilizadas no diagnóstico do plasma do ISTTOK têm uma elevada resolução espacial (de alguns milímetros) e temporal (na ordem de microsegundos). Adicionalmente, no ISTTOK diversos estudos foram implementados ao longo dos anos com sistemas de múltiplas sondas de Langmuir. Durante este trabalho foi usado um sistema de várias sondas separadas poloidalmente, permitindo determinar a estrutura poloidal das flutuações. Este diagnóstico mostrou-se ideal na determinação do transporte de partículas induzido pelas estruturas de turbulência em propagação no plasma. As sondas de Langmuir permitem traçar uma curva característica I-V (onde V é a diferença de potencial aplicada à sonda e I a corrente recolhida por esta). Em determinadas condições, aplicando uma alta diferença de potencial negativa, a corrente recolhida corresponde a uma corrente de saturação iónica I+sat. Por outro lado, pode não ser aplicada qualquer diferença de potencial à sonda de modo a medir o potencial flutuante Vf . As flutuações de I+sat permitem estimar as flutuações da densidade de plasma, enquanto as flutuações de Vf permitem estimar as flutuações do potencial de plasma. Através da aplicação de diferentes técnicas de análise, desde análise estatística até técnicas de correlação e análise espectral, as flutuações foram caracterizadas, contribuindo assim para uma melhor compreensão da física associada aos filamentos do plasma e o seu impacto no transporte radial. O ISTTOK pode operar com ciclos de corrente alternada, para os quais a direção da corrente de plasma é invertida periodicamente, permitindo obter descargas mais longas. Com a inversão entre ciclos positivos e negativos (direção da corrente de plasma) surgem também alterações na posição do plasma. Durante este trabalho a caraterização das flutuações e do transporte induzido no ISTTOK teve especial atenção a este facto. Foi analisada a importância das estruturas de turbulência ao longo de seis ciclos consecutivos de corrente alternada no ISTTOK. As diversas propriedades estatísticas das flutuações aqui investigadas permitiram concluir que o plasma periférico e a SOL do ISTTOK são dominados por flutuações. Os níveis de flutuações elevados, na ordem de 25% numa região dentro do limitador para 150% na SOL do ISTTOK, foi o primeiro resultado apresentado a comprovar que a região é dominada por flutuações, que são provavelmente induzidas pela turbulência. De seguida, os elevados valores de skewness e kurtosis da densidade e do potencial de plasma foram apresentados, de modo a indicar mais uma vez a importância das flutuações no plasma periférico do ISTTOK. Estas quantidades estatísticas permitiram mostrar o aumento da importância relativa das flutuações induzidas com o aumento do raio. No capítulo 2 foram mencionados estudos anteriores sobre a importância das flutuações no plasma periférico. De um dos exemplos foi realçada a “universalidade" da Função Densidade de Probabilidade (FDP) para as flutuações do plasma periférico. Este resultado foi também concluído para as flutuações no plasma do ISTTOK, no capítulo 4. Adicionalmente, o espectro de frequências das flutuações foi investigado. A análise espectral dos sinais de Vf e de I+sat obtidos no ISTTOK revelaram que a potência espectral é dominada por frequências na gama 10-100kHz, e que a amplitude diminui com a frequência de acordo com 1=fC, onde C é uma constante que varia nas diferentes regiões do espectro. De modo geral o espectrograma das flutuações do plasma periférico é largo em frequência. Os espectros de frequência tornam-se mais largos como aumento do raio, indicando o aumento da importância relativa das altas frequências sobre as baixas frequências. Os espectrogramas obtidos assemelham-se ao espectro de pink noise que é bastante usual em sinais intermitentes, como o que se dá para os parâmetros do plasma devido à propagação das estruturas de turbulência. O sistema de sondas utilizado permite determinar Vf e I+sat para diferentes posições poloidais no ISTTOK. No total temos sete sondas espaçadas entre si por 2mm. Os sinais obtidos para as diferentes posições foram comparados através da função correlação cruzada, de modo a determinar a velocidade de propagação, e as estruturas espacial e temporal das flutuações na direcção poloidal. A correlação entre as medições nas diferentes posições poloidais é dependente da dimensão poloidal das estruturas intermitentes, assim como do tempo característico e velocidade de propagação destas através do plasma. Os resultados para a correlação cruzada entre dois sinais de Vf ou de I+sat indicam a similaridade entre os sinais em função do desfasamento temporal entre os dois. As diferentes técnicas de análise aplicadas durante este trabalho revelaram que as estruturas de turbulência na periferia do tokamak ISTTOK têm uma estrutura temporal na ordem de ≈ 2 - 10 µs, em propagação na direção poloidal com vσ = 5 - 10 km/s e dimensão poloidal na ordem de ≈ 2 - 6 cm. O fluxo médio de partículas que é induzido pelas flutuações pode ser estimado através das medições simultâneas das flutuações de densidade e de potencial. Tivemos durante este trabalho a oportunidade de enfatizar a grande influência deste fluxo induzido nas perdas totais no plasma periférico de um tokamak. O fluxo de partículas induzido pelas flutuações na periferia do ISTTOK encontra-se na ordem de 1021 m-2 s-1, e apresenta a mesma ordem de grandeza das perdas totais de partículas no ISTTOK estimadas a partir do confinamento de partículas medido

