26 research outputs found

    História diversa: africanos e afrodescendentes na Ilha de Santa Catarina

    Get PDF
    A história de Santa Catarina valoriza muito a presença europeia, e Florianópolis é conhecida como terra de tradições açorianas. Este livro traz elementos para uma outra história da cidade, que incorpora a presença de africanos e afrodescendentes. Trata-se de uma história diversa, em vários sentidos: porque é diferente daquela contada até agora, porque é múltipla e porque está mudada. Diversa, ainda, porque é discordante

    Santa Afro Catarina: acervo digital e Educação Patrimonial

    Get PDF
    A reflexão sobre a constituição de um acervo de documentos acerca da presença de africanos e afrodescendentes na Ilha de Santa Catarina para o website “Santa Afro Catarina” é o foco desse artigo. No Programa Santa Afro Catarina, o trabalho com documentos históricos no ofício do historiador e na produção do conhecimento histórico escolar foi articulado a uma proposta de Educação Patrimonial. Composta por um conjunto de projetos que procuram ressignificar o espaço urbano e propor novas abordagens para o ensino da História local e o turismo cultural, a proposta se baseia em tramas históricas constituídas por pesquisa, que dão visibilidade ao protagonismo de homens e mulheres, escravos e libertos de origem africana, numa gama de experiências individuais e coletivas

    José Majojo et Francisco Moçambique, marins sur l’Atantique. Reconstruire les trajectoires de vie des esclaves à l’âge des abolitions

    No full text
    Cet article se présente comme un exercice de reconstruction de trajectoires de vie à l’époque des abolitions à partir des cas de deux Africains : José Majojo et Francisco Moçambique. Ces esclaves-marins naviguaient sur le Dois de Fevereiro entre Rio de Janeiro et Benguela. Après que le bateau ait été appréhendé par la marine royale britannique, en 1841, ils ont été affranchis et envoyés à Trinidad. À partir de l’analyse de la documentation produite par la campagne de répression de la traite engagée par la Grande-Bretagne et d’autres fonds d’archives, le texte situe les deux personnages dans le contexte bien connu de l’histoire de l’Atlantique à l’âge des abolitions mais en propose aussi d’autres qui, à leur manière, sont éclairés par les trajectoires de ces deux Africains.This essay aims to be an exercise in the reconstitution of life-histories from the age of abolition, using the cases of two African men, José Majojo and Francisco Moçambique, who were enslaved seamen on board the Dois de Fevereiro in the Rio de Janeiro–Benguela route and were emancipated and sent to Trinidad after the ship was apprehended by the Royal Navy in 1841. Besides discussing the documentation pertaining to the British campaign to suppress the slave trade and other relevant primary sources, the essay puts the two African men in the established contexts of the history of the Atlantic in the age of abolition and suggests new contexts that are illuminated by their trajectories.Este é um exercício de reconstituição de trajetórias de vida da Era da Abolição, a partir dos casos dos africanos José Majojo e Francisco Moçambique, marinheiros escravos do navio Dois de Fevereiro na rota Rio de Janeiro-Benguela. Ambos foram emancipados e enviados para Trinidade depois que o navio foi apreendido pela Marinha Real britânica em 1841. Além de discutir a documentação gerada pela campanha de repressão ao tráfico de escravos empreendida pela Grã-Bretanha, e outras fontes pertinentes, a autora situa os dois personagens nos contextos conhecidos da história do Atlântico na Era da Abolição e propõe contextos novos que, por sua vez, são iluminados pelas trajetórias desses africanos

    Les petits-enfants de Joana, le mirage de l’autonomie et la reproduction de la dépendance devant les tribunaux (Laguna, Santa Catarina, XIXe siècle)

