10 research outputs found

    Getúlio Vargas in archival films: remembrances of fragments of history

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    Propomos examinar a presença de Getúlio Vargas em filmes de arquivo, que surgiram a partir de sua morte até a contemporaneidade. Elencamos três longas-metragens, lançados entre 1956 e 2016, observando-os por meio de suas relações com os momentos de crise e de transição da vivência democrática brasileira, à sombra do autoritarismo. Analisamos como as montagens fílmicas produzem novos sentidos para imagens oficiais, que são recorrentes nas narrativas. Buscamos compreender de que forma essas imagens reaparecem em diferentes situações da história política brasileira, atuando em rememorações cinematográficas de Getúlio Vargas.Palavras-chave: Filmes de arquivo. Rememoração. Getúlio VargasWe propose to examine the presence of Getúlio Vargas in archival films, which arose from his death to contemporaneity. We list three feature films, released between 1956 and 2016, observing them through their relations with the moments of crisis and transition of the Brazilian democratic experience, under the shadow of authoritarianism. We analyze how the filmic montages produce new meanings for official images, which are recurrent in the narratives. We seek to understand how these images reappear in different situations of Brazilian political history, acting in cinematic remembrances of Getúlio VargasKeywords: Archival Films. Remembrance. Getúlio Varga

    Cinebiografias ficcionais e a representação da Era Vargas na contemporaneidade

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    Our goal is to identify the aesthetic and narrative recurrences of the period known as Vargas Era, in a group of Brazilian films that we recognize as fictional biopic films. We propose to understand in which social and affectional circumstances the films emerge, in order to give new meanings to the traumatic experience of the Vargas’s dictatorship. The discussion is carried out especially by means of Rancière (2012; 2013) and Kracauer (2001), because these authors allow us to have a critical reading of the social aspects through the affections and materiality of the filmic images. In contemporary times, there are dissonances about how Brazilian cinema had been dealing with the theme of the Vargas Era. Thereby, we have noticed affectional updates implicated to the trabalhismo in the Brazilian political scenario, in films that privilege intimate aspects of the characters by means of the fictional and the everyday life.Nuestro objetivo es identificar las recurrencias estéticas y narrativas del período denominado Era Vargas en un conjunto de películas brasileñas que reconocemos como cinebiografías de ficción. Proponemos entender en qué circunstancias sociales y afectivas las películas surgen de modo a resignificar la experiencia traumática de la dictadura varguista. La discusión se realiza especialmente a través de Rancière (2012, 2013) y Kracauer (2001), pues los autores nos posibilitan una lectura crítica del social en vista de los afectos y de la materialidad de las imágenes fílmicas. En la contemporaneidad, hay disonancias en relación a cómo el cine brasileño venía tratando la temática de la Era Vargas. De ese modo, notamos actualizaciones afectivas implicadas al trabalhismo en el escenario político brasileño, en películas que privilegian los aspectos íntimos de los personajes a través de lo ficcional y lo cotidiano.Nosso objetivo é identificar as recorrências estéticas e narrativas do período denominado Era Vargas num conjunto de filmes brasileiros que reconhecemos como cinebiografias de ficção. Propomos entender em quais circunstâncias sociais e afetivas os filmes surgem de modo a ressignificar a experiência traumática da ditadura varguista. A discussão é realizada especialmente por meio de Rancière (2012; 2013) e Kracauer (2001), pois os autores possibilitam-nos uma leitura crítica do social em vista dos afetos e da materialidade das imagens fílmicas. Na contemporaneidade, há dissonâncias em relação a como o cinema brasileiro vinha tratando a temática da Era Vargas. Desse modo, notamos atualizações afetivas implicadas ao trabalhismo no cenário político brasileiro, em filmes que privilegiam os aspectos íntimos das personagens através do ficcional e do cotidiano

    Reconfigurar as imagens e filmar o inimigo:

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    Este artigo pretende compreender como o documentário Excelentíssimos (Douglas Duarte, 2018) reflete a construção midiática da comoção social em apoio ao impeachment de Dilma Rousseff, considerando as ressonâncias para a ascensão de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018. A construção metodológica é constituída pela análise fílmica, sendo selecionadas sequências do longa-metragem a fim de destacar a inter-relação de suas imagens sob dois aspectos preponderantes e correspondentes entre si. O primeiro é desenvolvido a partir da análise das emoções em cena e as reconfigurações das imagens do inimigo, com base nas discussões de Comolli (2008) e Didi-Huberman (2018), enquanto o segundo, também a partir de Comolli, enfatiza elementos que apresentam a encenação performática e as emoções evocadas para a concretização de um golpe com semblante institucional.