    Evaluating cortical transcriptomic differences between Alzheimer’s disease PSEN1- mutated mouse models and human patients, and their implications in drug development

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    Tese de mestrado, Ciências Biofarmacêuticas, 2020, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia.A doença de Alzheimer (AD) é uma doença progressiva e irreversível do sistema nervoso central, sendo atualmente a demência mais prevalente a nível mundial, cuja incidência aumenta com o avançar da idade. Esta patologia caracteriza-se pela acumulação extracelular de placas insolúveis de péptido amiloide-beta (A), e pela acumulação intracelular de proteína tau irregularmente hiperfosforilada sob a forma de agregados fibrilares. Outras características patofisiológicas incluem morte neuronal e perda de sinapses, exacerbação do sistema imunitário e inflamação crónica, e atrofia cerebral. O presente rápido envelhecimento da população mundial prevê, com o aumento da proporção de população envelhecida, um igual aumento da prevalência e incidência de doenças neurodegenerativas associadas à idade, como é o caso das demências, categoria em que se inclui a AD. Atualmente não existe um tratamento eficaz que abrande ou impeça a progressão desta doença, o que, simultaneamente com a escassez de aprovação de novos medicamentos que se tem sentido na última década, constitui uma preocupação social, económica e de saúde pública. Adicionalmente, a maioria dos ensaios clínicos em doenças neurodegenerativas, inclusive em AD, apresenta elevadas taxas de insucesso, especialmente a nível dos ensaios de toxicidade e eficácia. O insucesso nesta fase dos ensaios reflete as dificuldades de transpor os resultados obtidos através dos modelos animais durante os estudos pré-clínicos para a doença humana, sugerindo que esta não será bem representada por estes modelos. Neste sentido, é imperativo avaliar as diferenças moleculares que distinguem os modelos animais e os doentes com Alzheimer em termos da fisiopatologia da doença, e também desenvolver diferentes abordagens que possam auxiliar a descoberta de modelos animais mais representativos da AD. Nesse sentido, este projeto propõe avaliar os perfis de alteração de expressão génica (também referenciadas como alterações transcritómicas) entre amostras de cérebro de controlos e doentes com AD, tanto para amostras humanas como para amostras obtidas a partir de modelos animais, sendo que em ambas as espécies as amostras relativas aos portadores de um fenótipo de doença apresentam mutações no gene da presenilina 1 (PSEN1). Com esta abordagem pretendeu-se comparar os perfis de alterações transcritómicas induzidos pela AD no cérebro obtidos para cada uma das espécies através de modelação linear de dados de microarrays, sendo que para essa análise foi considerada, para além da condição (controlo versus doente), outra informação sobre as amostras como a idade do dador. A interpretação biológica dessas alterações transcritómicas foi feita por análise de alguns genes encontrados diferencialmente expressos, e também com recurso a Gene Set Enrichment Analysis (GSEA), um método que identifica as vias metabólicas mais desreguladas, tendo por base o perfil das alterações transcritómicas entre as condições em estudo. As amostras de ratinhos com AD consideradas no presente estudo dividem-se em três categorias: (1) animais com mutações exclusivamente a nível do PSEN1, e animais que adicionalmente são portadores de mutações no gene APP, podendo estes ser (2) heterozigóticos ou (3) homozigóticos. Os três modelos mostraram inexistente ou fraca correlação com a doença humana, aquando da comparação dos perfis de alteração transcritómica. Adicionalmente, os dois primeiros modelos não apresentaram diferenças de expressão significativas entre as amostras controlo e as amostras doentes. Considerando que o modelo homozigótico com mutações em PSEN1 e APP foi o único a apresentar alterações a nível do perfil transcritómico, todas as análises e comparações descritas consideraram apenas estes ratinhos. Os resultados mostram que tanto em humano como em ratinho portadores de doença de Alzheimer existe uma sobre-expressão dos genes envolvidos nos mecanismos de regulação do sistema imunitário, nomeadamente a nível de inflamação crónica, e uma diminuição do transporte de neurotransmissores. As restantes vias mais alteradas com a AD diferem entre humano e ratinho, embora a maioria esteja alinhada com a bibliografia existente sobre a patologia. Algumas vias metabólicas também surgiram inversamente desreguladas