27 research outputs found

    Sem-terra com terra: Resistências cotidianas no assentamento de Araras-SP

    Get PDF
    O presente artigo pretende contribuir para o debate sobre o direito à terra e para a discussão relativa à centralidade dos movimentos sociais do campo, trazendo elementos de uma pesquisa de doutorado realizada em um assentamento localizado na cidade de Araras-SP. Neste artigo, será apresentado um recorte dessa pesquisa, dando ênfase à discussão sobre as possibilidades de resistências cotidianas encontradas nesse contexto. O estudo foi desenvolvido partir do método etnográfico e a análise das informações coletadas em campo foi realizada com base nos pressupostos teóricos da Psicologia Comunitária. Os resultados da pesquisa indicam que os processos de articulação coletiva são centrais para a organização produtiva e o principal elemento que sustenta a permanência dos(as) assentados(as) na terra. Portanto, o fortalecimento dessas duas esferas – a organização produtiva e a organização social – é determinante para a prosperidade do assentamento e para a permanência desse coletivo de assentados(as) em seus lotes.Palavras-chave: Psicologia rural. Organização social. Movimentos sociais. Resistência cotidiana.

    Sem-terra com terra: Resistências cotidianas no assentamento de Araras-SP

    Get PDF
    O presente artigo pretende contribuir para o debate sobre o direito à terra e para a discussão relativa à centralidade dos movimentos sociais do campo, trazendo elementos de uma pesquisa de doutorado realizada em um assentamento localizado na cidade de Araras-SP. Neste artigo, será apresentado um recorte dessa pesquisa, dando ênfase à discussão sobre as possibilidades de resistências cotidianas encontradas nesse contexto. O estudo foi desenvolvido partir do método etnográfico e a análise das informações coletadas em campo foi realizada com base nos pressupostos teóricos da Psicologia Comunitária. Os resultados da pesquisa indicam que os processos de articulação coletiva são centrais para a organização produtiva e o principal elemento que sustenta a permanência dos(as) assentados(as) na terra. Portanto, o fortalecimento dessas duas esferas – a organização produtiva e a organização social – é determinante para a prosperidade do assentamento e para a permanência desse coletivo de assentados(as) em seus lotes.Palavras-chave: Psicologia rural. Organização social. Movimentos sociais. Resistência cotidiana.

    Concepções e práticas de procuradores do trabalho sobre a relação entre saúde mental e trabalho

    Get PDF
    Este artigo relata uma pesquisa que teve por objetivo analisar como procuradores do trabalho compreendem a relação entre o processo saúde-doença mental e o trabalho, bem como identificar suas práticas sobre tal tema. Foram realizadas entrevistas abertas em profundidade com quatro procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT). Os resultados indicam que os entrevistados apresentam uma análise conceitual muito crítica quanto à noção de precarização do trabalho e sua relação com os prejuízos à saúde mental. Todavia, apesar da familiaridade com as discussões teóricas, em suas práticas, tendem a restringir o foco de suas ações em saúde mental às situações de assédio moral, apoiados no argumento de que estas possibilitariam avaliações mais objetivas. Isso interfere no acolhimento do trabalhador e na possibilidade de propor ações preventivas focalizadas nas políticas de gestão empresarial que afetam a saúde mental dos trabalhadores. O MPT tem muito a contribuir com a luta pela garantia dos direitos à saúde mental do trabalhador, mas, para isso, é importante que se amplie sua atuação para além do assédio moral. Este artigo pretende oferecer uma discussão sobre esse tema, de modo a amparar as práticas desses atores sociais.This article reports a research that aimed to analyze how labor prosecutors understand the relationship between mental health-illness process and work, as well as to identify their practices on this topic. Open interviews were conducted in-depth with four prosecutors of Minister of Labor (MPT). The results indicate that respondents have a very critical conceptual analysis about the notion of precariousness of work and its relations with the damages to mental health. However, despite their familiarity with the theoretical discussions, in their practices, they tend to restrict the focus of their actions in mental health to situations of moral harassment, supported by the argument that they would enable more objective assessments. This interferes in the reception of the worker and in the possibility of proposing preventive actions that focus in the policies of business management that affect the workers’ mental health. MPT has much to contribute to the struggle for the guarantee of the right of worker’s mental health but for that, it is important it to extend beyond the point of moral harassment. This article intends to offer a discussion on this theme, in order to contribute to the practices of these social actors