    No full text
    Différentes conceptions de la nation, notamment concernant la place des affranchis et des libres de couleur parmi les citoyens, se sont affrontées dans les débats parlementaires, dans les cercles juridiques et dans les rapports entre maîtres et esclaves pendant tout le XIXe siècle au Brésil. À partir d’un procès civil, en 1877, dans lequel dix jeunes hommes accusaient le maître de leur grand-mère d’essayer de les remettre en esclavage, l’article envisage les enjeux politiques liés aux statuts intermédiaires et ambigus des esclaves dans le cadre des mutations de l’esclavage entre les années 1840 et 1870.Distintos projetos de nação, notadamente sobre o lugar dos libertos e livres de cor entre os cidadãos, estiveram em disputa nos debates parlamentares, na arena jurídica e nas relações entre senhores e escravos durante todo o século XIX no Brasil. A partir de um processo de manutenção de liberdade, de 1877, em que dez homens acusaram o senhor de sua avó de tentar reescravizá-los, o artigo discute os significados políticos dos estatutos intermediários e ambíguos dos escravos, tendo como pano de fundo as transformações da escravidão brasileira entre a década de 1840 e a de 1870.Different conceptions of nationhood, particularly regarding the incorporation of freed and free blacks into citizenship, were contested in parliamentary debates, courts, and master-slave relationships throughout 19th century Brazil. Based on a civil suit started in 1877, in which ten young men accused the owner of their late grandmother of trying to reenslave them, the article discusses the political meanings of intermediate and ambiguous slave status, considering the transformations in Brazilian slavery from the 1840s to the 1870s

    José Majojo et Francisco Moçambique, marins sur l’Atantique. Reconstruire les trajectoires de vie des esclaves à l’âge des abolitions

    No full text
    This essay aims to be an exercise in the reconstitution of life-histories from the age of abolition, using the cases of two African men, José Majojo and Francisco Moçambique, who were enslaved seamen on board the Dois de Fevereiro in the Rio de Janeiro–Benguela route and were emancipated and sent to Trinidad after the ship was apprehended by the Royal Navy in 1841. Besides discussing the documentation pertaining to the British campaign to suppress the slave trade and other relevant primary sources, the essay puts the two African men in the established contexts of the history of the Atlantic in the age of abolition and suggests new contexts that are illuminated by their trajectories

    Os direitos dos libertos africanos no Brasil oitocentista: entre razões de direito e considerações políticas

    No full text
    Resumo O artigo aborda a história da cidadania no Brasil imperial a partir do estatuto dos libertos africanos, os quais, apesar de terem gozado de direitos como súditos portugueses durante o período colonial, seriam excluídos da cidadania durante o Império. Pela Constituição de 1824, apenas os libertos nascidos no Brasil seriam cidadãos brasileiros. O Brasil não foi o único país no Atlântico oitocentista a atribuir apenas direitos limitados aos egressos da escravidão, nem a discriminar os africanos daqueles nascidos em seu território. Parece, no entanto, ter sido o único a ter deixado os africanos libertos em um limbo entre a falta de cidadania - não eram nacionais brasileiros - e a falta de nacionalidade, o que implicava não serem tratados como estrangeiros, uma vez que não gozavam de proteção das unidades políticas de onde provinham. Através do debate político acerca dos direitos dos africanos no Império, o artigo evidencia o funcionamento jurídico dessa política deliberada de exclusão, que visou manter os africanos libertos em situação vulnerável e ao sabor do arbítrio das autoridades imperiais

    O Estado nacional e a instabilidade da propriedade escrava: a Lei de 1831 e a matrícula dos escravos de 1872

    No full text
    Resumo O artigo demonstra que a matrícula dos escravos determinada pela lei do Ventre Livre (28/09/1871) teve a intenção de legalizar a propriedade sobre os africanos trazidos por contrabando, que pela lei de 7/11/1831 deveriam ser considerados livres. Apesar da propriedade sobre os africanos importados desde 1831 ser aceita em transações comerciais e ser garantida pelo governo, o receio demonstrado pelos senhores de escravos em petições e as justificativas apresentadas no debate do projeto da lei de 1871 indicam que ela era considerada instável. As principais fontes utilizadas foram debates parlamentares, legislação, atas do Conselho de Estado e obras políticas
    corecore