entre as duas espécies. Genes envolvidos em vias metabólicas de diferenciação, proliferação e apoptose celular, processamento de DNA e RNA, e mecanismos relacionados com o sistema cardiovascular surgiram sobre-expressos na doença humana; enquanto genes envolvidos em vias associadas com atividade sináptica e neuronal, canais de transporte de membrana, e com a diabetes surgiram sub-expressos. Contrariamente, no caso do ratinho, verificou-se um exacerbar da diabetes, juntamente com o de vias metabólicas relacionadas com a colesterol e interações celulares; e sub-expressão de genes envolvidos na atividade mitocondrial e respiração celular, e em mecanismos de expressão génica, nomeadamente a nível do spliceossoma. Realizou-se também uma análise conjunta dos dados de humano e ratinho, com a qual se observou uma maior variância de expressão génica entre os controlos humanos e os indivíduos doentes humanos, comparativamente com os ratinhos controlo e doentes, reforçando a possibilidade de que o desenvolvimento e a progressão da doença em ratinho não sejam demarcados o suficiente para que, a nível do transcritoma, exista uma explícita diferenciação entre as condições de doença e de não-doença. As diferenças de expressão génica para os dados conjuntos foram modeladas linearmente, incorporando nos modelos, como variáveis, informação não só sobre a idade e condição das amostras, mas também sobre a espécie a que pertencem. Deste modo, foi possível isolar o efeito doença do efeito espécie e obter as diferenças transcritómicas ocorridas mais preponderantemente em humano e em ratinho, bem como as diferenças comuns às duas espécies, ou seja, independentes da espécie. Esta análise revelou que a diminuição da atividade neuronal e sináptica está associada à AD, mas que surge menos afetada nos modelos de ratinho comparativamente aos doentes humanos. Quanto aos genes envolvidos nos mecanismos de regulação do sistema imunitário que também se revelam sobre-expressos na doença geral, encontraram-se mais sobre-expressos na doença humana do que no modelo de ratinho considerado. Estas subtis diferenças entre a informação transcritómica do humano e do ratinho sugerem que as dinâmicas associadas à AD possam ser específicas da espécie, reforçando a necessidade de ajustar os modelos animais para que simulem mais eficientemente a patologia humana. Este projeto teve ainda como objetivo encontrar compostos e perturbações genéticas (knockdowns ou sobre-expressões) com potencial de recapitular as diferenças de expressão mais específicas da AD humana, para que possam ser administrados/manipulados em modelos de ratinho com o intuito de melhorar modelos já existentes ou encontrar um novo e aperfeiçoado modelo animal que replique de forma mais fidedigna as alterações decorridas da doença humana. Adicionalmente, também serão de interesse perturbações químicas e genéticas com capacidade de replicar perfis transcritómicos antagónicos daquele encontrado para a generalidade da doença, que possam ser utilizados como novas terapêuticas ou como objetos de estudo dos mecanismos associados à AD. Para o propósito mencionado acima, recorreu-se à base de dados do Connectivity Map, que inclui informação transcritómica para diversas linhas celulares, antes e após lhes serem administrados diferentes compostos ou alterações genéticas. Usando um software desenvolvido no nosso laboratório, cTRAP, podemos, a partir dos perfis de alteração de expressão genética encontrados no nosso estudo, obter as perturbações químicas e genéticas que recapitulem as alterações transcritómicas do nosso interesse. No tempo do estudo, analisou-se apenas as perturbações químicas, fazendo uma separação entre dois grupos de compostos: (1) aqueles com indicações para doenças do foro neurológico e (2) os com indicação de foro não neurológico. Para cada uma das duas categorias foram selecionados os 10 compostos mais relevantes, isto é, aqueles que estatisticamente estão mais correlacionados com as alterações transcritómicas de interesse. Apenas compostos em fase III de desenvolvimento clínico ou disponíveis no mercado foram considerados. A análise similar das perturbações genéticas fica então referenciada para trabalho a desenvolver no futuro. Adicionalmente, dada a complexidade celular do sistema nervoso central em termos de heterogeneidade e proporção celular, a qual é afetada em estados de doença, e especificamente neste caso de doenças neurodegenerativas, seria de interesse acrescentar uma assinatura que distinga os vários tipos celulares à informação proporcionada ao modelo linear utilizado para derivar os perfis de alteração transcritómica. Desta forma, seria possível distinguir alterações de expressão genética associadas a mudanças na composição celular daquelas relacionadas com mecanismos específicos da AD. O objetivo final do projeto será testar perturbações químicas e genéticas escolhidas cuidadosamente, em linhas celulares e em modelos de ratinho, e testar a sua capacidade em gerar um modelo animal cujo desenvolvimento e