94 research outputs found

    Short Scenes: a escrita acadêmica como combate

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    Short Scenes: figuras breves, relativamente independentes entre si, livremente dispostas. Um pequeno jogo de armar, digamos. Será necessário, portanto, que a leitura estabeleça sua própria medida. Enquanto combate, a escrita se revela enquanto um pequeno, íntimo e diariamente renovado compromisso de vida, estando, o escritor, ao lado do lutador que estuda (e, portanto: indaga) o adversário: não antes e nem depois, mas durante a luta. Assumindo Roland Barthes como interlocutor, o que comumente chamamos de escrita acadêmica é entendido como um tipo especial de combate e, como tal, capaz de nos oferecer pistas para pensar a própria escrita e o escrever em meio às solicitações institucionais

    Cartografiar. Otra forma de investigar

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    Este artículo presenta pistas introductorias acerca del uso de la Cartografía en el universo de una investigación. Piensa a la Cartografía como otro modo de investigar. Problematiza el hecho de ser una práctica singular y “sucia” de investigación, con énfasis en el proceso y no en objetivos a priori. Al entender la cartografía en tanto creación de mundos, concluye que todo cartógrafo es un artista

    Psicose 4:48 : a escrita de si e o CSO em Sarah Kane

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    Sarah Kane, dramaturga da cena inglesa contemporânea, escreve sua última peça, Psicose 4:48 (2000), enquanto estava internada em um hospital psiquiátrico. O texto é permeado de memórias fragmentárias e inconstantes, e também a dimensão do tempo está desconstruída: não há noção de passado e presente, separação entre eu e outro. Um novo estado de expressão e percepção é experimentado em uma escrita distante da estrutura tradicional de enredo, uma vez que é híbrida, por condensar poema dramático e narrativo. A fragmentação da personagem é esteticamente alcançada pela utilização de alguns recursos: técnicas de fluxo de consciência, narrativa não linear, não especificação das personagens e do cenário, distorção do senso de realidade e falta de harmonia entre afetividade e pensamento. A análise é pautada em uma Estética do Silêncio (Susan Sontag), e os vãos e a cisão da personagem transmitem uma busca por um Corpo sem Órgãos (Deleuze e Guattari) e por um Corpo-Gênese (Kunnich Uno), que se apresentam em texto enquanto Performance e Percepção (Paul Zumthor). E sobre este corpo o texto segue

    Cartografía infantil : enfoques metodológicos seguidos de experiencias con niños y jóvenes de Portugal y Brasil

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    Este artigo tem um objetivo duplo que se consigna em situar, teórica e empiricamente, a cartografia infantil como metodologia de investigação-intervenção. Situaremos, num primeiro movimento, a cartografia infantil em suas bases epistemológicas e filosóficas, tendo como inspiração as concepções cartográficas da filosofia de Deleuze & Guattari e seus comentadores. A aposta em uma cartografia junto às infâncias desloca o olhar e o agir de uma pesquisa a dimensões outrora imperceptíveis ou mesmo relegadas a um plano de menor valia. Ao invés de somente se interessar pelo que as infâncias dizem, uma cartografia infantil lança seu mapa sensível às forças que estão imbricadas nestes dizeres, forças que se revelam no processo de convivência das infâncias com o aparato humano e inumano que circunscreve uma pesquisa. Num segundo momento explicitaremos como a cartografia infantil se situa, potencialmente, no “estar-a-ser-criança”, apresentando duas experiências cartográficas realizadas com crianças e jovens de Portugal e Brasil. Terminamos o texto com uma reflexão sobre como as cartografías infantis podem configurar-se com uma possibilidade de crianças e adultos abrirem mundo lado a lado.This article has a double objective that aims to situate, theoretically and empirically, children's cartography as a research methodology. In a first movement, we will situate children's cartography in its epistemological and philosophical bases, having as inspiration the cartographic conceptions of the philosophy of Deleuze & Guattari and his commentators. The introduction of cartography with children shifts our research perspectives to include dimensions that were once imperceptible or relegated to a plane of lesser value: it maps, not just what children see, but what they say, and chronicles the coexistence of children and the world in ways not previously available to adult-organized research vehicles. We illustrate by chronicling two cartographic experiences carried out with children and young people from cartografia infantil: enfoques metodológicos seguidos de experiências com crianças e jovens de portugal e brasilEste artículo tiene un doble objetivo que pretende situar, teórica y empíricamente, la cartografía infantil como metodología de investigación-intervención con niños pequeños. Situaremos, en un primer movimiento, la cartografía infantil en sus bases epistemológicas y filosóficas, teniendo como inspiración las concepciones cartográficas de la filosofía de Deleuze & Guattari y sus comentaristas. La apuesta por una cartografía junto a las infancias desplaza la mirada y la acción de una investigación hacia dimensiones que antes eran imperceptibles o incluso relegadas a un plano de menor valor. En vez de sólo interesarse por lo que las infancias dicen, una cartografía infantil lanza su mapa sensible a las fuerzas entrelazadas en estos dichos, fuerzas que se revelan durante el proceso de convivencia de las infancias con el aparato humano e inhumano que circunscribe una investigación. En un segundo momento, explicaremos cómo se sitúa la cartografía infantil, potencialmente, en el “estar-a-ser-niño”, presentando dos experiencias cartográficas realizadas con niños y jóvenes de Portugal y Brasil. Terminamos el texto con una reflexión sobre cómo se puede configurar la cartografía infantil con la posibilidad de que niños y adultos se abran al mundo uno al lado del otro