    Vivências de trabalhadores com diferentes vínculos empregatícios em um laboratório público

    Get PDF
    This research aimed at analyzing the experience of professionals with different employment contracts in the same public health service, assuming that the public sector – similarly to the private sector – has also been affected by changes in the current capitalist context. The focus of the investigation was a public clinical laboratory, which was co-managed by the government and a non-profit organization. There were workers that, despite performing similar functions, had different types of employment contracts. The interviews, conducted in 2011, with two professionals of a laboratory of clinical analysis will be discussed comparatively. The interviewees were a public servant, hired through official examination, who had been employed for more than twenty years, which was an activist for the Unified Health System (SUS), and the other a contract worker, accepted three years prior to the research, who had only worked in the private sector. According to observations, the working experiences of both technicians were permeated by typical features of capitalist enterprises, which are translated into objective precariousness (low salaries and unstable employment), in the case of the contract worker, and subjective precariousness (discontentment in relation to work), in the case of the public servant. Despite these differences, the two workers, each in his/her own manner, were not happy with the situation imposed by the neoliberal ideology that seeks to outsource the public health service.Este artigo refere-se a uma pesquisa que teve como objetivo analisar a vivência de profissionais com diferentesvínculos empregatícios inseridos em um mesmo serviço público de saúde, tomando como pressuposto que, assimcomo o setor privado, o setor público também tem sido afetado pelas mudanças no contexto capitalista atual. O focoda investigação foi um laboratório público, que foi submetido a uma condição de cogestão entre a administraçãopública e uma entidade sem fins lucrativos, no qual convivem trabalhadores que, apesar de exercerem as mesmasfunções, possuem diferentes vínculos empregatícios. Serão discutidas comparativamente as entrevistas realizadas em2011 com dois profissionais de análises clínicas: um funcionário admitido por concurso público há mais de vinteanos, que foi “militante” do SUS, e outra trabalhadora com vínculo de trabalho terceirizado há três anos, que sóatuou no setor privado anteriormente. Observou-se que as vivências de trabalho de ambos são permeadas porcaracterísticas típicas das empresas capitalistas, que se traduzem em precariedade objetiva (baixo salário e vínculoinstável), no caso da funcionária terceirizada, e em precariedade subjetiva (sensação de mal-estar com relação aotrabalho), do funcionário público. Apesar dessas diferenças, ambos os trabalhadores, cada um a sua maneira, sofremcom a situação imposta pela ideologia neoliberal que busca terceirizar o serviço público de saúde

    Capacitación sobre el manejo de tiempo y su efecto en los factores psicosociales en el trabajo

    Get PDF
    Trabajo de investigaciónEl objetivo del presente documento es exponer el diseño de un servicio de capacitación sobre el manejo de tiempo y su efecto en los factores psicosociales en el trabajo. El objetivo de esta capacitación es promover la distribución correcta del tiempo en los trabajadores, transmitiendo una sensación de control y de participación para lograr un equilibrio entre la vida laboral y personal. Los ejes teóricos y temáticos de la capacitación son: la salud mental, el manejo del tiempo, el equilibrio trabajo - familia y el desarrollo de nuevas habilidades personales. Nuestra población está enfocada en las microempresas del sector eléctrico en la ciudad de Bogotá. Los resultados obtenidos son tres capacitaciones y un proyecto final; la primera capacitación trata sobre la salud mental y el impacto en la organización, la segunda capacitación se basa en la importancia del tiempo en la salud mental y la tercera capacitación está enfocada en mi familia, mi trabajo y mi pasión. El proyecto final es sobre la creación de un draw my life de cada colaborador. Se concluye como impacto positivo de nuestro producto y en la organización el aumento de la productividad, y se tiene por propósito mitigar el impacto negativo como lo son la enfermedad y el ausentismo, entre otros.Resumen Justificación 1. Salud mental y estrés laboral 2. Áreas de ajuste: Familia y trabajo 3. Manejo del tiempo en el trabajo 4. Hábitos saludables en trabajadores 5. Estrategias de prevención de la enfermedad y promoción de la salud 6. Objetivos 7. Método 8. Estudio de mercadeo 9. Presupuesto 10. Resultados Discusión y Conclusiones ReferenciasPregradoPsicólog

    Produtivismo e precariedade subjetiva na universidade pública: o desgaste mental dos docentes

