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Solidarités environnementales, contestation transnationale et renouvellement de la politique mondiale
L’ordre politique de la mondialisation est un champ conflictuel de relations économiques, culturelles et sociales au sein duquel les mouvements sociaux transnationaux construisent une nouvelle politique située au-delà des institutions traditionnelles. Cet article vise à proposer un cadre d´analyse théorique illustré à partir de la contribution d´un mouvement reconnu sur la scène internationale qui a réussi à mener une action politique transnationale dans le champ de l´environnementalisme. Dans ce cadre, les auteurs soulignent la convergence de six catégories d’analyse de l´action collective mise en oeuvre par les mouvements de protection de l´environnement. Les six catégories suggérées (statut de compétence, articulation des échelles, temporalité, multiplicité des identités et des représentations, structure organisationnelle, visibilité) mettent en relief le besoin de reconsidérer le sens hégémonique de la politique mondiale fondée exclusivement sur le marché et les négociations interétatiques.Globalization is a political order creating new fields of economic, cultural and social conflicts, wherein transnational social movements reaffirm a new politics beyond the conventional institutions. This article proposes an analytical framework, illustrated by the history of a well studied environmental movement. The authors present a set of six converging analytical categories stemming from the study of environmental movements. These categories (political competence, scale, temporality, multiple identities/representations, organisational structure, visibility) emphasise the need to question the current hegemonic understanding of world politics that has been almost always exclusively rooted in global markets and inter-state negotiations
International Relations and the Paradiplomacy of Brazilian Cities: Crafting the Concept of Local International Management
Based on the broader context of globalization as politics, this paper adopts the following assumption: cities through their transnational cooperation networks and economic projects are the expression of a new political actor that has shifted its scale of operations, and have thus partly emancipated themselves from the monopoly of the nation-state in the deployment of transborder public action. In pursuance of developing this assumption, this paper approaches the discussion on municipal paradiplomacy in three parts: firstly, it presents the historical and theoretical background of paradiplomacy in Brazil; secondly, it looks into the empirical reality of several Brazilian municipalities and their international actions; thirdly, it presents a series of critical questions for analyzing cities and their transnational networks as new political actors in the global arena. Empirically, this paper raises key issues related to the multiple ways in which municipalities throughout Brazil develop transnational activities, whereas analytically it aims to provide a better understanding of their soft-border approach, as well as their pragmatic association between a renewed identity in the global scenario and an innovative strategy of local international management
Paradiplomacia e projeção internacional das cidades brasileiras: elaborando o conceito de “gestão local internacional”
En el marco del contexto de la “globalización en cuanto política”, el presente artículo adopta la premisa siguiente: las ciudades, a través de sus redes transnacionales de cooperación y de sus proyectos económicos internacionales, son la expresión de un nuevo actor político que ha cambiado su escala de operaciones, habiendo así obtenido una emancipación por lo menos parcial del monopolio del Estado-nación en el desarrollo de acciones públicas transfronterizas. Por ello, las ciudades han desafiado el imaginario westfaliano y el monopolio del Estado-nación en cuanto “la” comunidad política obligatoria con la capacidad de controlar un territorio nacional de modo vertical y fijo. De cara a desarrollar esta premisa, el artículo analiza la problemática de la paradiplomacia municipal en tres partes: el contexto histórico y realidad empírica de la paradiplomacia municipal en Brasil, el debate teórico sobre las fronteras, escalas y territorios de la paradiplomacia (“soft borders approach”) y la discusión del concepto de “gestión internacional local”.Based on the broader context of “globalization as politics”, this paper adopts the following assumption: cities through their transnational cooperation networks and economic projects are the expression of a new political actor that has shifted its scale of operations, and have thus partly emancipated themselves from the monopoly of the nation-state in the deployment of transborder public action; thefore, they have challenged the Westphalian imaginary and the monopoly of the nation-state as “the” bounded political community with the capacity to frame and totally control a fixed and vertical national territory. In pursuance of developing this assumption, this paper approaches the discussion on municipal paradiplomacy in three parts: firstly, it presents the