    As imagens como gesto militante no filme América Armada (Alice Lanari e Pedro Asbeg, 2018)

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    This article aims to analyze images as a militant gesture in the Brazilian documentary América Armada (Alice Lanari and Pedro Asbeg, 2018). The feature film presents the performance of three social activists, who live in different Latin American countries: Teresita Gaviria, in Colombia; Raull Santiago, in Brazil; and Heriberto Paredes, in Mexico. These characters exercise their militancy through the production of images, denouncing the impacts of armed violence on part of the population of their countries. The approach proposed for the analysis of the documentary is developed from three methodological axes: 1) the reparation-image, understood in the context of the Colombian character; 2) the shield-image, understood within the scope of the Brazilian character; 3) the vestige-image, interpreted according to the reality of the Mexican character. Thus, the approximations between violent experiences and the forms of resistance practiced by Latin American citizens are understood, revealing the way in which the images of América Armada act as a militant gesture as they are constituted in the images produced by the activists who are featured in the documentary. This happens through framing, camera movements and editing, expressing nuances of social denunciation and political resistance.Este artigo propõe-se a analisar as imagens como gesto militante no documentário brasileiro América Armada (Alice Lanari e Pedro Asbeg, 2018). O longa-metragem apresenta a atuação de três ativistas sociais, que vivem em diferentes países latino-americanos: Teresita Gaviria, na Colômbia; Raull Santiago, no Brasil; e Heriberto Paredes, no México. Esses personagens exercem suas militâncias por meio da produção de imagens, denunciando os impactos da violência armada em parte da população de seus países. A abordagem proposta para a análise do documentário é desenvolvida a partir de três eixos metodológicos: 1) a imagem-reparação, compreendida no contexto da personagem colombiana; 2) a imagem-escudo, entendida no âmbito do personagem brasileiro; 3) a imagem-vestígio, interpretada de acordo com a realidade do personagem mexicano. Assim, compreende-se as aproximações entre as experiências violentas e as formas de resistência praticadas por cidadãos latino-americanos, revelando a maneira pela qual as imagens de América Armada atuam como gesto militante na medida em que se constituem junto às imagens produzidas pelos ativistas que protagonizam o documentário. Isso acontece por meio dos enquadramentos, movimentos de câmera e pela montagem, expressando sentidos de denúncia social e resistência política

    Editorial

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    Um filme que pensa sobre si: o político e os fragmentos da história

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    Analisamos a montagem de Imagens do Estado Novo 1937-45, de Eduardo Escorel, com o objetivo de observar a atualidade da narrativa, enfatizando os seus aspectos políticos. Examinamos, assim, como fragmentos de imagens utilizados pela decupagem articulam a interação entre o tempo presente e as imagens do Estado Novo. A subjetividade como traço narrativo mostra a reflexão que o filme suscita sobre si, a partir de seu narrador, e de vestígios que revelam o processo de montagem de arquivos. O filme elabora uma forma de pensar o político enquanto manifestação da história no tempo presente, abordando fatos que marcaram a primeira metade do século XX no Brasil

    Rememorações do autoritarismo brasileiro no filme Revolução de 30

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    Imagens e sons do passado tornam-se atuais pela articulação própria à montagem cinematográfica, revelando a dimensão imagética da história enquanto rememoração. Filmes de arquivo possuem lugar de destaque para esse entendimento, sendo o longa-metragem Revolução de 30 – dirigido por Sylvio Back (1980) – um caso emblemático. Lançado no declínio da Ditadura Militar, o filme aborda a transição autoritária entre o final da primeira fase republicana e o início do primeiro ciclo de governo Vargas. A partir da seleção de determinadas sequências, analisamos como o longa-metragem sugere correlações entre aquele período autoritário e a redemocratização, considerando três aspectos: os trabalhadores e as evocações do autoritarismo; o tenentismo revisitado; a transição oligárquica e o continuísmo autoritário
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