progressão da AD seja mais similar ao observado em condições de doença humana; bem como o potencial dos mesmos em reverter características desta patologia.Alzheimer’s disease (AD) is a progressive and irreversible neurodegenerative disease of the central nervous system, being nowadays considered the most prevalent age-related dementia worldwide. AD pathology is characterized by the extracellular deposition of insoluble amyloidbeta plaques, and the intracellular accumulation of abnormally phosphorylated tau protein into neurofibrillary tangles. Other hallmarks include neuronal death, exacerbation of the immune system and chronic inflammation, synaptic loss, and brain atrophy. The world population is rapidly aging, and an increase in the older population is foreseen, as well as in the prevalence of dementias such as AD. Currently, there is no effective treatment to neither decrease nor cease the damage of this disease, which, allied with the lack of new approved medicines since 2003, comprises a social, economic and health burden. Moreover, clinical trials have been exhibiting high failure rates, especially during toxicity and efficacy assessments, which implies a poor representation of the actual human disease in preclinical animal models. Thus, it is vital to evaluate what molecularly distinguishes them in terms of disease pathophysiology, and how can they be improved to better represent the human disease. On this note, this project purposes to assess the dissimilarities between the AD-induced gene expression (i.e. transcriptomic) alterations between preclinical AD mouse models and human AD patients, both carrying mutations in the PSEN1 gene. For this purpose, microarray data was used for both species, and gene expression differences between AD and non-AD conditions were assessed through linear modelling for each specie. To unveil the biological meaning behind this changes, gene set enrichment analyses (GSEA) were performed. Mechanisms associated with the immune system, namely with the inflammatory response, appear up-regulated in both human AD patients and mouse models, whereas neurotransmitter trafficking processes appear down-regulated in both. The majority of the other most strikingly disrupted pathways varied between human and mouse, but were often in accordance with prior scientific knowledge on AD. However, a few of them appeared differently altered between species, such as diabetes mellitus associated pathways, that appeared down-regulated in human patients and up-regulated in AD mouse models. The analysis of the joint dataset (resulting of merging the human and mouse datasets) unveiled synaptic and neuronal activity -related pathways as down-regulated in the disease common to both species, but less so in mouse AD compared to human patients. On the other hand, immune system genes and pathways were commonly up-regulated in the disease but more so in the human patients. These subtle variations between human and mouse transcriptomic information suggest that disease dynamics are potentially species-specific and reinforce the need to generate models that are able to more effectively replicate the human disease. Additionally, we also identified compounds able to induce GE alterations opposite to those observed for the species-common component of the disease, as well as those capable of emulating human-specific AD-induced transcriptomic alterations. Those candidate compounds can be further explored as therapeutics to combat AD or as a vehicle to obtain novel and innovative mouse models that more effectively replicate the transcriptomic signature of the actual human disease. Two groups of compounds were considered: those with prescription information for neurology-related conditions and those prescribed for other conditions. Moreover, only compounds positioned at the phase III of clinical trials or already available in the market were considered. For future work, it would be possible to perform a similar analysis but to assess genetic perturbations (i.e. knockdowns or overexpression) rather than compounds, which could, likewise, be able to induce an opposite transcriptomic profile to that of the species-common disease, and of those that could promote the development of a human AD signature in a mouse model. Moreover, given the complexity of the brain in terms of cell type composition and interactions between cell types, and the consequences of a neurodegenerative disease upon these, it would be interesting to incorporate brain cell-type-specific signatures as explanatory variables in the linear model used to estimate GE changes, in order to decouple AD-associated cell-type-specific and systemic GE alterations from brain cellular composition changes (namely neuronal loss). The end goal of the present project would be to evaluate the effects of carefully selected genetic perturbations and compounds in cell lines and mouse models, in order to obtain a model able to more accurately develop the human AD.Com o patrocínio do Instituto de Medicina Molecular (iMM) João Lobo Antunes