historical background and empirical reality of paradiplomacy in Brazil; secondly, it presents a series of critical questions for analyzing cities and their transnational networks within the soft borders approach; thirdly, it discusses the concept of “local international management”.Baseado na idéia de uma “globalização como política”, o presente artigo parte da seguinte premissa: as ciudades, por meio de suas redes transnacionais de cooperação e de seus projetos económicos internacionais, são a expressão de um novo ator político que mudou sua escala de operações, emancipando-se, pelo menos parcialmente, do monopólio do Estado-nação no desenvolvimento de ações públicas transfronteiriças. Por conseguinte, as ciudades passaram a desafiar o imaginário westfaliano e o monopólio do Estado-nação enguanto comunidade política exclusiva e obrigatória com a capacidade de controlar um territorio nacional de modo vertical e fixo. Visando a desenvolver essa premissa, o artigo analisa a problemática da paradiplomacia municipal em três partes: contexto histórico e realidade empírica da paradiplomacia municipal no Brasil; debate teórico sobre fronteiras, escalas e territórios da paradiplomacia (com base na “soft borders approach”); discussão do conceito de “gestão internacional local”
Políticas públicas locais e participação na Bahia: o dilema gestão versus política
Fomentar a participação dos diferentes atores políticos e criar uma rede que defina prioridades, exerça o controle social, colabore na implementação e avaliação de políticas públicas tornou-se um dos princípios organizativos centrais da gestão pública contemporânea e dos processos de deliberação democrática local. No Brasil, os anos 1990 foram marcados pela institucionalização da participação da “sociedade civil organizada”, aclamada por agências nacionais e internacionais como modelo nos processos de formulação de políticas públicas locais. No entanto, pesquisas recentes têm demonstrado a concentração geográfica de experiências de gestão pública participativa (sobretudo no caso de orçamentos participativos) nas regiões sul e sudeste do país, evidenciando que tal institucionalização não se tem desenvolvido de forma homogênea e que a prática da participação cidadã apresenta variações importantes no contexto nacional. No caso particular da Bahia, as taxas recentes de crescimento econômico superiores à média nacional e o processo de modernização da administração pública com base em princípios gerencialistas são fenômenos paralelos à manutenção de velhas estruturas sociais e institucionais que deixam em suspenso a relação política de cidadania com o Estado. Ou seja, a participação política dos cidadãos e o desenvolvimento de uma democracia participativa se confrontam com as contradições de uma história contemporânea marcada, inter alia, por práticas clientelistas, uma concepção patrimonialista do bem público, uma idéia individual do poder fomentada pelo Carlismo, o formalismo institucional, a falta de transparência do setor público governamental, uma fraca tradição de apoio às infra-estruturas cívicas, a ausência generalizada de espaços públicos de deliberação democrática, mas igualmente pela presença de fatores de ordem cultural e religiosa que muito influenciam as relações entre o Estado e a sociedade. Nos dias de hoje, não é possível, assim, considerar a política baiana como o resultado do confronto e da diversidade de interesses entre atores individuais e coletivos em torno de temas da agenda pública e de projetos de sociedade; ela pode ser vista, a contrario, como uma corrida pelo poder que conserva o passado, mantém desigualdades estruturais e se fundamenta no exercício do mandato político enquanto sinecura em benefício próprio. A partir da descrição de quatro discursos de gestão pública participativa na Bahia contemporânea, este artigo busca analisar os dilemas e os desafios da participação cidadã na tentativa de construir novos modos de formular, implementar e monitorar políticas públicas locais baianas
ESPAÇO MUNDIAL E ORDEM POLÍTICA CONTEMPORÂNEA: uma agenda de pesquisa para um novo sentido da internacionalização
Este artigo responde a um duplo desafio. Em primeiro lugar, o de assumir a necessidade de ampliar os discursos vigentes sobre o espaço mundial, contornando visões despolitizadoras da política internacional. Em segundo lugar, o de renovar o sentido da internacionalização, no âmbito de um campo interdisciplinar, analisando as relações internacionais como sistema-mundo e integrando temas relativos à desigualdade e diferença, ao gênero, à justiça social, ao desenvolvimento e ao meio ambiente no plano da política mundial – aqui considerada como o conjunto das relações sociais que atravessam as fronteiras nacionais e que se estabelecem entre as diversas sociedades. Para tanto, são sugeridos três eixos analíticos em torno dos quais é apresentada uma proposta de agenda de pesquisas sobre a ordem política contemporânea: a) os ideários, valores e conteúdos de referência na política mundial; b) o sistema-mundo e as relações transnacionais; c) a influência da ação dos sujeitos na redefinição de um novo sentido para a internacionalização da política. PALAVRAS-CHAVE: espaço mundial, política