    VEIO O TEMPO EM QUE A TERRA PERGUNTA

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    Este artigo pretende problematizar as narrativas acerca do fim do mundo, considerando a prática de colocar problemas um modo de efetuar um pensamento outro, na relação com outras disciplinas e com outros saberes. A terra, nesta perspectiva, é quem demanda por perguntas, diante das devastações em larga escala e das catástrofes ecológicas, conjuntamente, com o aniquilamento dos povos que têm no solo sua imanência. Discutimos, ademais, questões que concernem ao nosso tempo, como o conceito de niilismo, apresentado por Nietzsche no século XIX e atualizado na contemporaneidade sob o nome de Biopolítica (Foucault, 1974/1984). Assim, intentamos buscar uma outra política de vida, esgotando modos de existência autocentrados para uma posição coletiva de pertencimento ao cosmos, a partir da experiência dos povos ameríndios que, há muito tempo, lutam contra seu próprio fim e, apesar de tudo, ainda acreditam no mundo

    The time has come when the earth asks

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    Este artigo pretende problematizar as narrativas acerca do fi m do mundo, considerando a prática de colocar problemas um modo de efetuar um pensamento outro, na relação com outras disciplinas e com outros saberes. A terra, nesta perspectiva, é quem demanda por perguntas, diante das devastações em larga escala e das catástrofes ecológicas, conjuntamente, com o aniquilamento dos povos que têm no solo sua imanência. Discutimos, ademais, questões que concernem ao nosso tempo, como o conceito de niilismo, apresentado por Nietzsche no século XIX e atualizado na contemporaneidade sob o nome de Biopolítica. Assim, intentamos buscar uma outra política de vida, esgotando modos de existência autocentrados para uma posição coletiva de pertencimento ao cosmos, a partir da experiência dos povos ameríndios que, há muito tempo, lutam contra seu próprio fi m e, apesar de tudo, ainda acreditam no mundo.This article intends to problematize the narratives about the end of the world, considering the practice of putting problems a way of eff ecting a diff erent thought, in relation to other disciplines and other knowledge. Th e earth, in this perspective, is the one who asks for questions, in the face of large-scale devastation and ecological catastrophes, together with the annihilation of peoples who have their immanence in the soil. We also discuss issues that concern our time, such as the concept of nihilism, presented by Nietzsche in the nineteenth century and updated contemporaneously under the name of Biopolitics. Thus, we seek to pursue another life policy, exhausting self-centered modes of existence for a collective position of belonging to the cosmos, from the experience of Amerindian peoples who have long struggled against their own end, and yet still believe in the world

    GESTOS E RESISTÊNCIA: IMAGEM E MONTAGEM DO PENSAMENTO

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    Nos últimos oito anos, desde 2009, o mundo vem presenciando ondas crescentes de levantes populares que têm sacudido, em seus agires micropolíticos, algumas estruturas. Protestos, manifestações, marchas e ocupações que, de diferentes recantos, insurgem enquanto remontagens do sujeito em sua dimensão coletiva. Este ensaio encontra em Didi-Huberman, mais especificamente em sua exposição Soulevements (Levantes), elementos para pensar conceitualmente a montagem sacudida pelos acontecimentos políticos atuais. Didi-Huberman monta essaexposição pensando em cinco tempos, cinco gestos que vão do micro ao macro, a saber: o gesto da fúria inquieta, o gesto intensivo de um corpo que grita, o gesto de clamor da palavra, o gesto de inflamação coletivados vagalumes e o gesto de sobrevivência para além do seu  desaparecimento. Através de algumas imagens da exposição e da obra “Carta ao Pai”, de Elida Tessler, traça-se alguns elementos para pensar a montagem como modo de expor visualmente as descontinuidades do tempo que atuam em todas as sequências da história, modos de organizar – de desmontar, de analisar e também de contestar – o próprio horizonte de nosso tempo. Por fim, com subsídio de Dardot, Laval, Negri e Hardt, chega-se à ideia de desmontagem do neossujeito, deste sujeito contemporâneo e neoliberal do qual o desejo é tomado como um novo poder, espaço ininterrupto de disputa. No entanto, a produção de um comum – resgatada pelo drapeado dos levantes atuais – é aqui evocada enquanto gesto efetivo de resistência

    PROFESSOR/A INFERNIZANDO NA AULA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA (COM NIETZSCHE, DELEUZE E OUTROS MALDITOS)

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    O/A professor/a-rizoma infernizando na aula de Metodologia Científica fala da tarefa de ensinar os alunos a fazer “ciência” e que ensinar regras e métodos se associa à tarefa de ensinar a perguntar. Diz que é preciso ensinar a questionar, criar problemas, polêmicas. Mostra necessário o desfazer do óbvio, na pergunta: o que é a ciência? Coisa que inclui a proposição das certezas, dos conceitos, que traduzem, nas barreiras do científico, toda uma cultura. Desconfia do que está ao redor de modo tão natural apresentado, na certeza e na exatidão científica e na evolução da tecnologia. Esse/Essa professor/a de Metodologia pergunta pelo sentido do seu fazer, pois observa que a construção da ciência nada tem a ver com a passividade imposta nas suas regras e nos seus métodos. Faz da sala de aula um escoamento por onde passa a vida e cria uma ciência Mana que trabalha certo despropósito no que está originalmente instituído no científico. Tal ciência quer traduzir e interpretar o intensivo rotinizado, nas formas de composição do vivido. Nela Nietzsche é um ingrediente poético e Deleuze, Guattari, Boaventura Santos, parceiros de uma orquestração que substitui a ciência tradicional por outra que quer fazer do aluno um vôo criador.Palavras-chave: metodologia científica, professor/arizoma, ciência mana, multiplicidade, criação-intensiva
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