    Syntax and semantics of adjectives in portuguese analysis and modeling

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    Tese de doutoramento, Linguística (Linguística Computacional), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2010Disponível no documentoFundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/8524/2002

    Impacto do transplante hepático pediátrico na dinâmica familiar

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    Dissertação de mestrado em Psicologia Clínica e Saúde (Psicopatologia e Psicoterapias Dinâmicas), apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de CoimbraO transplante hepático pediátrico é um processo cuja técnica tem vindo a ser aprimorada ao longo dos anos, permitindo melhorar a qualidade de vida de muitas crianças, principalmente aquelas que se encontram em fase terminal da doença. Este complexo processo compreende hábitos, comportamentos, valores sociais e morais, afetando o bem-estar das crianças transplantadas e das suas famílias. O presente estudo pretende compreender o impacto do transplante hepático pediátrico na dinâmica familiar, avaliando os níveis de stress e de sintomatologia depressiva dos pais e o autoconceito das crianças, numa amostra constituída por cinquenta e quatro pais e crianças. Para tal a Escala de Impacto Familiar, o Índice de Stress Parental – Versão Reduzida e o Inventário de Depressão de Beck II foram aplicados a todos os pais, e a Escala de Auto-conceito de Piers Harris 2 administrada a quarenta e duas crianças. Os resultados do estudo indicam as alterações nas rotinas familiares e as idas ao hospital como os aspetos que mais preocupam os pais ao nível da dinâmica familiar, tendo-se verificado diferenças estatisticamente significativas entre o impacto familiar experienciado e o número de vezes que frequentam o hospital. Os pais não denotam índices de stress parental acima da média dos resultados para a população portuguesa, contudo, apresentam sintomatologia depressiva mínima. As crianças transplantadas apresentam níveis de autoconceito dentro da média para a população portuguesa. Porém, verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre o fator satisfação-felicidade do PHCSCS2 e o tempo decorrido desde o último transplante, sendo as crianças que realizaram transplante há cerca de um ano aquelas que menos pontuam nesse fator.The pediatric liver transplantation is a process whose technique has been improved over the years, thereby improving the quality of life of many children, particularly those who are in the terminal stage of the disease. This complex process involves habits, behaviors, social and moral values, affecting the welfare of transplanted children and their families. This study aims to understand the impact of pediatric liver transplant in family dynamics, evaluating the levels of stress and depressive symptoms of parents and self-concept of children, in a sample of fifty-four parents and children. For this Impact on Family Scale, Parenting Stress Index – Short Form and Beck Depression Inventory II were applied to all parents, and the Piers-Harris Children’s Self-Concept Scale was administered to forty-two children. The study results showed the changes in family routines and hospital visits as the aspects that concern parents at family dynamics, being verified statistically significant differences between the experienced impact in family and the number of times attending the hospital. The parents do not have a parental stress index above the mean of the results for the portuguese population, however, they showed minimal depressive symptomatology. The transplanted children exhibited levels of self-concept in the mean of the results for the portuguese population. However, there were statistically significant differences between the factor satisfaction-happiness (PHCSCS2) and the elapsed time since the last transplant, being the children who underwent transplant about a year ago, those who less punctuate in this factor

    Health expenditures' coping strategies: a study on African low-income countries

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    A Work Project, presented as part of the requirements for the Award of a Masters Degree in Economics from the NOVA – School of Business and EconomicsIn the absence of formal coping mechanisms in the face of health expenditures, households are forced to penalize their resources and to use one or more strategies. Those strategies include using own resources, selling assets or borrowing from others outside the household. We show that different factors influence how families in developing countries cope with health spending. Given the data available, the study identifies the relevant factors to recognize households in financial distress due to health expenditures. Their fragile position is proven to be mainly characterized by the size of the family, educational level, location of the household and asset ownership quintile
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