    No full text
    Nos últimos anos, tem-se observado cada vez mais características típicas de mercado presentes na universidade pública. No Brasil, o aspecto com maior destaque nas publicações é o "produtivismo acadêmico", que tem como mote a ênfase na quantidade de produções bibliográficas. Neste artigo, busca-se discutir as características desse modelo, partindo-se do pressuposto que ele conduza a uma situação de precariedade subjetiva para os docentes. Para tal, apresenta-se o resultado de uma pesquisa qualitativa com professores de uma universidade pública, realizada por meio de entrevistas reflexivas. Os resultados indicam que a precariedade subjetiva vivenciada leva a um desgaste mental, o qual, por sua vez, pode ter como consequência o sofrimento psíquico e o adoecimento. Apesar de se mostrarem conscientes do processo que vivenciam, alguns docentes buscam adotar táticas individuais cotidianas de "sobrevivência", enquanto as estratégias coletivas com vistas à transformação são pouco enfatizadas

    Flexible discourse, hard work: the contrast between managerial discourse and workers experience

    No full text
    Nas últimas décadas, tem-se observado nos meios de comunicação e, sobretudo, na literatura de gestão empresarial, o predomínio de um discurso que afirma a superação do rígido taylorismo-fordismo por um modelo de organização do trabalho mais flexível, que também seria mais humanizado. Nota-se que os temas centrais desse discurso competência, participação, trabalho em equipe e autonomia dizem respeito a aspectos que, historicamente, fizeram parte das reivindicações dos trabalhadores. Na pesquisa apresentada aqui, esses temas foram utilizados como eixo para a análise comparativa entre tal discurso e a vivência dos trabalhadores em duas montadoras de automóveis que adotam o modelo japonês de produção (ou toyotismo), que tem sido a principal referência para a idéia de flexibilização. Foram realizadas entrevistas abertas (individuais e coletivas) e mantidas conversas informais com trabalhadores e sindicalistas, bem como participação em atividades promovidas pelo sindicato e pesquisa documental. A análise dos dados obtidos no trabalho de campo permitiu concluir que os temas introduzidos no discurso empresarial em nada têm que ver com humanização e, sim, com a exploração máxima da força de trabalho. As noções de competência, participação, equipe e autonomia servem para justificar a introdução de mecanismos tais como os critérios ideológicos, pessoais e sociais nos processos de seleção e avaliação; individualização das relações de trabalho; utilização da capacidade cognitiva dos trabalhadores em prol da produção e sua maior responsabilização pela qualidade dos produtos. O recurso a tais temas também busca desmobilizar a organização coletiva dos trabalhadores a fim de evitar que façam oposição. O discurso empresarial assume, assim, o papel de legitimar o poder das empresas, que é mantido, sobretudo, pela ameaça de desemprego e administrado" (Bihr, 1998) por meio de mecanismos disciplinares típicos do taylorismo e dispositivos de controle mais sofisticados que visam à modulação" (Deleuze, 1992) dos trabalhadores de modo a conseguir que utilizem sua inteligência e sua criatividade para os interesses da produção. Concluiu-se que as características do modelo de organização adotado nas empresas focalizadas na pesquisa têm como principais decorrências a ampliação do sofrimento mental e do adoecimento dos trabalhadores. Por outro lado, também se observou que o sindicato adota novas estratégias para combater o discurso e a prática das empresas e que muitos trabalhadores utilizam táticas cotidianas que configuram uma rede de antidisciplina" (Certeau, 1996) que se contrapõe aos aspectos da organização do trabalho que lhes são desfavoráveis.In recent decades, the prevalence of a discourse which asserts that Taylorism-Fordism was surpassed by a more flexible and humanized work organization model has been observed in the media and in the managerial literature. It has been noted that the main topics of that discourse competence, work participation, teamwork and autonomy deal with aspects which historically have been part of workers claims. In the research presented here these themes were used as an axis for analyses of workers experience in two automobile companies that have adopted the Japanese Model (or Toyotism) which of late has been the main reference for the idea of flexibility. In order to reach this objective, open interviews (individual and collective) were done, and informal talks were carried out with workers and trade unionists. Data analyses obtained allow us to conclude that the topics introduced in the managerial discourse do not deal at all with work humanization but with wider exploitation of the workforce. Notions of competence, participation, teamwork and autonomy are simply justifications to introduce ideological, personal and social criteria in selection and evaluation processes; to promote work individualization relationships; to use the workers cognitive capacities on behalf of production and to make workers responsible for quality products. The introduction of such topics also serves to demobilize workers organization in order to avoid any opposition to the companies. Managerial discourse, therefore, plays the role of legitimizing the power of companies, which is maintained by the threat of unemployment and managed" (Bihr, 1998) by disciplinary mechanisms typical of taylorism and more sophisticated control mechanisms that aim to modulate" (Deleuze, 1992) workers in order to use their intelligence and creativity for production purposes. The data indicate that the organization model adopted for the companies focused on in this research results primarily in the increase of mental suffering and illness among workers. On the other hand, it was also observed that trade union have adopted new strategies to combat company discourse and practices and many workers use everyday tactics which form a network of antidiscipline" (Certeau, 1996) against aspects of work organization that are harmful to them