contemporânea, teoria das relações internacionais, transnacionalismos.THE WORLD SPACE AND THE CONTEMPORARY POLITICAL ORDER: a research agenda aiming at a renewed approach to international politics Carlos R. S. Milani Ruthy Nadia Laniado This paper proposes a twofold challenge with respect to theorizing international politics. Firstly, it suggests that it is quite important to enlarge the existing discourses about the world space and, concurrently, to by-pass the consolidated de-politicized approaches to international politics. Secondly, the paper aims at renewing the meaning of internationalization focusing on interdisciplinary approaches and the idea of international relations as a worldsystem. Therefore it is necessary to embrace issues related to inequality, difference, gender, social justice, development and environment at the level of world politics, herein defined as the ensemble of social relations that transpose national frontiers and establish themselves among the most diverse societies. Hence, three analytical axes are proposed for a research agenda about the contemporary political order: a) ideals, values and referring contents of world politics; b) world-system and transnational relations; c) the influence of acting subjects in redefining a new meaning for the internationalization of politics. KEY WORD: world space, contemporary politics, international relations theory, transnationalisms.ESPACE MONDIAL ET ORDRE POLITIQUE CONTEMPORAIN: un agenda de recherche en vue d´un nouveau sens de l´international Carlos R. S. Milani Ruthy Nadia Laniado Cet article relève d´un double défi. En premier lieu, tenir compte du besoin d´ouverture des discours en vogue sur l´espace mondial et dans le même temps, éviter les visions dépolitisées de la politique internationale. En deuxième lieu, renouveler le sens de l´international, dans le cadre d´un champ interdisciplinaire, en analysant les relations internationales comme un système-monde et en intégrant des thématiques relatives à l´inégalité et la différence, aux rapports entre les sexes hommes-femmes (genre), à la justice sociale, au développement et à l´environnement sur le plan de la politique mondiale – laquelle est ici définie comme l´ensemble des relations sociales au-delà des frontières nationales et à travers les différentes sociétés. C´est ainsi que les auteurs de cet article suggèrent trois axes d´analyse autour desquels ils proposent un agenda de recherche sur l´ordre politique contemporain: a) les idées, les valeurs et les contenus de référence dans la politique mondiale; b) le système-monde et les relations transnationales; c) l´influence de l´action des sujets dans la redéfinition d´un nouveau sens de la internationalisation du politique. MOTS CLÉS:espace mondial, politique contemporaine, théorie des relations internationales, transnationalismes.Publicação Online do Caderno CRH:http://www.cadernocrh.ufba.b
Cooperação Sul-Sul e Policy Transfer em Saúde Pública: análise das relações entre Brasil e Moçambique entre 2003 e 2012
Com base na literatura sobre policy transfer, o artigo analisa as estratégias de cooperação sul-sul do governo brasileiro no campo da saúde pública em Moçambique entre 2003 e 2012. Além da introdução, o artigo se divide em três partes: (i) o debate conceitual sobre policy transfer; (ii) a transferência de políticas públicas brasileiras no campo da saúde pública, mais particularmente os projetos brasileiros implementados ou em curso em Moçambique entre 2003 e 2012; (iii) o estudo de caso sobre a fábrica de medicamentos antirretrovirais HIV-AIDS, conhecida como Sociedade Moçambicana de Medicamentos. Ao final, conclui-se que os projetos estudados confirmam parcialmente algumas das hipóteses da literatura especializada sobre policy transfer e ratificam o fato de que a cooperação brasileira com Moçambique é fundamentalmente demand-driven, não impõe condicionalidades políticas relativas à governança doméstica do país (direitos humanos, reforma do Estado etc.) e tem seus objetivos alinhados com a política externa brasileira, particularmente no que tange ao fortalecimento da ação multilateral do Brasil e de seu soft power.Recebido em: 23 maio 2014Aprovado em: 30 out. 201
Direitos humanos e política externa no Brasil e na África do Sul: o mito da democracia racial, o apartheid e as narrativas da redemocratização
O presente artigo compara e analisa os projetos de inserção internacional do Brasil e da África do Sul após os regimes civil-militar e do apartheid, respectivamente. Para tal, lança luz à discussão sobre raça e formação nacional, de forma a entender a relevância da temática dos direitos humanos para a construção de novas narrativas de política externa. A renovação das credenciais diplomáticas em um cenário pós-Guerra Fria estimulou a assinatura dos principais tratados de direitos humanos por ambos países nos anos 1990. Na década de 2000, Brasil a África do Sul desempenharam papel fundamental no debate geopolítico do Sul e alçaram maior protagonismo no cenário global. Todavia, a atual crise política e econômica revela as limitações dessas narrativas e a fragilidade institucional dos processos de democratização que as embasaram
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