    Risks at the chemical plant: accidents and contamination in worker's representations.

    No full text
    A questão dos riscos no trabalho tem ocupado um grande espaço nas discussões a respeito da saúde e segurança dos trabalhadores, sendo abordado por uma diversidade de enfoques teóricos, alguns essencialmente tecnicistas e outros que adotam uma perspectiva que privilegia os aspectos sociais. Cada um desses enfoques atribui uma importância diferente para a posição dos trabalhadores em relação aos riscos, mas, em ambos, os acidentes ocupam lugar de destaque em detrimento do adoecimento no trabalho. A presente pesquisa teve por objetivo investigar as representações dos trabalhadores a respeito dos riscos a que eles estão expostos na sua atividade profissional a partir da perspectiva sociológica de Bourdieu e da Teoria das Representações Sociais de Moscovici. Buscou-se comparar as representações dos riscos mais evidentes, como os de acidentes, com aqueles menos identificáveis pelo olhar leigo, como, por exemplo, a contaminação por produtos químicos. Para tal, optou-se por um estudo de caso de orientação etnográfica em uma única empresa - uma usina química de grande porte com uma estrutura organizacional complexa - cuja atividade se caracterizava pela presença de diferentes tipos de risco. A diversidade encontrada permitiu cotejar as representações dos diferentes grupos sociais presentes no local com relação aos distintos tipos de risco. Verificou-se, assim, que o acesso às informações técnicas (que depende da posição ocupada pelo trabalhador na estrutura da empresa) e a forma como se estabelecem as relações entre a empresa e os trabalhadores (que está diretamente vinculada à organização do trabalho) foram os fatores mais relevantes na construção das representações. A composição desses dois aspectos fez com que algumas representações fossem bastante próximas do discurso oficial da empresa, enquanto outras foram completamente diferentes. E estas últimas costumavam ser identificadas pela equipe técnico-gerencial da empresa como uma visão errônea dos trabalhadores. Conclui-se que uma verdadeira política de segurança, que inclua um enfoque de análise de risco mais completo e efetivo do que o tradicional, que adota somente a perspectiva técnica como verdade, tem de estabelecer espaços realmente participativos, onde, além de possibilitar aos trabalhadores o acesso às informações técnicas normalmente capitalizadas pelos engenheiros, também favoreça a expressão das representações desses trabalhadores a respeito dos riscos.Risk at work is a matter that has always prominent in discussions about workers health and safety. It has been studied for several theoretical approaches, some essentially technicists and others adopting a point of view that attributes special relevance to the social features. Each one of these approaches gives a different importance to the workers opinion about the risks, but both give more attention to accidents than diseases caused by work. This research intended to investigate workers representation of risks that they are exposed to in their professional activity. By using Bourdieus sociological theory and the Moscovicis Theory of Social Representation, it has sought to compare the representations of more evident risks, such as accidents, with those that are less obvious to a layman, like contamination by chemical products. A case study was carried out making use of the ethnographic approach in one particular company - a large chemical plant with a complex organizational structure - whose activity is characterized by the presence of different kinds of risks. The variety and complexity found allowed a comparison of the representations of different kinds of risk within the different social groups present in the plant. It was verified that the access to technical information (which depends on the position occupied by the worker in the company structure) and the way that relationship between the company and workers is established (which is direct linked to work organization) were the more relevant aspects in the construction of representations. The way these two aspects were composed in each case meant that some representations were closer to the official discourse of the company, while others were completely different. And, the later were usually identified by the companies technical and management staff as an erroneous view held by the workers. It was concluded that a true safety policy is one which encompasses a more complete and effective approach to 'risk analysis' than the traditional one, which adopts only the technical point of view as a truth. This policy needs to be participative in that the workers are allowed access to the relevant technical information and have a forum in which to express their representations of the risks
    corecore